By your side escrita por jooanak


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, espero que estejam gostando da fanfic.. aqui mais um capítulo para vocês! Espero que gostem e deixem seus reviews! Boa leitura :) ♥



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3 anos depois...

Quando você tem quinze anos, as pessoas têm esse costume irritante de repetir que as coisas mudam; outras responsabilidades vêm, você descobre o amor, começa a descobrir a vida, mas, sinceramente? Não é bem assim...

Em minha opinião, aos quinze anos, a única coisa diferente é que você já tem a oportunidade de ser escolhido como Tributo Carreirista para os Jogos Vorazes.

Fazia pouco mais de quatro semanas desde que eu completara meus quinze anos de vida e desde aquele dia, eu tentava aguentar com um sorriso no rosto as constantes provocações de Cato sobre eu não ser mais uma criança. Durante os últimos cinco anos, nós dois nos tornamos extremamente próximos, passando por vários altos e baixos.

Por conta de nossas personalidades extremamente difíceis de lidar, era muito fácil perdermos o controle e brigar, e essas brigas, em geral, resultavam em semanas sem nos falarmos; por mais que Cato as vezes me deixasse louca e, por mais que eu tentasse negar, eu havia nutrido um sentimento a mais por ele. Um sentimento que eu tentava negar com todas as minhas forças.

Com o passar dos anos, eu sempre fui colocada como segundo plano. Enquanto Cato aumentava sua fama como destruidor de corações do Distrito 2, eu era só a Clove... a parceira de treinos da academia ou a companhia ideal para passar o fim de semana caçando.

Naquela manhã, em particular, senti que vomitaria a qualquer momento. Quando cheguei na escola dei de cara com ele e sua nova namorada, uma garota chamada Bailey. Enquanto os dois se esfregavam nas paredes do colégio, eu tentava desviar o olhar focando minha atenção em Emma, no entanto, algo sempre me puxava de volta à eles.

—  Clove? Clove! – ela estalou os dedos tentando chamar minha atenção e suspirando – você sabe... devia contar a ele como se sente. Seria melhor para todos nós...

— Você é uma imprestável.

Ela lançou-me um olhar furioso.

— Você sabe que eu sempre estou certa por isso é tão difícil admitir. – ela sorriu orgulhosa de sua própria linha de raciocínio.

Parei de olhá-la e lentamente movi a cabeça para onde Cato e Bailey estavam. Os dois sorriam e conversavam entusiasmadamente, eram o casal perfeito. Bailey tinha o cabelo loiro e ondulado e seus olhos azuis brilhavam quase tanto quanto os olhos de Cato. A garota era alta e tinha belas pernas longas; pernas que eu jamais teria.

Eu bufei empurrando Emma para fora do meu caminho e segui direto para o banheiro, precisava ficar sozinha.

Em geral, eu não chorava. Eu não gostava de chorar e evitava passar esse constrangimento o máximo possível, mas subitamente senti meus olhos se encherem de lágrimas e não pude contê-las. Elas escorriam em sincronia pelo meu rosto percorrendo um caminho perfeito. Eu não conseguia emitir som, mas a dor que emanava de mim era o suficiente. Pensamentos ruins começaram a fluir pela minha mente, pensamentos os quais eu tentava manter fora do meu caminho; comecei a pensar em meu pai, mas tão logo quanto comecei, parei.

Respirei fundo, espantei os pensamentos ruins, destranquei a porta e fui me olhar no espelho. Céus, meus olhos estavam inchados e minha cara estava borrada com todo meu rímel.

— Clove, você está bem? – Cato me pegou desprevenida quando eu saí do banheiro.

— Não poderia estar melhor. – eu sorri.

Ele arqueou as sobrancelhas e pousou sua mão em minha bochecha me encarando com seus olhos estrondosamente azuis. Cato sabia quando as coisas não estavam bens.

— Você tem certeza? – ele mantinha um olhar preocupado.

Eu assenti murmurando e tirei sua mão de perto de mim. Dei-lhe as costas e saí dali, seguindo direto para as minhas aulas.

 

Ao chegar em casa, mamãe estava no sofá tricotando, me joguei no sofá e não fui capaz de falar o que estava acontecendo, um nó se formava em minha garganta quando qualquer palavra se preparava para sair. Ela me calou e começou a acariciar meus cabelos, fazendo-me adormecer em seus braços e, eu juro, eu poderia ficar ali para sempre.

 

Quando acordei, mamãe não estava mais em casa, respirei fundo e fui para a academia. Tentei fugir dos olhares de Brutus e Enobaria, pois sabia que eles me repreenderiam por chegar atrasada há tão pouco tempo da Colheita. Caminhei por todo o lugar a procura do que fazer e, automaticamente, meus pés me levaram até a área mais distante da entrada.

Olhei o alvo e peguei a faca.

Mirei.

Respirei fundo.

Acertei em cheio.

— Eu realmente não gostaria de ser esse boneco. – a voz debochada de Enobaria me fez estremecer.

— Eu também não...

Ela apoiou sua mão sobre meu ombro e eu virei em sua direção.

— Venha comigo, Clove.

Enobaria me levou por uma volta pela academia, muito similar a como Brutus havia feito comigo há vários anos antes quando eu me juntara a eles. Ela me falava sobre a grandeza de ser um Tributo Carreirista e a responsabilidade que isso exigia de alguém. Toda aquela conversa começou a fazer minha cabeça latejar. Por fim, paramos em frente ao local aonde Cato derrotava sozinho vários outros garotos com sua espada.

— Brutus e eu havíamos chego à um impasse sobre quem representaria a academia nesse ano nos Jogos Vorazes, Clove. – ela me olhou – mas finalmente chegamos a uma decisão. – seu olhar moveu-se para onde Cato fazia uma fila de perdedores.

Baixei o olhar.

— Cato... – eu sussurrei.

Ela assentiu.

— Ele é um bom lutador e um excelente espadachim. Tenho certeza que trará orgulho para o nosso Distrito.

Ela me lançou um olhar triste.

— Você ainda terá sua chance.

Eu sorri triste.

— Clove... – ela abriu a boca, mas parou e deu de ombros desaparecendo pelos corredores da academia.

 

Ao cansar da minha sessão de treinos, peguei minhas coisas e segui para fora da academia. Quando avistei Cato vindo em minha direção, tentei desviar e me desvencilhar o mais rápido que pude. Ele apressou seus passos e ligeiramente me alcançou segurando-me pelo braço.

— Hoje você tá mais estranha do que na maioria dos dias. É sério.

— Tô menstruada. – tentei desviar meu olhar do seu.

— Você é uma péssima mentirosa, Clove.

Eu lhe lancei um sorriso falso.

— Vamos lá, eu te levo até em casa.

— Cato... acho melhor não. Eu sei meu cuidar sozinha. – dei as costas e comecei a seguir na direção oposta a ele.

— Tudo bem, se você não acha que eu preciso cuidar de você – ele falou me alcançando – mas eu acho que preciso cuidar de você.

— Cato...

Ele pousou o dedo sob meus lábios.

— Vamos só caminhar. Nem precisa falar nada.

Eu quase gargalhei em pensar na ideia de Cato caminhar por mais de cinco minutos sem falar nada.

Porém, ele o fez.

Começamos a nossa caminhada em silêncio. Seguimos pela cidade até chegarmos à floresta; éramos acompanhados apenas pelo som dos pássaros, nossos pés amassando as folhas secas de outono e a respiração ofegante de Cato. Alguns poucos raios de sol atravessavam por entre as árvores e iluminavam o seu rosto quando passávamos por uma clareira.

Ao passarmos pelo lago, ele me parou.

— Brutus veio falar comigo hoje. – ele tentava manter o rosto neutro, mas anos de experiências faziam-me ver que ele tentava esconder a ansiedade – ele e Enobaria querem que eu seja o Tributo Carreirista desse ano.

Cato mordeu o lábio inferior lançando-me um olhar aflito, ele esperava a minha resposta... esperava que eu comemorasse por ele e que dissesse que estava tudo bem.

Eu sorri. Feliz por ele e com um pouco de inveja também.

— Cato... isso é maravilhoso! – abri meus braços e puxei-o contra mim, sentindo seus braços se fecharem ao meu redor – eu estou tão feliz por você. – murmurei contra seu peito.


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