Um Porto Seguro escrita por And


Capítulo 7
06


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Obrigada pelos lindos comentários no capítulo anterior. Eu juro que tentei voltar antes, mas não deu :[ porém, nem demorei muito né? ♥ Vamos lá descobrir o que Edward tem.



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Capítulo 06

POV EDWARD.

Soltei um suspiro ao me jogar na cama daquele hotel na Irlanda. Fazia alguns dias que eu, Jasper (Que também trabalhava no banco) e meus colegas de trabalho havíamos chegado ao país e nos hospedado naquele lugar. Minha cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento, pensando na reunião importante que teríamos no dia seguinte e no bilhete que eu havia encontrado no apartamento de Bella.

O bilhete consistia em uma mensagem de seu amigo e uma oferta de um curso de um ano em Paris.

O bilhete havia me deixado pensativo e angustiado. Se Bella tinha guardado aquele papel, era porque ela havia pensado na possibilidade em ir. Ela queria ir. Então, será que o que prendia ela seria eu? Como eu podia prendê-la, sem ter a certeza que nosso relacionamento daria certo? E se não desse certo e ela perdesse essa grande oportunidade por minha causa?

Ela merecia ir.

Prendi minha cabeça em minhas mãos, sentindo algumas lágrimas descerem pelo meu rosto. Eu a queria mais do que qualquer coisa nesse mundo, mas naquele instante percebi a besteira que eu havia feito ao declarar-me para ela.

Eu não poderia ficar com ela.

Fui até o pequeno bar daquele quarto e abri uma garrafa de whisky, colocando uma grande quantidade em meu copo e logo depois descendo-o pela minha garganta.

Seu sorriso. Sua beleza. Sua bondade. Como eu a amava e desejava pelo os restos do meu dia.

Eu nunca havia sido muito religioso, mas uma pequena parte de mim sempre acreditou que em algum lugar, existia algo poderoso e maior do que todos nós. Alguém bom. Alguém que podíamos acreditar nos momentos difíceis.  Porém, comecei a achar que se esse Ser poderoso realmente existisse, ele deveria me odiar ao me colocar na situação que me encontrava. Eu era apaixonado e correspondido, mas a bagagem que eu carregava do meu passado, poderia acabar com tudo isso em questão de segundos. Podia ser mais injusto? O que eu havia feito para merecer isso?

Bebi mais alguns copos, tentando afastar todos esses pensamentos por algumas horas. Irônico, não? Eu tinha tanto medo de esquecer, agora a única coisa que eu queria era isso.

Alguém bateu na porta do quarto e aos tropeços fui abri-la. Eu realmente não deveria beber mais.

— Edward? — Jasper parecia preocupado. Entrou para meu quarto, tentando me segurar — Você bebeu?

— Apenas três copos — Puxei meus cabelos, sentindo minha cabeça latejar. Eu não deveria estar tão bêbado e tonto assim.

Então de repente tudo escureceu.

(...)

POV ALICE.

Depois de algumas longas horas de viagem de avião, desci do táxi e entrei no hospital apressadamente. Ao chegar à recepção, tentei me acalmar e explicar para a mulher quem eu havia vindo visitar.  A mulher simpática me liberou após duas ligações. Agradeci e corri pelo corredor daquele hospital na Irlanda, em busca de Jasper. Meu coração parecia que iria sair pela boca a qualquer momento. Corri até encontrá-lo falando com um médico.

— Ah, meu amor! — Jasper beijou-me rapidamente. — Você chegou!

— Como ele está? — Indaguei aflita.

Jasper me olhou hesitante. Eu conhecia aquele seu olhar, ele estava tentando achar a melhor forma em como me contar o que sabia.

— Acordou sem lembrar-se de nada.

— Ah não! — Choraminguei. Isso não podia estar acontecendo assim e agora.

— Passei os dados do médico dele em Nova York. O doutor Stinco disse que irá entrar em contato com ele o mais rápido possível, para se manter atualizado dos exames que ele já fez e esses tipos de coisas.

— Isso não pode acontecer, Jas... — Jasper me abraçou, tentando me reconfortar. Abracei meu noivo mais forte — Ele não merece isso.

— Eu sei — Jas soltou um suspiro e levantou meu rosto — Você contou a Bella?

— Não! Claro que não. Ele me fez prometer nunca contar a ela.

(...)

Ver meu jovem primo deitado naquela cama de hospital me deixou arrasada. O cansaço da viagem e a preocupação que eu estava com ele, trouxeram as lágrimas aos meus olhos. Sentei-me ao seu lado, pegando em sua mão gelada. Edward não merecia nada daquilo.

— Onde estou? — Sua voz mais rouca do que o normal perguntou. Ele olhou ao redor do quarto, parecendo totalmente perdido.

— Edward? — Seus olhos assustados me encararam.

— Onde estou?! Quem é você?!

Comecei a me assustar quando ele pareceu cada vez mais nervoso, por sorte na hora Doutor Stinco entrou no quarto e se surpreendeu ao vê-lo acordado.

— Alguém me responde! — Edward gritou nervoso. O doutor se aproximou e aplicou algum remédio pelo soro, o que fez Edward cair no sono profundo segundos depois.

— Ah, doutor... Ele realmente não se lembra de nada — Comecei a chorar copiosamente. — Será que isso é...

— Primeiro se acalme, senhorita. Nós ainda não sabemos se é o que você está pensando.

— O que poderia ser então?

— Edward bebeu e pelo visto, tem sido colocado em situações de estresse. Às vezes, esses tipos de coisa podem afetar a memória. Ele pode ter amnésia em curto prazo. Vamos deixá-lo descansar.

(...)

POV EDWARD

Assim que eu acordei, senti que estava em algum ambiente muito diferente. Abri os olhos, vendo o teto daquele cômodo rodar. Meus olhos estudaram o lugar por um tempo, até que tive a certeza que eu estava em um quarto de hospital. Surpreendi-me ao encontrar Alice sentada ao meu lado, lendo uma revista qualquer.

— Alice? — Consegui chamar, mesmo sentindo minha garganta mais seca do que o normal.

— Ah, Edward! — Ela largou a revista e começou a chorar, mas com um sorriso no rosto — Você voltou!

— O que aconteceu? — Tossi, sentindo minha garganta reclamar — O que você está fazendo aqui?

— Você desmaiou Edward... Depois de beber muito. E você... Ficou sem lembrar-se de nada.

— Eu... Não me lembrei de nada? — Isso era ruim. Muito ruim.

— Você não me reconheceu, mas — Ela afastou as lágrimas com as mãos — O doutor disse que isso pode ser normal, já que você bebeu, tem tido muito estresse no trabalho...

— E minha mãe? E... — Engoli em seco — Bella?

— Sua mãe liga toda hora. Ela queria muito vim, mas achei melhor não. Você sabe como ela é nervosa e como isso pode fazer mal a ela. E bom Bella... Ela não sabe de nada.

— Quantos dias eu estou aqui?

— Três dias.

Então realmente aquilo estava acontecendo. Eu havia me preparado por tanto tempo, mas de qualquer jeito a notícia parecia ter me pego de surpresa, logo agora no melhor momento da minha vida. Poderia ser mais injusto?

— Já sabíamos que isso iria acontecer.

— Edward! — Alice exclamou, parecendo chateada —  Ainda não sabemos se é realmente isso.

Algumas horas depois, o médico voltou para me dar alta, mas antes de ir embora pedi para conversar com ele, para que pudesse me explicar o que havia acontecido e o que eu poderia esperar de agora em diante.

— Sente-se, por favor — Ele pediu quando entramos em sua sala. Ele pegou alguns raios-x do meu cérebro e colocou no aparelho, onde podíamos ver com mais clareza.

— Bom, Edward. Seu médico de Nova York me passou seu histórico e de seus familiares. Vi que seu avô paterno e seu pai tiveram a doença de Huntington. Como você já sabe, essa doença é hereditária e como seu avô e seu pai tiveram você tem 50% de chances de ter também.

Assenti para tudo o que ele falava. Nada daquilo era novidade para mim. Eu passei a minha vida esperando aquilo acontecer comigo também.

— Ela tem vários sintomas. Delírio, movimentos involuntários, falta de concentração, depressão e principalmente as piores que são: A paranóia e a perda de memória.

Paranóia.

 Perda de memória

— A doença... — Fiz força para perguntar. Tentei engolir o nó que se formava em minha garganta — A doença então se iniciou?

— Não fique aflito, Edward. Eu sei que nessa situação é difícil, mas lhe peço calma. Você ainda não demonstrou nenhum sintoma diferente. Acredito que a sua perda de memória tem sido por causa do cansaço e do estresse. Isso é muito comum.

— E se não foi por causa disso? — Indaguei. Eu tinha que fazer aquela pergunta — E se foi por causa da doença?

— Não vamos nos precipitar. Nos seus exames não notei nenhuma alteração neuroanatômicas. Você vai voltar para casa e vai continuar com a sua rotina mensal de exames.

 

No dia seguinte, peguei o avião de volta para casa. Ao invés de ir para meu apartamento, fui para casa da minha mãe. Esme me recebeu com um abraço apertando e muitas lágrimas nos olhos. Depois que consegui acalmá-la, expliquei o que havia acontecido na viagem e tudo o que o médico havia me falado.

— Isso não vai acontecer com você, meu filho — Disse me apertando mais forte em seus braços carinhosos — Eu não vou permitir.

Tomei um banho e dormi naquela noite em meu antigo quarto de infância. De manhã, almocei junto com minha mãe, tentando evitar o próximo passo que eu deveria tomar. Eu estava tentando não pensar, pois eu não tinha ideia do que eu deveria fazer, mas Esme fez questão de me lembrar.

— Você deve ir ver Bella.


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Notas finais do capítulo

Pronto, vocês descobriram. Mas peço muita calma nessa hora, ok? ok! kk.
Irei tentar postar o próximo até quarta.
Comentem! ♥

Para quem quiser saber mais sobre a doença:
http://www.abh.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=60&Itemid=58