Quando Lyra Andromeda Malfoy nasceu, no momento em que ela abriu os olhinhos seus pais se apaixonaram. Para Scorpius e Lily, Lyra –como Lily chamava- e Andie –como Scorpius a chamava- sempre seria um anjinho. A pequena Lyra tinha olhos verdes, como a mãe, e os cabelos loiros característicos de seu pai e por mais que Scorpius sempre batesse o pé dizendo que Andie era mais parecida com a Lily do que com ele, Andie sempre foi a copia fiel (só que feminina e BEM menor) do Malfoy. Ela era muito inteligente, coisa que herdou dos dois, e muito, muito arteira mas também muito amável, realmente a mistura perfeita entre Scorpius e Lily Luna.

Dois anos se passaram e a primogênita dos Potter-Malfoy recebeu um irmãozinho, tão menor e tão mais frágil que ela. Seu nome era Leo Regulus Malfoy. E da mesma forma que Scorpius e Lily se apaixonaram da primeira vez que tiveram o primeiro filho, no caso filha, nos braços, eles se apaixonaram. Dessa vez, o bebê de Lily não tinha nada, ele era quase como a copia perfeita de Scorpius, coisa que fez com que Astoria e Draco segurassem as lágrimas quando o viram pela primeira vez. Quero dizer, Draco segurou as lágrimas mas sua esposa, Astoria, não conseguiu fazer o mesmo.

Leo podia não ter os cabelos de Lily, ou os olhos dela, mas se tinha uma coisa que o pequeno garoto tinha herdado da mãe era o jeito tímido e o amor por pintar e desenhar. Não era tão enérgico como Lyra, mas em pouco tempo um não parecia existir sem o outro. Onde um estava o outro estava também.

E três anos depois tudo ainda estava perfeito na vida da família Potter-Malfoy. Até um dia no meio de uma madrugada Lily e Scorpius acordaram no susto enquanto ouviam tossidas desesperadas e um choro desesperado vindo de um dos quartos. Correram assustados até o quarto das crianças e viram um Leo assustado, sangrando pelo nariz. Não tiveram tempo de fazer nada exceto Lily pegar Lyra e aparatar no hospital St.Mungus logo depois de Scorpius que tinha ido primeiro com o filho.

Uma longa noite se passou dentro daquele hospital. Lily e Scorpius não podiam ver o Leo, e

Andie também não. Naquela noite, o Malfoy não sabia se acudia a Andie, a Lily ou se ele se trancava em um dos banheiros e chorava.

De madrugada, longas horas depois da entrada de Leo no hospital, saiu o triste resultado: leucemia linfóide aguda.

Foi como jogar uma bomba no chão e fazer tudo desabar nos pais de Leo. Uma de suas maiores preociosidades do mundo estava doente e correndo risco de vida. Foi difícil aceitar, foi difícil ver o filho deles naquelas condições tão frágeis. Do inicio ao fim, o tratamento de radioterapia foi difícil. Claro, alguns dias foram piores que outros e vice versa, mas por mais difícil que fosse, eles nunca perderam a esperança. Conforme o tratamento foi se passando, Leo foi perdendo os cabelos, o peso e até a vontade de brincar, mas seis meses dos oito já haviam se passado e isso significava que em breve o tratamento acabaria e Leo voltaria para a casa para ficar com a irmã, seus pais, seu gato, seu cachorro e até sua raposa. Para Lyra, que entendia pouca coisa era muito difícil não ver o seu irmão em casa todos os dias como sempre, e quando ia ve-lo no hospital, não entendia o porquê do irmão estar tão....segundo as palavras dela “xoxozinho” que Scorpius achava que significava doentinho.

Os dois meses restantes para o fim do tratamento foram os mais difíceis, na opinião de Lily, talvez pela ansiedade de que todo aquele inferno acabasse logo e finalmente seu pequeno anjo voltasse para a casa. E de fato, os dois meses se passaram mais rápidos do que o esperado. O dia de alta de Leo foi um dos mais feliz da vida de todos os integrantes da pequena família de 4 pessoas (se é claro, não contassem todos os animais que tinham na casa).

Quando Leo chegou em casa, Lyra chegou correndo com a barra da blusa do pijama dobrada pra cima, como se formasse uma cestinha e dentro tinha vários tufos de cabelo. Só então Lily e Scorpius perceberam que a filha que tinha cabelos longos e lisos assim como os da mãe tinha cortado os cabelos, sozinha é claro.

—Lyra! Porque você fez isso?

A menina não respondeu nada, apenas pegou os pedaços que restavam de seus cabelos e os colocou na palma da mão do irmão que ria. Ele segurou os cabelos na mãozinha e com a mão livre tirou o boné que usava para esconder a careca. Bom, a história termina aqui, mas por mais que tenha sido um ano difícil na vida de todos eles, eles nunca perderam a esperança. Nem por um segundo sequer. Porque família significa isso, e eles sempre estariam ali um pelos outros não importando a ocasião e não importando se um deles tinha cabelos ou não. E não esqueça: nunca perca as esperanças, não importa qual seja o problema.