Ao acordar novamente, estou sozinha e nua na cama grande. Encaro o dossel da cama e as cortinas brancas que o compõe. Eu me sentia sonolenta e relaxada. Kyle era maravilhoso. Ele era simplesmente tudo o que eu sempre quis. Aquilo fora surreal; o nível de prazer. Não consegui conter as lágrimas de tão forte que fora. Ele sabia exatamente o que fazer. Também não podia estar menos feliz de tê-lo feito gozar na cueca. Aquilo fora divertido de se ver. Eu me sentia melhor do que a Mulher Maravilha.
Sorrio olhando para o nada e Kyle entra no quarto usando uma bermuda preta. Olho para ele ainda sorrindo. Ele está com os cabelos molhados e tenho a impressão de que ele estava nadando. Observo seu peito nu por um instante.
–Ela acordou! - ele vem e se senta do meu lado na cama. Pega meu rosto e me dá um beijo na bochecha.
Dou uma risadinha.
–Gostaria de saber qual o motivo do seu sorrisinho encarando a cama.
Olho para seu rosto e reviro os olhos.
–Não se faça de bobo.
–Ah então isso tem a ver com o que fizemos?
Estreito os olhos e lhe empurro com o braço. Ele ri.
–Só estou muito feliz. - dou de ombros. - Foi o melhor orgasmo que você já me deu.
–Foi satisfatório te ver chorar. Pela primeira vez isso foi algo satisfatório.
Reviro os olhos e lhe dou um beijo.
–Você estava nadando?
–Dei uma entrada na água. É ótima. Você deveria ir depois do almoço, que por sinal já está pronto.
Arqueio as sobrancelhas.
–Você está todo adiantado. Gostei. Estou muerta de fome. - arrisco no espanhol, mas acho que falei errado.
Levanto-me da cama, pego o roupão fino e coloco-o. Levanto os braços no alto para me espreguiçar e sinto os ossos da minha coluna estralando deliciosamente. Gemo e depois suspiro.
Vou para o lado de Kyle, alto comparado a mim e lhe dou um beijo rápido. Andamos até a cozinha que é do lado do quarto. É uma cozinha grande até. O chão é de madeira como todo o resto da casa, com excessão do banheiro, e tem uma pia de granito preto e um fogão embutido. Há uma geladeira grande de inox e uma mesa quadrada de madeira forrada com uma toalha branca. Abro a geladeira e vejo que ela está toda equipada. Há muita comida, frutas e sucos.
–Nossa. - digo surpresa e olho para Kyle.
–Também achei um exagero, mas... - ele dá de ombros. - nós sabemos que você come muito.
Abro a boca surpresa e levanto a mão para lhe dar um tapa no ombro. Mas Kyle segura meu braço e me trás para perto do seu corpo. Encosta o nariz no meu e diz:
–Olha bem o que você vai fazer comigo, hein. Agora eu sei fazer você pagar.
Sinto minhas bochechas esquentarem.
–Ah, olha ela ali. A garotinha inocente apareceu com as bochechas vermelhas.
Dou risada e o empurro.
–Odeio você.
Ele ri e eu me sento em uma das cadeiras. Há tanta coisa cheirosa naquela mesa. Aquela mistura de cheiros está fazendo meu estômago roncar loucamente.
–Foi você que fez isso tudo? - pergunto com o cenho franzido.
–Claro que foi. Estamos em uma ilha deserta.
–Não espera que eu acredite nisso, não é?
Kyle dá risada.
–Ei!
–Ah Kyle, qual é? Você carboniza a frigideira antiaderente fazendo panquecas.
Dou risada quando ele revira os olhos e tenta ficar sério.
–Tudo bem. Eles entregam a comida aqui.
–Eles vêm de barco?
–Não, nadando.
Dou risada e belisco seu braço de leve.
–Você não fala assim comigo, não. Eu também sei te castigar e você não viu nada ainda.
–Por favor, me mostra então.
Reprimo um sorriso e começo a me servir de um pouco de cada coisa.
Há arroz, tiras de frango empanado, um molho apimentado e o recheio que vai dentro dos tacos. Também há uma salada mista com um monte de verduras e ostras. Tento não ser uma daquelas idiotas que acha graça nas ostras. Mas eu deveria deixá-las longe de Kyle se possível. Digamos que ele não precisava delas.
Levo uma tira de frango empanado até a boca. Meu estômago está roncando como nunca, ansioso para estar cheio e se calar.
Enquanto comemos, observamos um ao outro. Não sei o que Kyle está pensando. Mas eu estava feliz de estar ali com ele. Longe de tudo e de todos. Tínhamos aquele lugar especialmente para nós, exclusivamente para eu e ele. Acho que era tudo o que precisávamos. Eu estava ansiosa para a próxima vez que acabaríamos na cama. Ele me fazia ser uma ninfomaníaca mas eu não conseguia não pensar nele e lembrar de todas as sensações que ele me provocava. Eu sempre estava ansiosa para sentí-las novamente.