Minha terra tem palmeiras... escrita por Tyke


Capítulo 8
Segundos passos


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, eu sei que ficou meio grandinho. Mas eu precisava terminar logo esse começo, então coloquei tudo. Mas nos próximos vou tentar mante o padrão de em média 2500 palavras. Acho que fica mais agradável quando tem padrão. É isso.
Espero que gostem :)



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Após terminarem o café da manhã, os alunos dos zés laranja seguiram a Inspetora Branchela e os dos zés verdes seguiram o homem misterioso que acompanhava a mulher. Esse homem  logo se apresentou  como "Professor Osmar" e guiou os alunos para o penúltimo andar do castelo... Muitas escadas! Danilo ofegava, mas a vista que teve ao chegar foi gratificante.

O penúltimo andar era como uma imensa área aberta, apenas colunas em arco paredavam o local. Era possível ver toda a floresta  ao redor com um mínimo espichar de pescoço... E era alto, muito alto! Danilo sentiu um medo horrível de por algum a caso cair do local. O professor Osmar não disse, mas o menino rezava para haver algum tipo de feitiço que impedia os alunos de cair... deveria ter...

— A direita fica o dormitório do Primeiro Ciclo. A esquerda do Segundo — Professor Osmar apontou as direções para dois corredores fechados... graças a Merlin! Fechados! — Por aqui fica a sala de Astrologia.

O professor seguiu reto por um terceiro corredor que levava a uma escadinha estreita e retorcida. Danilo olhou para trás e pode ver a Inspetora Branchela chegando no local onde estavam, com os alunos castelhanos. Mesmo de longe pode ouvi-la dizer:

A la derecha son los domitorios...

O menino parou de prestar atenção na mulher quando chegou no primeiro degrau da escada. Subiu sendo amassado por demais alunos, todos querendo subir ao mesmo tempo. Quando finalmente atingiu o topo, ele pode ver mais um comprido corredor enfeitado por quatro portas. Professor Osmar estava parado no batente de uma delas orientando os alunos a formarem uma fila no corredor.

— Fila indiana! Fila indiana! — O homem gritava e Danilo se perguntava que diabos seria um fila indiana.

Ele observou os outros alunos se organizarem rapidamente um atrás do outro e seguiu o exemplo. Um por um o professor chamava, perguntava o nome e anotava em um pergaminho... Tédio! Danilo escorou na parede após algum tempo de espera. As pernas, por pirraça, estavam cansadas.

— Então, sua família é bruxa? — Tião perguntou no pé da orelha de Danilo e este quase pulou de susto... Da onde ele saiu? Danilo não tinha prestado atenção na presença dele até aquele momento.

— Sim

— Inteira? — Ele perecia estar com medo de ir direto ao objetivo da dúvida.

— Pelo que sei, sim — Danilo pensou por alguns instantes...não, não havia trouxas... — Por quê?

— Você não me disse seu sobrenome, geralmente nascidos-trouxas se apresentam só com o primeiro nome... Então eu pensei...Sabe? Mas é estranho, porque você não age como um — Ele retorcia um botão da capa azul escuro e não encarava Danilo nos olhos.

— Teria problema se eu fosse? — O menino examinou Sebastião um tanto curioso... Notoriamente aquele garoto vinha de uma família importante... e será que teria ele preconceito?

— Não! Não da minha parte — Tião logo se explicou e sorriu — Só fiquei curioso... mas diz, qual seu sobrenome?

— Hooper — Respondeu e as sobrancelhas de Tião serraram questionadoras.

— Tem certeza?

— Sim, eu tenho — Danilo riu achando graça na pergunta sem sentido.

— Eu nunca ouvi... — O menino da capa azul e cabeça grande fez uma careta... ele estava pensando — Eu conheço todas as famílias, sério, meu pai me fez decorar tudo... você tem certeza?

— Acho que entendi... Que tal; Oliveira? É o nome da família da minha mãe.

— Ah sim, os coelhos! — Sebastião sorriu de lua minguante, revelando a falta de um dente superior.

— Coelhos? — Foi a vez de Danilo ficar curioso.

— Desculpe... — O outro ficou vermelho parecendo envergonhado — Meu pai os chamam assim... foi sem querer.

— Por que nos chama assim?

Sebastião, com sua enorme cabeça, quase quebrou o pescoço de tanto que a encurvou para o lado. Ele olhava para Danilo como se este fosse de outro mundo... e tecnicamente era. O menino de cabelos escuros se sentiu desconfortável pela maneira como estava sendo examinado, então decidiu deixar tudo claro... Talvez assim Sebastião até respondesse algumas de suas duvidas... Afinal ele era um Xerófila!... seja lá o que isso significa.

— É que eu não cresci aqui. Meu pai é britânico e quando minha mãe morreu nós fomos morar em Londres. Então eu não sei muita coisa sobre aqui e também sobre a minha família...pelo jeito.

— Oxe! Que legal! Quer dizer, não a parte da sua mãe, é que meu painho me levou uma vez em Londres para ver uma partida da Copa Mundial de Quadribol... É frio lá, não é?

— É... Então o que você quis dizer com "coelhos"? — Danilo não deixaria aquela informação ser esquecida sem um resposta.

— Bem... — A bochechas de Tião ficaram vermelhas e ele desviou o olhar de novo — É que os Oliveiras é uma família muito grande... você deve ter pelo menos uns nove primos distantes aqui na escola.

— Entendi, então é um nome comum entre os bruxos? — Danilo sorriu para mostrar que não estava ofendido.

— Sim.

— Próximo! — O professor Osmar gritou

Danilo demorou alguns instantes para perceber que ele era o próximo... de repente o tempo passou tão rápido! Ele foi logo se adiantando para entrar na sala e ao fazê-lo... paralisou... era linda! O teto todo azul escuro e decorado com pontinhos brancos, era um imenso mapa de constelações. Um enorme arco abria um buraco na janela, parecido com as paredes do andar de baixo. Posicionado de frente para abertura havia um gigantesco telescópio... O professor pigarreou.

— Seu nome, garoto — Danilo disse o nome completo e o homem apontou uma senhora em uma canto da sala — Pode ir.

O menino entendeu que deveria ir até a mulher, então foi. Assim que se aproximou, fitas enfeitiçadas voaram rodopiantes e malucas a sua volta. Elas mediram os ombros, o busto, a altura, a barriga, a perna e até os cílios. Nesse período todo a senhora fazia anotações. De súbito as fitas se afastaram dele e uma maquina de costurar começou a fazer seu trabalho sozinha num tecido verde e branco... Trinta segundos se passaram e...

— Aqui está — A velha mulher entregou a troca de roupa dobrada para o menino.

— E agora? — Danilo olhou ao redor.

— Agora sai daqui — Ela respondeu rude e o menino arregalou os olhos saindo a passos largos.

— Vá ao dormitório. É só seguir os outros alunos — O professor do batente da porta orientou quando Danilo passou por ele — Próximo!

Desceu as escadas de pedra retorcidas e seguiu pelo corredor e virou a esquerda, onde antes era direita e agora... era esquerda? Bem, era por ali. Danilo virou "por ali" em direção ao dormitório do Primeiro Ciclo.

Ao passar pelo corredor, ele pode ver alguns alunos carregando uniforme laranja, amarelo e azul circulando em toda direção. Os das duas últimas cores eram mais velhos e seguiam para o dormitório do Segundo... Felipe poderia estar entre eles! Danilo sorriu em expectativa, mas não o avistou... E os alunos de laranja caminhavam, assim como os de verde, na direção do dormitório do Primeiro.

Sabendo que não encontraria o primo, Danilo foi logo a onde deveria. Parou entre duas gigantescas portas de pedra.

Feminino. Estava escrito em uma.

Então, logo ele se adiantou para a porta com a placa Masculino... Mas... como ele iria abrir uma porta daquele tamanho?! Empurrar? Não, não deu certo era muito pesada... Para sua sorte uma figura parou ao seu lado,  carregando uma capa laranja.

— Oi, Pablo! — Danilo cumprimento e falou devagar, torcendo para que o menino o entendesse — Sabe abrir a porta?

Pablo, que tinha cabelos muito enrolados e volumosos como um ninho de passarinho, olhos fundos e cansados para a idade, um nariz em quase formato de focinho, piscou algumas vezes antes de dar de ombros e responder.

¡No!

"Ele me entendeu!!!... Mas não resolveu nada." Danilo pensou irônico antes de bufar.

— Tem que esperar o Auxiliar vir e registrar nossas varinhas, assim toda vez que tocarmos elas na porta vão abrir — Sebastião surgiu perto deles e explicou alegre — Meu irmão que me disse, ele está no terceiro ano do Segundo.

Depois o garoto cabeçudo repetiu seus dizeres em espanhol para Pablo. "Ahh!" Fez o menino com cara de focinho. Eles aguardaram e aos poucos mais crianças foram se juntando... Como Bruno, o garoto do Refeitório. Um tal de Juan, que fala como Pablo...

Do outro lado, garotas também se juntavam em frente a porta do dormitório feminino. Danilo reconheceu Letícia, do Refeitório, entre elas.

— Vai demorar muito? — Perguntou a Tião. Estava ansioso... muito ansioso! Ficar parado esperando só piorava as coisas.

— O-o quê? — O garoto gaguejou e Danilo seguiu o olhar dele até uma garota de cabelos castanhos dourados encostada na porta do outro dormitório, ela carregava uniforme laranja.

— Conhece ela?

— Ela? Ela quem? Está falando do quê? Não vai demorar, logo ele vem — Tião virou de frente para porta de pedra, cruzou os braços e ficou mais rosa que um doce de morango.

Danilo não pode evitar rir e levou um soco de leve por isso...Tião até sorriu e sussurrou um "Abestadado". No instante seguinte a porta se abriu e um adolescente, o tal Guilherme Auxiliar, surgiu e pediu para entrarem. Danilo observou o ambiente, muito agradável e bem decorado com quadros, plantas e símbolos esculpidos nas pedras. Mesas de madeira e pedra arrumavam-se em uma canto da sala e do outro almofadas e bancos acolchoados estavam espalhados de frente a uma fonte de água acoplada na parede como uma linda escultura. Alguns alunos já estavam uniformizados e aguardavam sentados no local.

As grandes portas se fechou e o rapaz mais velho, apontou uma tela de bronze pregada do lado de dentro dela.

— Todos, toquem a varinha aqui — Depois se virou para os hermanos — Poner las varitas aquí.

Os alunos,verdes e laranjas, seguiram as instruções. Quando todos foram "registrados", Guilherme os orientou até um painel onde estava escrito o nome das duplas e em que quarto ficariam juntas.

Danilo Oliveira e Sebatião Xerófilas - Carpa 02

— Chame de destino — Tião sorriu ao ler os dois nomes juntos.

— Prefiro chamar de carma — Danilo fingiu um suspiro de brincadeira.

Ele achou melhor perguntar antes de sair procurando sem rumo, virou-se para seu companheiro de quarto... quem não era uma companhia desagradável no final... e perguntou sobre os corredores.

— Carpa é o nome do corredor... eu acho — Tião levou uma mão aos lábios pensativo — É acho que é. Vamos!

O garoto puxou o outro pelos confusos corredores, pareciam mais labirintos. Juntos foram lendo as placas e vendo imagens de: Pacu, Salmão... Que tipo de doente nomeia corredores com espécies de peixes?

— Meu rei, você viu o os fundadores certo? — Tião respondeu arqueando as duas sobrancelhas, era para ser apenas uma, mas a outra acabou indo junto — Achei!!!

Danilo foi puxado para esquerda no corredor onde haviam desenhos de carpas na parede, elas movimentavam e nadavam nas pedras suavemente... Estranho... Eles pararam em frente à porta com o número 02 e sem hesitar Tião adentrou o lugar. As malas de ambos estavam colocadas sobre as camas opostas do quarto. Não era pequeno, cabia dois armários de madeira e duas mesas. E uma cortina verde e branca podia ser puxada para dividir o quarto em dois, se necessário.

Com a cortina puxada, eles se trocaram. Danilo observou-se no uniforme através de um espelho...Era, completamente diferente do que esperava. Nada de gravada, suéter, camisa de manga comprida...Ele vesti na verdade; Uma camiseta comum de tecido leve, mangas curtas, branca e verde claro. Uma calça preta que possuía um estreito e comprido bolso na lateral direita da coxa. A calça terminava embutida dentro de uma bota marrom não muito alta, nem muito curta e sim muito confortável. E por cima de tudo, vinha a capa verde escuro com o brasão de onça da escola...tecido tão leve, que Danilo se sentiu vestindo um lençol.

— Pronto? — Tião perguntou do outro lado da cortina.

— Sim, para que serve esse bolso na lateral.

— Guardar a varinha — Ele afastou as cortina desdividindo o quarto — Acho que temos que esperar na sala. Agora é o almoço de Boa-Vindas.

Ambos os meninos foram para o local onde já estava com vários outros. Avistaram Pablo sozinho em uma mesa e sentaram com ele. Tião conversava com ambos, ele agia quase como um tradutor quando Danilo queria dizer algo à Pablo e este parecia ficar muito feliz com isso.

— Estão todos aqui — Guilherme apareceu na sala e não perguntou, afirmou — Formem uma fila e me sigam.

Lá foram eles outra vez pelas intermináveis escadas, mas agora desciam ao invés de subir... Pelo menos!!!... Voltavam para o salão do Refeitório. No caminho Danilo fez uma nota mental de como o ambiente era estranho. Os moveis pelo caminho não combinavam com o estilo de pedra da estrutura. Alguns eram de madeira, medievais e renascentista, outros eram modernos de mais, trouxas de mais e ainda havia os feitos de folhas trançadas, artesanais de mais... Danilo até gostou.

Assim que chegaram no Refeitório, já haviam outros alunos... O Primeiro Ciclo inteiro estava ali. Danilo avistou Lucas sentado sozinho com uma garota e foi em direção a ele.

— Oi — Cumprimentou tímido.

Danilo. Danilo Hooper! Senta ai, chapa — Lucas quase sorriu e apontou as cadeiras vazias. Assim o menino fez, sem perceber que Tião e Pablo o seguiram fazendo o mesmo — Quem são seus amigos?

— Sebastião Xerófila e esse é Pablo Viña — Tião pousou uma mão no próprio peito ao se apresentas, cordial de mais, e depois apontou o menino com cabelo de ninho ao apresentá-lo.

— Ui!... — A garota á mesa soltou uma exclamação e olhou sugestivo para Lucas, os dois dialogavam em silêncio. Depois ela voltou-se para os calouros, mas principalmente para Danilo — Ylara Portina.

— Portina, a família das favelas? — Tião perguntou alegre e recebeu um olhar de desprezo tanto de Ylara quanto de Lucas.

— Acho que ele não quis ofender — Danilo se adiantou, lembrando que o colega de quarto chamou sua família de coelho e também pelo fato: "Meu pai chama assim... Meu pai me fez decorar tudo". Obviamente o insulto escondido não veio dele, mas sim do adulto.

— Aham... E o que o barãozinho faz na nossa amada mesa dos perdedores? — Ylara provocou ainda encarando feio o garoto da enorme cabeça.

— Eu vim com o Danilo. Me perdoe eu não falei por mal — Tião exibia um olhar triste e magoado, um que seu colega de quarto ainda não tinha visto.

Lucas e a garota conversaram novamente com olhares. Então o garoto deu de ombros e estendeu uma mão educada para Sebatião.

— Meu nome é Lucas. Sejam bem-vindos aos perdedores.

— Perdedores? — Danilo perguntou.

— É o que somos, amigo — Ele apontou para ele próprio e para Ylara — Sintam-se a vontade para dá no pé se quiserem, compreendo totalmente.

—Tem mais um manézão, o Reginaldo. Mas ele está na enfermaria — Disse a garota.

— Ele sempre está na enfermaria — Lucas completou.

— Por quê? — Sebastião perguntou sorrindo... passado o mal entendido, ele parecia estar gostando muito dos "perdedores".

— Ninguém sabe — Lucas abaixou a voz como se contasse um mistério.

¿Puede dicirme lo qué está sucediendo? — Pablo perguntou confuso, no mesmo instante que a Inspetora Branchela começava fazer um discurso.

Tião explicou para o hermano laranja tudo que foi dito. Nesse instante Lucas puxou Danilo pela capa o aproximando e cochichou para ele:

— Nada mal. Você é mais esperto que eu pensei.

— Como assim? — O menino realmente não entendeu porque era elogiado sem motivo.

— Você fez amizade com um "tradutor" da família mais importante do mundo, só isso — Lucas sorriu sugestivo e por algum motivo Danilo se sentiu ofendido com isso.

— O que? Não foi planejado. Eu nem sei direito que ele é... nós somos colegar de quarto e...

— Hey, moçinhas! — Ylara falou ríspida para os dois meninos — Querem calar a boca antes que a Branchela vem aqui e nos joga pela janela?

Danilo se calou no mesmo instante, não duvidando que a Inspetora de cara feia seria capaz de fazer isso. A mulher fez um longo discursos relembrando as regras e acrescentando mais umas, depois deu as boas-vindas aos novos e velhos alunos. O almoço finalmente foi servido e magicamente foi surgindo nas mesas.

Graças a Merlin, o atrito inicial entre Sebastião e os dois alunos do segundo ano logo passou. O garoto cabeçudo era "bobão" de mais para que até mesmo Ylara guardasse remorso do que ele disse... Logo os cinco conversavam alegremente, até Pablo arriscava tentar dialogar diretamente com os outros sem a ajuda de Tião... Danilo só não entendia o porquê de pessoas tão legais como Lucas e Ylara se alto intitularem perdedores.

O almoço acabou, os alunos do primeiro ano deveriam seguir o professor Osmar outra vez, estava na hora do tour pela escola... E realmente o tal do Reginaldo não apareceu... Danilo se despediu dos dois segundo-anistas.

O passeio foi bem cansativo, desceram e desceram escadas. O professor mostrou uma sala aqui, uma sala ali... Leste do Primeiro Ciclo, oeste do Segundo... Mostrou a sala da Inspetora, os dois imensos salão de festa. A ala de Magizoologia, era enorme e ficava no térreo, cheia de criaturas mágicas e animais pequenos em gaiolas... também tinha um cheiro muito estranho. As estufas de Herbologia, eram quatro e fora do castelo, igualmente grandes.

Por fim o professor os levou ao Avezeiro, onde ficam as araras e outros pássaros treinados para entregarem carta. Esse lugar adentrava um pouco a floresta fechada e de inicio pareceu meio assustador para Danilo.

— As árvores pintadas de vermelho determina os limites. Vocês não podem passar delas sem permissão — O professor apontou algumas árvores no fundo do Avezeiro pintadas na base de vermelho — Para lá fica o campo de Quadribol, mas agora devemos voltar.

Quadribol??? Danilo olhou para o lugar apontado. Finalmente foi dito algo que ele queria ouvir... mas não iriam até lá. Droga!... Realmente o céu começava a amarelar, sinal que já estava tarde. Os alunos foram levados de volta para o Refeitório onde jantaram e depois aos dormitórios.

O professor Osmar entregou a cada aluno o seu horário de aulas do dia seguinte e antes de sair avisou:

— Branchela deve ter dito, mas irei repetir. Não saiam do dormitório depois das noves sem permissão. Se caso saírem, terão que lidar com a Pisadeira. Boa noite! — O homem sorriu malvado antes de ir embora.

— Quem é essa? — Danilo perguntou a Tião. Era a segunda vez que ouvia tal nome e não fazia a menor ideia do que se tratava.

— Pisadeira? — Sebatião se arrepiou só de pensar  — É uma velha que vigia os corredores a noite. Se ela te pega, e sempre pega, te pisa até te deixar sem ar.

— Pisa? E depois?

— Eu não sei... e não quero descobrir

— Ela é um fantasma? — Danilo perguntou enquanto faziam o caminho até o quarto.

— Não. E nem é humana... é uma criatura — Agora sim Danilo sentiu um arrepio passar da espinha pro estomago e deste para o coração.

Assim o primeiro dia na escola chegou ao fim, com todos dormindo. E até mesmo pensando na medonha Pisadeira o menino, que fugiu anos atrás e agora estava de volta, teve bons sonhos naquela noite encantadora em seu quarto 02 no corredor das carpas.


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Notas finais do capítulo

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