A Batalha dos Escolhidos escrita por Thah


Capítulo 12
Ilusão X Realidade


Notas iniciais do capítulo

Ok, já sei o que vocês pensaram nesses dias "Caramba Thata, você falou que iria postar regularmente os capítulos"
Sim. Eu disse e peço perdão por isso.
Agora a explicação de todo esse meu atraso...

Queridos, estou na faculdade e agora nesse fim de ano tenho muitos projetos para finalizar. Semana passada fui para uma viagem numa cidade do interior para realizar um desses projetos inclusive. Minha intenção era chegar lá e postar este capítulo, porém, assim que cheguei tive a surpresa de descobrir que lá não tem internet.

Resultado. Sem capítulo novo.

Agora estou de volta e trago-lhe esse fofinho aqui.

Beijos da Thata



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Volpina lançou um olhar fulminante para os colegas de classe. Arremessou outros carros em direção ao restaurante e, por sorte, os clientes conseguiram sair antes de serem esmagados. Parisienses corriam desorientados pelas ruas pedindo por ajuda. Adrien olhou para os lados.

“Tenho que vazar daqui”

Discretamente se afastou do grupo e escondeu-se em um beco duas esquinas dali. Plagg saiu de seu casaco.

— Melhor cuidarmos disso enquanto a Ladybug não vêm. PLAGG, MOSTRAR AS GARRAS!

E num piscar de olhos o menino Agreste deixou suas vestes comuns e se viu vestido no macacão preto com orelhas de gato.

Cat Noir instruiu alguns habitantes a procurarem se esconder em algum lugar distante dali, todos obedeceram sem questionar. Os carros continuavam a ser lançados aleatoriamente pela rua, precisando desviar de alguns enquanto corria. Logo após esquivar-se de um sedan preto ouviu um grito vindo do restaurante. Era Chloé, presa debaixo de um carro branco. Correu até ela e verificou a situação. Felizmente, parte do carro caíra em cima da fonte, logo estava um pouco tombado evitando que a loira fosse esmagada. Chloé recebia no rosto jatos de água da fonte quebrada. Cat Noir a puxou desacordada e a arrastou para um muro encostando-a na parede. Deu tapas de leve em sua bochecha e a chacoalhou.

— Chloé! Chloé, acorda!

A garota abriu os olhos de súbito, curvou-se para frente, cuspiu a água dos pulmões e tossiu algumas vezes.

— Graças a Deus – disse Cat aliviado.

Chloé encostou novamente as costas na parede, manteve seus olhos fechados e respirou cansada.

— Preciso...que você...me prometa uma coisa – disse ela em pausas para repor o fôlego.

Cat Noir assentiu.

— Acabe com aquela ridícula da mesma forma que ela acabou com o meu cabelo.

Chloé tinha um olhar malvado nos olhos. Todos sabiam que a coisa que a loira mais prezava na vida era sua aparência. O gato sorriu.

— Pode deixar com o gatinho aqui.

O garoto deu uma piscadela travessa e se impulsionou para o alto com o seu bastão. Avistou Ladybug, em cima do prédio de conveniências localizado na frente do teatro, ela corria como o vento seguindo uma figura laranja que pulava de laje em laje, apertou o passo e alcançou a parceira.

— Achei que não ia aparecer – brincou ela.

— Digamos que tive que salvar alguns parisienses sozinho enquanto uma certa joaninha não dava as caras.

Ladybug sorriu de canto.

— Que tal uma caçada de raposa?

— Achei que nunca fosse sugerir, Mylady.

Volpina pulava de construção em construção afastando-se do centro.

“Está nos tirando da cidade”

Cat Noir percebeu que Ladybug já havia concluído a mesma coisa que ele, por isso não falou nada, apenas continuou correndo. Como havia previsto a vilã os levou para um lugar afastado, um galpão abandonado. Volpina pulou dentro da única janela que tinha com os dois em seu encalço.

Os heróis ficaram em posição de guarda, Cat segurando o bastão enquanto Ladybug girava seu iô iô.

— Desiste Volpina, sabemos como funcionam seus jogos. – Ladybug falou em tom ameaçador.

Volpina soltou um riso debochado.

— Aí como você é tola! Se soubessem realmente dos meus jogos, teriam aprendido que eu sempre, sempre – encarou-os perversa – tenho uma carta manga.

Volpina deu alguns passos para trás e desapareceu na escuridão. Seu riso ecoava por todo o lugar. Como se houvessem várias delas rindo em diferentes cantos do galpão. Uma luz focal que provinha da janela, iluminava os heróis na retaguarda. Cat apertou com mais força o bastão.

— Fica perto de mim, se já está escuro com o sol ainda lá fora vai ficar bem pior mais tarde.

Ladybug tocou o ombro dele brincando.

— Tem medo do escuro gatinho?

Cat a olhou com uma expressão dura e séria, foi então que percebeu que não era o momento para brincadeiras. Cat Noir estava realmente preocupado, algo lhe incomodava mais do que o normal. Ladybug assentiu com a cabeça e continuou na posição de guarda.

— Vão ficar aí parados?

A voz de Volpina ecoou de algum canto da escuridão. Cat girou o bastão e o bateu no chão.

— Pensei que você fosse uma raposa e não um morcego.

O solo tremeu, Cat viu um vulto correndo à sua direita.

— Ali! – apontou.

Ladybug lançou o iô iô que enlaçou em algo e o puxou de volta. Uma boneca de palha com o seu biotipo.

— Ops! Parece que alguém não é muito boa de pontaria. – a voz ecoou no lado esquerdo.

Diversas vezes Volpina fez o mesmo esquema, falava algo nas trevas e quando avançavam não prendiam nada. A luz diminuía conforme a hora ia passando.

“Está tentando nos deixar em desvantagem”

Cat Noir sabia que assim que anoitecesse sua parceira estaria vulnerável, apenas ele possuía visão. Precisavam atacar! Sussurrou para Ladybug o plano de ataque e juntos saíram pelo galpão destruindo tudo o que encontravam, caixa de papelão, prateleiras de metal. Tudo vinha abaixo.

Um estrondo. Tudo tornou-se escuro. Cat Noir ouviu Ladybug gritar.

— Ladybug! – gritou de volta. Nada. – Ladybug!

— Tá tudo bem Cat! Ela tá tentando nos separar, vamos manter a calma. Onde você tá?

Car Noir olhou para os lados, não havia nada que pudesse usar de referência. Haviam destruído muitas coisas.

— Fica onde está, vou atrás de você – anunciou ele.

— Ok. Segue a minha voz.

O garoto correu pelo labirinto de corredores a procura da parceira, porém, quando sentia que estava perto, a voz de Ladybug projetava-se para longe novamente.

— Cansado bola de pelos?

Volpina apareceu na sua frente, tinha uma olhar triunfante no rosto que o deixou ainda mais irritado.

Cat Noir atacou com as suas garras, mas ela desviou com uma pirueta reversa. Volpina golpeou-o com seu bastão, que entrou em choque com o bastão do gato. Ambos permaneceram nesse jogo de força braçal, encarando-se com muito ódio.

— Há tempo de desistir Cat, é só me dar esse seu lindo anel – indicou com a cabeça o anel no dedo anular.

— Vai sonhando laranjinha.

— Cat, o que tá acontecendo?! – Ladybug disse de algum lugar – espera aí que estou indo te procurar.

Cat Noir deferia incontáveis golpes em Volpina que conseguia se esquivar de quase todos, exceto por um chute rasteira na finalização do quinto ataque.

— Não! Fique onde está! – berrou ele.

Volpina rolou para o lado e saiu correndo pela direita, o felino a seguiu.

— Sem fugir dessa vez!

A akumatizada dobrou várias esquinas no galpão, os dois foram parar em um salão repleto de arquivos de metais de uns dois metros. Após Volpina dobrar a quarta esquina em um dos setores, Cat a perdeu de vista. Socou uma porta de metal.

— CAT!

Dessa vez o grito foi mais intenso, o garoto sentiu a agonia da parceira sendo transmitida no grito. Cat Noir saiu correndo pelo resto do galpão enlouquecido.

— LADYBUG! LADYBUG!

Ladybug começou a chorar e gritar ao mesmo tempo.

— NÃO! PARA!

— LADYBUG! – Cat corria desesperado chamando pela heroína – NÃO TOCA NELA!

Volpina riu diabolicamente.

— Estamos brincando de pique pega gatinho, tá com você.

— AAAAAAAAAAH! – Ladybug urrou de dor, alguma coisa a havia acertado fortemente.

Cat Noir sentiu que seu coração sairia pela boca, olhava para os lados desesperado procurando pela sua dama. Pulou por cima de escombros que atravessaram seu caminho. O que estaria acontecendo? O quão ferida sua amada poderia estar? E o pior, onde ela estava?! Precisava achá-la!

Volpina gargalhou.

— Quem é o morcego agora?

Cat  Noir esforçava-se para processar todas os acontecimentos. Precisava rever seus passos para saber onde estava errando. Sabia que a raposa era esperta, gostava de sempre estar um passo à frente da situação. Pensou na última frase “Quem é o morcego agora?”

“A janela!”

SIM! Ela estaria no único ponto de luz do lugar.

O garoto fez a trajetória reversa e voltou para o seu ponto inicial. Como havia previsto, Volpina estava de pé ao lado de uma Ladybug amordaçada ajoelhada no chão, com um corte feio na cabeça e sangue escorrendo pela lateral do rosto.

— Solta ela – ordenou.

— Não é você que dita as regras aqui – rosnou a raposa – entregue seu Miraculous e eu devolvo a feiosa.

— Já disse que não.

A raposa lançou um olhar desafiador para o garoto.

— Depois não diga que não avisei.

Volpina bateu duas palmas e uma névoa invadiu o lugar. Cat Noir tossiu e tentou cobrir os olhos, porém o ar já começava a lhe invadir os pulmões. Sem dúvida seria uma fumaça com efeito alucinógeno, sua visão embaraça, os ouvidos zumbiam e sentia as pernas cambalearem de um lado para o outro. Ouviu Volpina xingar Ladybug por ter se soltado, mas estava bem longe a voz das duas...tão longe...quase como uma lembrança.

— TALISMÃ! – disse Ladybug de algum lugar – Cat prenda a respiração!

“Tarde demais Mylady”

Cat Noir andava ébrio pelo galpão a procura da batalha das garotas. Sua cabeça rodava, ele viu na fumaça várias imagens, seu pai, Nino, Alya, Chloé, Marinette, todos tinham um olhar reprovador e lhe proferiam xingamentos, diziam que era fraco, esnobe, mentiroso.

— PARA! – Cat colocou as mãos na cabeça, caindo de joelhos – ISSO NÃO É REAL!

As imagens se aproximavam, suas vozes aumentavam e formaram um círculo em torno do menino que continuava a gritar mandando todos irem embora, olhava para o chão amedrontado.

Um par de pés apareceram em seu campo de visão.

Cat Noir olhou para cima, era sua mãe. A mulher tinha um olhar triste.

— Você me decepcionou Adrien – dizia ela amargurada – falhou comigo, com seu pai, com todos aqueles a sua volta.

Novamente as imagens voltaram a falar, todos ao mesmo tempo.

“Mentiroso”

“Fraco”

“Medroso”

“Covarde”

“Desonesto”

Adrien sentiu o corpo ferver de ódio, urrou mais uma vez que as imagens fossem embora. E como uma grande explosão elas se dissiparam.

A névoa começou a sumir. Cat Noir forçou a visão e conseguiu ver no fim do corredor a silhueta de Volpina e Ladybug ainda em combate.

— CATACLISMO!

Tomado pelo ódio ele mergulhou em direção a akumatizada e usou o seu poder acertando em cheio sua barriga. Volpina paralisou, sangue escorria pelo canto de sua boca. A névoa cessou por inteira fazendo a imagem da akumatizada tremeluzir revelando outra pessoa.

— L-lady...bug?

Ladybug cuspiu sangue pela boca e estendeu o braço mostrando o akuma capturado, Lila encontrava-se no chão desmaiada com seu colar, quebrado, jogado ao lado dela. Os joelhos de Ladybug cederam, Cat Noir a envolveu nos braços e foi descendo com ela ao chão.

— Não, não, não, não!

Cat suplicava passando a mão no cabelo negro da menina, sentou no chão e deixou-a em seu colo, suas mãos tremiam, as lágrimas escorriam de seu rosto e caiam na face da garota. Não poderia ser verdade. Não. Não com ela.

— Por favor, por favor, aguenta firme! – dizia ele em meio aos soluços.

O par de olhos azuis olhavam para o menino gato com ternura.

— Vo...você...tava...certo – cuspiu mais sangue.

— Não, não fala nada! – Cat tapava a boca dela com a mão trêmula – v-você precisa guardar suas energias.

— Deve...riamos...ter...ficado...jun..tos.

Cat tremia por inteiro. Desejava em seu íntimo que a situação não passasse de outra ilusão de Volpina. Que na verdade estava tudo bem, estaria apenas desacordado em algum canto do galpão proferindo palavras aleatórias em seu estado de sono.

Ladybug sorriu cansada e inspirou profundo como se sua vida toda estivesse concentrada nessa ação.

— Mi...mira...culous...Lady...bug...

Os olhos azuis fitaram o olhar perdido de menino e depois se fecharam. O corpo da menina relaxou e sua cabeça tombou para trás. Cat analisava cada parte de seu corpo. Não havia qualquer indício de respiração.

— Não, não, Mylady – tentava reanima-lá – Bugaboo, anda acorde!

O corpo de Ladybug continuava sem vida. A boca arroxeada, os braços tão soltos que nem parecia ter ossos.

— NÃÃÃÃÃÃÃO!!! – Cat Noir urrou deixando que o som ecoasse por todo o galpão.

Abraçou fortemente sua dama, envolvendo-a em seus braços, suas lágrimas molhavam o cabelo e a roupa da menina. Seu anel apitou, mas ele nem ligou, apenas queria chorar a morte da pessoa que tanto amava.

Bip!

“Por tudo que é mais sagrado, volta”

Bip!

“Por favor...por favor...

Bip!

“Não posso ficar sem você”

Bip!

“Não me deixa...por favor”

Bip!

Uma luz clara recobriu os dois, transformando-os. Nada podia se ouvir além do choro baixinho do garoto. Iluminados apenas por uma luz focal do teto, Adrien encarava sozinho o velório de sua dama. Plagg e Tikki o deixaram em seu luto.

Silêncio.

Um leve suspiro.

— C....a...t...? – chamou a voz fraca de Ladybug quase como um sussurro.

O loiro parou de súbito com o choro.

— Você voltou! Voltou pra... – desfez o abraço para olhá-la de frente - ...mim.

Ambos ficaram parados em silêncio em estado de choque. Adrien ainda a segurava pelos braços, seu rosto estava todo molhado. Sentiu como se seu corpo tivesse levado um choque de 1000 volts.

— Ma..Marinette?

Era difícil interpretar o olhar da garota, parecia uma mistura de medo, surpresa e de quem precisava urgentemente vomitar.

— A-Adrien?


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Notas finais do capítulo

Até mais!