Nosferatu: O mundo dividido escrita por LorDZhard


Capítulo 3
Capítulo 3:Cumprimento ao Menace


Notas iniciais do capítulo

Fala ai... Demorei mas... bora la



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No fim do trem, exatamente no mais luxuoso vagão a mais alta classe esbanjava riqueza com as pomposas vestimentas, garçons e garçonetes bailavam com maestria junto às bebidas arranjadas milimétricamente nas bandejas de prata.

Por ser um vagão aos olhos de seus ocupantes “comum” era possível transitar entre um lado a outro sem sequer encostar-se a qualquer Royali e sabendo disto um homem em especial caminhava ao lado de uma pequena negreira, este homem tinha um olhar arrogante como se ninguém tivesse a permissão de cruzar seu caminho, o nariz alabastrino se erguia para qualquer outra pessoa com superioridade. Trajava uma elegante camisa social negra de poucos detalhes em azul, apenas três botões seguravam sua camiseta deixando assim o definido peitoral branco amostra sempre rodeado por dois colares longos, um dourado e o outro preto, seus cabelos loiros quase brancos eram sempre penteados para trás, a calça social preta era simples e quase sem nenhum adorno além da bengala de ponta dourada, no entanto o sapato de couro brilhante era escarlate de certa forma combinava com o fundo carmesim da blusa de couro preto posta em suas costas a qual lhe dava um ar ainda mais soberano.

Não importava quem ou o que.

Não importava sua riqueza ou fama.

Não importava força ou inteligência.

Não importava quantos.

Todos paravam na presença do monstro.

Todos demonstravam respeito e medo ao homem.

Todos conheciam seu nome.

O ser vivo mais poderoso do mundo.

O carrasco escarlate: Vernon Valentine...

Parece que as coisas vão ficar interessantes por aqui— Falou ao passo em que seus olhos se dirigiam para a cadeia de montanhas ao lado- Lifth, se prepare pois assim que terminarmos nossa conversa com Gaulle vamos seguir para as montanhas de Bei.

O pequeno ser nada disse, apenas o acompanhou sentando timidamente ao lado de Vernon quem cruzava as apenas perdido em pensamentos.

Lifth bem como era possível ver nada era além de seu escravo e como tal trajava nada além de trapos enquanto tinha suas mãos atadas por uma poderosa algema que chegavam a machuca-lo.

Ao menos era assim que muitos o imaginavam ao lado de Vernon, porém quebrando qualquer pensamento ou rumor o pequeno negreiro trajava roupas da mais alta classe, acompanhado seu mestre portava um pequeno terno marfim o qual dispensava as calças pela bermuda quatro dedos acima do joelho assim exibindo as pernas de forte coloração morena, seu cabelo era castanho bem como os olhos, um visual comum se não fosse pela altura que nem mesmo chegava na cintura de Vernon, em outras palavras uma criança de sete anos o acompanhava.

— Isso não é bom— Pensou ao fitar o sorriso que aos poucos tomava forma na jovial face- Ele está ficando empolgado... Se por um acaso se decepcionar depois não quero nem imaginar o que vai acontecer com um dos poucos patrimônios nacionais.

[...]

— Os bestiais— Crista murmurou— Sabia que deveríamos ter removido tudo o que deixamos para trás naquele dia... Se mais alguma coisa deste nível ficou por lá, temos que nos apressar com a remoção.

A líder se manteve em silêncio por breves instantes, mordiscava os próprios dedos enquanto murmurava possíveis ações a se tomar. Neste mesmo tempo Valeth apenas a fitava no mais profundo silêncio, sabia o quão inerte ela ficava em seu próprio mundo de possibilidades. Por isso apenas esperou pacientemente pela decisão.

— Valeth— O chamou no mesmo instante em que se levantava da estofada poltrona- Quero que reúna Shafell, Amazona e Raijin vamos montar uma força punitiva e acabar com eles em seu próprio ninho— Foi então que a loira parou com uma epifania ela apenas se tocou agora- Onde você disse que ele poderia ser?

— É... Em uma das três montanhas de Bei— Relutante ele respondeu, já havia relatado que se suas investigações estivessem corretas estariam completamente infestados.

Ela cerrou os dentes enquanto batia as mãos no rosto— Reúna eles agora!— Com a voz mais potente intimou o mais jovem que prontamente obedeceu, saindo como um vulto seu objetivo era Major, ele com certeza saberia onde os outros estariam- É bom que vocês estejam bem idiotas— Ralhou também saindo de sua sala.

[...]

Como esperado, o desembarque era movimentado, pessoas corriam atrás do pão de cada dia, outros buscavam novas chances na vida. Porém é claro que para os ricos e poderosos privilégios como o desembarque antecipado bem como a saída da terceira estação eram muito mais organizadas e “seguras” aos olhos de Vernon.

Royal por ser um país de grande extensão dispunha de seis terminais complexos responsáveis não apenas pela manutenção constante das linhas como também dos doze trens que circundavam pelas outras cincos estações, sendo elas terminais: Roxan, Orland, York, Atúem e Luz.

— Marine—Exasperou andando calmamente, duas das mãos eram levadas com maestria aos bolsos enquanto a bengala era presa por uma pequena corrente de outro— Quem diria que o mais recente terminal seria tão movimentado— Não apenas ele como também Lifth sempre ao seu lado reparou no grande número de pessoas em espera— Nem pense em se afastar ouviu? Muitos dos cretinos ali dentro só esperam a primeira oportunidade para roubar algum coitado despercebido.

— Então porque ainda estamos aqui?- Curioso quanto às palavras do mestre ele continuou— Digo não é como se eu estivesse desobedecendo ao mestre ou me colocando por cima dele, mas o senhor não tem uma importante reunião com o senhor Gaulle?

— Ele quem espere— Cruzou os braços sem retirar seus olhos das portas- Já disse a Verdana uma vez e não pretendo me repetir: Se ela pretende usar meu nome bem como meu dinheiro para engrandecer suas posses ela deve aceitar qualquer decisão minha sobre nosso futuro “amigo”. E se claro ele não estiver pronto para mim a qualquer momento o que o faz pensar que pode suprir as necessidades dos Vermelhos?

— Entendi— Abrindo seus olhos com surpresa o negreiro não pode deixar de se sentir um idiota, como não pode perceber mais cedo?- Então o senhor pretende testar o mestre Gaulle.

— Oque?— Tão surpreso quanto. Vernon dignou apenas a fraca rotação de sua cabeça para o menor, é percebendo a momentânea confusão de seus olhos tratou de limpar a garganta— Claro, como esperado de você Lifth. O único que sou incapaz de ludibriar, muito bem meu servo— Com a severa entonação digna de quem ele era elogiou o menor torcendo para que não percebesse sua mentira.

— Jamais meu senhor, isto agora foi apenas um ordinário golpe de sorte, como seu humilde servo sequer cogitar a possibilidade de me mostrar superior a ti nada seria além de ofensa de minha parte— Com uma incomum seriedade o negreiro apenas se curvou.

— Não se preocupe com isso, apenas vamos seguir caminho— Se virando de modo a sua blusa pairar ante ao ar- Já perdi qualquer interesse por aqui.

E foram embora, poucos segundos depois sua previsão se mostrara correta e o congestionamento se deu início, naquele mesmo início de tarde a queixa de furtos e agressão atingiu um nível nunca visto na sede dos imperiais.

[...]

Edward cavalgava com as mãos fundas em seus bolsos cantarolando uma musica qualquer enquanto que Evangeline incapaz de observar a estrada em sua frente mantinha o olhar preso no mapa. Não muito diferente de Vernon eles também tinham seus benefícios, e devido a tais foram não apenas capazes de alugar sua própria montaria.

O animal era exótico por si só era quadrupede ele poderia ser considerados uma mistura de bode nas patas dianteiras e um cavalo nas traseiras, a pelugem era tão fofa quanto à de uma ovelha contratando com a baixa forma que era podada. As cores poderiam variar conforme a idade, no caso deste seu corpo era completamente banhado vermelho demonstrando assim o auge da idade da besta com chifres encaracolados na face que ligeiramente lembrava um gato.

— Os Mustaqill são uma raça bem interessante se quer saber— Edward quem se deitou nas largas costas do animal falou para a mulher enquanto colocava o chapéu em frente aos olhos.

— São é?— No intuito de confortar o parceiro que com toda a certeza estava entediado com a viagem indagou sem muita expectativa na voz.

— Mas é claro— Respondeu – Além de serem capazes de memorizar um caminho com apenas uma viagem eles são totalmente independentes. Olhe para as suas mãos, sequer estão segurando as rédeas, mas ele continua seguindo o caminho ordenado por seu mestre— O displicente gesto com as mãos deixou mais do que evidente a indireta.

— É sério isso?— Pela primeira vez abandonou o mapa e fitou o pistoleiro – Vai realmente trazer esse assunto de volta?— A sobrancelha arqueada bem como sua voz descontraída entregavam o completo contrario das palavras.

Sorridente ele se levantou, tendo passado duas horas desde sua “recaída” Evangeline tinha mudado por completo. Da mulher antes brincalhona e displicente para uma objetiva e um pouco mais seria inclusive ela quem dera a ideia de se locomoverem em apenas um Mustaqill bem como ela quem fora a responsável pela negociação. Edward sorria ainda mais ao se lembrar de que por muito pouco não correra para o socorro do jovem mercador “fisgado” por sua síndrome módica – Claro que não, longe de mim querer incomodar a “Herança de Baco” com assuntos já “acabados”— Criando aspas bem ao lado de sua boca ele se assustou com o repentino baque da criatura e incapaz de manter o equilíbrio teve sua face bem como especialmente a boca perigosamente perto dela.

Cansada do longo rodeio do homem Evangeline sentindo que já era sua vez de atacar apenas cutucou de leve a área próxima à pata direita do Mustaqill. Devido à área ser de característica completamente pedregosa seus cascos dianteiros fincaram como uma lâmina no chão, entretanto apenas isso não seria o suficiente para resultar no que ela queria e por isso agradeceu a própria sorte por estra sentada de forma elegante desde o inicio da viagem e agora com todos os requerimentos cumpridos deleitou-se da face descompassada e de certa forma desesperada de Edward — Você fala demais— Além de estar em total controle de suas ações não podia negar que em seu intimo via certo charme nas tantas provocações de um homem que no fim acabava agindo como uma criança envergonhada. Se era culpa de seu sadismo ou da própria bebida é algo que apenas o tempo dirá. Neste momento tudo o que a importava era a extrema sensualidade e prazer que aqueles lábios a promoviam apenas com a visão e em sua desenfreada busca por mais agarrou o longo tecido negro que cobria seu pescoço.

 Edward surpreso apenas mantinham os olhos abertos enquanto ela “curtia” seus lábios, realmente se sentia de certa forma patético –  Que raio de homem era ele que perdia a própria compostura apenas por um beijo? – Pensamentos assim passavam por sua frenética mente que aos poucos se acalmava, poderia ela ainda estar bêbada? Antes mesmo de se fazer tal pergunta ele mais uma vez fora pego de surpresa. Incapaz de continuar seu recente raciocínio estava mais uma vez sem chão, era exatamente o que se imaginava. Ele era o boneco nas mãos da mulher que agora sem o mínimo pudor insinuava sua língua por seus lábios — Quer saber... Que se foda — Pensou pela ultima vez seguindo apenas seus instintos de agora em diante.

Tendo uma natureza quase que completamente dominadora ela tentava a todo o custo definir um ritmo feroz capaz de saciar suas vontades. Contudo Edward defendendo seu “orgulho como homem” tentava rebater a grisalha tentando assumir uma velocidade lenta e dolorosa que em nada saciava a mulher. Percebendo que em nada seu orgulho ajudaria decidiu por deixar tudo nas mãos dela e se antes era feroz agora era bestial a forma em que ela lhe sugava a língua e mordiscava seus lábios.

Edward movido pelo instinto tratou de passar aquelas pernas tão belas e definidas por anos de trabalho e treino por entre suas costas. Não apenas isso como as mãos aperaram com vontade a bunda da mulher que arfou surpresa com a ousadia do homem que agora a dominava completamente. Gemeu ainda mais com a repentina atenção que ele dava em seu pescoço, ora mordiscava ora chupava enquanto que em resposta Evangeline mordia com força a área ao lado do pescoço de Edward.

Queria continuar. Deus como ela queria mostrar aquele convencido quem realmente mandava, mas... O grave grunhido da fera bem como o balançar negativo de sua cabeça tirou a dupla de seu suposto “mundinho”

Evangeline rapidamente girou ao mesmo passo em que passava a perna esquerda para o outro lado no intuito de “guiar” o Mustaqill ela mantinha um sorriso bobo enquanto a face de porcelana era tingida de vermelho devido a recente excitação.   

Edward por outro lado se mantinha estático e boquiaberto com sigo mesmo – Uau, nem eu esperava tanto de mim— Mantendo tais palavras em pensamentos ele somente precisou arrumar suas roupas enquanto um silencio de certa forma zombeteiro tomava conta do ambiente.

— No fim eles realmente são uma raça interessante não?— Divertida ela perguntou mantendo os olhos na cabeça da fera que apenas grunhiu em resposta, para a dupla este grunhido em especial significava apenas uma coisa.

— “Humanos”

[...]

— Major— Valeth chamou, sua voz era pesada devido ao recente esforço – Crista pediu para reunirmos Raijin, Amazona e... — Estagnou com a visão da morena e além de estar falando tão rápido a ponto de ninguém entender ainda era preciso se dar conta que ele era o Branco numero 1 e que apenas a sua presença já era mais que suficiente para chamar a atenção dos recrutas, ainda mais se estivesse falando com o único abaixo da líder de forma tão leviana como aquela.

O loiro quem mantinham um pesado olhar para os homens em treinamento agora direcionava tal olhar para Valeth. Não estava zangado pela forma que o mais jovem o abordou, nem mesmo por ter feito o ritmo de treino entrar em colapso afinal além de jovem ele era poderoso... Muito poderoso e devido a este poder já tinha aprendido a conviver com o jovem egocêntrico... No entanto sua fúria era devido à informação que acabara de gritar. Reunir mais de um membro dos 8 supostamente ao lado de sua líder suprema significavam duas coisas: 1º Uma missão que apenas eles eram capazes de cumprir deveria ser passada e 2º Os vermelhos estavam para aprontar mais uma. E sabendo disto os mais jovens poderiam muito bem seguir seus ídolos e no melhor dos casos acabar morto... Algo que não ele iria impedir com todas as suas forças – Inquiete-se Valeth White espere por mim no salão principal— Ordenou ao jovem quem prontamente obedeceu com uma rápida troca de olhares Shafell simplesmente desaparecera da visão dos soldados — Enquanto a vocês— A voz carregada com toda a autoridade que lhe era por direito fez com que não apenas os recrutas como também os atuais guardas quem os treinavam entrassem em alerta máximo — Não lhes dei a ordem para parar e ainda assim o fizeram... Intensifiquem o treino em quatro vezes, se alguém morrer culpe a si mesmo por me desobedecer e se alguém sobreviver meus parabéns estará livre do treino de amanhã — Finalizou enquanto rumava ao gigantesco portão principal, claro que ele sabia que todos os jovens promissores ali eram mais que capaz de sobreviver. Enquanto que a centena de homens nas muralhas bem como os guardas que se mantiveram longe dos treinos agradeceram a todos os primordiais não ter direcionado sua punição a eles e continuaram com o trabalho anterior.

[...]

Estava com um grave problema, além de interrompido a importante rotina pela segunda vez no dia esperava ao menos ser capaz de lhe repassar corretamente as ordens de Crista antes de receber o eterno sermão que Sartório uma vez lhe dissera — M- Major— Hesitante ele gaguejou devido o imponente caminhar do homem que apenas ajeitava suas luvas. Não era incomum o atual estado mórbido do salão, isso apenas mostrava o quão empenhado os membros regulares eram para serem reconhecidos pela elite que em sua grande maioria raramente deixavam a fortaleza.

Por ser construída colada a uma montanha a fortaleza totalizava quinze extensos andares sendo os dois acima capazes de confortar todos os guardas. Sendo como um gigantesco castelo os próximos quatro andares pertenciam os exploradores e os oito andares em seguida pertenciam periodicamente a cada um dos membros da mesa. Se ele deseja-se poderia dividi-lo com um pequeno grupo de exploradores corajosos e poderosos o suficiente para acompanhá-los em possíveis missões, entretanto pessoas “comuns” aceitavam a realidade de que os 8 superavam e muito os “limites humanos” sendo assim apenas aceitavam o fato de que eles tenham apenas um explorador como companheiro. Algo que nem mesmo Valeth tinha.

— Pronto— Com uma voz mais familiar ele se aproximou do grisalho — Agora podemos conversar corretamente.

— Se não me engano vocês deveriam reunir Raijin, Amazona e por acaso eu?— Incapaz de continuar Valeth fora surpreendido pela voz da “Dama de terracota” que quase que de forma divina materializava seu corpo entre os dois — Bem como você já deve imaginar eu os trousse até aqui — Num estalar de dedos a primeira a aparecer fora amazona.

Sua beleza deveras exuberante deixava no chinelo qualquer mulher que se importava demais em aparecia ou cuidados afinal dona de uma pele morena e repleta de cicatrizes que mais eram motivos de orgulho ela exibia quase todas devido o vestido de batalha aberto nas costas, uma forte prendia a alça de cima ocultando os rígidos e medianos seios, sua perna direita colocava vários homens orgulhosos de seus músculos no chão esta amostra toda era apenas para lhe dar maior mobilidade em meio ao combate, um cinto de couro negro era belamente torneado por uma grande moeda de ouro tanto na frente como na parte de traz, neste mesmo cinto duas laminas de cabo curto e de ponta dupla curvada como uma lua minguante eram as únicas armas que ela carregava. Prendia o cabelo negro e longo que chegava a bater nas costas com um coque que muitos duvidavam ter sido feito por ela, apenas na orelha esquerda era posto um brinco de prata da mesma forma das lâminas e por fim com o simplório par de luvas negras ela evitava calejar as mãos — Eu ainda preciso me acostumar com seu teleporte — Disse enquanto colocava as mãos na cabeça — Então vamos logo falar com a Crista?

Sem menores rodeios Shafell mais uma vez estalou seus dedos, a espera de Rainjin ela voltara a falar — Só vamos esperar nosso filosofo e então...

Silêncio, o mais puro e cruel silêncio. Um membro da elite dos brancos, um dos poucos homens capazes de se colocar ao lado de sua líder o espadachim dito como capazes de dobrar raios e trovoes a sua vontade... Nu, como veio ao mundo ele apareceu no centro do salão, segurava um grande pergaminho repleto de escrituras enquanto fitava cada um de seus companheiros que apenas mantinham a cara de paisagem para o albino. Como forma de ocultar os olhos levemente puxados — Por favor, me encontrem na sala da Crista— Pediu enquanto seu corpo assumia forma imaterial azulada e subia as escadas em alta velocidade.

— Aquele que estiver contra basta ficar para trás— Major o primeiro a iniciar a subida fora seguido pelos demais que começaram a discutir se era certo ou não utilizar magia para transporte.

[...]

Se vista de longe já era uma estrutura que impunha o verdadeiro significado de mãe Gaia vista de perto a cadeia de três montanhas tornava-se quase que um santuário por sí só. Devido ao cansaço do Mustaqill  Edward e Evangeline optaram por deixar a fera ter seu merecido descanso enquanto se aproximavam cada vez mais do arco que representava a entrada para a primeira montanha.

— Então é só apitar isso aqui e o vermelho volta com tudo?— Edward perguntou, em suas mãos um pequeno apito vermelho tinha ambas as pontas pintadas de preto. Quanto ao “vermelho” fora o único nome em mente dado pela dupla.

— Exato. Quer vida mais fácil que isso?— A cada palavra dita eles se aproximavam da entrada e com desgosto viam o quanto o tempo tinha agredido o local que uma vez servira de santuário — Sabe eu sinto um pouco de pena deles...— Por baixo eles erguiam a cabeça.

— Deles quem?— Edward perguntou já tendo em mente qual seria sua resposta – Se estiver falando dos Primordiais saiba que eu compartilho desta sua “pena”. Sabe é cruel demais simplesmente décadas de fé e crença serem simplesmente abandonados em uma única noite.

— Pois é desde que o mundo conheceu o terror dos “verdadeiros” primordiais é como se a palavra de Estibius e seus 15 filhos fossem simplesmente historias contadas por bêbados na sarjeta.

Os primordiais, mais do que uma religião uma forma de vida, para cada um dos desejos mais mundanos e primordiais de uma pessoa eles existiam e as guiavam a fim de realizar tais como: O desejo de se aventurar e desbravar o mundo defendido por Fernatarel, a vontade de encontrar a paz por meio de Angelarel a vingança a ser declarada e guiada por Symikel, ou Aszabeel aquele presente na ruína vivida pelo homem, caso alguém desejasse a redenção por seus pecados ou vontades Galgarón quem os recebia de braços abertos e por fim as batalhas e sanguinolência eram sempre desejos concebidos por Gadreal o primordial da guerra, tortura e desespero.

Estes eram exemplos dos seres adorados e tidos como deuses cerca de vinte anos atrás. Mesmo que lhes fosse doloroso lembrar aquela noite eles sabiam que fora mais doloroso ainda saber que todos os santuários de todos os primordiais espalhados por Royal foram profanados e sujeitos a uma serie de destruições conforme os anos passavam

— Particularmente eu costumava seguir os caminhos de Symikel— Edward falou, era estranho dizer justo agora que ele buscava vingança — Mas claro que isso era antes de me unir aos Brancos— Desconversou definitivamente este não era um assunto que ele deveria abordar. Na época era jovem e inconsequente e assim ficaria apenas em sua mente.

Respeitando a decisão do “amigo” Evangeline simplesmente bufou resignada sinceramente adoraria descobrir qual é a do passado dele, mas... — Melhor deixar que o próprio tempo resolva— Disse para si mesma ao seguir o homem até que se chocou com suas costas largas, por ser devidamente menor do que ele tratou de perguntar — Ei você tá be-— Incapaz de continuar ela se assustou com o olhar sério de Edward que aos poucos aproximava as mãos do coldre.

Sem perder tempo ela olhou para aquilo que o deixou em guarda. Era grande, grande o suficiente para que uma pessoa normal fosse somente capaz de atingir seus joelhos, sua pele mais branca que os próprios cabelos que desciam até pouco depois da nuca, as orelhas eram pontudas como as de um animal, o peitoral aberto era extremamente musculoso aponto da carcaça de lobo mais servia como uma capa. O mesmo servia para as pernas as quais trajavam uma bela e decorada calça de couro negro moldada com poucos detalhes dourados, porém a pelugem bem como os vários ossos espalhados pela mesma praticamente ocultavam suas pernas. No lugar das mãos possuía cinco dedos que mais podiam ser tratados como garras capazes de cortar até mesmo aço, cravado no chão ao lado esquerdo o pomo de um machado de batalha tão grande quanto ele praticamente implorava para ser utilizado. Por fim seus olhos vermelhos fuzilavam a dupla.

A primeira reação de Edwrad foi passar o pano para a altura de seus lábios enquanto a mão esquerda se aproximava de um dos vários bolsos por dentro do casaco — Assopra o apito— Ordenou de forma que apenas ela pudesse ouvir — “Se levar em conta que nós estamos invadindo seu território ainda temos uma chance de sair daqui sem problemas”— Pensou – “Porém se fosse esse o caso ele teria nos abordado muito mais cedo ao invés de simplesmente esperar paciente na entrada”— Absorto nas próprias ideias foi surpreendido com a insana velocidade em que a fera se colocou a sua frente, a reação não fora outra se não apertar a bomba.

Como resultado uma grossa camada de fumaça negra cercou o trio, Edward chutou Evangeliene para traz poucos instantes antes de rolar para os lados e tomar como cobertura uma rocha próxima. Seguindo seu exemplo a grisalha fez o mesmo assoprando o apito logo em seguida.

— Vim até aqui para dar nossos cumprimentos de Lionel — O humanoide então se virou para Edward estendendo-lhe uma das garras vociferou – Temór “O machado de guerra” é meu nome agora me prove que ele não estava errado quanto o seu valor— Declarou sem sair do lugar.

— “Ótimo”— Edward pensou — “Em primeiro lugar “eles” não estão sozinhos, segundo Tremór com certeza não é líder e agora que sei que ele tem olhos apenas em mim posso ganhar tempo até que o vermelho chegue — Abandonando sua cobertura sinalizou para que ela retornasse — Bem colocando simplesmente a palavra valor sabia que— Incapaz de continuar fora repentinamente cortado pelo maior seu olhar exibia uma mistura de surpresa e pavor.

— Você pode interpretar de varias maneiras diferente?— Perguntou completando a frase do moreno — Mas como diabos ele sabia o que eu ia dizer?— Desta vez recitando os pensamentos de Edward ele sorriu enquanto o receio do cowboy crescia cada vez mais — Quem sabe— Cortando a palma da mão com as próprias garras ele a estendeu em direção da mulher, fino o suficiente para ser quase invisível não apenas atravessou a grossa rocha como também ultrapassou o ombro sem que nem mesmo ela sentisse.

— Eva! — Edward sacou mais uma bomba e sem delongas a arremessou na direção de Tremór que sequer se deu ao trabalho de desviar — Você... Consegue mover o braço?— Perguntou em sussurros enquanto sangue vazava fracamente pelo ferimento no ombro.

— Sim— Respondeu enquanto gentilmente retirava as mãos dele de cima – Mas mais importante que isso, quais são nossas chances?— Se arrependeu da pergunta quando a resposta veio rápida.

— Nenhuma— E se ele, um dos 8 estava dizendo isso como diabos ela poderia contrariar? — Porém se formos fugir as coisas mudam um pouco, eu fico e você volta para base o mais rápido possível— Sacando de ambas as armas ele novamente saiu da cobertura, de lado caminhava enquanto ambas as armas se mantinham apontadas para o maior – “Ele por acaso esta brincando comigo?”— Pensou — Ei, vai vir ou não? — Provocou, se era brincadeira ou não pouco importava com tanto que ela pudesse escapar e voltar com ajuda.

— Perdão, estava apenas pensando que é realmente uma ironia eu o mais poderoso dentre os bestiais enfrentar alguém tão fraco... Não concorda?— Perguntou ao passo em que se virava para o deleite de Edward – “Essas coisas... É melhor evita-las” – Pensou tardiamente quando um disparo pegou em cheio seu peito. Deu leves passos para traz e em resposta passou a mão pela marca onde retirou a bala amaçada.

— Pois é “fraco” é uma palavra que eu constantemente escuto— Zombou ao puxar o gatilho da esquerda e acertando mais uma vez o mesmo local —“Droga como essa merda dói” — Ocultando a crescente dor nos pulsos ele sorria frente Tremór que se perguntava o que era aquilo que o atingia.

— Retiro o que disse— Lambeu os lábios ao mesmo passo em que estendia suas mãos para traz, o gigantesco machado em resposta girou no ar enquanto retornava para suas mãos – Um homem com uma arma capaz de me ferir deve ser levado a sério... Contudo aqueles que fogem de mim nada são além de lixo— Disse estendendo mais uma vez a mão na direção de Evangeline.

Percebendo o perigo a reação de Edward não fora outra se não disparar nos joelhos do Bestial que desestabilizado errou por muito a cabeça dela — Opa porque você não da atenção pra mim?— Perguntou, para sua sorte ele pode ver no fim de seu campo de visão ela montar o Mustaqill.

— Não é como se ela fosse capaz de nos ameaçar— Contentou-se com a fuga, seu interesse era para com as armas que o moreno carregava — Se esta arma é capaz de interferir em meu processo regenerativo é algo que Lionel precisa estudar, portanto eu vou com tudo agora— Declaro enquanto que de imediato a mais profunda escuridão tomava conta da mente de Edward.


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Notas finais do capítulo

Vlw flw



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