— Sasuke, conheça a Hinata-chan! — Naruto indicava a menina de olhos claríssimos, fazendo o Uchiha revirar os olhos.

— Naruto — começou com a voz irritada. —, eu não sei se você sabe, mas estudo aqui há mais tempo que você, então não preciso que me apresente ninguém. — olhou de esguelha para a menina, que agora estava com o rosto extremamente vermelho. Talvez de vergonha, talvez de raiva, Sasuke não se importava.

Naruto franziu o cenho, coçando a cabeça confuso e pensativo.

— Então por que você não tem amigos? — indagou, o tom denota que é uma pergunta completamente ingênua de sua parte.

— Porque eu não quero. — respondeu grosso, se virando para ir embora.

— Ne, ne, mas eu sou seu amigo, né? — Naruto o acompanhava com os braços na nuca, numa posição relaxada.

Mais uma vez, Sasuke rolou os olhos.

— Não, você é um fardo que eu estou sendo forçado a carregar desde ontem. — bufou.

— Sasuke, você é tão chato! — reclamava. — Espera! A Hinata! — olhou para trás a procura da garota, mas ela já estava de costas andando ao lado de um rapaz de cabelos longos em direção contrária à deles.

— Você é tão idiota que esqueceu da menina pra me seguir, usuratonkachi — provocou.

— Ahhh, não esfrega na cara, teme! — Sasuke se controlou para não soltar uma risada, apenas se contendo em menear a cabeça negativamente. — Falar nisso, qual a próxima aula? — perguntou enquanto sentavam-se no banco que o Uchiha ficava durante os intervalos.

Nenhum dos dois tinham dinheiro para comprar algo e não trouxeram nada de casa.

— Biologia — respondeu sem vontade, sentindo a sonolência vir com força. Praguejou mentalmente que não deveria ter ido dormir tão tarde terminando de ler aquele livro.

— Esqueci de fazer o dever — Naruto admitiu, batendo a mão na testa. — Você me empresta o caderno?

— Tanto faz. — praticamente murmurou, encostando a cabeça contra a parede atrás de si, fechando os olhos.

Tentou até cochilar, mas fazer isso com Naruto ao seu lado era pedir demais.

Na sala de aula, observou o recém-amigo copiar ansioso e rapidamente as respostas de seu caderno enquanto o professor, por ordem de chamada, chamava cada aluno para dar o visto na atividade.

Aquele momento era peculiar, já que não emprestava seu caderno para ninguém.

Mas o que verdadeiramente quebrou sua rotina de uma maneira um tanto incomum, foi o sentimento de preocupação que sentiu pelo Naruto se ele não terminasse antes de ser chamado.

Riu de nervoso, pois de todas as pessoas existentes no universo, realmente não esperava gostar daquele ser humano.