Questão de tempo. escrita por Lia Clemente


Capítulo 4
Capitulo III — Noite de pizza.


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Eu sei que demorei, mas em minha defesa, o meu pc tava com problemas e a escola está me fazendo de escrava. É só isso, espero que gostem do capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/710803/chapter/4

   

Allyson não sabe - exatamente - quando as crianças cairam no sono. O segundo filme de ' Animais Fantasticos' estava tão interessante, que só notou quando Archie soltou um ronco baixinho.

A musicista sentou-se entre os gemêos, que dormiam com as pernas encolhidas e o rosto enfiado no travesseiro, sorriu para Amberly que estava sonolenta, arrumou as pernas da garotinha em torno da sua cintura e se levantou, procurando o controle remoto. Após rodar a sala, encontrou o aparelho preso nas mãos de Arthur. Abaixou o volume da televisão e suspirou, observando as quatro crianças apagadas.

Quando decidiu sentar-se novamente e retomar o filme, Amberly começou a chorar estridentemente. A morena caminhou apressadamente até a cozinha, balançando a menininha de um lado para o outro.

— Shiii, fique quietinha. — Pediu, mas a menina loirinha continuava a berrar, com a boca aberta, o queixo enrugado e lágrimas escorrendo de seus olhos. — Eu vou cantar para você, só fique quieta. — Pediu. Mordeu os lábios e começou a cantarolar Rue's Lullaby.

Deep in the meadow, under the willow
A bed of grass, a soft green pillow
Lay down your head, and close your sleepy eyes
And when they open, the sun will rise

Here it's safe, and here it's warm
Here the daisies guard you from every harm
Here your dreams are sweet-
—and tomorrow brings them true
Here is the place where i love you.

Amberly calou-se, ouvindo a voz suave da adolescente. Allyson sorriu, pincelando o nariz dela e cantando a estrofe seguinte, até finalizar a músa. A viajante sorriu satisfeita quando viu os olhinhos de Amber se fechar e ela ressonar tranquilamente.

— Você canta bem. — Dawson virou-se para porta ao ouvir uma voz fina e docil. Surpreendeu-se ao encontrar o rosto corado de Abby.

— Ah... — Murmurou sem jeito. — Obrigada. 

— Vem, eu vou te levar até o quarto dela. — Acenou para morena lhe seguir. Subiram os degras e Abigail abriu a porta, deixando Allyson entrar primeiro. Ally observou o quarto azul, com fotografias de Amberly com os irmãos, desenhos na parede e diversos brinquedos. Deitou Amber no berço, beijou o seu rosto e virou-se para Abigail.

— Então você pode me ouvir? — Perguntou, seguindo a menininha até o andar de baixo.

— É, eu posso. Eu uso esse aparelho auditivo aqui. — Tirou o cabelo da orelha esquerda, mostrando o aparelho preso a sua orelha. Era um aparelho pequeno, e decorado do estilo de Abby. — Eu costumo deixa-lo desligado. — Deu de ombros, Allyson percebia ela agitar as mãos as vezes, formando as palavras.

— Por que?

— Ah, sei lá. — Ela deu de ombros, levando Ally até o lado de fora. — Acho que você não iria me entender. — Murmurou, sentando-se no gramado. A Dawson sentou-se ao seu lado, cruzou as pernas e sorriu para ela.

— Eu posso tentar.

— É, tipo, eu não gosto de ouvir as vozes da minha casa. Por que, por mais que eu ame muito os meus irmãos, eu gostaria de ouvir a mamãe e o papai.

— Entendo. — Ally disse. — E onde estão seus pais?

— Trabalhando. — Respondeu rapidamente.

— Okay. — Allyson disse, lentamente. — E como foi que aconteceu? — Abby segurou o rosto com as mãos.

— Houve uma complicação durante o parto. Alex foi o primeiro a nascer, nós temos quase vinte minutos de diferença. Mamãe disse que eu era um bebê bem preguiçoso, já que nem nascer eu queria, os médicos usaram fórceps, eles só perceberam qua a minha audição havia sido danificada, quando eu tinha seis meses.

— Ual. — Ally murmurou.

— É. Ai, eu tive que colocar o aparelho, segundo o papai, eu tentava tirar o aparelho, mas conforme eu crescia, eu me acostumava. Hoje, eu prefiro deixa-lo desligado. É esquisito, não é?

— Não, é não. — Ela sorriu. — Você deve se sentir confortavel, é o que importa, Abby. Eu me sinto confortavel com os meus ocúlos e as minhas pantufas de únicornio. — Deu de ombros, arrancando uma leve gargalhada de Abigail.

— Você é legal, Ally.

— Obrigada, docinho. — O sorriso de Abigail vacilou, e ela abaixou a cabeça, mexendo na grama. — Eu disse besteira? — Perguntou.

— Não, não. É que minha mãe costumava me chamar assim.

— Desculpe.

— Não, tudo bem. Eu gosto. — Ela sorriu para Ally. 

— Então, eu posso te chamar assim?

— É, pode. — Elas sorriram.

— O que você gosta de fazer? — A Dawson indagou, deitando-se e observando o céu estrelado.

— Pintar, tocar violino e fazer ballet. — Sorriu. — Eu também gosto de estudar, eu sou boa em calculo.

— Ah, eu também. Adoro as aulas de calculo, e biologia, também inglês e espanhol. — Abby riu.

— Então, você é a famosa geek? — Ally riu.

— É, eu sou. 

— O que gosta de fazer?

— Cantar, eu toco alguns instrumentos, amo ler, viajar. Apesar de ter viajado poucas vezes. Na maioria, era para passar as férias na fazendo da minha avó.

— Durante as férias nós viajavamos, agora ficamos aqui. — Deu de ombros. — Eu me lembro da nossa ultima viagem. — Ela sorriu nostalgica. — Eu só tinha quatro anos, mas eu me lembro muito bem dela.

— Para onde vocês foram? — Indagou, virando-se para enxergar o rosto da garotinha.

— Nós fomos para o Texas, na fazenda da vovó Wade. Ela é nossa avó de consideração.  A fazenda dela é grandona, tem vários cavalos e bezerros. Eu me lembro que Avah faria aniversário sete anos, ela adorava únicornios.

"Mamãe, eu e a minha tia colamos um chifre no Newton, o ponéi da minha irmã, penteamos a crina dele e mamãe deixou eu trança-la. Pouco antes de cantarmos parabéns para Avah, o papai trouxe o ponéi, ela ficou muito animada, até chorou. O Alex também gostou, e o Archie e o Dale também, nós comemos bolo, depois fomos cavalgar. Aquelas com toda certeza foram as melhores férias da minha vida."

Ally sorriu, observando a feição nostalgica da garotinha. Aquela menina era especial.

— E você, qual foi as suas melhores férias?

— Quando eu tinha 14 anos, viajei com o meu pai e os meus melhores amigos. Nós fomos para Key West. Andamos de barco, fizemos mergulho, e nos hospedamos em um otimo hotel. Depois demos uma volta por lá, foi incrivel. — Abigail sorriu.

— E a sua mãe? — Indagou.

— Ah, meus pais são separados, ela mora na Africa. 

— Minha melhor amiga é de lá! — A garotinha exclamou. — Ela é adotada.

— Que legal. — A morena sorriu.

— Uhum. — Abby sorriu. — Vamos entrar? Eu preciso de um banho.

— Claro. — Ally levantou-se, e sorriu quando Abby segurou em sua mão para leva-la para dentro.

— Você deve estar cansada né, Ally?

— Um pouquinho. — Respondeu.

— Eu vou te levar até o quarto dos meus pais, você toma banho lá.

 

— Seus pais não irão achar ruim? — Abigail negou, arrastando Allyson até o quarto dos pais. Abriu a porta branca e entrou, empurrou a porta do guarda-roupa marrom, procurando algo que a Dawson pudesse vestir. 

Ally observava o quarto. Tinha as paredes brancas, uma grande cama de casal com roupa-de-cama preta, uma comoda branca com produtos de beleza, e alguns quadros com foto das crianças, apenas uma era de um casal. O rapaz estava de costas, seus cabelos loiros ao vento, e a moça abraçava-lhe o corpo, com o rosto escondido em seu peito, mas Ally conseguia ver os seus fios escuros no ar.

— Quem são? — Apontou para fotografia.

— Papai e mamãe. — Respondeu. — Aqui. — A Dawson abaixou os olhos para garotinha que lhe estendia uma camiseta branca e uma calça de moleton cinza, masculina. — A mamãe não deixou nenhuma roupa dela aqui. — Lamentou-se.

— Sem problemas. — A morena sorriu.

— Certo, o banheiro fica ali. — Apontou com o indicador a porta de madeira branca, lá tem shampoo, condicionar e sabonete. Aqui, uma toalha. — A garotinha disse, colocando a toalha vermelha sobre os braços da garota.

— Obrigada, docinho. — Agradeceu. Abby sorriu e saiu fechando a porta. Allyson despiu-se, e seguiu para o banheiro, colocou as roupas sobre o gabinete, abriu o box e entrou, abriu o chuveiro e deixou a agua quente cair sobre suas costas. Lavou o cabelo com o shampoo masculino - pelo que parece, a mãe das crianças sempre leva tudo para viagem.

Após o banho, secou-se, pendurou a toalha e vestiu as peças que Abby havia separado, a calça ficou um pouco folgada na cintura, nada que a garota não pudesse resolver. Organizou o banheiro, levando consigo as peças sujas, no corredor encontrou com Alex sonolento.

— Oi, Ally.

— Oi, pequeno. — Sorriu.

— Eu 'tô com fome.

— O que você quer jantar? — Indagou

— Podemos pedir pizza?

— Por mim tudo bem. — Ela disse.

— Eba, vou pedir para Avah pedir. — Disse ele.

— Eu digo á ela, vá tomar banho. — Allyson falou, afagando o cabelo dele.

— Tudo bem, obrigado Ally. — Ela piscou para ele e desceu, enquanto ele corria para o próprio quarto.

— Avah. — Chamou, descendo a escada.

— Hm? — A menina murmurou irrtada, enfiando o pente nos cabelos úmidos com força.

— Alex pediu para você pedir pizza.

— Tá. — Resmungou. — Ah, que odio. — Grunhiu. 

— O que há? — Perguntou se aproximando dela.

— Eu odeio o meu cabelo. — Ela brandou.

— Deixe-me pentea-lo. — Pediu, esticando a mão para receber o pente cor de rosa. A menina entregou-lhe o pente virando-se de costas para ela, Ally largou as roupas aos seus pés e sentou-se no sofá, começando a desembaraçar os fios escuros da garotinha. Ao fim, fez uma trança lateral e prendeu com o seu prendedor de borboleta amarelo.

— Obrigada. — Ela murmurou.

— Você só precisa ter paciencia, seu cabelo é facil de pentear. — Avah sorriu.

— Me de suas roupas, vou levar para lavanderia.

— Não precisa. — Negou.

— Anda logo, Ally. — A morena recuou, entregando as peças nas mãos da menina, que apanhou o celular de última geração e digitou o número da pizzaria seguindo para a lavanderia.

— A Avah vai pedir pizza? — Alex perguntou, pulando ao seu lado.

— Vai. — Ally disse, rindo da animação do garotinho.

— Eba! Archie, nós vamos comer pizza. — Ele disse, virando-se para o irmão, agasalhado com moleton.

— Qual sabor?

— Eu não sei. — Murmurou pensativo. — Avah! — Gritou, indo atrás da irmã.

— Onde está Abby? — Perguntou ao garoto.

— No quarto. — Ela assentiu, indo atrás da menininha.

— Abby... — Chamou, dando dois toques na porta do quarto da garotinha.

— Oi. Ah, Ally, pode me ajudar com o meu cabelo?

— Claro. — Aproximou-se da garota que estava sentada na penteadeira, passou creme para pentear nos cabelos dela, penteou e dividiu, jogando a maioria para o lado esquerdo. — Pronto.

— Obrigada. — Ela sorriu.

— Sua irmã pediu pizza.

— Oba. — Sorriu. — Vamos.

As garotas desceram, encontrando Archie na sala, procurando algum filme na netflix. Alex carregava cinco pratos, e Avah vinha logo atrás com os copos e guardanapos.

— O que querem assistir? — Archie perguntou.

— Pode ser 'A seleção', você gosta né? — Alex perguntou, virando-se para Ally.

— É o filme do livro 'A seleção'?

— Uhum. — Ele afirmou. Ally sorriu animada, arrumando Abigail entre seus braços.

— No meu ano, nós ainda nem tinhamos muitas irformações sobre o filme.

— Então será esse. — Avah disse, sentando-se ao lado da mais velha. Poucos minútos após o filme começar, a campainha tocou, Archie e Avah atenderam, trazendo duas caixas de pizzas e refrigerante. Eles assistiram aos dois primeiros filmes, comeram pizza e tomaram refrigerante, isso antes de Amber acordar, Arthur deu uma mamadeira para irmã que adormeceu novamente.

Após o fim de 'A elite' os gemêos já dormiam, e Avah estava sonolenta. A menina subiu para o seu quarto, resmungando um "Boa noite", Archie e Ally levaram os gemêos para o quarto.

— Você dorme no quarto dos meus pais, tudo bem?

— Não dará problema, Arch? — Perguntou, após cobrir Abby e beijar o seu rosto.

— Não, meus pais não voltarão tão cedo. Você sabe onde é, né?

— Uhum.

— Ok, boa noite.

— Boa noite. — Ela deu um apertãozinho em seu ombro, sorriu e seguiu para o quarto. Retirou a calça e deitou na cama, soltando um suspiro cansado, ela arrumou o cobertor macio sobre o corpo e abraçou o travesseiro, sentindo o perfume de pessego, que lhe era muito familiar.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, um beiijãao. Olha gente, eu não poderei responde-las nesse fim de semana. Amanhã eu tenho prova, e sabado vou viajar de madrugada, mas na semana que vem eu to de volta, se Deus quiser eu respondo vocês. ♥♥ Beijiinhoos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Questão de tempo." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.