A.M

Na festa de Natal na Toca.

Alguns familiares haviam ido embora, mas outros, grande maioria os netos, haviam ficado para dormir na Toca. Alvo não estaria entre eles, mas resolveu mudar de ideia...

A festa acabou bem tarde e todos que ficaram começaram a ir em direção aos quartos. As meninas: Lily, Roxy e a amiga de Louis ficariam juntas e elas subiram para o quarto cochichando e rindo, aparentemente Lily gostou da garota que mal conhecia. Louis e Hugo, como sempre, dormiriam no antigo quarto do tio Rony e no momento eles estavam travando alguma conversa insignificante na sala. Tio Jorge decidiu ficar e junto com o filho Fred subiram para o antigo quarto dos "gêmeos". E todo o resto foi embora.

Alvo estava se despedindo de Teddy e Victoria quando sentiu alguém puxa-lo pelo braço gentilmente. Era Lucy.

— Oi, Al — Ela cumprimentou estranhamente desconfortável — Posso falar com você a sós?

— Hum... Sim, claro.

Ele a seguiu até a conzinha, onde ela escorou na pia e não o encarava. Depois de alguns segundos de silêncio ela abriu a boca:

— Aconteceu algo muito sério e delicado com a Molly, eu gostaria que você pudesse investigar e encontrar o desgraçado que fez mal a ela.

— O que aconteceu? — Alvo cerrou as sobrancelhas e só então percebeu que Molly, Percy e Audrey não estavam na festa.

— Ela... — Lucy pareceu tomar ar antes de continuar — Foi violentada em uma festa, está grávida e não se lembra quem foi.

O rapaz vacilou a mascara de frieza e deixou transpassar alguns sentimentos pelo semblante. incredulidade, raiva e um pouco de tristeza. Respirando fundo ele pediu à Lucy que contasse a história direito... No fim ele aceitou procurar pelo monstro que machucou a prima e também sentiu raiva da forma como Percy agiu, mas era Percy o que mais esperar?

— Eu falo com meu pai amanhã e...

— Não! — Lucy protestou — Molly não quer que ninguém fique sabendo... por enquanto, porque a barriga dela já está ficando enorme.

A moça fez um gesto circular na frente da própria barriga. Alvo acabou aceitando, mesmo sabendo que não podia investigar sozinho porque não era formado ainda. Depois Lucy foi embora e ele subiu cansado para algum dos antigos quartos da Toca, não importava qual. Ele poderia dormir na companhia de Hugo e Louis, mas gostava de ficar sozinho.

~~~

Max se sentia deslocada nos assuntos de Lily e Roxy. As duas falavam sobre acontecimentos antigos e em todos eles envolvia magia. A história de infância mais emocionante de Max foi  o dia que ela caiu do balanço. Mas chegou um momento que Lily bocejou e decidiu dormir, assim acabando com o desconforto da menina trouxa.

— Boa noite, garotas! — A ruiva apagou as luzes com a varinha deixando o quarto se iluminar apenas com o luar.

Deitada na cama e encarando o teto do quarto, Max suspirou pensando sobre a loucura que era ela estar se enfiando em uma ambiente que não pertencia. Por mais que adorasse magia, ela tinha medo do que aqueles bruxos pensariam dela por ser "trouxa"... Ah que palavra pejorativa!

Em algum momento ela simplesmente adormeceu e sonhou com Louis fantasiado de papai-noel... não foi o melhor sonho de sua vida. Acordou na manhã seguinte. Ela piscou os olhos decorrente da claridade que invadia o quarto, olhou para o lado e não encontrou Roxy nem Lily.

Tum, tum, tum.

Alguém bateu na porta e Max se assustou. Sentiu-se encurralada, pois as duas garotas quem deveriam estar ali para atender a porta, não ela. Então a moça decidiu fazer uma grande estupidez; Fingir que não tem ninguém.

— Lily, abre por favor! Preciso da capa, eu te disse ontem!

Percebendo o quando era ridículo o que fazia , Max jogou as cobertas para o lado e abriu a porta do quarto. Deu de cara com o jovem dos olhos verdes da noite passada.

— Oi... Er... Bom dia! — Ele olhou para dentro do quarto procurando por Lily — Minha irmã... sabe onde ela está?

— Sua irmã? — Max piscou algumas vezes tentando pensar, mas estava se sentindo incapaz disso na presença dele.

— É — Ele sorriu de lado e a moça pareceu despertar para a realidade.

— Não. Quando acordei elas não estavam aqui.

— Hum

O rapaz olhou Max de cima a baixo sem ao menos disfarçar. A moça ficou vermelha com isso e tomou ciência que usava um pijama curto emprestado por Lily. Ela cruzou os braços na frente do peito e desejou que ele sumisse dali... bem, talvez não, ela até gostou da forma como foi olhada.

— Posso entrar? — Ele perguntou e Max arregalou os olhos preparada para bater a porta ou correr pedindo ajuda — É que eu preciso pegar uma coisa importante na bolsa da minha irmã.

— Ah, ta bom — "Sua burra! Ele pode muito bem estar mentindo e tentar algo" A consciência gritou, mas mesmo assim ela deu um passo para lado.

Ele passou por ela sem tentar nada e foi direto à uma mochila que deveria ser da "irmã" deixando Max, impropriamente, frustrada. Eles vasculhou, retirou um tecido com uma estampa horrorosa da bolsa e ia sair do quarto, mas hesitou.

— Você é amiga do Louis, certo? — Pergunta retórica. Ele sabia que sim, mas queria puxar assunto.

— Sou — Max respondeu tímida em um fio de voz.

— Como o conheceu? Quero dizer, eu nunca te vi antes com ele.

— É meio complicado — Ela lembrou do dia que salvou Louis do ex-namorado boladão e doido dele, nesse dia se conheceram.

— Acho que posso entender — Ele sorriu e a moça sentiu o ímpeto de sorrir também.

— Mesmo assim acho melhor não contar — Max sabia que Louis não saiu contando para todo mundo sobre o que aconteceu naquele dia entre ele e Adam. Assim a moça achou que não tinha o direito de espalhar a história.

— Ah... ok — O rapaz se virou com o semblante frio.

— Maxine Brooks — Ela se apresentou, sem saber da onde veio a coragem, antes que ele saísse do quarto.

— Alvo Potter — Ainda estava inexpressível.

— Não é Weasley? — Max tentou brincar para quebrar o gelo que foi criado.

— Quase — Ele sorriu, portando objetivo atingido — Infelizmente é o nome do pai que fica.

— Hum — A moça deduziu que Alvo era filho de Gina, a única tia de Louis — O que é isso? — Ela apontou o tecido de estampa feia nas mãos dele.

— A capa da invisibilidade da minha família.

— Invisibilidade? — Ela arregalou os olhos para o tecido incrédula — Sério mesmo? Caramba que incrível! E tem que fazer magia para funcionar?

— Não, ela só... fica invisível — Alvo estranhou a surpresa exagerada dela — Você nunca tinha ouvido falar delas?

— Não, minha irmã nunca me disse nada sobre isso — Ela ainda sorria e os olhos brilhavam.

— Espera! Como assim sua irmã? — Definitivamente confuso ele estava.

— Bom, é que ela é bruxa. Então antes de conhecer o Louis ela era minha fonte de conhecimento sobre magia.

Alvo paralisou onde estava. Não podia ser! Sendo um futuro auror , ele entendeu rapidamente a tragédia que acontecia... Sim, ele também sabia ser dramático. Ele piscou algumas vezes e os olhos entristeceram e depois ficaram rancorosos.  

— Você é trouxa?

— Sou — Max sorriu, mas ao perceber como ele a olhava o sorriso morreu — Algum problema?

Ele quase disse: "Sim, você é trouxa!". Mas não o fez temente que a magoasse. Virou as costa para Max e sem dizer mais nada saiu do quarto. Não acredito que Louis arrastou uma trouxa para a Toca! Alvo pensou e os pés o levaram direto para o antigo quarto do tio Rony. Bateu na porta e o primo de cabelos dourados atendeu.

— Como você pode trazer uma garota trouxa para cá? — Alvo se segurou para não gritar.

— An? — Louis esfregou os olhos com as mãos sonolentas — Está falando da Max?

— De quem mais seria?

— Conversou com ela? — Ele deu um sorriso sacana que fez Alvo rolar os olhas nas orbitas.

— Você não pode sair catando trouxas na rua e os trazendo para cá. Fizemos magia na frente dela ontem!

— Hey! Ela é minha amiga, ok? E é irmã de uma bruxa, não é como se ela nunca tivesse visto faíscas saindo de varinhas — Louis brandiu perdendo a paciência, pois sabia muito bem da implicância daquele primo com os trouxas — E vem cá, por que ela te incomoda tanto?

— Já disse "porque" — Alvo respondeu com desprezo.

— Acho que não disse não — Ele deu um sorrisinho que fez o outro bufar e sair andando. Melhor seria ignorar a situação para não acabar arrumando briga.

Mais tarde naquele mesmo dia, os primos Weasleys e Max patinhavam no lago congelado perto da Toca. Alvo observava de longe e amaldiçoava Louis em pensamentos por levar uma garota trouxa para lá. Justo aquela garota. Não aquentando mais a torturante situação que se encontrava ele decidiu ir embora sem despedir de ninguém.