Broken Strings escrita por June Everden, Skye Jonhson


Capítulo 29
Trevo da sorte


Notas iniciais do capítulo

Quem é vivo sempre aparece né, hahaha... Não vou escrever mil desculpas aqui, mas realmente eu ando um total de zero tempo para escrever, e June começou o estagiar e não pode se dedicar a escrita como antes, o que posso assegurar é que nenhuma historia nossa será abandonada. Incluisive essa está no fim, esse é penultimo capitulo. Viemos com um capitulo grande para compensar a demora, e esperamos que gostem do fizemos. Boa leitura!

Ps: capitulo sem revisão, qualquer erro arrumamos depois.

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(Me espera – Sandy e Tiago Iorc ♪)

 

Havia se passado cerca de quatro horas sem Emma e Regina tivessem nenhuma noticia de Charlotte, e a cada segundo que passava Mills se desesperava um pouco mais temendo pela segurança da sobrinha. Felizmente as inúmeras câmeras de segurança da casa dos Nolan tinha capturado a pessoa que tinha pegado o bebê. A morena identificou facilmente o homem, ela se lembrava de bem dele do dia que Rhana a visitou depois da voltará de viagem. Aquele homem era responsável pro bem mais tragédias em sua vida que ela poderia recordar. E por mais que recordasse bem o nome completo, uma parte havia gravado.

 — Eu tenho certeza Emma, é o homem que estava com a Rhana. — Regina afirmou com convicção, enquanto olhavam as gravações das câmeras. 

— Tem certeza disso meu amor? — Swan a questionou querendo ter certeza.

 — Tenho Emma, eu jamais me esqueceria da pessoa que... — Regina fez uma pausa e não conseguiu continuar.

Emma viu a aflição e o desespero nos olhos da namorada, e temeu pelo que ela pudesse estar escondendo.

— Regina pelo amor de Deus! Você começou agora termina, precisamos de todas as informações possíveis ele está com nossa baixinha amor.

— Eu sei Emma. — A morena disse em um sussurro. — É que eu não tenho certeza...

A empresária se levantou da estava sentada e se aproximou da namorada e a abraçou, Emma queria confortar Regina e dizer que ela não tinha nada mais a temer.

— Mills se você se lembra de algo, precisa contar. E mesmo que não tenha certeza, não sabemos quem é homem realmente e quais são suas intenções com baixinha. Não há o que temer você está segura aqui. — Emma assegurou a apertando em seus braços.

Mais segura e tendo certeza que informação poderia ser importante, Regina resolveu se abrir com Emma.

— Eu não lembro bem Emma, eu estava confusa no dia com minha irmã me pressionando. Depois de lhe mandar aquela carta eu só queria ir embora, quando Rhana apareceu na porta do meu trabalho com esse homem. — Mills apontou para monitor onde a imagem congelada de Greg estava. — Nós discutimos e eu disse a ela que não me importava se ela fosse até você e contasse a verdade, pois eu sabia que aquela altura você já sabia de tudo. Então eu só virei às costas e fui embora.

— Você me contou isso Mills, eu não entende onde essa cara entra na historia.

— Eu não lhe contei tudo Emma, eu estava confusa quando e não tinha certeza ainda. Esse homem pareceu discutir com Rhana e depois ele me seguiu, ele veio atrás de mim gritando e querendo satisfações. Eu o ignorei e resto foi tão rápido, ele me puxou pelo braço eu tentei fazer com ele me largasse e depois tudo foi um borrão.

Por um momento Emma olhou para rosto de Regina procurando entende-la, e logo tudo fez sentindo em sua cabeça.

— Você está querendo afirmar que esse cara foi responsável pelo seu acidente Regina?

— Eu não posso afirmar com toda certeza Emma, mas eu acho que sim. Talvez não tenha sido intencional eu não sei...

— Para, pode parar você não vai defender esse infeliz. Ele fez uma coisa horrível e mesmo que não tenha sido intencional, ele fugiu e não prestou socorro Regina. E agora ele teve a audácia de invadir a minha casa e sequestrar a minha sobrinha. E eu vou acabar com ele. — A empresária praticamente gritou se levantando e dando um soco na parede mais próxima.

A reação de Emma assustou Regina no primeiro instante, mas logo ela entendeu que a loira só estava com raiva. E com aquele famoso sentimento de impotência, ela se sentia da mesma forma, mas cada um acaba reagindo de formas diferentes e talvez Emma estivesse guardando toda aquela raiva a tempo demais.

— Swan o que vamos fazer?

— Não temos opção, precisamos avisar a policia Regina. E eu vou chamar um amigo meu que detetive particular para ajudar. Se acontecer qualquer coisa com Charlotte eu juro que eu mesmo acabo com esse cara.

A tensão e o nervosismo tomaram conta da mansão dos Nolan, e ninguém conseguia manter a calma. Emma contatou primeiro, seu amigo James, ele era um detetive particular que sempre lhe fazia pequenos serviços. E naquele momento Swan queria alguém de confiança para ajuda-la, e James não demorou muito a chegar. O detetive iniciou uma varredura pela casa, investigando os empregados e buscando por alguma pista no jardim, e não demorou muito a obter algum êxito.

 — Emma nós podemos conversar em particular. — James falou de forma baixa e chamou a loira para um canto mais discreto da sala. Emma deixou Regina com sua mãe e acompanhou o amigo.

— Você descobriu algo James? A empresária o questionou ansiosa.

— Sim Swan, não evidências, mas algo que esclarece como o suspeito entrou e saiu da sua casa sem dificuldades.

— Então me diz logo James. O detetive pareceu puxar o ar dos pulmões, para se manter, calmo e poder revelar o que tinha descoberto. — Um de seus seguranças Emma, ele foi comprado pelo suspeito e acabou aceitando participar do sequestro se recebesse parte do resgate. E temos um nome Gregori, mas o conhecem como Greg.

Logo tudo fez sentido para a loira, por isso Greg tinha entrado em sua casa de forma fácil e saído sem levantar nenhuma suspeitas. Ele havia sido ajudado por de seus seguranças de confiança da família.

— Eu não acredito que esse cara conseguiu se infiltrar tão facilmente na minha casa. — Swan se lamentou.

— Emma não há tempo para lamentações. Eu puxei a ficha do suspeito, e ela é extensa, e no momento ele esta acuado por isso tomou esse atitude estúpida. Meu conselho é que informe logo a policia. Eu vou continuar ajudando no puder, mas informando as autoridades teremos mais recursos e sua sobrinha poderá ser localizada mais rapidamente.

— Eu farei isso. — Ela respondeu concordando com o detetive.

Alguns minutos depois Emma foi até seu escritório e ligou para delegacia, e fez a denuncia agora só precisava esperar a policia vir até sua casa. Regina foi informada de todas as noticias descobertas e mesmo com certo receio apoiou a decisão da namorada de informar o sequestro de Charlotte às autoridades, agora elas só poderiam fazer mais nada a não ser esperar. 

 

***

 

Depois de vagar por horas com Charlotte no banco de trás do carro, Greg começou a ficar sem saídas. Ele percebeu que não havia planejado bem aquilo tudo, e com a menina começando a chorar sem parar as coisas começavam a se complicar mais ainda. Primeiro Charlie chorou por estranhar o local e logo depois por fome, e como Greg não tinha ideia de como cuidar de bebê e buscou a saída mais rápida.

 — Pronto, chegamos criança. — Greg dizia enquanto fechava a porta.

Ele não teve opção a não ser voltar para quarto de hotel que ele e Rhana viam dividindo há algum tempo. Greg colocou a pequena sobre a cama e começou a procurar nas coisas de Rhana, fraldas e algo para alimentar Charlotte.

— Meu Deus como uma criatura assim pequena, pode ser tão irritante. — O homem reclamava enquanto continuava a fuçar as coisas de Rhana. — Pronto achei a fralda, e já vou lhe trocar.

Ele se aproximou do bebê e começou a tirar as roupas da pequena, e mesmo sem muito jeito conseguiu trocar Charlie. Como a menina tinha apenas molhada a fralda, ele não teve muitos problemas, a próxima fase era tentar alimenta-la.

— Vou pedir leite ao serviço de quarto, é o máximo que dá para fazer.

O bebê mesmo depois de ser trocada, ainda resmungava e a verdade era que Charlotte estava exausta de chorar. Seu rostinho estava vermelho e ela fungava sem parar, mas nem isso comoveu Gregori. E quando ele menos esperava ouviu a porta do quarto se abrir era Rhana e ao ver a mulher Charlotte pareceu se acalmar. A pobre criança achava ser Regina, e logo se agitou chamando a atenção da mulher.

 — Mama... Mama. — A pequena balbuciava. O que logo chamou atenção da mulher, e quando ela se deu conta que era sua filha ali ficou confusa, mas tudo esclareceu quando Greg apareceu a sua frente.

— Meu Deus que bom que você apareceu. Assim pode cuidar desse monstrinho enquanto cuido de outras coisas.

— Como ela veio parar aqui, Greg? — Rhana disparou ignorando o que ele tinha falado. — Quem a trouxe? Eles ofereceram algum acordo?

 Greg ficou perdido com as inúmeras perguntas de Rhana e não conseguia pensar.

— Não mulher, ninguém veio trazê-la, na verdade eu a trouxe.

 — Você o que? — Rhana praticamente gritou. — Você está louco? Isso é sequestro, os Nolan tem a guarda da menina, sabe o que isso pode acarretar para mim?

 — Eu tomei uma atitude, já como sempre você faz tudo errado. E agora eles vão ter que pagar para ter a menina de volta. Depois eu vou pegar a grana e sumir daqui, daí você faz o que quiser.

 — Você é um idiota Gregori, você tem noção de com quem está se metendo? Os Nolan são pessoas influentes e vão acabar com você, e o pior me envolveu nessa merda toda. Eu tinha tudo planejado, era só questão de tempo, e eles iriam pagar. Agora você ferrou tudo e me ferrou junto. — A mulher continuava a gritar e Greg perdeu a paciência.

Tudo foi muito rápido, e Rhana só pode sentir o soco atingindo seu rosto.

 — Nunca mais fale assim comigo, sua vadia. E se estou nessa situação à culpa é toda sua, porque me arrastou pra essa merda toda. Agora levanta daí e cuida da menina, porque eu vou fazer umas ligações.

Ela ficou sobre o chão com mão sobre rosto, o local doía e as lembranças daquela situação lhe invadiram a mente. Rhana Mills se lembrou das inúmeras vezes que presenciara sua mãe apanhar de seus tantos amante, e de como Regina sempre se escondia para não sofrer a mesma agressão. Olhou para a filha, que estava presa ao bebê conforto sobre a cama, o rostinho vermelho e marcado pelas lagrimas a fizeram ver a si mesmo quando pequena e um sentimento confuso veio a tona. Talvez o tal do extinto materno, mesmo que só por uma vez na vida, mas tudo que Rhana queria naquele momento era levar aquela criança para bem longe de Greg. Então ela só se deixou levar, se levantou do chão e foi até a pequena verificou se a menina tinha algum machucado e depois de ter certeza olhou para o banheiro onde Greg ainda estava.

— Criança seja boazinha e não chore. Eu vou dar um jeito de te levar para sua mãe Regina está bem?

Charlotte pareceu entender o que ela dizia e ficou quietinha. Rhana se virou para lado pegando um abajur que estava sobre um móvel e foi em direção ao banheiro. E tão rápido quanto entrou naquele banheiro ela saiu, pegou alguma coisa que estava escondida na cabeceira da cama, depois pegou Charlotte nos braços e deixou o quarto as pressas.

 

***

Quase oito horas tinha se passado desde sequestro de Charlotte, e nenhuma pista concreta ainda tinha sido descoberta. Regina e Emma aguardavam aflitas, e tentavam se amparar da melhor forma.

— Emma ela deve estar tão assustada. — Regina dizia agarrada a namorada.

 Uma forte chuva caia e a morena sabia que a pequena, Charlie não gostava do barulho de trovões e raios. A menina sempre se assustava e Mills sempre ficara com ela no colo, a embalando e dizendo que tudo ficaria bem, e naquele momento tudo era diferente, Charlotte estava com um desconhecido e como todo bebê de quase dez meses estranhava as pessoas e locais ao qual não estava acostumada.

— Ela é forte como você amor, vai ficar bem. — A empresaria tentava acalmar a namorada.

— Você não entende Swan, ela morre de medo de chuvas assim, com trovões e raios desde que nasceu. Ela chora e é preciso de muita paciência para acama-la. E se que aquele homem não tiver paciência com minha menininha? E se ele machuca-la Emma? — Regina respondeu com a voz embargada. Ela não conseguia mais segurar o choro, e toda aquela esperava a estava matando por dentro.

— Eu lhe prometo amor, vou trazer ela de volta em segurança para você. — A loira prometeu e abraçou mais forte.

Ficaram abraçadas por mais alguns minutos, e depois Emma resolveu tomar uma atitude. A morena ficou sozinha, ela estava pensativa e perdida em seus pensamentos, e em silêncio ela fez uma prece. E como se seu pedido automaticamente tivesse sido ouvido, o celular no bolso de seu casaco começou a tocar.

 O numero que piscava na tela era conhecido, e Regina teve certeza que algo sobre Charlie assim que olhou a tela do celular. “Rhana Mills” piscava incessantemente. Mills não demorou a atender, as mãos suavam frio, o nervosismo era enorme e ela não tinha ideia do que viria daquele telefonema. Regina esperava que tudo terminasse bem, e que Charlotte voltasse para casa em segurança. Mesmo temendo, ela destravou a tela do aparelho e atendeu.

— Até que enfim irmãzinha. — A voz sarcástica de Rhana logo ecoou do outro lado da linha. — Pensei que nunca fosse atender.

Antes que Regina fizesse a pergunta que tinha começado a martelar em sua cabeça, um som familiar lhe deu a resposta que ela desejava ouvir. O balbuciar de coisas incompreensíveis da pequena voz infantil se fez presente, e ela reconheceu no mesmo instante.

 — Rhana o que você fez com Charlotte? — Mills respondeu a irmã com outra pergunta.

Eu não fiz nada Regina, pare de drama a menina esta bem.

— Como você quer que eu fique, se você a sequestrou junto com aquele canalha que você chama de namorado.

 — As coisas não foram bem assim Regina. — Rhana tentava se defender. —Tudo que aconteceu é complicado, e eu pretendo esclarecer tudo, mas não por telefone. Quero me encontrar com você e fazer a coisa certa dessa vez.

Regina ao ouvir as palavras da irmã, sentiu certa desconfiança, afinal Rhana já havia mentindo para ela outras vezes. Então confiar nela era algo completamente difícil para a morena.

 — Eu não vou pedir dinheiro a Emma ou qualquer um da família Nolan, fique ciente disso.

 — Não se trata mais de dinheiro, apenas uma única vez confie em mim. Encontre-me “onde as estrelas brilharam, para nós um dia.”

  Aquela frase era extremamente significativa para as irmãs, ela remetia de época onde elas realmente tinham vivido como irmãs. Era um alento da infância que haviam perdido, era sinal que ainda havia um pouco de humanidade no coração de Rhana Mills.

— Estou indo para lá, agora mesmo. — Regina se viu respondendo automaticamente.

 Não ouve mais palavras, a ligação foi encerrada e Regina deixou a casa dos Nolan sem dizer a ninguém aonde ia.

Meia hora depois, Regina descia do taxi que havia parado em frente ao antigo parque Neverland, a nostalgia tomou conta da morena. Ela caminhou até o pequeno castelo de madeira cheio de estrelas amarelas pintadas, o lugar “onde as estrelas brilharam, para nós um dia.” A frase de Rhana ecoou pela cabeça de Regina, e ela foi tomada por lembranças de uma época onde aquela pequeno castelo havia sido o refugio para ela e ela irmã.

Onde elas brincavam e sua única preocupação, era imaginar onde seria a aventura. Mills caminhou um pouco mais e se aproximou do castelo, encontrou o que procurava sua irmã com a pequena Charlotte nos braços. No primeiro instante ela ficou surpresa, pois Rhana segurava a filha nos braços com uma delicadeza que nunca havia demonstrado antes, e a pequena parecia tranquila dormindo serenamente. O desespero veio depois quando viu o hematoma sobre o rosto e os braços da irmã.

 — Até que enfim você chegou. — Rhana disse assim que olhou para frente e viu Regina.

A morena se aproximou mais, e sem dizer nada e envolveu a irmã em abraço. Rhana no primeiro segundo se assustou, mas estava tão cansada de tudo que acabou aceitando aquele gesto tão inusitado da irmã.

 — Eu lamento, por seja lá o que tenha acontecido. — Regina finalmente respondeu algo. — Está tudo bem agora.

 Naquele instante elas voltaram á infância que dividiram naquele lugar, só que era diferente porque Rhana não estava protegendo Regina de apanhar de um dos vários namorados que Cora Mills arrumava, mas sim ao contrario. O abraço durou o suficiente, para que as irmãs sentissem que o mundo não iria mais desabar. — Vai me contar o que aconteceu Rhana? — A morena questionou a irmã, assim que se soltaram. Regina pode verificar Charlie, e viu que a pequena estava bem.

— Ela está bem Regina, ele não fez nada a menina porque eu jamais permitiria. Sei que já fiz coisas ruins para ela, mas era diferente, eu uma situação diferente. Não que justifique minhas atitudes, mas... —Rhana se adiantou tentando se justificar, mas acabou sendo impedida por Regina.

— Eu não estou lhe julgando Rhana, é algo apenas uma reação automática saber se ela está bem.

—É claro que eu entendo Regina, você é a mãe dela.

 — Não isso que eu quis dizer Rhana.

— Mas foi exatamente o que eu quis dizer maninha, porque é a mais pura verdade. Você é a mãe da menina, eu apenas a gerei e coloquei no mundo, mas nunca fui de fato á mãe dela. E agora eu entendo isso, porque senti a mesma coisa que sentia quando éramos pequenas. Eu a vi indefesa perto do Greg, a impotência e medo que ele a machucasse era o mesmo que sentia quando todos aqueles caras tentavam machucar você quando tentava defender a nossa mãe. Todas as bebedeiras dela, e como fugíamos para cá e vivíamos no nosso castelo, no nosso mundo particular. — O desabafo e as lembranças dolorosas de Rhana, deixaram a morena sem palavras.

E ao mesmo tempo lhe trouxeram certa esperança que parte da garotinha que protegia na infância ainda vivesse dentro de Rhana, porque se algo dela ainda existisse tudo não estava perdido.

— Eu não sei dizer Rhana.

— Não precisa dizer nada Regina, eu só queria lhe entregar a menina. Digo entregar de vez, com todos os direitos, ela merece ter um bom futuro e sei com você e Emma ela terá. É o melhor que posso fazer por ela. E bem talvez eu possa recomeçar, vou me entregar e quitar seja lá o que estiver devendo a sociedade.

Parte da garotinha valente e bondosa que Rhana fora um dia estava lá, a fazendo renascer e buscar um novo rumo para sua vida. Mills teve certeza que aquelas palavras não eram em vão, ela reconhecia a verdade em cada silaba dita.

 A conversa entre elas foi longa e Rhana contou a Regina como tudo tinha acontecido, desde descobrimento dos planos do Greg até o momento da agressão, e como ela havia fugido e levado Charlie junto. As irmãs pareciam estar zerando anos de brigas e momentos de desentendimentos, tudo caminhava para um recomeço. Elas ainda não tinham ideia de como tudo seriam, mas ao menos tinham descoberto que ainda havia amor entre elas e não se odiavam como sempre acharam.

 — Esse é o endereço de onde ele está. — Rhana entregou a Regina um papel com a localização de Greg. — Eu vou colaborar com á policia em tudo que precisar Regina, mas me dê apenas alguns dias para organizar minhas ideias e me entrego. Eu não vou fugir promessa.

Mills apenas deu um sorriso fraco e balançou a cabeça em concordância, não sabia o porquê mais em seu coração teve certeza que Rhana dizia a verdade. A despedida entre elas foi breve, Rhana Mills deixou aquele parque sem olhar para trás, e Regina não a questionou, elas sabiam que aquilo não era um adeus. Agora com Charlotte nos braços, Regina sentia que podia respirar novamente, agora tudo que importava era voltar para casa.

 

***

 

Emma estava desesperada, não só pelo sumiço de Charlie, mas também pelo desaparecimento repentino de Regina. E por mais que todos tentassem acalma-la a empresaria não conseguia parar um minuto si quer.

— Eu vou sair e procurar por ela. — Emma disse pela milésima vez, enquanto passava a mão pelos cabelos.

— Emma minha filha você precisa se acalmar, Regina deve apenas ter ido dar uma volta. — Mary tentava consolar a filha.

— Mãe, não pede calma agora, porque é tudo que não consigo ter nesse momento.

Sem pensar em mais nada, Emma foi até o sofá pegou seu casaco e começou a andar em direção a porta. Quando ela ameaçou levar à mão a maçaneta, a porta se abriu e por ela Regina entrou com Charlie nos braços.

— Regina! — Emma exclamou demonstrando alivio em sua voz. — O que aconteceu? Onde você estava?

 As muitas perguntas começaram e a morena sorriu, porque adorava o jeito de Emma Nolan Swan. Até mesmo quando ela estava desesperada.

— Swan antes de tudo se acalme. E uma pergunta de cada vez, mas antes vou colocar Charlotte na cama, ela está exausta.

— Eu ajudo você Regina. — Mary se ofereceu.

Antes de deixar a sala, Mills entregou a Emma o papel lhe dado por Rhana, e lhe disse do que se tratava. A empresária logo entrou em contato com policia, e entregou a localização de Gregori, agora era apenas questão de tempo até o canalha ser preso. O momento de festa e calmaria voltou a reinar na mansão Nolan nos dias que vieram depois, Mary parecia outra pessoa e David voltara ao convívio da família. Os avós aproveitavam juntos os belos momentos juntos aos netos, enquanto o relacionamento de Emma e Regina parecia florescer a cada dia mais. E Rhana cumprira sua palavra, uma semana após o encontro com Regina, ela procurou uma delegacia e se entregou, contando as autoridades tudo que sabia sobre Gregori, que a essa altura já tinha sido preso.

 A maior surpresa veio ao ela pedir um advogado do estado, para assinar os papeis entregando a guarda de Charlotte a Regina. A única exigência é que ela queria ainda participar da vida da menina, mas como a Tia Rhana. Ela tinha aprendido que às vezes filhos nascem do coração, como era o caso de Regina e Charlotte e não havia mais porque negar ou atrapalhar isso. Era a melhor decisão para todos.

 

***

Era final de tarde, quando o interfone da mansão Nolan tocou, Ruby atendeu a porta e um homem que se apresentou como oficial de justiça pedia para falar com Regina Mills.

— Só um minuto vou chama-la. — Luccas disse ao homem e pediu que ele entrasse. Em poucos minutos a morena veio ao encontro do homem, e as apresentações foram breves.

— Sou assistente social, e trago os papeis de guarda menor Charlotte Mills. O pedido da mãe biológica da menor, ela passa para você todos os direitos e deveres sobre a menina. A senhora só precisa assinar. — O homem revelou.

Regina ficou surpresa, não esperava que a irmã tomasse essa atitude tão rápida, mas no fundo tinha ficado feliz. Sem pensar muito ela pegou o documento e leu rapidamente e assinou. Não havia muito mais a ser dito, o resto era apenas coisas burocráticas, mas o mais importante tinha acontecido.

 Charlotte agora nunca mais seria tirada de Regina, e consequentemente de Emma. Quando a morena deu a noticia a família Nolan a comemoração foi enorme, finalmente teriam um pouco de paz. Os meses que vieram depois, não tiveram grandes novidades, há não ser o namoro repentino de Belle e Zelena. O casal passou a frequentar a casa dos Nolan, e acabaram recebendo o convite de Regina e Emma para serem madrinhas de Charlie.

— Não acredito que seremos madrinhas, amor. — Belle dizia comemorando o fato.

— As melhores madrinhas Belle. Não se esqueça disso. — Zelena completou a fala da namorada.

— Ei, eu acho bom serem a melhores madrinhas, mesmo ruiva. — Emma brincou. — É uma grande responsabilidade com a minha filha.

Aquela altura Swan, não via mais Charlie como apenas sua sobrinha. Amava a menina, como amava seu filho não havia distinções e o amor só crescia cada dia mais.

— Swan deixa de ser chata, eu escolhi a melhor madrinha do mundo, para nossa pequena. — Mills entrou na conversa e se jogou no colo da loira. — Belle é a pessoa mais responsável que eu conheço, e consequentemente ela vai colocar a sua amiga na linha. — Regina apontou para Zelena e recebeu uma careta da ruiva.

O momento de descontração durou por um tempo, até o choro de Charlie interromper a conversa. As quatro mulheres passaram o resto do dia paparicando e discutindo os detalhes do batizado da pequena.

 

***

 

O inicio do verão, em praia calma e sem muitas pessoas presentes foi o lugar que Regina e Emma escolheram para batizar Charlotte. Não havia padre ou qualquer outro representante de alguma religião, elas optaram por apresentar a menina ao mar, ao céu e ao infinito que era a vida. Caminharam pela areia de mãos dadas com Henry e Charlie, enquanto as ondas molhavam seus pés. De longe David e Mary assistiam a cena encantados enquanto Belle e Zelena iam ao encontro dos quatro. Assim que se aproximaram abraçaram foram trocados, e Charlie foi pega nos braços pelas madrinhas. Abaixaram-se com menina sobre a areia, o mar parecia colaborar e as ondas permaneciam calmas, e ajoelhadas fizeram promessas de sempre estarem presentes na vida de Charlotte.

 — Hoje prometemos estar sempre por perto, lhe daremos a mãos quando caminho for difícil. — Zelena disse primeiro. Em seguida pegou um punhado de água e jogou sobre a cabeçinha da menina, mas com todo cuidado para não atingir os olhos.

— Prometemos lhe proteger de todos os males do mundo, mesmo que pareça impossível. — Belle completou a promessa.

 E depois repetiu o mesmo gesto de Zelena, jogando água sobre a cabeça da pequena. Charlotte era dava pequenas gargalhadas contagiando a todos, a menina parecia estar tão feliz, como todos á sua volta. Aquilo era um recomeço para todos. O mar parecia ter levado tudo de ruim, trazendo novas energias e bons pensamentos.

— Hoje tudo isso parece um sonho. — Emma revelou abraçada a Regina.

— E se eu lhe disse que penso da mesma forma Swan?

— Eu vou acreditar Mills, mas toda vez lhe abraço sei que é real.

— Porque é real Emma, temos um mundo de possibilidades e um futuro inteiro pela frente.

— E eu sou grata por isso Regina. — A empresaria afirmou como se fosse uma prece.

E sobre o por do sol trocaram um beijo que representava o que haviam acabado de conversa. Novos caminhos, novas possibilidades e um futuro inteiro pela frente. 


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Notas finais do capítulo

Tudo em paz, e devidamente acertado, proximo capitulo é o final e será recheado de momentos doces e coisas fofas para compensar o sofrimento que elas passaram. Esperamos de coração que tenham gostado, e nos digam nos comentarios suas impressões e o que acharam de tudo. Voltamos em breve. Até!

Me perguntaram sobre twitter, eu desativei o meu principal, mas as vezes entro nesse aqui @omnesirae só seguir lá qualquer duvida.