Cronicas de Tamriel - Contos escritos por Hrildr escrita por Rivitti


Capítulo 9
VIII




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Duas semanas se passaram após o debate com o rei Elfo, nada se conversava na sela, alguns da antiga tripulação começavam a delirar, um fator provocado pela ansiedade e o medo da morte, estaria ela se aproximando? Estaria longe? Ninguém reparou em nenhum movimento suspeito, nenhuma conversa suspeita, os guardas entravam no calabouço apenas para deixar a comida nas selas, nada era discutido, nada era emitido, e o silêncio inquietava os prisioneiros. Lá fora, Taurille admirava a grande embarcação que capturara dos piratas, junto a alguns operários, a restaurava e modificava para uso em sua frota.
— Comandante Ugrok, este será o seu navio, um presente para selar uma amizade duradoura!
— Agradeço sua bondade capitão, farei bom uso dele nas conquistas.
— Sim! É estas serão muitas senhor! Com este navio, vencerás muitas batalhas contra todo o tipo de escória do mar, assim como aqueles piratas que ajudou a capturar.
— Sim... Ugrok estava inquieto, e sua face não era imperceptível para Taurille.
— O que houve comandante, parece frustrado com algo? Ou está com pena daqueles amaldiçoados trancados no calabouço? 
— Não é nada, a viagem foi longa, o cansaço ainda não se esvaiu. 
— É importante que descanse então comandante, providenciarei aos empregados que prepare seu alojamento.
Dentro da cela, todos ainda estavam inquietos, alguns já se entregavam à loucura, e suas começavam a ceder, Miikael e Violoria não conversavam desde o julgamento do Rei, mas as expressões de tristeza e preocupação eram nítidas em suas faces. Foi quando uma voz chegou a seus ouvidos vinda da porta, era Ugrok.
—Irmãos, não posso vê-los presos, queria poder ajudá-los, fui um tolo ter aceitado os caprichos de Taurille, queria poder pedir perdão por todos omos erros que cometi, eu... Ugrok foi interrompido por Violoria como na última vez:
— Meu pai criou você! Cuidou de você como um filho! E eu cuidei de você como um irmão! Cuidei de todos vocês! Mas sua ambição é maior não é Ugrok, somos ladrões, mas temos uma honra a ser prezada, como irmãos, como uma família, e você largou tudo isso, por conta da merda do ouro! Eu posso ser uma ladra, mas não me rebaixo a ser uma marionete dos malditos Thalmor! E a escória de Summerset. Você é um traidor! Um amaldiçoado! Tiramos você de uma vida miserável, para que? Para se tornar um subordinado desses desgraçados! Poderíamos ter te largado na primeira caravana que aparecesse, não era isso que você queria?! Diga!. Violoria deu as costas para a porta da cela, encostando no chão, do lado de fora, Ugrok ouvia a moça chorando baixo, queria poder falar o quanto sente muito, mas naquele momento, qualquer palavra seria tão vazia quanto sua alma. Miikael ouvia tudo, chegou perto da amiga para consola-la, mas a mesma recusava aceitar qualquer tipo de ajuda, todos os sofrimentos acumulados de anos foram descarregados ali, a morte da mãe, a morte do pai, a morte de Thaion, e a traição, tudo parecia ferir o coração de Violoria. Miikael olhava todos a sua volta, todos tristes, derrotados, com o sentimento de fracasso, um sentimento de coragem despertou nele, aquele não era o fim.
— Escutem bem, sei que não era isso que queriam, com certeza Thaion não queria, mas não podemos nos render perante os Altmer, temos que fazer alguma coisa para escapar daqui. A princípio, estava com medo de viver entre piratas, ladrões ou qualquer tipo de foras da lei, mas vi em vocês bons homens, que dão o sangue, o suor e a força dos braços para conquistar o que mais desejam...eu também pensei assim quando decidi fugir de minha terra natal... Violoria olhava impressionada para o amigo, nunca o havia visto numa posição daquela, apesar da amizade que um tem com o outro, sempre achou o amigo um coitado e um pouco tolo, a primeira vista sua visão para com os nobres era assim. Miikael continuava suas palavras.
— Tomei essa decisão sem pensar e agora estamos aqui, presos, e não vamos fazer nada?! Não! Não vou me render! O rapaz se acalmou, se aproximou próximo a porta onde estava Ugrok:
— E você Ugrok, ainda pode escolher um lado mais nobre nessa situação. Ugrok abaixou a cabeça e deu as costas para a porta.
— Ugrok já escolheu lado.
O khadiit gigante seguiu em direção a saída e logo após para as escadas do calabouço, os prisioneiros voltaram a permanecer em silêncio, sem esperança alguma de liberdade. De repente ouviram gritos de dois homens que vinham do lado de fora da sala da prisão, Miikael e Violoria olharam pela grade buscando o causador do ruído, e ao longe viram dois corpos caindo escada baixo, para dentro do corredor de celas, os outros prisioneiros estavam assustados, alguns que entregaram suas mentes à loucura agora gritavam desesperados, choramingando, depois de um tempo o silêncio voltou, Violoria e Miikael não saíram da porta, o que aconteceu para a queda daqueles guardas? Um salvador talvez. De repente ouviram passos pesados, um vulto adentrou o corredor, caminhando, vindo da penumbra para a luz de tochas ali, não demoraram para reconhecer Ugrok, o khadiit gigante, que estava manchado de sangue no rosto e no peitoral de sua armadura, em sua mão uma maça, feita de osso de mamute, banhada de um líquido vermelho vivo, sua aparência assustou os prisioneiros , que começaram a fazer muito barulho, mas nada alarmante, Ugrok foi até a porta da cela de Miikael, e jogou para dentro uma chave chave de ferro.
— Precisamos sair daqui depressa.
— Por que está fazendo isso? Disse Violoria com um olhar de desaprovação para o khadiit.
— Ugrok escolheu um lado, estar ao lado da minha família...
Violoria conteve as lágrimas de alegria, mas deixou escapar um sentimento de gratidão e orgulho. Ela, Miikael e seus comparsas trataram de sair dali, ao chegarem quase na saída que dava num grande salão, ouviam alguns dos prisioneiros pedindo ajuda, Miik tomou a frente de liberta-los, e todos concordaram, cela após cela foi aberta, e agora, com cerca de 50, 60 homens, ou melhor guerreiros, teriam chance de escapar dali.
Ao chegarem no grande salão, tiveram um vislumbre dantesco, corpos esmagados e imundos de sangue por todos os lugares, apesar de assustada, Violoria sabia o que acontecera, pois essa era a natureza de um khadiit, essa era a natureza de Ugrok, O Gigante, esmagar os seus inimigos. Os homens livres tomaram posse das armaduras e armas que restaram, em uma mesa logo adiante te, todo o equipamento da tripulação do Midas estava ali, facas, espadas, arcos e flechas, além da espada do avô de Miikael, que rapidamente a equipou, o ruído dos prisioneiros no calabouço era audível, porém, com a chacina que Ugrok havia feito, outros guardas de outras alas da prisão não ouviram sequer a batalha. A pequena rebelião começou a andar pelos corredores do palácio, alguns através de sua furtividade, assassinaram guardas que se encontravam de costas, protegendo ala sobre ala. Conforme avançavam, os barulhos de gritos ficavam cada vez maiores, e finalmente chegaram aos ouvidos do rei.

— Para a batalha homens! Quero todos mortos, não vou dar o direito desses malditos ladrões morrerem em sua terra, matem todos! E todos os soldados reais responderam em uníssono:

— Sim senhor! E correram em direção a entrada do palácio.

Miikael, e Violoria se dividiram, cobrindo mais espaço para soltar mais prisioneiros, um a um, estes se equipavam com armas dos guardas mortos e se juntavam ao grupo.

Miikael chegara na entrada principal, o grupo de rebeldes agora em mais de 50, avançava cada vez mais para a entrada, a porta que dividia a prisão e sua liberdade, ao chegarem la, a entrada estava cercada por soldados do rei, com lanças e espadas em mãos, apontadas para todos os lados, Violoria chegou logo depois, por um corredor a esquerda da entrada principal, percebeu que seu amigo estava cercado, e que brevemente ela estaria também, o silencio permaneceu no ar por um momento, de repente, o som de passos pesados vinha do corredor se uma sacada próximo a entrada, o tremor estava aumentando conforme o corredor misterioso se aproximava, de repente, todos ouviram um rugido ensurdecedor e uma voz grossa, como se fosse a de um monstro.

— Grrrr! Keth an khaj! Ugrok que havia se perdido do grupo retornou, carregando um estranho artefato nas mãos, um enorme martelo de guerra diferente de qualquer arma usada por aqueles soldados, os mesmos ali presentes, ficaram assustados, pois conheciam muito bem aquele martelo e suas propriedades. Ao chegar na sacada, Ugrok saltou em direção aos soldados que barravam a porta, e com um ultimo rugido, desceu com força o martelo no chão, um som ensurdecedor foi provocado pelo martelo, e uma força invisível empurrou os soldados para longe, atingindo a porta, os rebeldes não pareciam acreditar,era como se uma onda de choque saísse do martelo. O grupo gritava vitorioso, e saíram pela porta em direção ao porto de Alinor, para tomar o que eram deles por direito, o Midas.

*Keth an Khaj!: Grito de guerra khajiit, sua tradução é "Sangue e Areia", inspirado nas batalhas sangrentas pelos desertos de Elsweyr, terra natal dos khajiit.


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Notas finais do capítulo

Curtiu? Deixe seu comentário e avaliação, se você é fã de Skyrim e tem um personagem com uma historia profunda, mande a sua ideia, vou adorar contá-lá por aqui tambem ;), até a proxima, Boa leitura



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