How Could This Happen To Me? escrita por Emmy Tott


Capítulo 4
A festa II


Notas iniciais do capítulo

Nem acredito que estou atualizando *_*



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-O que você está pensando em fazer, Chuck? – quis saber Seb.

-Vou atingir Peggy através de outra pessoa... – ele respondeu com um sorriso malicioso.

-O que você quer dizer com isso? – perguntou Jeff, preocupado.

-Vocês não viram a amiga que a Peggy trouxe com ela?

-A que está conversando com o David?

-Ela mesma! Peggy vai saber do que eu sou capaz pela amiguinha dela – e ele se afastou, deixando os amigos intrigados.

Chuck foi andando até o lugar onde David conversava com Bel. Ela, ao notar a aproximação de Chuck, parou de falar na hora. Soube pelo seu olhar ameaçador que ele não estava ali para lhe dar boas-vindas. Sentiu um calafrio horrível espalhar pelo seu corpo.

-David, preciso falar com você!

-Mas é que eu estava conversando com a Bel e...

-Tem que ser agora – disse Chuck, com autoridade na voz.

David se virou para Bel e lhe lançou um olhar como quem se desculpa.

-Eu já volto, ok?

-Ok – Bel não sabia ao certo o que fazer, então resolveu esperar.

Chuck levou David para um canto, onde ninguém poderia ouvi-los.

-O que você quer, Chuck?

-Parece que você ficou amigo dessa garota depressa demais, não foi, David?

-Você quer dizer a Bel? Mas o que ela tem a ver com...?

-Tudo! Você já pensou que ela é amiga da Peggy?

-Não estou entendendo onde você quer chegar com isso!

-Simples, meu caro David, muito simples. Eu só quero que você faça uma coisinha para mim.

-E o que, exatamente, seria essa “coisinha”?

Chuck deu um daqueles seus sorrisos pretensiosos e passou uma das mãos pelos ombros de David, enquanto esclarecia o seu plano:

-Quero que seduza essa garota. Não será tão difícil assim, ela já gosta de você.

-Mas pra quê você quer que eu faça isso? – David estava um tanto assustado com aquilo.

-Para humilharmos ela, para mostrar a Peggy do que ainda somos capazes de fazer! Quando ela já estiver envolvida, você dá um chega pra lá nela. Aí essas duas caipiras somem das nossas vidas, para sempre!

-Eu não vou fazer isso, ok? Não quero mais magoar ninguém, e depois a Bel é gente boa e eu não me sentiria bem fazendo isso!

-David, você está se esquecendo de que eu conheço um segredo seu. Posso contar para o Pierre o que você fez com ele no colégio. O que será que ele faria se soubesse da verdade, hein?

-Isso é uma chantagem?

-E se for?

-Chuck, eu só fiz aquilo por que você me disse que aquele era o único jeito de continuarmos com o Simple Plan. Eu nunca quis machucar o Pierre, e você sabe disso!

-É, eu sei, mas o Pierre não sabe, e ele não vai te perdoar nunca se souber.

-A idéia foi sua, Chuck! Sou tão culpado quanto você!

-A idéia foi minha mesmo, mas você foi o executor, portanto, tem mais culpa no cartório do que eu.

-Não, você não teria coragem de contar tudo para o Pierre! – disse David, com um sorriso de descrença.

-Isso só depende de você, David. É só fazer o que eu te pedi que tudo ficará bem! – Chuck sorriu, dando palmadinhas nas costas de David, que a cada palavra daquela conversa sinistra ficava com mais enjôo no estômago.

-Você não vai mudar de idéia, não é?

-Você sabe que não!

David ficou em silêncio por um tempo, com os olhos vidrados. Parecia refletir sobre tudo o que Chuck acabara de despejar sobre a sua cabeça, e mais uma vez lhe veio à mente aquele inverno sombrio. Não podia suportar a idéia de que Pierre descobrisse a verdade, por mais que se arrependesse de tudo o que fizera. Pierre era um amigo muito especial e ele não queria perder tudo o que haviam construído juntos. O que começou com mentiras, teria que terminar mais uma vez com mentiras. David sabia que aquilo não seria nada fácil, mas não conseguia enxergar outra saída. Ainda lançou um breve olhar à Bel, antes de dizer enfim, com um fio de voz:

-Eu farei...

-Eu sabia que não me desapontaria! Você é o cara, David! – Chuck sorria com vontade, enquanto dava mais tapinhas nas costas do baixista do Simple Plan, agora com o rosto totalmente sem cor.

Quando David voltou para perto de Bel, não conseguiu mais olhá-la nos olhos. Tinha a estranha sensação de que ela descobriria tudo se o olhasse com mais atenção.

-O que aconteceu, David? O que o Chuck queria com você?

-Ah... nada de importante... – David deu um sorriso amarelo, nem um pouco convincente.

-Tem certeza?

Ele assentiu, ainda sem olhar para ela. Estava se sentindo sujo, como se todas as suas forças tivessem o abandonado. Para seu alívio, porém, ouviu uma voz às suas costas que ele reconheceu ser de Jeff:

-Hey, David! Vamos tocar uma música pra animar a galera! – ele chamou.

-Demorou! – David respondeu, sorrindo – Depois a gente se fala, Bel...

-Tudo bem...
 
***

O palco já estava pronto e todos estavam ansiosos para ver o Simple Plan tocar. Peggy e Bel ficaram mais afastadas, lá no fundo, mas ainda dava para verem tudo. Quando todos subiram no palco e Pierre se posicionou atrás do microfone, pôde ver Peggy e lhe deu um sorriso. Ela retribuiu o sorriso, meio envergonhada.

-Você é mesmo poderosa, hein? Deixou o Pierre caidinho por você – observou Bel, se divertindo com a situação.

-Ah, cala a boca! Eles já vão começar... – Peggy respondeu, sorrindo e se voltando para o palco bem na hora em que Chuck começava a bater suas baquetas na bateria.

Pierre começou a cantar, sendo acompanhado por todos lá em baixo:

Another day is going by
I'm thinking about you all the time
But you're out there
And I'm here waiting
And I wrote this letter in my head
'Cuz so many things were left unsaid
But now you're gone
And I can't think straight
This could be the one last chance
To make you understand

Todos gritavam, animados, embalados pela voz de Pierre e pelo som do Simple Plan.

I'd do anything
Just to hold you in my arms
To try to make you laugh
Somehow I can't put you in the past
I'd do anything
Just to fall asleep with you
Will you remember me?
'Cuz I know I won't forget you

Conforme a música ia passando, Peggy se sentia cada vez mais envolvida por ela. A voz de Pierre ia entrando pelos seus ouvidos e ela sentia que o mundo tinha parado. Era como se não existisse mais nada além de Pierre e ela. Então a música se tornou suave e os olhos de Pierre foram se encontrar com os dela:

I close my eyes
And all I see is you
I close my eyes
I try to sleep I can't forget you
Na na na na na na
And I'd do anything for you
Na na na na na na naaaaa

Por um louco instante, Peggy achou que estivesse flutuando. Pierre era mesmo incrível e ela se sentia uma boba idiota.

I'd do anything
To fall asleep with you
I'd do anything
There's nothing I won't do
I'd do anything
To fall asleep with you
I'd do anything
'Cuz I know I won't forget you

A música terminou com uma chuva de aplausos e gritos de vivas. Eles ainda tocaram outras músicas antes de descerem do palco e irem se juntar novamente aos colegas. A festa já estava no fim, mas as suas conseqüências estavam apenas começando. Logo todos estariam de volta às suas casas, com a estranha sensação de que coisas muito estranhas haviam acontecido ali. Coisas que não tardariam a aparecer.

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