M.M - Minha Magia. escrita por Tyke
Notas iniciais do capítulo
Parte 3
Anteriormente nessa história: James teve relações sexuais imprudentes com uma colega e desconhecida. Ela engravidou e não aceitou muito bem a ideia de magia...
J.V
Dois meses.
Fazia dois meses que James não conseguiu entrar em contato com Jessica. Não foi por falta de tentativa. Durante uma semana inteira ele foi à casa dos pais dela.
Da primeira vez ele pediu o endereço de onde ela morava em Cambrige e, desconfiados porque James não quis dizer o motivo, eles não passaram o endereço. Da segunda vez o rapaz foi atendido com a grosseria do Sr. Lewis o mandando ir embora. Da terceira, quarta e quinta vez eles nem atenderam a porta e James irritantemente ficou sentado na porta da casa a tarde inteira. Da sexta vez a mãe de Jessie atendeu a porta e o mandou ir embora com gentileza antes que o marido chegasse. Da sétima vez, sim ele era persistente, o Sr. Lewis atendeu a porta nervoso.
— Suma daqui antes que a chame a polícia, rapaz.
— Escuta, eu preciso falar com a Jessica.
— Como tem coragem depois do que fez a minha filha? - O homem estava com o rosto vermelho e contorcido de raiva.
— Ela contou? - James deu um passo para trás com medo do homem.
— É claro que nos contou! E você deveria se envergonhar!
— Como assim? Eu não a forcei fazer nada...
— Mas podia ter avisado que era soro positivo antes. - O Sr. Lewis deu um passo para frente serrando os punhos. - Ela fez os exames e graças a Deus está bem, mas a criança tem chances de nascer doente e a culpa é sua.
James piscou algumas vezes de boca aberta. Como Jessie podia ter inventado uma mentira como aquela?... Bem talvez ela fosse uma mentirosa. Afinal não a conhecia.
— Suma daqui, rapaz... Você já fez o suficiente.
— Não, eu não vou. Essa criança é minha também. - Ele falou enfrentando o semblante irritado do homem.
— Essa criança é da Jessica. E ela não precisa de você, ela não gosta de você e não quer te ver nunca mais. É difícil entender?
O Sr.Lewis deu as costas batendo a porta. James ficou estático incrédulo pela situação. Não conseguia acreditar que Jessie tinha ficado tão assustada assim por ele ser um bruxo. A ponto de nunca mais querer vê-lo novamente e de impedi-lo de qualquer contato com a criança que iria nascer. Mas ele tinha que ter! Não queria que ela crescesse e aos onze anos uma carta chegasse e ela descobrisse o que era, como ocorreu com Harry. E também James foi criado com tanto carinho pelos pais que já sentia um peso no coração se não pudesse conhecer sua criança.
Com o coração nas mãos, James deu as costas a casa londrina dos Lewis e foi para a sua. Quando chegou encontrou o pai na sala conversando com Alvo. Ele precisava urgente contar a alguém o que estava acontecendo.
— Pai! - Ele chamou tomando um lugar no sofá ao lado dos dois.
— Só um minuto, Jay. - Harry pediu voltando a falar com Alvo sobre algo do Departamento de aurores.
James esperou. E esperou bastante, parecia que o assunto deles era interminável. Perdendo a paciência por ser ignorado voltou a chamar.
— Pai, podemos conversar por favor.
— Não pode ser mais tarde? - Harry nem olhou para o filho e continuou apontando algo em um pergaminho para Alvo.
— Não, é muito importante. - Mesmo sem receber atenção ele continuou falando. - Eu sai com uma garota e agora ela está grávida.
Harry parou o que estava fazendo imediatamente voltando a atenção para James. Ele parecia surpreso e algo nos olhos verdes indicavam felicidade.
— E-eu nem sabia que estava namorando. Quem é essa garota? - O homem estava nitidamente emocionado.
— Esse é o problema. Não estamos juntos e ela é trouxa.
— É burrice se envolver com trouxas. - Alvo comentou em seu canto. Ele não parecia dar a mínima se seria tio.
— Fica na sua! - James sentiu o sangue ferver com a arrogância do irmão.
— Hey meninos! Sem brigas agora. - Harry interveio e arrastou o corpo no sofá sentando mais próximo ao filho mais velho. - Você contou a ela sobre o mundo bruxo?
— Mais ou menos. - James suspirou e contou tudo o que aconteceu nos dois últimos meses.
Harry não soube o que dizer. A felicidade nos olhos foi substituída por preocupação. Também não lhe agradava ser impedido de conhecer o primeiro neto.
— Tá vendo? Por isso que acho que se envolver com trouxas não é bom. - Alvo falou e recebeu um olhar de tédio do irmão.
— Obrigado pela opinião. - James agradeceu irônico e cordial.
— Já pensou em procura-la em Cambrige? - Harry começou a falar antes que os filhos iniciassem uma discussão. - A situação não pode ficar assim.
— Mas como vou acha-la? - Ele soltou o ar pela boca longamente.
— Quer que eu te ajude? Não é tão difícil assim. - Alvo de repente se ofereceu fazendo não só James ficar surpreso, mas Harry também.
— Bem... pode ser. - James sentiu-se sem graça. Tentou, mas não conseguiu encontrar um motivo para a caridade de Alvo. E no rosto cheio de pintas e olhos verdes muito parecido com o de Harry só encontrava-se a indiferença de sempre.
Gina quase teve um "treco" quando recebeu a notícia. A mulher chorou de emoção e saiu correndo para enviar uma carta à mãe. "Ela vai ficar tão feliz por saber que vai ganhar o segundo bisnetinho". Lilian também recebeu a noticia com alegria dizendo que se fosse menina compraria uma vestidinho bruxo, lindo, que viu no Beco Diagonal.
Na sexta-feira daquela semana Alvo e James foram juntos para Cambrige. O irmão mais novo tinha razão, não era difícil encontrar Jessica. Isso fez James se sentir um idiota. Tudo que fizeram foi andar pela Universidade e inventar uma mentira na secretaria. Perguntaram onde Jessica estava naquele momento e quando a mulher atrás do balcão ficou relutante em responder Alvo a confundiu. No minuto seguinte estavam caminhando em direção a ala leste da antiga construção. Quando viraram um corredor James reconheceu a moça saindo de uma sala de aula.
— Jessica! - Chamou andando na direção dela.
A moça virou surpresa e assustada. Fez sinal para suas amigas continuarem o caminho e aguardou James se aproximar. Ela segurava os livros na frente do corpo com força e olhava os dois homens a sua frente com medo.
— Que história é essa de soro positivo que inventou para os seus pais? - James falou a primeira indignação que veio a sua mente.
— Eu tinha que dizer algo. - Ela abaixou os olhos e deu um passo para trás.
— E escolheu dizer que sou aidético para me manter afastado. Por que me quer longe?
— Eu não gosto de você, James. - Jessie criou coragem para olha-lo. - Eu não quero isso... bruxo! É demais para mim.
— A questão não é você gostar de mim ou não. É a criança, eu me importo com ela. - James rebateu dando um passo na direção da moça e ela deu dois para trás assustada. - Pare com isso, eu não vou te machucar.
— Como eu vou saber? - Ela retrucou desafiadora.
James olhou para Alvo. Ele estava alguns passos atrás apenas observando. Quando ele retribuiu o olhar foi possível ver o mantra "É burrice se envolver com trouxas" brilhando nos olhos esmeralda. James suspirou e voltou a atenção para Jessica que já havia dado mais dois passos para trás.
— Se precisar de alguma coisa... ir no hospital ou... o que for. Me ligue, está bem?
Jessica maneou a cabeça afirmando e depois deu as costas saindo apressada. James a deixou ir sabendo que o conversa não tinha mais porque continuar. Agora sabia onde encontra-la, então tudo que lhe restava fazer era deixar a situação conduzir naturalmente.
— Ela é bonita. - Alvo comentou quando saiam da Universidade. - Tomara que a criança puxe para ela.
— Seu senso de humor é uma merda. - James murmurou. Não estava se sentindo bem no momento fazendo a piada do irmão lhe bater inconveniente.
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