A Má Influência escrita por British


Capítulo 31
Tudo passa


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Tudo bem? Demorou um pouco, mas saiu! Tá grandinho o capítulo hahaha Pensei em dividir em duas partes, mas no final achei melhor deixar assim! Todas as emoções de uma vez só! Espero que gostem e me digam o que acharam desta aventura hahaha Gostei muito de escrever essa história! Gostaria de agradecer a cada um de vocês que acompanhou! Muito obrigada de coração ♥ Sem vocês lendo não faria sentido escrever essa fic! Enfim... Boa leitura!

Obs: Nos falamos nas notas finais e depois nos comentários ♥



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Orochimaru tinha conseguido escapar da prisão sem ajuda de ninguém em especial. Quer dizer, poderia dizer que seu advogado, Suigetsu, tinha dado uma forcinha quando subornou um policial para dar uma faca a ele. No entanto, o advogado não imaginava que era para isso que ele queria o objeto. Quando pediu a faca, Orochimaru garantiu que era apenas para se defender dentro da cela que dividia com mais dois homens. Com pena dele, Suigetsu cedeu. Talvez, agora se sentisse arrependido. No entanto, não tinha como voltar atrás. A prova disso era que Orochimaru bateu na porta de sua casa durante a madrugada, antes mesmo que os jornais dessem a notícia de sua fuga.

— Surpreso ao me ver, Suigetsu. – Disse Orochimaru com um sorriso cínico nos lábios e selou os lábios de Suigetsu.

— O que você tá fazendo? Tá louco de fugir nas vésperas do seu julgamento? – Questionou Suigetsu e Orochimaru entrou na casa para não fixar exposto, mesmo que a rua estivesse deserta e fosse muito tarde alguém ainda poderia vê-lo ali.

— Já que você não faz o seu trabalho bem. Eu fui obrigado a fazer alguma coisa. – Falou Orochimaru tranquilamente.

— O melhor que você faz é se entregar e confessar seus crimes. Com bom comportamento, você cumpre ¼ da pena e fica livre de tudo. – Argumentou Suigetsu, mas Orochimaru não queria ouvir.

— Não vou ficar preso numa jaula, quando tenho a possibilidade de ser livre novamente. É uma jogada alta e arriscada, mas deve funcionar. – Disse pensativo. Com certeza, ele tinha um plano.

— Seja lá o que você está pensando em fazer, eu não vou ajudar. – Antecipou-se Suigetsu e Orochimaru riu.

— Já era, Sui! Quem subornou um guarda e deu a faca que usei para render o policial mesmo? Ah, foi você! Acho que agora você é meu cumplice, querido!

— Droga! – Resmungou Suigetsu.

— Mas eu sei como tirar nós dois dessa enrascada. Topa me ajudar?

— Qual é o plano dessa vez? – Perguntou rendido a chantagem de Orochimaru.

— Vou sequestrar os filhos gêmeos do Sasuke. – Disse convicto e Suigetsu riu.

— Endoidou de vez foi? Já não basta tudo que você fez, ainda quer fazer mais mal aquela família?

— Sui, eu não vou fazer mal a ninguém. Vou pegar os meninos na escola, levar pra passear por umas horas e depois trocá-los por uma boa quantia de dinheiro. Fiquei sabendo por aqueles guardas fofoqueiros que a Haruno apareceu no show do Shinki com um colar que valia milhões! Vou pedí-lo como resgate! – Anunciou empolgado.

— Digamos que esse seu plano dê certo e Sasuke entregue o colar da Sakura em troca dos filhos... Como você vai fugir de Konoha?

— Esse problema já foi resolvido. Antes de vir aqui eu fui na minha casa. Conheço todos os horários do meu filho e sabia que ele não estaria lá. Então, peguei a chave reserva que fica no vaso de planta, entrei, fui até o meu cofre, peguei meus documentos falsos e cá estou! Pronto para ser um outro alguém do outro lado do mundo!

— Por que você tinha documentos falsos em casa?

— Ah, eu vinha desviando dinheiro há muito tempo lá da empresa e sempre pensei que pudesse ser pego e aí teria que fugir do país. Então, comprei esse passaporte por precaução. – Falou casualmente como se não fosse nada demais e Suigetsu ficou chocado.

— Seu mau-caratismo não tem limites, Orochi.

— Bom, agora isso vai ter serventia. Só falta você me ajudar.

— E em que parte do seu plano doido eu entro?

— Sui, você é quem vai pegar as crianças na escola. Vamos fazer uma autorização falsa em que o Sasuke assina e diz que você pode buscar os filhos dele hoje no colégio.

— Você sabe falsificar assinaturas também?

— Mais ou menos. Eu paguei um falsificador naquela época que troquei o projeto do viaduto do Sasuke. Então, eu tenho no meu e-mail um arquivo com a assinatura dele. É só a gente colocar na autorização e voilà.

— Então, eu vou buscar os gêmeos na escola hoje?

— Sim. O Sasuke daqui a pouco vai saber que eu fugi da prisão e, com certeza, vai reforçar a segurança das crianças. Precisamos nos adiantar! Você vai buscar os gêmeos na hora do recreio!

— E eu vou levar eles para onde?

— Pra cá. Depois a gente pega seu carro e ficamos dando voltas com eles até o papai chegar com o resgate.

— Você vai entrar em contato com o Sasuke como?

— Seu celular, né Sui? Mas pode deixar que eu uso número privado!

— Aí você vai fugir e eu?

— Você vem comigo, é claro! Ou quer ficar aí e ser preso como meu cumplice? Pensei que você fosse mais inteligente, Sui! Está me decepcionando! Tsc tsc tsc.

— Eu e você juntos parece má ideia. – Ressaltou Suigetsu e Orochimaru riu.

— Tá com medo que eu te seduza como na época da faculdade?

— Orochi, isso é passado.

— Aham. Claro.  – Fingiu acreditar.

[...]

Como Orochimaru queria, Suigetsu foi até a escolinha de Indra e Ashura buscá-los. A tal autorização falsificada, por incrível que pareça, funcionou e não demorou muito até os gêmeos estarem no carro.

— O senhor é amigo do nosso papai? – Perguntou Ashura enquanto Suigetsu acomodava os dois no bando de trás. Ele não tinha um assento de elevação, então eles tiveram que ir sem cinto e totalmente desprotegidos. Achou aquilo irresponsabilidade, mas não tinha muito o que fazer.

— Sou sim. Ele me pediu pra levar vocês para um passeio. Gostaram dos biscoitos que o tio Sui comprou? – Perguntou Suigetsu.

— Não comemos nada de estranhos. – Afirmou Indra, que estava estranhando a situação.

— Liga não tio Sui! O indra é rabugento assim mesmo. – Afirmou Ashura enquanto via Suigetsu voltar para o banco do motorista no carro e começar a dirigir.

— A mamãe sempre fala isso! Esqueceu, Ashura?

— Se papai confia nele, nós podemos confiar também. – Disse Ashura.

— Isso mesmo! Você, Indra, deveria confiar em mim como seu irmão faz! Vamos fazer um belíssimo passeio no campo! – Contou Suigetsu tentando distraí-los.

— Papai vai nos encontrar lá? – Questionou Indra desconfiado.

— Mais tarde ele vai! – Prometeu Suigetsu.

[...]

Quando Sarada chegou em casa, sua mãe estava digitando alguma matéria para o La Haruno no notebook. Estava tão concentrada em sua tarefa que mal notou a presença de Sarada ali. A Uchiha então balançou as chaves antes de colocá-las em cima da mesinha de centro, fazendo barulho e despertando a atenção de Sakura.

— Lembrou que tem casa mocinha? – Perguntou Sakura divertida.

— Eu nunca me esqueço disso. Cadê o papai e meus irmãozinhos? – Questionou Sarada sentando-se no sofá, enquanto observava a mãe na poltrona que pertencia à Sasuke e que Sakura só podia usar quando ele estava fora.

— Seu pai voltou a dar aulas, então está na Universidade. Deve sair de lá 12h, para buscar Indra e Ashura na escolinha. Por que? – Questionou Sakura enquanto digitava.

— Vocês viram o noticiário? Orochimaru fugiu da prisão. – Informou Sarada e o queixo de Sakura foi ao chão. Estava perplexa com a notícia.

— O QUE? – Gritou Sakura.

— Acho que não viram.

— Sarada, onde você viu isso? É sério mesmo? – Perguntou Sakura.

— Eu e Boruto estávamos assistindo ao noticiário enquanto esperávamos o café da manhã. Aí, de repente, fomos surpreendidos pelo âncora do jornal informando que Orochimaru fugiu quando estavam transferindo ele para o presídio. Fiquei preocupada e Boruto disse que pedirá proteção policial para nós. Aliás, ele está fazendo isso nesse exato momento. – Explicou Sarada.

— Querida, isso é muito sério! Precisamos avisar seu pai! Hoje Sasuke saiu atrasado e não teve tempo nem de ler o jornal! Muito menos de ver TV! Até agora ele não deve ter ficado sabendo de nada! – Disse Sakura.

— Que horas são? – Perguntou Sarada.

— 10h00. Ou seja, seu pai está dando aula e não vai atender o celular. Vamos ter que esperar até a aula acabar. – Disse Sakura.

— Vou mandar uma mensagem pra ele. Quem sabe, ele não olha? – Perguntou Sarada, já sacando o celular da bolsa.

— Faça isso querida.

Sarada Uchiha diz:

Pai, Orochimaru fugiu. Você tá correndo perigo. Liga pra gente ou atende esse celular AGORA!

Dez minutos depois, Sasuke visualizou a mensagem. Sarada e Sakura estavam muito nervosas. Já tinham ligados umas 29 vezes e, como sempre, caiu na caixa postal. Sasuke tinha a mania de ser o professor perfeito e não atendia a merda do celular durante a aula para dar exemplo aos alunos (como se eles ligassem).

Sasuke Uchiha diz:

Como aquele crápula foi capaz de fugir? Pelo menos, vocês estão bem. Aqui na universidade está tudo normal também. Vou terminar essa aula e buscar Indra e Ashura na escola mais cedo.

Sarada Uchiha diz:

Ele rendeu um policial durante a transferência e escapuliu. Ninguém tem qualquer sinal dele. Faça isso mesmo! Mamãe está surtando aqui! E não se preocupe porque o Boruto já está pedindo uma proteção especial para todos nós! Ficaremos bem!

Sasuke Uchiha diz:

Me esperem em casa! Em hipótese nenhuma saiam daí!

Sarada Uchiha diz:

Certo, pai! Se cuida! Xo

— Mãe, o papai disse que já tá finalizando a aula e vai buscar os meus maninhos na escola. Tá tudo certo. – Contou Sarada.

— Me preocupa seu pai andando dozinho por aí... Esse Orochimaru o odeia. – Falou Sakura.

— Ele sabe se defender daquela cobra. Ah, e ele me pediu pra gente ficar aqui. Ele acha que é mais seguro. – Informou Sarada.

— Ok. Vamos obedecer ao pedido de seu pai. – Concordou Sakura.

[...]

Sasuke terminou aquela aula o mais rápido que pode. Então, avisou na secretaria o que tinha acontecido e que iria sair mais cedo para buscar os filhos na escolinha. Quando chegou no estacionamento, não conseguia lembrar onde tinha deixado o carro e, por isso, praguejou por alguns minutos até achá-lo próximo da área do refeitório. Após sair da Universidade, acelerou o máximo que pode. Cada minuto perdido parecia uma eternidade. Estava com um aperto no coração e isso só passaria quando seus filhos estivessem casa com o resto de sua família.

No entanto, a sensação agoniante não passou. Quando entrou na escola e pediu a diretora para liberarem seus filhos, a mulher disse que alguém já tinha feito isso. Sasuke estranhou.

— A Sakura ou a Sarada vieram buscá-los? Eu tinha avisado que eu vinha! – Disse Sasuke nervoso.

— Na verdade, senhor Uchiha, foi um homem chamado Suigetsu que buscou seus filhos. Ele trouxe, inclusive, uma declaração com a sua assinatura o autorizando a levá-los. – Informou a diretora, mostrando o papel entregue mais cedo a ela.

— Droga! Eu não assinei papel nenhum! Isso é coisa do Orochimaru! Ele tá sequestrando o meus filhos e vocês desse colégio incompetente deixaram! A gente paga uma fortuna da mensalidade desse lugar achando que as crianças estão protegidas, mas qualquer um pode pegá-las aqui! – Vociferou Sasuke, já perdendo a cabeça.

— Senhor Uchiha, eu não sei o que falar... A assinatura é idêntica à sua. – A diretora tentou se defender.

— Agora, reze para os meus filhos estarem bem, porque se acontecer QUALQUER coisa a eles, essa escola é a responsável! – Ameaçou Sasuke e saiu voando de lá até a delegacia. No caminho, ligou para Sakura.

— Oi, Sasuke. Você e os meninos já estão a caminho de casa? – Perguntou Sakura inocentemente.

— Sakura, Orochimaru os levou da escola. Estou indo na polícia. – Informou Sasuke com a voz grave.

— O QUE? MEU DEUS DO CÉU! SASUKE, O OROCHIMARU NÃO PODE ESTAR COM MEUS MENINOS! – Berrava Sakura ao telefone.

— Eu sei! A escola foi responsável por isso. Aquele advogado do Orochimaru pegou os meninos. Com certeza é cumplice daquela cobra!

— Sasuke... Traz meus filhos pra mim. – Disse Sakura já aos prantos.

— Em breve eles estarão com você. Eu prometo. Agora, eu preciso desligar porque estou chegando na delegacia. Te amo. – Informou Sasuke antes de desligar.

— Também te amo. – Disse Sakura se despedindo do marido.

[...]

Enquanto Sakura e Sarada surtavam em casa, Sasuke estava na delegacia para comunicar que seus filhos estavam sob os poderes de Orochimaru. Lá, encontrou Boruto que estava agilizando para conseguirem seguranças para toda família Uchiha e para Mitsuki. Por isso, o Uzumaki se surpreendeu quando Sasuke revelou que Orochimaru já tinha agido e sequestrado seus dois filhos.

— Como ele conseguiu ser tão rápido? – Questionou Boruto.

— Ele devia estar planejando isso há algum tempo. Sabia muito bem como me atingir e escolheu justamente os pontos mais fracos da minha família!

— Ele é sórdido mesmo! Usar logo as crianças que não podem se defender! – Comentou Boruto.

— Eu só quero meus filhos de volta. – Afirmou Sasuke.

— Bem, ele deve entrar em contato. Se for sequestro mesmo, ele pode querer uma recompensa. – Previu Boruto.

— Tem razão. – Concordou Sasuke.

Após Sasuke avisar, a polícia se dividiu em dois grupos de busca aos pequenos Indra e Ashura. Tendo em mente que Orochimaru estaria por trás do desaparecimento das crianças, eles começaram a procurar em lugares menos óbvios, como grutas, parques florestais, trilhas. Sasuke e Boruto foram juntos. Sempre que podiam ligavam para Sakura e Sarada informando o andamento das buscas.

[...]

Suigetsu levou às crianças até um sitio que pertencia a alguns amigos dele nas redondezas de Konoha. Ficava afastado do centro da cidade e não era um destino óbvio. Então, a polícia demoraria a acha-los ali até porque era uma propriedade privada.

Quando eles saíram do carro com as crianças, os meninos gostaram do local. De longe, eles viram uns patinhos e logo correram para brincar com eles.

— Cuidado crianças! Não quero ver nenhum joelho ralado! – Pediu Suigetsu tentando ser legal.

— Tá bom, tio Sui! – Responderam Indra e Ashura.

No caminho até o sítio, Suigetsu convenceu ambos de que era uma boa pessoa. Primeiro, disse a eles que era advogado e que trabalhava para a Uchiha’s Construção & Engenharia. Não era algo totalmente falso, pois ele, de fato, era um advogado e prestava serviços para a empresa de Madara de vez em quando. Convencidos de que isso era verdade, os gêmeos fizeram perguntas para Suigetsu sobre seus pais, que soube responder todas. Ele conhecia Sasuke muito bem. Além disso, estava cansado de ver notícias por aí de Sakura. Não foi difícil enganar duas crianças pequenas de que seus pais eram grandes amigos seus e que tinha os levado até ali a pedido deles.

Enquanto Indra e Ashura brincavam, Suigetsu viu de longe Orochimaru se aproximar. Por causa do cabelo cortado, ele resolveu usar um chapéu e estava vestindo roupas pretas, como se estivesse de luto.

— Bom trabalho, Sui. É adorável ver como os pestinhas se sentem à vontade com você. – Elogiou Orochimaru.

— Sempre fui popular com crianças. Além disso, parei no meio do caminho e comprei lanches pros dois. Imaginei que você não teve tempo de fazer compras pra cá. – Comentou Suigetsu.

— Ótimo! Essas crianças vão passar poucas horas aqui. Daqui a dez minutos eu ligo para o Sasuke. Ele já deve estar bem assustado com o sumiço dos filhos. – Disse Orochimaru sorrindo.

— É melhor mesmo. Eles são bons garotos e não merecem sofrer.

— Já se apegou aos pestinhas, Sui?

— Trate-os com carinho, ok? Só peço isso. – Pediu Suigetsu.

— Vou me esforçar – Orochimaru deu um sorriso e então caminhos até os gêmeos – Olá, meninos! Estão gostando daqui?

— Aqui é bem legal, tio. – Disse Ashura.

— Você é quem? Sua cara não me estranha... – Observou Indra.

— Claro que não é! Sou amigo de seu pai! Meu nome é Orochimaru, mas vocês podem me chamar de tio Orochi. Combinado?

— Tá bom tio orochi! – Indra e Ashura concordaram.

— Continuem brincando! Logo logo o pai de vocês vai chegar! – Informou Orochimaru.

— Então o papai está vindo mesmo? – Perguntou Indra.

— É claro que sim! Seu papai vai vir correndo até aqui! – Orochimaru deu um sorriso falso e então se afastou das crianças.

— Você é tão cínico, Orochi! Não sei como não me assusto!

— Ah, Sui... No fundo você gosta do meu jeitinho. É fofo, confessa! – Brincou Orochimaru e Suigetsu riu.

— Pegue a joia do Sasuke e vamos dar o fora daqui. – Sentenciou Suigetsu.

— Trato feito! Aliás, tome conta dos pestinhas... Eu não sou tão bom com crianças quanto você.

Nos próximos minutos, tio Sui foi chamado pelas crianças para brincar. Logo, ele foi feito de cavalinho para elas. Indra e Ashura faziam Suigetsu de gato e sapato e estavam se divertindo com aqui. Nem faziam conta da situação complicada em que estavam inseridos.

Orochimaru estava se divertindo com aquela cena, mas decidiu pegar o telefone para dar notícias a Sasuke. Ele deveria estar muito preocupado.

— Alô? – Sasuke atendeu, mesmo sendo de um número privado porque sabia que poderia ser Orochimaru.

— Sasuke, que prazer ouvir a sua voz! Se estiver com a polícia, continue agindo naturalmente, senão seus filhos morrem. Entendeu? – Ameaçou Orochimaru e Sasuke engoliu aquilo à seco.

— Seu canalha! – Sasuke rosnou baixo.

— Tá com raivinha? Segura essa, Uchiha! Você deu mole e eu estou com seus dois pestinhas aqui! – Informou Orochimaru.

— O que você quer pra me entregar eles? – Sasuke perguntou, tentando-se manter frio, pois precisava negociar a vida de seus filhos.

— Era nesse ponto que eu queria chegar. Quero aquele colar de ouro e diamante rosa da Sakura. Quero que você me entregue esse objeto dentro de 2h.

— Onde?

— Bom, isso eu só vou dizer daqui a 15 minutos. Espero que você seja rápido para pegar esse colar.

— Eu vou pegar o colar e te entregar para ter meus filhos de volta. Você não pode fazer nada a eles!

— Não se preocupe! Eles estão se divertindo... Me chamam até de tio! Você acredita?

— Babaca!

— Em 15 minutos eu te ligo, Uchiha! Esteja com o colar e não deixe a polícia desconfiar de nada. – Disse Orochimaru e desligou.

Sasuke estava tonto. Precisava de uma desculpa para sair de perto dos policiais e voltar para a cidade. Então, Sasuke se aproximou de Boruto e lhe contou o que aconteceu. O Uzumaki ficou surpreso e disse que a polícia deveria saber, mas Sasuke disse temer pela vida das crianças.

— Quando eu tiver o endereço, mando para vocês irem lá. Mas agora eu tenho que fazer isso sozinho! – Afirmou Sasuke e Boruto assentiu.

— Vamos te dar cobertura nisso!

— Por favor, quero que contenha a polícia até que eu pegue as crianças!

— Só vou dizer o endereço quando você tiver uma margem de tempo para pegá-los primeiro. – Concordou Boruto.

Sasuke se afastou da polícia com a desculpa de que precisava ver sua esposa, que estava muito mal. Eles engoliram aquilo e o deixaram ir sem imaginar que Orochimaru era o verdadeiro motivo. Sasuke dirigiu que bem um louco e conseguiu chegar em 12 minutos na sua casa. Ele tinha 3 minutos para explicar toda a situação para Sakura e Sarada, pegar o colar e atender o telefonema com novas instruções de Orochimaru.

— Notícias Sasuke? – Perguntou Sakura enquanto observava o marido passar pela porta principal da casa nervoso.

— Sim. Não são boas, mas eu não tenho muito tempo para explicar. Orochimaru está com os meninos e pediu o seu colar, aquele do diamante rosa, como resgate. Ele vai me ligar em três minutos para dizer o local da troca. Então, Sakura, pegue logo o maldito colar! – explicou Sasuke e Sakura voou para o quarto pegar a joia.

— Indra e Ashura estão bem? – Questionou Sarada igualmente preocupada.

—  Segundo Orochimaru, sim. Disse que eles estão brincando e o chamando de tio. – Disse Sasuke.

— Será que é verdade? – Perguntou Sarada.

— Por enquanto, só nos resta acreditar. – Respondeu Sasuke, então eles viram Sakura voltando com a joia numa caixa de veludo azul.

— Aqui está! Só traga nossos filhos de volta, Sasuke! – Suplicou entregando a caixa de veludo ao marido.

— Eles estarão conosco daqui a pouco, querida. – Prometeu Sasuke e então o telefone começou a tocar.

Os três ficaram em silêncio. Sasuke respirou fundo e então atendeu, sabendo muito bem quem estava do outro lado da linha.

— Já estou com o que você quer, Orochimaru. – Disse Sasuke.

— Que eficiente! Já pode ganhar o prêmio de pai do ano também! – Debochou Orochimaru.

— Ao contrário de você, eu me importo com meus filhos! – Respondeu Sasuke e Orochimaru riu.

— Que malvado você é! Insinuando que eu não me importo com Mitsuki! Mas quer saber... Aquele ingrato não merece um pingo do meu amor! Mas voltemos a falar do que interessa... Você tem 1h45 para levar esse colar até o sítio Céu Azul. Ele fica na beira da estrada, após a saída de Konoha.

— Algum ponto de referência?

— Tem uma placa com o nome do sítio na entrada. É bem chamativa, então vai ser fácil encontrar.

— Posso falar com meus filhos?

— Não sei...

— Preciso saber se eles estão bem!

— Você não me dá nenhum crédito né? Tudo bem, vou pedir pros pestinhas virem falar!

Sasuke ouviu o grito de Orochimaru chamando seus filhos e, logo depois, viu ambos discutirem para ver quem ia falar primeiro. Então, Sasuke colocou a chamada no viva voz para que Sakura e Sarada pudessem ouvir também.

— Oi, papai! O senhor já tá vindo? – Perguntou Ashura.

— Sim, eu estou a caminho! Vocês estão bem? – Perguntou Sasuke, enquanto trocava olhares com Sakura e Sarada.

— Sim, papai! O tio Sui tá brincando com a gente! – Informou Indra e todos respiraram aliviados.

— Queridos, por favor, se comportem até que o pai de vocês chegue aí! – Pediu Sakura.

— Mamãe, a gente tá com saudade da senhora! Vem junto com o papai? – Indra pediu, mas Sasuke ouviu Orochimaru falando que dessa vez não era para Sakura ir.

— Vamos deixar para uma próxima vez! Mamãe ama vocês! – Disse Sakura.

— Nós te amamos também, mamãe! – Respondeu Ashura em seu nome e do irmão.

— Bem, já chega! Estamos esperando apenas você, Sasuke. – Enfatizou Orochimaru e desligou o telefone.

Após Ororchimaru bater o telefone na cara deles, Sasuke abraçou Sakura e a filha.

— Eu prometo para vocês duas que nada de ruim vai acontecer com os dois. – Disse Sasuke depositando um beijo na testa de mãe e filha e então saiu.

— Querido, tome cuidado! – Alertou Sakura.

— Orochimaru é ardiloso! Por favor, tome cuidado por você e pelos meus irmãos! – Completou Sarada.

— Eu prometo! – Afirmou Sasuke antes de bater a posta e sumir.

[...]

Sasuke chegou ao sítio Céu Azul dentro do horário estipulado por Orochimaru. Então, buzinou na frente do portão de madeira, esperando para que alguém viesse abrir. O próprio Orochimaru veio e seu sorriso de satisfação era glorioso. Como se mentalmente estivesse pensando: “Veja só quem está vencendo agora, Uchiha”.

— Cadê meus filhos? – Perguntou Sasuke assim que estacionou o carro.

Orochimaru nem precisou responder, porque de longe Indra e Ashura já viam correndo de encontro ao pai, que, automaticamente, abriu seus braços para os filhos. O encontro foi bonito. Sasuke abraçou os gêmeos com força, como se nunca mais fosse soltá-los. Enquanto isso, Suigetsu surgiu um pouco atrás, meio cansado, porque não tinha o pique das crianças.

— Eles estão bem. Espero que tenha trazido o que combinamos.  – Respondeu Orochimaru tranquilamente.

— Está aqui. Não se preocupe. – Disse Sasuke que, mesmo após soltar os filhos, continuou próximo deles e bastante protetor.

— Vamos lá para dentro. Podemos tomar um café. – Propôs Suigetsu, tentando parecer amigável e Sasuke o olhou como se quisesse mata-lo.

— Crianças, entrem no carro do papai. Tenho um assunto com Orochimaru e Suigetsu, mas já vamos embora.  – Ordenou Sasuke e as crianças obedeceram.

— Tem certeza que não quer um café? – Dessa vez foi Orochimaru que perguntou.

— Aqui está – Sasuke entregou a joia para Orochimaru e prosseguiu – Nosso assunto termina aqui. Não sou seu amiguinho para tomar café com você. Espero que suma da vida da minha família. – Disse Sasuke.

Orochimaru abriu a caixa e ficou encantado com a peça.

— Não se preocupe, Uchiha. Com essa belezinha aqui, tenho como me manter fora desse país por anos! Com sorte, nunca mais nos veremos. – Proferiu Orochimaru.

— Que seja assim! – Torceu Sasuke, já abrindo a porta do carro.

Sasuke saiu de lá com o coração aos pulos, mas estava aliviado. Seus filhos estavam bem, sem nenhum arranhão.

— Papai, o senhor não parece bem... – Comentou Indra e Sasuke olhou para o filho por um momento pelo retrovisor.

— Não foi nada crianças. Orochimaru e Suigetsu maltrataram vocês? – Perguntou Sasuke.

— Não. Tio Sui era legal, mas o tio Orochi parecia falso. Nem quis brincar com a gente. – Dedurou Ashura.

— Olha, eles não são amigos do papai mais. Então, se algum dia os virem de novo. Corram e peçam ajuda. Entendido? – Orientou Sasuke.

— Pai, por que o senhor deu o colar da mamãe pra ele? – Perguntou Indra curioso.

— Vocês são muito pequenos para entender o perigo que estavam correndo, mas o colar da mamãe foi dado como garantia de que nada de ruim iria acontecer aa vocês. – Explicou Sasuke.

— Foi o pagamento pelo tio Orochi ter levado a gente pra passear? – Questionou Ashura, afinal não sabia o que era um sequestro.

— Foi, querido. Agora, vamos para casa porque a mamãe e Sarada estão loucas para abraçar vocês. – Disse Sasuke.

Quando chegaram em casa, Sakura voou em cima dos filhos aos prantos. Ela e Sarada os cobriram com beijos, o que deixou os gêmeos confusos.

— Por que tanto beijo mamãe? A gente só foi passear... – Comentou Ashura e Sakura riu.

— A mamãe ficou com medo de nunca mais ver vocês! – Respondeu ainda agarrada com suas crias.

— Nunca mais dê um susto desses na gente, pirralhos! – Retrucou Sarada enxugando as lágrimas que também caiam de seus olhos.

Sasuke observava a cena emocionado, embora sem lágrimas. Agora, sua torcida era para que a polícia fosse capaz de alcançar Orochimaru com as coordenadas que ele havia dado.

[...]

Boruto estava junto com a polícia e passou todas as coordenas que Sasuke havia lhe mandado sobre o esconderijo de Orochimaru. No entanto, quando chegaram ao sítio Céu Azul, tudo estava vazio. Reviraram cada canto do local, mas não havia nenhum sinal do bandido e de seu cúmplice.

Como não fazia nem 30 minutos que Sasuke havia informado o paradeiro de Orochimaru, a polícia previu que ele não deveria estar longe. Então, continuaram sua busca pelo criminoso na estrada. E, de repente, avistaram um veículo com a descrição do carro que os gêmeos disseram à Sasuke que tinha ido buscá-los na escolinha.

Assim, a perseguição começou.

Não demorou muito para Suigetsu notar que duas viaturas perseguiam seu carro e alertou isso a Orochimaru, que sacou uma arma e começou a atirar contra os policiais.

A troca de tiros foi intensa. A viatura que estava bem atrás do carro de Orochimaru e Suigetsu acabou tendo seus quatro pneus perfurados por balas. Impedidos de continuar, a viatura de trás continuou na perseguição, o que fez Suigetsu ficar aflito. Ainda mais depois que munição de Orochimaru tinha acabado.

— Eles vão pegar a gente. – Suigetsu disse e Orochimaru ficou descontrolado.

— Não fale asneiras! – Berrou Orochimaru enquanto tentava pensar num plano B. 

Mais à frente, tinha uma curva perigosa, que Suigetsu não conhecia. Enquanto ele e Orochimaru discutiam sobre uma saída daquela perseguição, Suigetsu perdeu o controle do carro e saiu da estrada, capotando.

Logo atrás, a viatura que trazia Boruto parou e assistiu a tudo. Eles sinalizaram o acidente e chamaram uma ambulância. Dois policiais foram juntos com Boruto até o carro capotado e afirmaram que Suigetsu estava morto e Orochimaru ferido gravemente.

— A morte seria uma injustiça para Orochimaru, pois ele deve pagar na cadeia por tudo que fez. – Cuspiu Boruto.

— Esse aí, depois desse acidente, se não morrer, vai ter sequelas graves. – Apontou o policial.

— Essa curva já matou muitos motoristas imprudentes. – Lembrou o outro policial.

— É verdade. – Concordou Boruto.

Naquela mesma curva, Karin havia se acidentado e morrido.  Boruto se lembrava bem de seu pai lhe contando que Sarada tinha ficado órfã porque Karin havia batido numa árvore após sair da estrada exatamente naquela curva. Talvez, o castigo que Orochimaru não fosse aplicado nessa vida então.

No entanto, Orochimaru sobreviveu. Ele estava em estado grave, mas foi encaminhado para o hospital da família Uchiha. Era até uma ironia ele ser atendido lá, mas era o hospital mais próximo da região e não podia se negar a atender o paciente, mesmo ele sendo Orochimaru.

Mitsuki ficou péssimo quando soube o que o pai fez com a família Uchiha. Começou a sentir repulsa por ser filho de alguém assim. Orochimaru tinha passado por cima de coisas que sempre havia considerado importante, como a família.

Mitsuki se sentou na poltrona ao lado da cama do pai e o ficou prestando atenção no monitoramento cardíaco dele estável. Orochimaru havia passado por duas cirurgias na coluna. E, segundo o médico responsável, ficaria paraplégico. Mitsuki ficou pensando em como o pai se sentiria ao saber disso. Logo Orochimaru, que sempre foi preconceituoso e achava cadeirantes imprestáveis, estaria preso a uma cadeira. Talvez, esse fosse um bom castigo por seus atos e talvez pudesse redimi-lo. Mitsuki não perdia a esperança. Queria muito que o pai se tornasse alguém melhor, que um dia pedisse perdão a Sasuke e a toda família Uchiha.

De repente, Orochimaru abriu os olhos e Mitsuki ficou surpreso. Afinal, ele só deveria acordar dali a algumas horas. Mesmo de olhos aberto, Orochimaru ainda estava um pouco grogue.

— Mitsuki... – Chamou Orochimaru, ainda com a máscara de oxigênio em seu rosto.

— Não fale agora. Ainda está fraco. – Pediu Mitsuki, mas Orochimaru insistiu e retirou a máscara de oxigênio para falar melhor.

— Preciso pedir perdão a você, meu filho. – Disse Orochimaru.

— Está arrependido do que fez? – Perguntou Mitsuki e Orochimaru ficou em silêncio por dois minutos.

— Me arrependo de tê-lo tratado mal. – Resumiu Orochimaru.

— Teremos a vida inteira pra recuperar nosso laço como pai e filho. – Prometeu Mitsuki, mostrando que perdoava o pai.

— E Suigetsu? – Perguntou Orochimaru.

— Seu namorado faleceu, pai. – Informou Mitsuki e Orochimaru deixou uma lágrima escapar.

— Aquele idiota! Nem pra ficar vivo... – Disse Orochimaru com a voz embargada.

— Talvez, tenha sido melhor assim. Suigetsu não ia gostar de viver uma vida na prisão.- Disse Mitsuki tentando confortar o pai.

— E eu? Vou voltar para a cadeia? – Questionou Orochimaru secando as lágrimas.

— Deveria, mas por conta do tratamento médico deverá ser prisão domiciliar. – Informou Mitsuki.

— Você vai tomar conta de mim? – Orochimaru perguntou vacilante.

— Vou. É claro que vou ter que pagar uma enfermeira para tomar conta de você diariamente para que eu possa trabalhar em paz, mas eu estarei ao seu lado. Acredito que o senhor possa mudar. – Disse Mitsuki.

— Eu não mereço o que está fazendo por mim.

— Pai, o senhor faria o mesmo por mim. Só estou retribuindo. Ah, outra coisa...

— O que?

— Falei com seu novo advogado e ele me disse que além da prisão domiciliar, o senhor terá de pagar uma multa para indenizar a Uchiha’s Construção & Engenharia, o Sasuke por danos morais e o Neji também.

— Resumindo, estou falido. – Orochimaru declarou derrotado.

— Todos os seus bens bloqueados serão vendidos para pagar a eles assim como dinheiro na sua conta no banco. – Respondeu Mitsuki.

— Até nossa casa?

— Nossa casa também, mas eu pensei muito e nós não vamos precisar dela.

— Por que?

— Vamos nos mudar para Los Angeles. Eu acabei de ser aceito como professor em uma das melhores escolas de lá.

— Mas e a orquestra?

— Vou ser transferido para a orquestra de lá. Não se preocupe. Não vou deixar de tocar. Talvez, só precise viajar menos. Então, devo ter um substituto lá.

— Você vai precisar de dois empregos pra me sustentar. Vou te dar trabalho... – Resmungou Orochimaru.

— Trabalho o senhor me dava sendo ganancioso e fazendo mal a terceiros. Agora, o senhor vai se recuperar. – Disse Mitsuki, tentando ser positivo.

— Obrigado, filho. – Disse Orochimaru e Mitsuki sorriu.

[...]

Sarada tinha acabado de receber uma mensagem de Boruto lhe convidando para passar o final de semana na casa dele na praia. Segundo o Uzumaki, a reforma tinha acabado e queria muito mostrá-la. Sarada deu um sorrisinho mínimo e então foi surpreendida pela chegada de Mitsuki na lanchonete da Universidade.

— Cabeça nas nuvens? – Perguntou o músico e Sarada alargou o sorriso.

— Boruto me fez um convite. Vamos passar um final de semana juntos na casa de praia que ele acabou de reformar. – Contou animada.

— Aquela casa que era próxima da minha?

— Sim, essa mesmo. Aliás, o que vai acontecer com ela agora?

— Vendida. Assim como todos os bens do velho Orochimaru.

— Você tá passando necessidade? Porque eu sempre soube que o seu pai que bancava quase tudo pra você.

— Fique tranquila. O dinheiro que eu tenho tem dado conta. Inclusive, eu vim aqui te contar uma novidade.

— O que foi? Arrumou uma namorada?

— Ainda não, mas isso está nos planos. Quem sabe no meu novo lar eu consiga? – Arqueou uma sobrancelha.

— Novo lar?

— Sarada, eu vou me mudar para Los Angeles.

— O que você vai fazer lá? Seu lugar é aqui, comigo, na orquestra de Konoha! – Protestou Sarada e Mitsuki riu.

— Tão autoritária! Se Boruto te escuta falando assim, vai pensar que nós mantemos um caso! – Brincou Mitsuki, deixando Sarada vermelha.

— Idiota! – Resmungou a Uchiha.

— Eu vou sentir sua falta também! Na verdade, estou indo porque recebi uma proposta de emprego. Esse lance de tocar com Shinki que me deu prestigio e tem um colégio lá em Los Angeles que estava precisando de um professor de música para crianças. Adivinha quem foi indicado para a vaga?

— Você. – Sarada falou desanimada.

— Exatamente. Nosso maestro lá da orquestra que me indicou. Eu tinha falado que estava precisando de grana e ele achou que era uma boa pra mim.

— E seu pai? Ele não vai ter que ficar preso aqui?

— Até o julgamento sim, mas ele está no hospital por enquanto. O advogado disse que é muito provável que ele consiga a prisão domiciliar, por conta do estado de saúde.

— Orochimaru não vai andar mais?

— Os médicos garantem que não.

— E como ele reagiu?

— Ainda não externou verbalmente. É o jeito dele. Já me surpreendi muito dele ter me pedido perdão e chorado a morte do Suigetsu. – Confessou Mitsuki.

— Eles tinham um caso mesmo?

— Sim. Papai nunca abriu o jogo, mas eu não sou idiota. Era, no mínimo, uma amizade colorida. Mas acho que pra ele topar ajudar o meu pai só sendo apaixonado por ele mesmo. E seus pais como estão?

— Bem, eles ficaram muito pegajosos com os gêmeos depois do sequestro. Mas acho que, aos poucos, tudo vai voltando ao normal.

— Sua família é perfeita, Sarada. Espero que algum dia possa formar uma família assim.

— Você vai conseguir, Mitsuki! Olha, tomara mesmo que o seu pai se arrependa e mude. Você é muito bom pra ter um pai malvado.

— Acho que o meu pai se deixou levar pela ganancia e, quando viu o que fez, achou que não tinha mais volta. Acabou se ferrando e arrastando todos nós que estamos perto dele para o abismo. Ele foi responsável por coisas terríveis e vai ter que conviver o resto da vida com isso.

— Meu pai não tá muito satisfeito com isso dele não ir pra prisão por causa do estado de saúde.

— Além de ter ficado paraplégico, ele tem alguns problemas psicológicos também. Foi atestado. Vai precisar de acompanhamento médico até o fim da vida. Seria cruel deixa-lo com os presos comuns.

— Eu sei, acho que ele já está pagando por seus pecados.

— Eu tenho fé que um dia ele vai pedir perdão pra sua família. – Confessou Mitsuki.

— Bem, se isso acontecer, espero que o meu pai o perdoe porque o senhor Sasuke Uchiha pode ser um tanto rancoroso. – Afirmou Sarada.

— Eu também.

— Mitsuki, sinceramente, não queria vê-lo partir para Los Angeles, mas se é o melhor para o seu futuro, então eu vou torcer por você. – Sarada sorriu.

— Espero que me visite também! – Convidou Mitsuki.

— Sim, eu iriei visitá-lo! – Concordou Sarada.

[...]

Boruto abriu a porta do carro para Sarada assim que eles estacionaram em frente à casa. A fachada tinha ganhado um tom azul bebê, as portas e janelas eram brancas. Sarada gostou. A cor lembrava um pouco os olhos de Boruto. Então, a musicista sorriu para o namorado.

— Gostou? – Perguntou Boruto ao ser encarado por Sarada.

— É a casa mais linda do mundo. – Sarada exagerou, mas era o que sentia em seu íntimo.

— Espero que goste do interior também. – Disse Boruto já pegando a chave para abrir a porta.

Por dentro, a casa não estava totalmente mobilhada. O chão era de porcelanato, imitando madeira. Tinha um sofá cinza com algumas almofadas coloridas e alguns quadros na parede. Sarada reconheceu que dois deles tinham a assinatura de Inojin.

— O que você fez com os móveis antigos? – Perguntou Sarada.

— Doei para o bazar da igreja. Não fazia sentido manter coisas aqui que Yodo escolheu. – Respondeu Boruto.

—  Então, tudo que eu to vendo aqui é novo?

— Sim. Você pode perceber que estão faltando muitas coisas, mas eu queria muito que você escolhesse. Só comprei mesmo o sofá, a televisão, a nossa cama, o fogão, a geladeira e os armários da cozinha. – Enumerou Boruto.

— E os quadros?

— Inojin deu de presente. Ele veio com a minha irmã antes e achou que você iria gostar. – Informou Boruto.

— Ele acertou em cheio. Aliás, você acertou! Tá tudo tão bonito!

— Reparou na parede com desenhos geométricos? – Questionou Boruto e Sarada sorriu.

— Sim. Foi o Inojin também? – Questionou Sarada.

— Na verdade, fui eu! Pedi umas dicas pro Inojin e fiz uma coisa geométrica, mais dentro das minhas habilidades. Mas tenho que confessar que foi ele quem comprou as tintas e os pinceis. Eu não saberia escolher essas coisas. – Confessou Boruto e ficou feliz de ver Sarada encantada com tudo.

— É muito linda a nossa casinha! – Disse Sarada e aquilo surpreendeu Boruto.

— Repete isso aí, garota! – Pediu Boruto.

— Que a nossa casinha é linda? – Sarada arqueou uma sobrancelha e então Boruto a agarrou ali mesmo e a beijou intensamente.

— Você é o grande amor da minha vida, Sarada. – Se declarou Boruto e ela ficou vermelha.

— Também te amo! – Respondeu Sarada.

— Agora, eu preciso pedir para que você use essa venda. – Disse Boruto tirando uma venda do bolso da calça.

— Pra que? – Retrucou Sarada.

— É surpresa né? Não estraga! – Insistiu.

— Tá bom. – Concordou e então Boruto a vendou.

— Fique quietinha aqui que eu já volto. – Prometeu Boruto.

— Só não demora! – Exigiu Sarada.

Boruto subiu as escadas correndo e quando voltou carregava um violino. Não era um violino qualquer, mas aquele que ela havia lhe dado de presente de casamento. Aquele que quando ambos tinham 8 ambos Boruto fez Sarada prometer que o daria quando se casassem.

— Tire a venda. – Ordenou Boruto.

Já desvendada Sarada encarou Boruto e o viu começar a tocar “Love Story” no velho violino. Ela ficou emocionada. Os olhos se enceram d’água e, aos pucos, as lágrimas começaram ao cair e a se confundir com o sorriso que ocupava seu rosto.

Boruto estava tocando como se fizesse isso a anos, embora soubesse que ele não deveria ter tanta prática assim. A verdade é que Boruto estava treinando há meses com Mitsuki para fazer o pedido em grande estilo. Sarada estava impressionada. Ficou ainda mais com a escolha da música. Boruto sabia que “Love Story” era uma música especial para a amada. Como ela mesma havia lembrado a todos no casamento de Chouchou e Obito, aquela canção marcou o primeiro beijo de Sasuke e Sakura após muitos anos afastados.

No fim, Sarada aplaudiu o namorado e correu para os seus braços. Ainda chorando, ela sussurrou:

— Eu não sei nem o que dizer.

— Só diga sim! – Respondeu Boruto, enquanto se afastava da namorada.

Então, Boruto retirou uma caixinha preta de veludo do bolso, se ajoelhou, mostrou o anel e pediu:

— Sarada Uchiha, você aceita casar comigo? – Os olhos de Boruto fitavam os de Sarada com ansiedade. Tinha medo de estar se antecipando de novo.

Sarada estava boquiaberta, o coração acelerado, mas logo conseguiu colocar os pensamentos em ordem para respondê-lo.

— Mil vezes, sim! – Disse sorrindo e então Boruto colocou o anel em seu dedo.

— Agora você é minha noiva! – Disse depositando um beijo suave na mãos de Sarada com o anel.

— Nada me faria mais feliz do que ter você como meu noivo! – Sarada disse e então Boruto a envolveu em um beijo longo.

Após o beijo terminar com vários selinhos, Boruto disse para Sarada que ela ainda devia conhecer o resto da casa. Então, eles subiram as escadas de mãos dadas. O banheiro estava bonito também. Boruto havia trocado tudo. Não havia nenhuma lembrança ali que Yodo algum dia passou por lá. No quarto, só havia a cama centralizada no meio do cômodo.

— Parece confortável. – Comentou Sarada e logo foi empurrada para cima da cama.

— Vamos testá-la. – Sugeriu Boruto já cobrindo a noiva com beijos em lugares diferentes do corpo como no pescoço, na clavícula, mais próximo dos seios.

Sarada riu da atitude do noivo. Podia passar o tempo que fosse que Boruto ia continuar um moleque afoito.

Ele tirou a camiseta num piscar de olhos e jogou em algum canto do quarto. Enquanto Boruto se despia, Sarada se satisfazia em observá-lo. Boruto não estava fazendo um strip sensual. Ele só procurava tirar as roupas do jeito mais rápido que encontrasse, mas era o jeito do Boruto. Quando estava só de cueca. Sarada resolveu ajudá-lo.

— Vai uma mãozinha aí? – Ofereceu divertida, já enfiando sua mão dentro da cueca do noivo que gostou da atitude dela.

— Você é maravilhosa. – Disse com a voz rouca e em seguida gemeu ao senti-la estimulá-lo.

Sarada gostava de Boruto entregue ao seu toque. Era como se tivesse um efeito especial nele. O clima entre eles, definitivamente, havia esquentado. Boruto não se contentou com aquela carícia, então ele mesmo começou a despir Sarada. Ela riu pela iniciativa desesperada dele. Não entendia pra que tanta pressa.

— Vamos fazer devagar dessa vez, está bem? – Sussurrou Sarada no ouvido de Boruto e então mordiscou o lóbulo de sua orelha.

— Tudo bem. Eu quero você. Só não me faça esperar muito. – Pediu Boruto completamente excitado.

— Eu vou atender a todos os seus pedidos hoje, meu futuro marido. – Afirmou Sarada encarando Boruto e então eles trocaram mais um beijo apaixonado.

O tesão que sentiam um pelo outro fez com que não se desgrudassem até que anoitecesse. Quando tudo estava escuro do lado de fora da casa, os dois, ainda abraçados, estavam com feições pensativas. Como se estivessem passando em suas mentes cada momento íntimo que tinham acabo de viver.

Sarada ficou ali aconchegada nos braços de Boruto até que ele começou uma conversa.

— Acho que te pedir em casamento foi a coisa mais corajosa que já fiz. – Comentou Boruto.

— Por que? Você já fez coisas mais arriscadas, como levar um tiro por mim. – Lembrou Sarada.

— Levar um tiro é fácil. É heroico. Mas pedir a mão da garota dos seus sonhos é aterrorizador. E se você dissesse não?

— Eu nunca diria não pra você. – Afirmou Sarada.

— Até algumas horas atrás eu não tinha essa certeza não. – Confessou Boruto.

— Estava inseguro? – Questionou Sarada.

— Você me deixa inseguro. Eu tenho muito medo de te perder, sempre tive.

— E por isso mesmo acabou perdendo antes, mas não precisa se preocupar mais. Eu estou aqui agora e não pretendo partir.

— Ah, Sarada, pode ter certeza que não vou deixar você me abandonar de novo.

[...]

No dia seguinte, quando Sarada acordou, ela procurou por Boruto pelo quarto e não o encontrou. Em cima da pia do banheiro havia um bilhete. Sarada o pegou e leu.

“Oi, meu amor! Não se preocupe, pois eu não fugi! Tome um banho, atrás da porta tem uma roupa para você, depois desça. Vou estar te esperando na frente de casa.”

Sarada olhou atrás da porta viu que tinha uma capa preta protegendo o que parecia ser um vestido. A Uchiha se perguntou o que Boruto estaria aprontando. Então, ela pegou as coisas de higiene pessoal que tinha trazido para passar o final de semana ali, a toalha, as peças íntimas e foi tomar o banho sem abrir a capa que envolvia o vestido.

Ao sair do banho, ela vestiu sua calcinha e o sutiã,  passou hidratante nas pernas, soltou o cabelo que antes estava preso em um coque e só então foi ver o vestido.

Para sua surpresa, ela um vestido longo, de cor clara, cheio de bordados. Era um vestido de noiva? Sarada ficou com dúvida. Talvez fosse coisa da sua imaginação. Até porque era impossível casar agora.

Sarada vestiu o vestido, se olhou no espelho e viu que estava faltando algo. Era a maquiagem. Passou uma bem leve no rosto e se encarou novamente. Estava bonita. Agora, ela não conseguia parar de pensar no que Boruto estava tramando. O que seria? Curiosa, desceu as escadas e viu que não havia nada de incomum na casa. Parecia tudo em seu devido lugar. Estava vazia, então Boruto certamente estava do lado de fora esperando-a. 

Sarada abriu a porta desconfiada, mas um sorriso surgiu em sua face quando viu exatamente o que Boruto tinha planejado. A Uchiha viu que tinha um caminho de rosas vermelhas que levava até uma tenda de madeira adornada com tecidos azuis. Lá, Boruto estava com um terno de cor clara. Ao lado deles, no altar, estavam Sakura, Sasuke, Hinata e Naruto. 

Sarada começou a andar até lá e reparou que seus amigos também estavam em volta dali, em algumas cadeiras. Estavam Inojin, Himawari, Chouchou, Obito, Sai, Shizune, Itachi, Izumi, Mikoto, Fugaku, Madara  e Yodo. Enquanto isso, Shinki começava a cantar a música “Touch” (versão de Ed Sheeran, mas que é das garotas do Little Mix) acompanhado por sua banda.

Sarada foi dançando pelo caminho e Boruto sorria admirado para ela. Quando ela chegou no altar no meio da areia, Boruto segurou suas duas mãos e a encarou.

— Você tem ideia do que está acontecendo aqui? – Perguntou Boruto e Sarada sorriu.

— Parece um casamento. Acho que é nosso! Como fez tudo isso?  – Respondeu Sarada.

— Contei com a ajuda dos nossos pais. Arrumei a papelada para o casamento civil, pedi ajuda pra sua mãe fazer o vestido e o anel de noivado, pedi sua mão pro padrinho, pedi ajuda da Himawari e da Chouchou para a decoração e o buffet que nesse momento tá arrumando tudo lá em casa para comemorarmos nossa união e implorei pro Shinki vir cantar pra gente. Só falta você dizer sim! – Contou Boruto.

— Uau! Um casamento surpresa... A última vez que eu vi isso foi...

— Com a sua mãe! Eu lembrei que você ajudou a fazer o casamento deles naquela época e pensei que seria o único jeito de te fazer casar comigo sem ter que esperar um milhão de anos pra isso. – Disse Boruto.

— Filha, diz sim! Fizemos isso pra vocês com muito amor! – Incentivou Sakura.

— Eu já tive uma conversinha particular com o Boruto e tá tudo certo. Se quiser dizer sim, acho que não vai se arrepender. – Disse Sasuke.

Sarada então foi até os pais e os abraçou emocionada.

— Vocês são os melhores pais do mundo! Amo vocês!

— Também te amamos, querida! – Respondeu Sakura.

Sarada então voltou-se para Boruto.

— Podemos dar prosseguimento ao casamento. – Afirmou tranquila e Boruto suspirou aliviado.

Parte do Uzumaki temia ser largado no altar. Hinata e Naruto estavam de mãos dadas e trocaram um olhar amoroso ao ver que Sarada e Boruto estavam prontos para construir uma vida juntos.

O juiz de paz então fez o casamento de Boruto e Sarada. Foi bem simples. Bem longe da ostentação de que foi o de Chouchou, mas era o suficiente para Boruto e Sarada. Estavam ao lado das pessoas que eles mais amavam e trocaram as alianças com a certeza de que seria para sempre.

Sarada foi a primeira a fazer os votos.

—  Boruto, receba essa aliança como prova de que todos os nossos erros não foram capazes de apagar o amor que sinto por você. Sempre será verdadeiro. Lembre-se disso! Eu te amo. – Finalizou Sarada.

Na vez de Boruto, ele já estava chorando. Era uma verdadeira manteiga derretida mesmo.

— Sarada, receba essa aliança como prova do meu amor incondicional por você. Já passamos por muitas coisas e eu sei que o futuro não vai ser fácil, mas a gente vai dar um jeito como sempre. Nós vamos ficar juntos, ter três filhos, quem sabe um cachorro e seremos felizes. Eu te prometo, meu amor! – Finalizou Boruto e então os dois se beijaram. Todos os convidados aplaudiram.

[...]

Então havia chegado a hora de receber os cumprimentos de todos. Os primeiros a abordarem o casal foram Hinata e Naruto.

— Que felicidade! Vocês finalmente realizaram o meu sonho! – Confessou Naruto enquanto abraçava o filho e a nora ao mesmo tempo.

— Seu sonho pai? Pensei que fosse o meu... – Comentou Boruto enquanto era sufocado pelo abraço do pai.

— Eu sonho com esse casamento há mais tempo que você! Desde que a Sarada era uma bebezinha eu dizia pro Sasuke que vocês ficariam juntos! Não é mesmo Sasuke? – Disse Naruto.

— Não me meta nas suas histórias! – Resmungou Sasuke.

— Estamos felizes por realizar esse sonho também. – Afirmou Sarada e então Naruto os largou.

— Cuidem um do outro. Isso fará vocês continuarem juntos. – Aconselhou Naruto.

— Querida, sempre a vi como uma filha, mas agora você vai realmente se tornar uma. Faça meu Boruto feliz! – Pediu Hinata.

— Vou fazer meu melhor! – Prometeu Sarada.

Após Hinata e Naruto, chegou a vez de Sakura e Sasuke.

— Queridos, eu desejo toda a felicidade do mundo pros dois! Cuide bem de minha filha, Boruto. E, Sarada, por favor, se empenhe pra fazer isso funcionar. – Orientou Sakura.

— Por que vocês pensam que sou eu que vou estragar esse casamento? – Questionou Sarada.

— Sua mãe só quis dizer que o Boruto sempre desejou mais esse casamento que você. Sei que você disse sim porque se sente da mesma forma, mas sua mãe teme que você se arrependa por causa dos seus planos. – Explicou Sasuke.

— Não fiquem preocupados está bem? Eu quero esse casamento. Eu realmente vou fazer o meu melhor. Mas filhos ainda serão só depois dos 30! – Advertiu Sarada e Boruto fez um bico de criança emburrada. Estava claro que ele não ia desistir de engravidá-la.

Após os pais dos noivos, foi a vez de Mikoto, Fugaku, Madara, Itachi e Izumi. Cada um deles abraçou o casal e desejou votos de felicidade. Itachi pediu juízo aos dois, Izumi disse para Sarada pensar melhor sobre a decisão de filhos depois dos 30 porque crianças eram uma benção, o que deixou Boruto agradecido, pois tinha mais alguém ajudando-o na missão de convencer Sarada a ser mãe logo. Mikoto disse a Sarada que seria para sempre sua garotinha apesar de ter crescido rápido demais, enquanto Fugaku parabenizou os noivos e ameaçou Boruto. Sim, o vovô Uchiha disse com todas as letras que acabaria com a vida de Boruto caso ele fizesse sua princesinha sofrer. Para finalizar, o tio Madara os pediu para aproveitarem a vida!

Então, havia chegado a hora dos amigos falarem. Inojin se aproximou do casal com Himawari, Sai e Shizune. Todos disseram que torciam por eles e que estavam felizes por participarem de um momento tão especial. Já Shinki e Yodo – que por sinal estava com um barrigão -  disseram que tinha sido uma honra o convite para estarem ali, prestigiando-os num momento tão bonito e que o pequeno Toshiro na barriga de Yodo precisava estar presente na cerimônia de casamento de seus padrinhos.

Após Yodo e Shinki se afastarem, Chouchou e Obito vieram abraçar os noivos. Eles estavam verdadeiramente empolgados por eles dois.

— Nós duas casadas! Dá pra acreditar Sarada? NÓS DUAS! É UM SONHO!  - Comemorou Chouchou.

— Viu? Não fiquei encalhada para sempre! – Respondeu Sarada divertida.

— Graças a Deus! – Disse Chouchou.

— Boruto finalmente tomou vergonha na cara e pediu a sua mão! – Comentou Obito.

— Ei, eu sempre quis isso... – Boruto tenta se defender.

— Bem, o importante é que agora vocês conseguiram! Estou feliz por vê-los juntos de novo! – Disse Obito.

— Obrigada, primo! Se o Boruto aprontar, você dá uma surra nele como deu no Shikadai! – Brincou Sarada.

— Com prazer, prima! – Concordou Obito.

— Ei, me respeitem porque eu estou presente e não quero ser socado! Falando do Shikadai, pessoal, peguem leve com ele ok? O coitado tá sofrendo. – Boruto disse.

— Ah, claro... – Chouchou fez pouco caso.

— Boruto, por que você não o convidou? Ele era um dos seus melhores amigos... – Comentou Sarada estranhando a ausência de Shikadai.

— Bem, toda a sua família deu pitaco nesse casamento, incluindo a duplinha linda aqui na sua frente. Então... – Quando Boruto ia terminar a explicação, Obito se interrompeu.

— Eu pedi que Shikadai não fosse convidado. Ia ser estranho ele no mesmo ambiente que eu e minha esposa. Além disso, ele pode ser amigo do Boruto, mas eu sou sua família. Então, quem é mais importante? – Disse Obito e Sarada riu.

— Que convencido! – Sarada então se voltou para Boruto – Meu amor, sinto muito que seu amigo não tenha vindo. Depois, vamos nos desculpar com ele e tenho certeza que Shikadai entenderá. Afinal, Obito tem razão... Os três aqui seria, no mínimo, estranho.

— Eu entendo. Sasuke também conversou comigo e eu entendi porque o Shika não poderia estar aqui. Enfim, foi só para a família mesmo o casamento. – Disse Boruto.

 - Bora pra festa agora? – Perguntou Chouchou.

— Que festa? – Sarada estranhou.

— Querida, eu organizei tudo pra você com a ajudinha da Himawari! Tem um buffet bafônico esperando por nós na sua casinha! Viemos com tudo pronto!

— Obrigada por isso, Chouchou! Você é a melhor amiga do mundo! – Agradeceu Sarada.

A festa rolou até anoitecer. Foi algo familiar. Comida, bebida, música, altas conversas sobre o que seria do futuro de cada um. Shizune revelou que estava fazendo um tratamento para engravidar de Sai, Inojin estava ansioso para ter um irmãozinho, enquanto Himawari dizia já estar pensando nos preparativos para o próprio casamento para Shinki e Yodo. Sasuke e Sakura estavam correndo atrás dos gêmeos que não paravam um segundo. Itachi e Izumi dançavam agarradinhos. Chouchou estava ao lado da mesa de doces, enquanto Obito tentava controlar a gula da esposa. Fugaku e Mikoto contaram aos filhos que queriam fazer um cruzeiro no ano seguinte. Assim que controlaram os gêmeos, Sakura e Sasuke os jogaram no colo de Sarada e Boruto que ficaram dançando com eles.

— Maninha! Você tá muito linda! – Elogiou Indra dando um beijo na bochecha de Sarada.

— Obrigada! Você também tá lindo! Igualzinho a um príncipe! – Elogiou Sarada.

— E eu maninha? – Questionou Ashura sem querer ser deixado de lado pela irmã.

— Nossa! Você tá lindo demais! Outro príncipe! – Respondeu Sarada e Ashura ficou se sentindo maravilhoso.

— Se continuar elogiando eles assim eu vou ficar com ciúmes! – Comentou Boruto e Sarada riu.

[...]

Um ano depois...

Inojin estava recebendo seus convidados para inauguração de sua exposição “A duquesa”. Nela, o Yamanaka retratou pela primeira vez sua mãe, Ino. Nos primeiros quadros, ele retratava a felicidade de sua infância com a mãe. Eram coloridos, vibrantes e representavam a forma como ele se sentia naquele tempo. A segunda parte da exposição era em preto e branco, mais sombria, dualista. Nas obras de arte as pessoas podiam ver uma Ino boa transformando-se numa mulher perversa. Shizune ficou responsável por fazer a curadoria da exposição.

Sarada e sua família foram os primeiros a chegar. Observaram tudo com atenção. Era incrível ver como Inojin guardava todos os traços de Ino em sua memória.

— Como você conseguiu fazer isso? – Perguntou Sarada para Inojin, que estava ao lado de Himawari, Sai e Shizune.

— Eu me lembro bem da minha mãe, das expressões dela e, se tivesse alguma dúvida era só olhar para o espelho. – Inojin deu um sorriso tímido.

Era verdade. Inojin sempre foi muito parecido fisicamente com Ino. Era mais pálido do que ela, no entanto os olhos possuíam o mesmo tom de azul e o formato. Os cabelos eram iguaizinhos também, dourados como ouro.

— Você sente falta dela né? – Perguntou Boruto, com o braço envolta dos ombros de Sarada.

— Sinto. Essa exposição é para mostrar ao mundo quem era Ino Yamanaka. Todos vão poder ver seus defeitos, mas também suas qualidades. – Pontuou Inojin.

— Convidou Gaara para a exposição? – Perguntou Sakura, surgindo com Sasuke e os gêmeos.

— Sim, eu convidei. – Respondeu Inojin.

— Infelizmente, meu pai não virá. Mas eu vim representá-lo! – Respondeu Shinki com Yodo e o pequeno Toshiro nos braços.

— Que bom que veio, Shinki! – Exclamou Inojin indo abraçá-lo.

— Você entende que para o meu pai seria muito difícil estar aqui, não? – Perguntou Shinki.

— Claro que entendo. Depois de tudo o que a minha mãe fez, seria doloroso demais. – Concordou Inojin.

— Mas Inojin ficou muito feliz de todos vocês estarem aqui conosco. – Disse Himawari trocando um olhar de cumplicidade com o noivo.

— Quando sai esse casamento de vocês hein? – Questionou Naruto, se intrometendo na conversa após tirar foto de um quadro com o celular.

— Em breve, sogrão! – Respondeu Inojin.

— Só sabe dizer isso! – Resmungou Naruto.

— É que nós queremos netinhos! – Disse Hinata, surgindo ao lado do marido.

— Melhor pedirem para Boruto e Sarada! – Afirmou Himawari.

— Nem vem! – Disse Sarada.

— Essa daí tem um coração de pedra quando o assunto é esse! – Disse Boruto.

— Vocês terão filhos na hora certa! – Comentou Sasuke.

— Sinceramente, acho que não preciso de mais crianças no momento! – Observou Sakura, pois já estava cansada por causa dos gêmeos. Então, se netos viessem, ela enlouqueceria de vez.

Todos riram.

— Sarada vai ser uma boa mãe quando quiser ter um bebê. – Comentou Yodo, que tinha entregado Toshiro nos braços da madrinha.

— Um bebê tão lindo é fácil de cuidar! Um filho seu com o Shinki é calmo. Acho que um meu com o Boruto seria como uma peste. Sangue Uchiha com Uzumaki junto deve ser problemático demais. – Disse Sarada balançando a criança no colo.

— Só se puxar ao seu lado da família! Olha só quanta gente mal-humorada! – Disse Boruto apontando para Sasuke e os gêmeos.

— E se puxar ao seu lado? A Hinata é fofa, mas Naruto e você são muito agitados! – Atacou Sarada.

— Não briguem! – Sakura interviu.

— Só vamos saber como será um bebê de vocês quando tiverem. Até lá, não fiquem discutindo se será um bebê calmo como o Toshiro ou não. – Disse Sasuke.

— Tá bom... – Sarada e Boruto concordaram. Em alguns pontos, ambos ainda eram infantis e talvez fosse melhor esperar mesmo para terem filhos. Tinham menos de 25 anos. Ainda tinham muito pela frente.

[...]

 Após voltarem da exposição de Inojin, Sasuke tinha uma grande missão: inaugurar o viaduto novo. Sim, aquele que ficaria no lugar do que desabou. Sasuke estava nervoso, pois um pequeno filme se passou em uma cabeça, lembrando-se do momento que soube da queda daquele viaduto. Sasuke sabia que dessa vez seria diferente, que o viaduto não iria cair novamente. No entanto, era natural que se sentisse nervoso.

— Pronto? – Perguntou Sakura para o marido.

— Sim, estou pronto. Cadê as crianças? – Perguntou Sasuke.

— Foram na frente com Sarada no carro do Boruto. – Informou Sakura.

— Bem, então acho que temos que ir logo se não quisermos atrasar tudo. – Avisou Sasuke já pegando a chave do carro.

— Querido, essa inauguração não acontecerá sem você! Relaxe! – Disse Sakura seguindo o marido até o carro.

Quando chegaram no local do viaduto, algumas pessoas estavam lá, assim como prefeito da cidade. Sasuke foi cumprimentado pelo prefeito e então se aproximou de Madara.

— Pensei que não vinha mais! – Disse Madara em tom brincalhão.

— Não perderia esse momento por nada. – Afirmou Sasuke.

— Cadê a Sakura? – Questionou Madara.

— Ela está ali atrás com as crianças, Sarada e Boruto. Querem acompanhar tudo de perto, mas ficar um pouco longe da imprensa. – Disse Sasuke.

— Ansioso para dar uma entrevista? – Perguntou Madara.

— Nenhum pouco. Só quero que o viaduto seja aberto para todos. – Afirmou Sasuke.

Passaram-se alguns minutos e a jornalista se aproximou de Sasuke, que já estava segurando a tesoura que cortaria o laço da inauguração da obra.

— Sasuke, como está se sentindo ao ver esse viaduto de pé? – Perguntou a jornalista.

— É um misto de sentimentos. Me sinto feliz por finalmente essa obra estar pronta para a população de Konoha e me sinto mal por toda a história por trás dessa obra. Afinal, uma vida foi perdida com a queda do viaduto anterior. – Respondeu Sasuke.

— Quanto essa obra afetou a sua vida?

— Me afetou muito. Fui julgado por um erro que não cometi e foram tempos difíceis pra mim. Ainda bem que tudo foi esclarecido antes que me prejudicassem ainda mais. – Disse Sasuke.

— O culpado pela queda do viaduto anterior trabalhava com você na Uchiha’s Construção & Engenharia. Acha que ele pegou a pena que deveria?

— Isso é relativo. Por mim, Orochimaru estaria na cadeia para pagar por tudo que fez não só a mim, mas para tantas outras pessoas que foram afetadas com essa tragédia. No entanto, ele sofreu um acidente de carro, perdeu o movimento das pernas, tem tido acompanhamento psicológico e está na prisão domiciliar. É um castigo ameno? Injusto? Ele não sofreu o quanto deveria? Eu não sei responder. Não sou Deus. Também não sou o juiz. Só espero que ele pegue a chance que a vida o deu de continuar vido e não a desperdice novamente. – Respondeu Sasuke.

— Esse viaduto está recebendo o nome de Tenten Mitsashi para homenagear a vítima do acidente. O que acha disso?

— É uma boa homenagem. Assim, Tenten sempre será lembrada.

— Obrigada pela entrevista, Sasuke. – Agradeceu a repórter.

— Eu que agradeço pela oportunidade de falar. – Respondeu Sasuke e viu a repórter se distanciar.

Assim que a jornalista saiu de perto, foi dado início a inauguração. O prefeito disse algumas palavras, Madara também e no fim Sasuke cortou a faixa. Todos aplaudiram. Uma foto foi tirada.

Quando Sasuke estava indo embora, Neji apareceu e o chamou para conversar.

— Você fez um bom trabalho, Sasuke! – Cumprimentou Neji.

— Gostou da placa com o nome da Tenten? – Perguntou Sasuke.

— Sim, é bonita. Sempre que passo por aqui me lembro dela. Tenten foi muito importante pra mim e queria muito que as pessoas entendessem que importância ela teve pro meu mundo. – Afirmou Neji.

— Além do Viaduto Tenten Mitsashi, ela tem uma ala no hospital com o nome dela também. – Lembrou Sasuke.

— Sim, são as homenagens que a gente consegue prestar a ela né? Não quero que ela seja esquecida. – Disse Neji.

— Você nunca irá esquecê-la. – Comentou Sasuke.

— Não vou. Eu queria muito ter tido um filho com ela, mas hoje penso que Deus ou o universo não quis que fosse assim, então respeito.

Sakura então se aproximou e interrompeu a conversa.

— Gente, imagino que o papo esteja bom, mas precisamos ir. As crianças precisam ficar na casa dos seus pais para que a gente possa ir pra Nova York hoje. – Avisou Sakura.

— Não vou mais atrapalhar vocês. Além disso, também vou para Nova York hoje. – Contou Neji.

— O que o doutor vai fazer lá? Algum congresso? – Perguntou Sakura.

— Na verdade, vou visitar a minha namorada. – Respondeu Neji.

— Ainda está com a assistente da Shizune? – Questionou Sasuke.

— Sim. No início era bem despretensiosa nossa relação, mas nos apegamos um ao outro. Ela não consegue terminar nem eu quero isso. Então vivemos nessa eterna ponte aérea. – Contou Neji.

— Isso não desgasta a relação de vocês? – Perguntou Sasuke.

— Um pouco, mas estamos sabendo lidar. Você a conhece bem Sakura. Deve saber como Konan é determinada e divertida. – Contou Neji.

— Ela é uma ótima profissional. Desde que Shizune se mudou definitivamente pra cá, a maioria dos meus assuntos em Nova York são resolvidos por ela. Desejo uma boa sorte pra vocês. – Sorriu Sakura.

— Obrigado. Fazia tempo que eu não era tão feliz. – Disse Neji.

— Nós realmente ficamos felizes por você – Afirmou Sasuke e então eles se despediram de Neji. 

[...]

Enquanto Sarada arrumava a mala para ir com os pais, ela viu o telefone tocar. Era Mitsuki. Então, Sarada tendeu sorrindo.

— Olha só quem está me ligando! Que saudades de você, Mitsuki! – Disse Sarada e ouviu uma risada do outro lado da linha.

— Quem é vivo sempre aparece! Desculpa ter sumido! Tive que lidar com meus problemas primeiro. – Disse Mitsuki.

— Sem problemas. Mas o que aconteceu? Tá tudo bem? – Perguntou Sarada preocupada.

— Agora está, mas seis meses atrás foi tenso.  Acredita que meu pai tentou o suicídio? – Contou Mitsuki.

— Como assim?

— É. Ele disse que estava cansado dessa vida, escreveu um bilhete me pedindo perdão e cortou os dois pulsos. Se eu não chego a tempo, ele tinha morrido. Foi terrível.

— Mas agora ele está bem?

— Sim, mas agora ele não pode ficar sozinho nem por um segundo. Além das enfermeiras, coloquei câmeras por toda a casa.

— Não pesa muito sobre os seus ombros essa responsabilidade de cuidar dele? – Questionou Sarada.

— Olha, tem dias que eu fico cansado. Não vou mentir. Só que vou lutar pela vida dele até o fim, estou tentando mostrar que ele pode superar o que aconteceu, que um dia a pena vai acabar e ele poderá sair novamente.

— Imagino a barra que você está segurando.

— Mas tá tudo bem Sarada! Eu juro que está! Ele fica chorando ás vezes, mas aí eu sento com ele e falo que vai ficar tudo bem de novo, tento fazer ele sorrir um pouco que seja. Todos os dias toco pra ele e sei que é o seu momento preferido do dia. Isso me dá algum conforto.

— E como estão as coisas no seu emprego?

— Ótimas! Adoro as crianças! Às vezes viajo com a orquestra, mas sempre em dias que o meu pai fica bem assistido e ligo sempre pra saber se tá tudo bem mesmo.

— E as namoradinhas?

— Querida, parece que eu vivo lambuzado de mel – Risos – Tem várias meninas e até meninos atrás de mim acredita?

— Acredito! Sempre sexy! – Riu Sarada.

— Pois é, mas já me amarram! Estou namorando uma garota da orquestra. Ela se chama Tarui. Depois te mando uma foto. – Contou empolgado.

— E ela já conheceu o sogrão? – Perguntou Sarada.

— Já e tenho que confessar que ele a adorou. Sério, Sarada! Ele disse que nós combinamos muito porque eu toco violino e ela violoncelo. Às vezes, ela vem aqui e toca comigo para alegrá-lo. – Contou Mitsuki.

— Isso é bom! Desejo que você seja feliz aí!

— Estou sendo. É claro que estou enfrentando um momento de adversidade, mas a vida é assim. O lance é tocar pra frente!

— Verdade! Ei, você tá me devendo uma visita! – Cobrou Sarada.

— Eu sei! Ainda não me desculpei por não ter ido no seu casamento!

— Eu entendo. O Boruto me contou que você não foi porque no dia não tinha ninguém para ficar com Orochimaru.

— Eu vou te pedir perdão mil vezes por ter perdido esse dia! Mas te prometo que no batizado do primeiro baby eu estarei! – Prometeu Mitsuki.

— Por falar em baby...

— Sarada de Deus! Não faz esse clima de suspense mulher! – Pediu Mitsuki.

— Eu descobri que estou grávida ontem e ainda não tive coragem de contar pro Boruto. – Desabafou Sarada.

— Tem que contar logo! Você sabe que ele é louco por um bebê!

— Eu sei, mas é que a gente tinha um trato, que seria só depois dos 30, mas acho que esqueci de tomar remédio e enfim... Deu nisso!

— Alguém mais já sabe?

— Só a minha mãe! Não tive nem coragem de falar pro meu pai.

— Conta pro Boruto logo boba! Ele vai ficar feliz.

— É. Eu sei que vai. Obrigada pelo apoio!

— Agora preciso desligar. Se cuida viu? Beijos! Te amo! – Despediu-se Mitsuki.

— Tchau! Se cuide também!

Sarada estava guardando o celular quando se deu conta que Boruto estava ali.

— Quando você ia me contar da gravidez? – Perguntou Boruto sério.

— Amor, eu estava tentando assimilar primeiro a notícia. É tão maluco me ver mãe! Sei lá! Tava procurando uma oportunidade, mas aí você deu uma de enxerido e descobriu tudo! Droga! – Bufou Sarada e quando se deu conta Boruto estava abraçando ela, aos prantos.

— Obrigado por realizar meu sonho de ser pai. – Disse ainda afundado nos cabelos de Sarada e chorando muito.

— De nada (?)

Sarada estava impactada. Paralisada. Então ficou ali abraçando Boruto de volta, enquanto sentia as lágrimas dele escorrerem sobre seu ombro. Ela sabia da importância de um filho para o marido, mas ainda era surreal a reação dele.

— Você quer se seja menino ou menina? – Perguntou Sarada.

— Pode ser até trans que eu não me importo! – Afirmou Boruto e Sarada riu.

— Você vai ser o melhor pai do mundo! – Sarada sorriu, pois não tinha dúvida.

[...]

Em Nova York, Sakura ia lançar uma nova coleção no Fashion Week. Assim, ela foi acompanhada da família. No evento, como sempre, tinha um milhão de compromissos e ficava de um lado para o outro até o momento de seu desfile, que, mais uma vez, foi impecável. Sarada tocou violino e foi brilhante. No final, Sakura disse algumas palavras ao cruzar a passarela com a última modelo.

— Eu gostaria de dedicar esse desfile para a minha família. Obrigada aos gêmeos Indra e Ashura que estão em casa. Provavelmente, me vendo pela internet. Mamãe ama vocês, lindinhos! Obrigada a minha filha Sarada que, mais uma vez, me prestigiou tocando uma belíssima canção em seu violino. E, por último, mas não menos especial, quero agradecer a Sasuke Uchiha por ser meu companheiro, um grande amigo, um ótimo pai pros meus filhos e, além de tudo isso, o grande amor da minha vida. Olhando tudo que tenho agora só encontro motivos para agradecer. Há alguns anos não pensava que tanta felicidade fosse possível de ser encontrada e agora não sei me imaginar sem nenhum de vocês ao meu lado. Obrigada, de novo, por tudo. – Finalizou Sakura e foi aplaudida de pé. Sasuke, que estava na primeira fileira, então correu até a esposa e a beijou na frente do mundo todo, sem se importar de que estava sendo filmado e fotografado.

[...]

Quando chegou em casa – vulgo apartamento de Nova York -, após o desfile, Sakura abriu o notebook e ficou alguns minutos observando a página do La Haruno. Ela respirou fundo e então começou a escrever um post.

Tudo passa

A primeira vez que alguém me disse que tudo passa, eu duvidei. No momento em que a gente escuta essa frase parece que a dor é absurda, que nunca terá um fim, que você está fadado a ser infeliz, que sua sorte não vai mudar, o jogo não vai virar. Todavia eu preciso dizer a você que passa sim. Vai ser difícil no começo, você vai achar impossível no meio e vai precisar de muita força para suportar tudo até o tal do final feliz. Vocês já ouviram falar dele? Aquele em que os mocinhos ficam juntos, casamentos acontecem, bebês nascem. É sempre tão clichê. Como se ser feliz fosse sempre igual.

Às vezes, a felicidade pode estar acompanhada de um casamento feliz e de bebês, é claro. No entanto, não é só assim que ele acontece. Seu final feliz pode ser uma nota dez no final do ano, passar no vestibular e dar orgulhos aos seus pais, fazer aquele intercâmbio sonhado desde criança, adotar um cachorro ou gato, finalmente perder aqueles dez quilos que estavam incomodando. Sei lá, finais felizes também são passageiros. A gente inventa eles e se ilude de que vai permanecer assim pra sempre, mas, meus queridos, não vai. Nada dura e tudo passa. Aceitem! Dói menos!

Mas, Sakura, como eu posso ser feliz pra sempre se isso pode mudar daqui a um segundo? Queridos, vocês já ouviram aquela frase “Que seja eterno enquanto dure”? A levem a sério. Pode durar até menos que um segundo, mas se você aproveitar esse momentinho de felicidade vai parecer que ele durará para sempre. Sabe por que? Na sua memória ele sempre estará intocável.

Vocês devem estar se perguntando porque eu quis escrever sobre isso a resposta é simples: Eu alcancei meu final feliz. Como muitos outros, ele implica numa família completa, o emprego dos sonhos e a esperança de que dias ainda melhores virão. Hoje, lancei mais uma coleção, meu marido e meus filhos estavam me aplaudindo (de longe ou de perto). Além disso, eu recebi uma das melhores notícias da minha vida: Serei vovó!

Sarada está grávida e isso foi uma surpresa. Primeiro, porque ela não queria e foi acidental. Ela me contou toda assustada, sem saber como lidar e eu virei pra ela e disse que estava tudo bem. Sarada me perguntou como ela faria para criar uma criança sem deixar que um filho atrapalhasse seus sonhos e eu prometi a ela que juntas nós daríamos um jeito. Quando ela sorriu, me abraçou e chorou, eu percebi que ela tinha entendido e finalmente se transformado em mãe.

Eu já me senti como ela, quando soube que estava grávida. O mundo parecia ter que partido sob meus pés e me engolido sem qualquer piedade. Com Sarada as coisas serão diferentes, pois ela tem pais que apoiam, um marido extremamente apaixonado e que é louco por crianças. Será mais fácil pra ela do que foi pra mim. Isso tira um peso dos meus ombros e com certeza serei uma avó babona. Além disso, sou jovem! Avó com 42 anos! A vida quis assim e eu estou feliz pela minha menina! 

Enfrentamos tempos tão difíceis ano passado... Sasuke foi acusado por um erro que não cometeu, quase entramos em crise, Sarada passou um bom tempo sofrendo por Boruto e agora tudo passou. Embora o mal – vulgo Orochimaru – esteja longe de nós, sei que isso não garante que nada de ruim possa acontecer nas próximas horas. Nos cabe apenas esperar que nada de ruim aconteça e que possamos nos manter em paz.

Quero ver minha família crescer, meus amigos serem felizes e meu amor permanecer. Sei que tudo passa, mas espero que todos nós possamos passar pelo o que vier juntos.

— Momento de interrupção -  

 

Sasuke uchiha aqui! Parem de monopolizar a minha esposa!

 

— Fim da interrupção –

 

Acho que preciso ir, pois algumas pessoinhas precisam de mim. Mas, lembrem-se: TUDO PASSA!

 

Fim


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram?

Bem, agora vamos falar de um assunto importante. Lembram da enquete perguntando sobre uma possível quarta temporada ou o final definitivo da fic? Lá a quarta temporada ganhou com 7 votos! 5 pessoas não querem a continuação da fic e 3 desejam outra coisa, como, por exemplo, escrever a história da Sarada e do Boruto após casados. Então, vai ter a quarta temporada, maaaaaaaaaaaaaas ela narra como a Sakura conheceu o Sasuke, se apaixonou por ele até o fim que todo mundo sabe aqui qual foi. Sintam-se livres para ler ou não. Deve ser uma fic curta de uns 10 capítulos só. É isso!

Foi um prazer contar essa história para vocês! Obrigada DE NOVO! Nunca vou me cansar de agradecer a quem leu tudo isso e esperou por cada capítulo pacientemente! ♥ Amo vocês ♥

Obs: Se tem algum leitor fantasma, chegou a hora de você se revelar e me contar o que achou né? É a sua última chance! Aproveite!



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