Mandy Mellark (Hiatus) escrita por Paty Everllark


Capítulo 16
Uma Luz no Final do Túnel


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, após muito tempo eis que apareci com um capítulo novo.

Peço mil desculpas pelo atraso e explico meus motivos:

Os últimos meses foram surreais para mim. Aumento de carga horária no trabalho. Foi quase impossível digitar qualquer coisa, e quando consegui, tive que escrever minha one para a coletânea “Encontros, Acasos e Amores” que participo com outras autoras do site.

Quero pedir que tenham um pouco de paciência e não me abandonem, pois ainda não estou 100% e com certeza demorarei um pouquinho para trazer um novo capítulo, no entanto prometo me esforçar.


Agradeço a todos que ainda estão aqui, aos novos leitores e favoritos. É por vocês que continuo.

Espero que gostem do Capitulo.



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Assim que entrei no primeiro camarim que encontrei pela frente ao sair do teatro, percebi que minha mochila com minhas coisas havia ficado no local. Local esse que, diga-se de passagem, em hipótese alguma convinha retornar. Derrotado, sentei-me em uma poltrona localizada a poucos centímetros da porta e recostei o corpo por completo nela.

“Ah Katniss! Como eu queria ter sentido seus lábios mais uma vez”.

Olhei para meu “amiguinho” e fechei os olhos, totalmente envergonhado. Mesmo ofegante devido a corrida até ali, ainda era possível sentir os efeitos das últimas sensações vividas ao lado da morena, e qualquer um que olhasse para o meu “estado” via claramente como a Everdeen já tinha total domínio sobre meu corpo.

— Droga! Qual mané consegue continuar excitado numa situação dessas Peeta?

— Não sei, mas posso te garantir que a visão daqui é bem agradável... Está procurando por isso?

— Cashmere?! – Me sobressaltei ao mirar a loira escorada no batente da porta de braços estendidos mostrando minha mochila. Seu sorriso era malicioso, o que me fez sentir mal-estar. A forma nada inocente com que a loira me fitava causava desconforto. Ajeitei a postura e preparei-me para pegar meus pertences, porém ela foi mais ligeira se aproximando e com a mão livre no meu peito me obrigou a sentar de novo.

— Quando te vi parado na entrada mais cedo, esperei que me reconhecesse, mas não foi isso que aconteceu. ‘Cê nem imagina como fiquei frustrada. – Arqueei a sobrancelha manifestando confusão.

“De onde ela me conhecia?”

— Ah desculpe, deve estar se perguntando de onde te conheço, né? Eu devia ficar bem ofendida por ser esquecida com tamanha facilidade. – A loira levou a mão até o peito suspirando de modo teatral.

— Desculpa, mas de onde a gente se conhece? – perguntei.

Unforgettable...— ela disse e sorriu de um modo sedutor ao pronunciar o nome da canção. Foi aí que tive um Déjà vu.

— Agora me lembro, você estava no baile de apresentação da Primrose – falei. As memórias voltando ao dia fatídico que mudou toda minha vida.

— Nunca vi alguém interpretar Natalie e Nat King Cole de modo tão divino. Devo salientar que sua performance no baile da herdeira dos Haevensbee foi ma-ra-vi-lho-sa... Aliás, você e seu irmão cantam muito bem. Nunca pensaram em lançar um CD? Só fiquei muito triste por não ter aceitado o Dry Martini que te ofereci após você ter cantado minha música preferida. – Choramingou na última frase.

Na verdade, eu estava tão cego pelo desejo de ficar perto de Katniss, que não prestara atenção em outra coisa que não fosse à morena naquele workshop. No entanto, Cashmere estava certa, como eu pude esquecê-la tão facilmente? Na ocasião a loira se fincou bem em frente ao palco e realmente durante quase toda noite jogou charme para cima de mim, porém como já havíamos combinado previamente todas as regras de condutas com meu tio Haymitch, tentei focar somente em meu trabalho, receber o pagamento e ir embora, mas o Finn resolveu se engraçar com Primrose e deu no que deu.

— Cashmere, eu poderia ficar conversando, mas realmente preciso sair daq... – Tentei acabar com aquela conversa estranha e pegar a mochila de suas mãos, entretanto ela a suspendeu no ar assim que me posicionei a sua frente, atitude esta que fez nossos corpos se chocarem.

— Não tão rápido gatinho – disse.

Desde a primeira vez que bati os olhos em Cashmere na casa de Prim, percebi que se tratava de uma “chave de cadeia”, como diria minha mãe. Todavia, tive mesmo a certeza no momento exato que ela pronunciou a palavra “gatinho”.

— Aquela não foi à única vez que nos encontramos...

— Não?!

— Não. – Ela retirou de dentro da bolsa a peruca loira do meu disfarce e rodou a mesma em seu dedo indicador. A expressão em seu rosto era uma incógnita. Gelei dos pés a cabeça.

— O-o que? D-do que está falando garota? – Cashmere me empurrou novamente para a poltrona cortando minha fala, agachou-se e deu um selinho demorado em meus lábios.

— Como eu dizia, o baile de apresentação não foi o único lugar que nos encontramos e por falar em baile de apresentação, dizem as más línguas da Capital, que a aniversariante levou um dos cantores freelancers para o seu quarto, acho que foi o seu irmãozinho, visto que fiquei de olho em você praticamente a noite toda, mas isso não vem ao caso agora...

Arregalei os olhos, já prevendo onde ela estava querendo chegar com toda aquela falação.

— Quando te vi tirando a roupa mais cedo, flashes tomaram conta de meus pensamentos. Seus lábios estavam mais grossos, o rosto bem maquiado e o corpo curvilíneo, mas a sua voz continuava a mesma... Eu me apaixonei pela sua voz... Então era natural que a reconhecesse em qualquer lugar. No entanto, na Sinsajo você era uma garota... Estava tão fissurada para te reencontrar após aquela bendita festa, que imaginei já estar te vendo em qualquer lugar... Amanda Mellark... quem diria...

— Você estava lá, no dia do teste? – inquiri, sentindo um nó se formar em minha garganta.

— Sim. Glimmer é minha melhor amiga, fui prestigia-la, mas como a songa monga da Everdeen me detesta fiquei lá no fundão, para que ela não viesse me expulsar da boate.

— Cash, por favor, não conte a ning... – Apelei.

— Deixe para apelar depois que eu terminar toda a história... – A mulher colocou a mochila no chão, ajoelhou-se diante de mim, abrindo minhas pernas e colocando-se entre elas. Numa rapidez impressionante tirou a blusa.

— O que você está fazendo? Céus! Coloque já essa blusa – ordenei, porém sem pudor a loira começou a beijar e morder meu tórax deixando-me paralisado frente sua ousadia, entretanto entre uma mordida e outro continuava sua fala.

— Pensei que minha mente estivesse me pregando uma peça quando te vi junto a seu irmão e aquelas garotas. A loira alta era seu irmão, não era? Enfim... Quando vi Primrose e o capacho dela entrando no teatro de maneira tão intempestiva para avisar que o primo tinha encontrado o cara que quebrou o nariz dele na festa... foi você não foi? Não foi difícil de perceber. A forma cúmplice como vocês três se encararam... Fora o aviso discretíssimo que o Williams lhe lançou. Que foi mesmo que ele disse?

A presunção era evidente na voz da garota.

— Ah, lembrei! “Mete o pé que a casa caiu parceiro.” Quando te vi saindo de fininho peguei sua mochila e examinei o conteúdo, daí foi só juntar as pistas... Você sabe que o Hawthorne pediu uma boa quantia por sua cabeça e a do seu irmãozinho, ou não sabe?

— Cashmere. Como? Eu... eu...

— Você deve estar se perguntando, como eu descobri tudo isso. Que você é a cantora da Sinsajo, né? Nome bonito, Amanda Mellark... – Ela espalmou as mãos no ar, como se apresentasse uma atração ao público. – Não sou nenhum gênio como deve estar supondo, não é nada disso, pelo contrário, fazer esse tipo de dedução lógica é algo imprescindível na minha profissão... eu sou policial Peeta, detetive para ser mais exata. Agora vamos ao que realmente interessa.

Estava tão perplexo frente aquela revelação que praticamente saí do meu corpo.

— Estou vendo que seu amiguinho aqui está precisando de bastante atenção, ele ainda está bem animadinho... – Alisou meu membro por cima da cueca sem nenhuma timidez, aquilo me fez acordar do breve devaneio.

— Para! – gritei ao me dar conta do assédio ao qual eu estava sendo submetido. Ela parou de me acariciar. – Está ficando louca?

— Louca pra te beijar gatinho... e se você for esperto, como presumo que seja, ficará feliz por isso, ao invés de dar ‘piti. Imagina se eu quiser ver o circo pegar fogo, e contar para certo esquentadinho umas coisinhas que acabei de descobrir sobre tal cantor freelance...?

— Isso é uma ameaça? – falei com aspereza.

— ‘Magina. Estou apenas te oferecendo ajuda. Primeiro com esse probleminha aí – apontou para minhas partes baixas, e depois para sair daqui em segurança. Sabe? Eu sei guardar segredo e posso te auxiliar para sair daqui, mas vou querer algo em troca...

— Cashmere, eu e meu irmão... – Quis interrompe-la e contar o que realmente aconteceu na casa de Prim, no entanto ela prosseguiu com os beijos, chegando cada vez mais perto da minha boca, seus beijos eram possessivos.

— Cala boca... – Sua voz soou ameaçadora. – Se quiser podemos fazer do pior jeito. Posso armar para você e colocar tu e seu irmãozinho na cadeia, ou melhor, posso te entregar agora para o Hawthorne, acho que sua queridinha Katniss vai ficar super decepcionada contigo. Além disso, tenho certeza que tem mais gente por trás dessa farsa toda. Descubro nome por nome, e coloco todo mundo para ver o sol nascer quadrado. - Encarou-me de um jeito sádico, ela não pareceu estar blefando. – Então o que me diz, temos um trato?

— Faço o que você quiser Cashmere, desde que prometa... – Poderia muito bem resistir, e até fui firme, embora eu não estivesse numa situação que me proporcionasse qualquer tipo de barganha.

— Shhh... Não precisa dizer de novo Peetalicioso... Do jeitinho autoritário que pediu, e tão rente ao meu ouvido, prometo o que quiseres meu loiro, mas quero receber meu pagamento adiantado, ou nada feito. – Agarrou novamente o volume em minha cueca.

— C-Cashmere... Por favor... – Evidenciei o pavor que estava começando a dominar meus sentidos, aquela mulher não era só uma chave de cadeia, ela era completamente louca, e eu estava a sua mercê. –Não acho que seja uma boa ideia a gente fazer isso aqui, alguém pode nos ver, além do mais...

— Aí que droga homem! Você fala demais. Por que simplesmente não aproveita que estamos sozinhos e usufrui desse corpinho lindo que anos de academia me proporcionam gatinho? Sei que não irá se arrepender.

Cashmere começou a alisar minhas coxas e a passar o nariz devagar por toda extensão do meu peito, quando chegou na minha boca me beijou. Assim que senti sua língua tentando forçar a passagem escutei um estrondo perto da porta, a empurrei, contudo, a surpresa de ver quem nos observava a porta foi grande.

— Katniss?

— D-descul... – pediu. A fisionomia em choque, no segundo seguinte correu para fora do camarim. Levantei-me e fui atrás dela, deixando Cashmere no cômodo.

— Katniss, por favor, espera. – Segurei seu pulso, ao alcança-la no corredor, mas a morena puxou o braço com violência.

— Não me toque! – gritou – S-seu... cachorro. – Ela parecia estar procurando o xingamento adequado, para me agredir.

— O que viu... Eu posso explicar... – Coloquei-me diante dela, mas ela acabou me lançando um olhar ferino.

— É? E, pode explicar isso aí também? – Mostrou o volume entre as minhas pernas. Como eu poderia explicar aquilo? – Foi o que eu pensei! Eu jamais devia ter lhe dado confiança, quiçá uma chance... Pai como fui burra. — Katniss se encontrava desnorteada. – Você é só mais um aproveitador, como tantos outros.

— Katniss, posso esclarecer o que viu lá dentro. Só me escute. – Segurei-a novamente. Eu estava tão desesperado que estava disposto a lhe contar tudo, contudo sua voz demostrava o quanto ela estava quebrada.

— Só falarei uma única vez... – disse lentamente e olhando para onde minha mão a tocava.

— Tire suas mãos de cima de mim, antes que eu cometa uma atrocidade... Meu irmão mais velho está por perto, e o melhor, acompanhado de mais de vinte homens disposto a matar um idiota feito você. Se estalar um dedo sequer, – Katniss estalou os dedos – Posso convencê-lo a inserir mais um ordinário em sua lista.

Olhei a imensidão cinza que eram seus olhos, e eles estavam marejados. Seu olhar dizia que ela falava a verdade. Considerei a chantagem de Cashmere. Pensei em meu irmão, em Johanna, Tresh e meu tio. No que poderia acontecer a cada um deles, se a família de Katniss descobrisse onde eu e Finnick estávamos, ou melhor, o que fizemos com a ajuda dos outros três.

— Só me ouve, por Deus...

— Sai... Ou não respondo por mim.

— Pee. Deixa-a ir... Esqueceu? Ainda precisamos acabar aquele nosso ‘assuntinho, o relógio está correndo. – Cashmere disse às minhas costas demonstrando uma falsa intimidade.

— É Pee... O tempo urge. – A morena debochou. – Vá resolver seus ‘assuntinhos inacabados com sua “amiguinha”.

— Espero que um dia me perdoe pelo que vou fazer. – Não dei tempo para Katniss pensar, ou quem sabe me afastar. Decidido, peguei-a pela cintura e a beijei como se o amanhã não existisse. No início ela resistiu, mas depois se rendeu, e o beijo tornou-se mágico. Entretanto ela me afastou após um tempo e, por conseguinte deu um soco bem merecido em meu rosto.

— Aaaaaiiiii... – ela resmungou abanando as mãos no ar, enquanto eu alisava meu rosto. – Nunca mais ouse colocar essas mãos e boca imundas em meu corpo. – Limpou os lábios e partiu, deixando-me com a certeza que ela jamais me daria uma chance.

— E aí gatinho, vamos continuar de onde nós paramos... – Me virei para a loira e a fitei repleto de incredulidade. Definitivamente ela era louca, e eu estava ferrado.

******

— Talvez sua crença a meu respeito jamais mude. Sei que do seu ponto de vista, ainda corro um sério risco de continuar sendo um canalha, mas necessito desesperadamente de uma última chance...

— Você só pode estar brincando.

— Não. Eu jamais brincaria com algo tão importante, e prometo te deixar em paz se após esse jantar, caso sua opinião a meu respeito continua sendo a mesma. Deixa-me te provar que não sou tão babaca.

— Droga! Não acredito que farei isso... okay... somente uma chance. Agora se me der licença, preciso ir. Há muito, já devia estar em casa.

— Posso te pedir só mais uma coisinha princesa? – Gale questionou assim que lhe dei as costas para entrar no prédio onde meu tio Haymitch morava.

— O que foi dessa vez Gale? – perguntei irritado.

— Você me daria um beijo de boa noite se eu pedisse? – O Hawthorne estava de pé do lado de fora do carro quando fez a pergunta. Seu braço direito descansando sobre a porta do motorista que se achava aberta, porém na velocidade de um raio aproximou-se da porta do carona, não tive como fugir, fiquei encurralado entre o Duster e o corpo do moreno. Aquilo só podia ser um castigo divino.

— Gale, não abusa – avisei, a voz saiu mais grossa do que pretendia, ele arqueou uma sobrancelha e deu um passo para atrás. — Tenha um pouquinho de paciência comigo... como eu disse no caminho até aqui... ainda não me sinto preparada para ter um relacionamento com alguém. 

Suavizei o timbre, do contrário entregaria o disfarce.

Em definitivo não estava em meus planos aceitar jantar com ele num dos restaurantes mais chiques e românticos da Capital, mas sem sombra de dúvidas, não podia negar que respirava mais aliviado ao seu lado naquele momento. Enfim, após tanta confusão no shopping, aceitar jantar com o playboy galanteador não poderia ser pior que ganhar uma lápide em um cemitério qualquer com os dizeres “aqui jaz Peeta Odair A. Mellark. Amado filho, irmão e sobrinho?” com certeza a primeira opção me pareceu mais convidativa.

— Está tudo bem. – Gale levantou as mãos em sinal de rendição. –Você perceberá com tempo e convivência que além de um cara do bem, sou um homem muito paciente também – disse rente ao meu rosto, depois pegou uma mecha de cabelo da peruca e enrolou em seus dedos antes de coloca-la atrás de minha orelha. – E não posso esquecer minha maior qualidade, sou extremamente romântico – sussurrou.

— Gale... – O Hawthorne parou e ficou me encarando com um olhar para lá de estranho, de repente colocou os braços ladeando meu corpo, as mãos espalmadas na janela do carro, fiquei travado, sem esboçar reação.

— Você é tão linda Amanda... a garota mais linda que já conheci... tenho vontade de ser alguém melhor quando estou contigo, sabia? Eu estou verdadeiramente me apaixo...

Gale irradiava gentileza e sinceridade por todos os poros, diferente do cara escroto que eu conheci na Sinsajo. Por um instante senti pena. Mas foi somente por um instante, logo caiu a ficha. Ele estava apaixonado? E pior, a ponto de fazer uma declaração de amor. O entojadinho estava amando, sério mesmo? Ah não! Na moral, aquilo não podia ser real. Era um pesadelo com certeza. A coisa estava ficando pior do que eu imaginava. Suspirei e contei de um até três em pensamento.

— Gale, por favor... – Me esquivei feito ninja por baixo de seus braços, contudo ele segurou minha mão impedindo-me de seguir caminho até a portaria do prédio.

— Okay, já entendi... – Sorriu e me puxou para perto de si. Gale deixou um beijo demorado em meu rosto, a vontade de bater nele era gritante, me controlei ao máximo para não sair da personagem de vez. Sendo que foi um pedido de Katniss, tanto que eu aceitasse a carona, quanto o jantar, depois que os encontrei na saída do shopping.

— Hawthorne! Já lhe disse, sem contato físico. Qual seu problema? – reclamei e ele afastou-se sem retirar os olhos do meu rosto, caminhou de frente para mim, e de costas para o automóvel sem cortar o contato visual em nenhum minuto. Tudo que eu mais queria era que o babaca tropeçasse nas próprias pernas e caíssem de bunda no chão, talvez minha noite melhorasse depois disso.

— Sábado às oito em ponto! – gritou ao chegar no carro, o sorriso parecendo sorriso de comercial de pasta de dente. – Esteja preparada para um jantar inesquecível princesa.

Soltei um suspiro sôfrego e exclamei sem humor algum na voz:

— ‘Tá legal.

Finalmente ele entrou no automóvel, mas antes dar partida ainda disse em alto e bom som:

— Amanda, ainda iremos viver muitas histórias especiais juntos. Escreva o que estou lhe dizendo.

Revirei os olhos e segui meu caminho. Abri a portaria, agradecendo por não ter porteiro e rezando para não encontrar ninguém, do contrário como explicaria meus trajes. Subi as escadas chateado, retirei a peruca e os brincos após passar rol do primeiro andar. Um aperto no peito e a vontade de chorar não me deixavam. Em meu pensamento refazia todos os passos que me levaram até estar diante do prédio de Haymitch àquela hora da noite, vestido de mulher e recebendo um xaveco descarado de meu arqui-inimigo.

— O que você está fazendo de sua vida seu vacilão? Não foi para isso que deixou sua casa e sua mãe para vir para a Capital.

Declarei em voz baixa. O que estava acontecendo comigo? Não conseguia me reconhecer, minhas crenças, meu bom senso, tudo, onde haviam ido parar? No lixo? Mesmo odiando Gale Hawthorne com todas as minhas forças – afinal a culpa de eu e Finnick estarmos nessa situação era dele –, conseguia entender sua paixão cega pela “Amanda” eu também me encontrava completamente apaixonado pela irmã dele.

— Isso são horas mocinha? – Haymitch perguntou de maneira sarcástica assim que entrei no Loft, ao seu lado Johanna e Finnick seguravam o riso, provavelmente já sabendo tudo que me aconteceu pela boca de Tresh.

— Por favor, hoje não tio...

— Hoje sim Peeta, ou pensa que me engana? – Diferente dos outros dois, meu tio estava sério, apesar do sarcasmo.

— Afaste-se do Hawthorne, e nem pense de usar desse interesse dele para continuar com essa ideia de conquistar a Katniss.

O desanimo e a vontade de chorar passou como por encanto ao ouvir o alerta. Sorri por dentro. Eu não havia pensado por esse lado. Pois é, talvez aceitar o xaveco do Gale não fosse algo tão mau assim.

— Jamais tio Haymitch, jamais.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu sofri muito para postar esse capitulo, a formatação do Nyah esta o ó, mas consegui, se tiver alguma frase fora do lugar, ou em negrito, culpem o site. Rsrsrsrs.

Espero que tenham gostado. Que tal deixar um comentário?


Beijos e bom final de semana.



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