Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 21
O problema sou eu?


Notas iniciais do capítulo

As cenas desse capítulo estavam a anos na minha cabeça e agora finalmente ganharam vida. Espero que gostem.
Eu editei o último capítulo, acho que escrevi na empolgação e achei muitos erros. Por favor, releiam. Infelizmente, não tenho um beta reader. Nenhum dos meus amigos gosta do casal para betar uma história tão grande assim. Então me perdoem os erros, sempre que eu for achando eu vou arrumar.



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A Sra. Mason estava um pouco chocada com o desenrolar da adoção de Melissa com os Stuarts. Havia acabado de receber o casal que expôs a situação pessoalmente. Era inacreditável a sucessão de desventuras e percalços na vida da garota. Parecia que o destino como uma aranha tecia  uma rede invisível de infortúnios que a traziam Melissa de volta  à Casa Verde sob a sua responsabilidade. 

A felicidade da sua primeira infância feliz com os pais adotivos era uma lembrança antiga. Depois do acidente, as adoções sempre frustradas e a menina tão solitária. Desde o começo, ela se esforçava em encontrar bons pais adotivos para a menina e  sempre fracassava. Os Stuarts pareciam perfeitos e Melissa poderia ser feliz com eles, porém um acaso a trazia de volta para as suas mãos. 

Olhou consternada para a assistente social a sua frente, via pela expressão de Jenny o quanto ela se importava com a pupila e o mesmo senso de impotência e ansiedade. 

— Acha que seria prudente conceder a adoção de Melissa? - no fundo a própria Jenny conhecia a resposta, mas uma ponta de esperança implorava para que sua chefe a fizesse mudar de ideia. 

— Mel só está com eles há quatro meses - passando a mão nervosa nos cabelos ela continuou. - Já seria prematuro adiantar uma adoção com o casal saindo do país, com ela é ainda mais complicado.

— O juiz poderia dar uma licença especial - interveio Jenny. Mas… será que eles realmente querem levá-la? 

Mary Carson olhou para a jovem assistente social com pena e respondeu:

— Não… eles não querem - vendo o triste da moça ela continuou. - A mãe talvez queira, mas não o suficiente e o marido não está nem um pouco interessado em alterar seus planos pela menina. Ele não a vê como uma filha… infelizmente é muito cedo para os dois.

— Isso é tão frustrante! - exclamou Jenny. - Eu tinha certeza que daria certo dessa vez. 

— Eu também… - murmurou Miranda triste. - E Melissa? Acha que ela quer ser adotada? Seria muito triste que dessa vez ela sofresse com o abandono. 

— Não… - murmurou Jenny. - Eu conheço Melissa, ela ainda não teve tempo para se afeiçoar a eles. Mas com certeza essa foi a melhor casa que encontramos até hoje. Ainda assim, ela detesta mudanças e é outro país. Nós não poderíamos ajudá-la de longe. 

— É melhor ouvirmos a opinião dela. Nenhum juiz dará a adoção no momento, mas se ela realmente quiser posso conseguir uma licença especial e entrar em contato com algumas agências britânicas. 

— É possível? - Jenny admitiu confusa.

— Vai ser muito difícil, mas nada é fácil com Melissa. Podemos tentar, mas só se ela realmente quiser. 

— Quer que a traga aqui agora?

— Sim, por favor.

Jenny foi buscar a menina, deixando a Sra. Mason sozinha com seus pensamentos. Minutos depois Melissa entrou segurando a mão de Jenny, o gesto não passou despercebido da diretora. Mel só procurava contato humano quando estava nervosa. Sorriu e olhou atentamente a orfã, os últimos meses tinham feito bem a ela. Os Stuarts podiam não ser perfeitos, mas ela estava claramente bem cuidada, usava roupas novas, os cabelos cresceram e tinha engordado um pouco. Provavelmente nunca seria uma criança alta, mas estava saudável e a cada dia mais parecida com a mãe biológica. 

Saiu de sua mesa e se aproximou da criança, levou-a para o sofá falando:

— Melissa você está linda e cresceu um pouco.

— Obrigada - a menina respondeu um pouco hesitante. 

— Venha se sentar aqui comigo - Miranda sentou-se em seu sofá lateral com a menina ao lado e pediu que Jenny saísse com um gesto sutil das mãos.  

— Os Stuarts cuidam bem de você?

— Eles são bons pais adotivos - podia ouvir o tom hesitante da garota e isso a deixou intrigada. -  A casa tem muitos livros.

— Pode ser sincera comigo criança, eu te conheço desde que era um bebê.  Você sabe tudo sobre a viagem, não é?

Melissa balançou a cabeça concordando. 

— Gosta deles? Eles podem ser seus pais algum dia?

— Não sei… eles são legais, mas as vezes me irritam.

— Como?

— O senhor faz perguntas bobas e ela me trata como bebê,

— Você ainda é uma criança pequena Mel.

— Mas eu não sou boba.

— Eu sei… - acariciando o cabelo da menina ela continuou. - Você é uma menina muito inteligente, mas ainda é uma criança e os adultos vão tratá-la assim. 

Ela concordou balançando a cabeça afirmativamente.

— Se eles a adotarem e você for para a Inglaterra, não vai mais ter a mesma casa cheia de livros e brinquedos, vai viver uma vida mais simples. Jenny e eu não vamos estar por perto e só poderá falar conosco por telefone de vez em quando. 

Vendo a expressão confusa da pequena, ela continuou:

— Mas isso tudo não será um problema de verdade se você gostar deles - seria ela completou: - Vou te fazer uma pergunta difícil Melissa, que só uma menina tão especial como você pode responder: 

— Ok… - ela respondeu animada, Melissa sempre se sentia melhor quando não a tratam como criança. 

— Você gosta dos Stuarts? Quer que eles sejam seu pais para sempre?

Erguendo os grandes olhos castanhos para a diretora, a menina balançou a cabeça negativamente.

— Não… mas eu poderia me acostumar a viver com eles. 

— Isso não é o suficiente querida e você sabe disso? - Mel balançou a cabeça concordando com um sorriso triste nos lábios. 

— Vou voltar para casa?

— Você realmente vê a Casa Verde como a sua casa?

— Vejo… - murmurou Melissa. - Eu gosto de ficar aqui com as outras crianças. Esse é o meu lugar. 

A Sra. Mason balançou a cabeça triste. 

— Mel? Pode ser sincera comigo e me dizer se existe alguma pessoa de quem você realmente goste? 

Melissa parou pensativa, ela não era uma criança amorosa e sabia disso. 

— Gosto da Jenny, ela é inteligente e me entende e sempre esteve comigo. - lançou um olhar contrito para a velha senhora e continuou: - Gosto um pouco da senhora também, menos quando me manda para pais novos.

A Sra. Mason segurou o riso e continuou:

— Mais ninguém?

— Eu amava minha mama, ela tinha um colo quente. Mas não me lembro do rosto dela. 

— Faz muito tempo, querida, você era um bebê - acariciando o cabelo da menina ela continuou. -  Mas eu posso te garantir que a sua mama te amava muito. É uma pena que ela tenha morrido. 

Vendo a lágrima escorrer do rosto da criança, a velha senhora sentiu o coração se partir. Sem pedir licença, abraçou a menina que resistiu um momento  antes de corresponder ao abraço. 

— Obrigada,  pela sua sinceridade querida  - murmurou.

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Kimberly sentiu os primeiros raios de sol sobre o seu rosto, abriu os olhos sonolentos e notou que esqueceu de fechar a cortina à noite. Suspirou contente ao ver Tommy dormindo profundamente ao seu lado. 

Depois da festa, eles passaram todo o tempo livre juntos e ela já estava se acostumando a acordar ao seu lado. Levantou-se rapidamente, fechou a cortina e voltou para a cama. Aconchegou a cabeça em seus ombros e automaticamente Tommy a envolveu em seus braços. Fechou os olhos tentando dormir novamente, sabia que estava sendo irresponsável e egoísta, mas se sentia verdadeiramente feliz  ao lado dele pela primeira vez em anos. 

Quando começou a pegar no sono novamente, ouviu o telefone tocando:

— Nada de dormir até tarde hoje… - reclamou baixinho se levantando.

Pegou o telefone e desceu as escadas atendendo:

— Alô! 

— Olá querida, tudo bem? 

— Mamãe! - exclamou Kimberly. - Que saudades, está tudo bem aqui e você como está?

— Com frio… - respondeu Carol rindo da animação da filha. - Não liguei muito cedo não né?

— Só um pouquinho! 

— Bom, bem feito para você que não veio para Nova York passar o Natal com a sua velha mãe. 

— Desculpe mamãe… - murmurou Kimberly. - Eu não consegui deixar a Trini aqui e o médico falou para ela evitar viagens. Ela ficou muito chateada em não poder ir.  

— Eu entendo…. - respondeu Carol - Embora, eu ache esse médico exagerado, ela já está com seis meses, voar é bastante seguro.

— Concordo… - murmurou Kimberly em voz baixa. - Mas ela confia muito no médico. 

— Eu gostaria de poder passar o Natal com vocês aí, mas a exposição vai até o final do inverno. 

— Nós entendemos mamãe,.. - respondeu Kimberly. - Ano que vem nós voltamos a nossa tradição de Natal juntas. 

— Combinado! - exclamou Carol animada. - Mas eu queria te desejar Feliz Natal querida? Recebeu os presentes que mandei?

— Recebi sim, mamãe! - disse Kimberly rindo. - Acho que você exagerou. As caixas são gigantes. Recebeu o que te mandei?

— Recebi sim, vou usar no dia de Natal.

— Já viu o colar?

— Claro… mas coloquei na árvore de novo. 

— Ah… você não tem jeito - riu Kimberly. - Faz isso com todo ano.

— Faço mesmo, principalmente com caixas de jóia. Mas os presentes que te mandei você abriu?

— Não… - respondeu Kimberly. - São presentes de Natal.

— Pois então abra as caixas grandes - exigiu Carol. - São enfeites de Natal para você decorar a sua casa. 

— Mamãe! - exclamou Kimberly. - Não precisava.

— Precisava sim, agora eu vou desligar e você pode tratar de abrir todos os presentes e chamar seus amigos. Seu pai vai levar uma árvore em duas horas e você tem o dia inteiro para montar.

— Mamãe! - protestou Kimberly novamente.

— Feliz Natal querida! - disse Carol desligando o telefone. 

 

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A Casa Verde ficava tão linda durante o Natal que as pessoas até esqueciam que era um orfanato. A Sra. Mason, os funcionários e muitos voluntários decoravam a casa inteira, elas possuíam uma infinidade de enfeites acumulados nas últimas décadas. Todas as crianças ajudavam, cozinhavam biscoitos e entoavam canções natalinas enquanto montavam a árvore. Os adultos se esforçaram para que pelo menos por uma noite os pequenos fossem  felizes e esquecessem da falta dos pais. Nunca faltou presentes nas meias e na árvore para ninguém. 

Melissa não se lembrava do feriado fora do orfanato, exatamente por isso, todos os anos era a mais animada e liderava as crianças menores em várias atividades. Porém, nesse ano ela estava mais quieta e interagiu pouco com os menores. Depois da ceia  saiu furtivamente rumo ao dormitório e Jenny a seguiu preocupada.

A assistente social estava preocupada com a garota, Melissa havia voltado para a Casa Verde a duas semanas e todos os dias se questionava se essa fora a decisão correta. Nas outras vezes, a menina voltava contente ao orfanato e agia como se tivesse passado apenas uma noite fora. Dessa vez, ela estava pensativa e melancólica. Jenny amava todas as suas crianças, mas sentia um carinho especial por ela e sentia o coração apertado vendo o seu sofrimento. Precisava fazer alguma coisa para ajudar.  

Encontrou Melissa sozinha no quarto na cama com a pelúcia nos braços, sentou-se do lado dela e perguntou: 

— Tudo bem princesa?

— Tudo… - murmurou hesitante.

— Tem certeza? Nunca te vi tão quieta antes no Natal - aproveitando o silêncio da garota continuou. - Aliás, você está bem quieta desde que voltou.  Queria ter ficado com eles?

— Não… - Melissa balançou a cabeça negativamente. - Eles não eram meus pais. 

— Mel? Qual o problema? - Jenny perguntou confusa. 

— Eles eram boas pessoas… - erguendo as sobrancelhas ela continuou - menos bobos que os outros pais. Eu devia querer ficar com eles, mas eu não quero. O Senhor Stuart comentou uma coisa e talvez ele esteja certo. 

— O que ele disse? - Jenny estava começando a ficar preocupada.

— Que eu só iria aceitar ser criada pelos meus pais biológicos. 

— Ele disse isso para você? - Jenny perguntou chocada.

— Não, eu escutei eles conversando.

— Isso é muito feio Melissa- repreendeu automaticamente.

— Desculpe, não consegui evitar… estava curiosa.

— Ok, só não faça isso mais isso - vendo a expressão torturada da menina ela continuou. - Por que você acha que ele pode estar certo? Muitas crianças são felizes com pais adotivos, você disse que era feliz com seus primeiros pais. 

— Eu não sei… - ergueu os grandes olhos castanhos em direção da assistente social e continuou. - Quando eu era bebê, eu não sabia que era adotada. Eu não sabia que meus pais tinham me abandonado. 

Jenny respirou fundo e apertou a mão da menina incentivando-a a continuar. 

— Se os meus verdadeiros pais estiverem vivos, eu não sei se iria gostar deles… - com a voz trêmula de irritação a menina continuou. - Boas pessoas não abandonam bebês. 

— Melissa! - exclamou Jenny.

— O Sr. Stuart estava errado, eu não quero ser criada apenas pelos meus pais biológicos! - balançando a cabeça ela continuou enfurecida. - Eles me abandonaram, não quero ser criada por pessoas ruins. 

Antes que Jenny conseguisse abrir a boca ela continuou:

— Mas… eu também não queria ficar com pessoas boas como os Stuarts - bem baixinho ela continuou: - E se o problema for eu? E se tiver alguma coisa errada comigo.  

Vendo a sombra de lágrimas nos olhos da menina, Jenny a pegou no colo. 

— Querida, não tem nada de errado com você. - a menina chorou baixinho nos braços da assistente social. 

— Eu sou diferente…

— Você é perfeita, você só é mais inteligente que as outras crianças. Não tem nada de errado nisso.

— Será? - enxugando uma lágrima ela continuou - Deve ter alguma coisa errada comigo. Eu não consigo confiar… 

— Em quem Melissa?

— Nas outras mães. Como elas podem me querer se a minha própria mãe não me quis? Talvez eu não seja uma boa filha.

— Mel você era só um bebe. - recuperando a calma ela continuou. - Existem muitos motivos para as mães deixarem as crianças em orfanatos. O problema são os pais e não os bebês.  Não tem nada de errado com você.

— Você conheceu a minha mãe?

— Não, eu não trabalhava aqui ainda. Mas eu conheci sua primeira mãe adotiva, ela era uma boa mulher.

— Ela gostava de mim?

— Você era uma neném muito linda e ela a amava. Os dois te amavam… - a moça respondeu triste. -  Foi uma fatalidade que eles tenham morrido.

— Não quero outros pais! - as lágrimas caiam sem controle dos olhos da menina. 

— Mel!

— Se minha mãe não me quis e eu perdi meus segundos pais esse é o meu lugar. Não quero ir para outra casa. Eu vou ficar bem aqui. Por favor, Jenny, me deixe ficar com vocês na Casa Verde.

— Você merece um lar de verdade Melissa. 

— Eu não quero mais tentar… - a menina disse em soluços. - Por favor, Jenny!

A moça concordou e abraçou a menina. Sentindo-se segura Melissa deixou as lágrimas caírem e por fim adormeceu. 

Jenny a colocou na cama e tirou os sapatos, cobriu-a deixando escapar suas próprias lágrimas deixou o quarto. Tentou se controlar e foi até a sala da Sra. Mason. Quando a velha senhora viu a moça não perguntou nada e deu-lhe um abraço. Sabia que a profissão delas não era fácil. 

— Melissa?

A assistente social se sentou e concordou. Tomou o copo de água que a chefe lhe ofereceu e falou:

— Ela chorou… chorou até dormir. Ela nunca fez isso.

— Em algum momento todas elas choram. Infelizmente faz parte do trabalho. Ela chorou por ter sido devolvida?

— Não, ela acha que tem algo de errado com ela. Por ter sido abandonada pela mãe biológica. 

— Isso sempre acontece… é triste ver acontecer com alguém tão jovem como ela. A maioria não percebe tão cedo.

— Ela é tão inteligente, tão sensata, como pode pensar algo assim? - Jenny estava desconsolada. - Imagine. Algo de errado com ela?

— Ela ainda é uma criança Jenny… Só tem seis anos! 

— Ela não quer mais ser adotada e eu acho que ela está certa. - a moça afirmou séria para a chefe.

— Não, ela ainda é muito jovem. Tão talentosa, não devemos desistir. 

— Miranda

— Eu nunca lhe contei Jenny! - admitiu a velha senhora. - Eu cuidei pessoalmente da adoção da Melissa, foi meu último caso e eu prometi à mãe dela que a menina não ficaria nenhum dia além do necessário no orfanato. 

— As informações dela não estão no arquivo - a moça comentou. - Apenas dos pais adotivos.

— Quando Melissa voltou para nós eu guardei no cofre.  A mãe biológica dela era uma adolescente quando chegou aqui, mas hoje é uma pessoa pública e não é seguro manter os arquivos livres.

— Ela é famosa? 

— Não de verdade, provavelmente nunca ouviu falar dela. Não é uma atriz ou cantora. Ela é uma atleta olímpica, já era uma campeã americana quando Melissa voltou para nós. Em alguns anos ninguém vai se lembrar dela, mas você sabe que um escândalo seria ruim para todos.

Vendo o rosto irritado da jovem, a senhora Mason continuou:

— Não cabe a nós julgar os outros Jenny.

— Trocou a filha por uma medalha?

— É uma história curiosa, a moça tinha dezessete anos quando veio para cá com a mãe. Elas ficaram na cidade boa parte da gravidez.

— A mãe resolveu tudo? 

— Não… a moça fez questão de me procurar. Ela provavelmente pesquisou sobre a Casa Verde. Melissa se parece muito com ela, você acharia impressionante se a visse. - passou a mão pelos cabelos aflita. - Era uma moça muito persuasiva, ela fez questão que eu cuidasse pessoalmente da adoção e conseguiu me convencer. 

— Não tinha outra assistente social?

— Não, só eu a conheço. Ela me convenceu a tratar de tudo, era uma moça muito envolvente e alguma coisa nela me atraiu, não consegui dizer não.

— E o pai?

— Nunca o vi, provavelmente a abandonou.

— Ela explicou o motivo de deixar a filha?

— Ela só dizia para mim e para a própria mãe que a menina estaria mais segura com pais adotivos - apertando as mãos de Jenny afirmou. - Ela falava sério. 

— Alguém a ameaçava?

— Alguma coisa certamente a assustava e a mãe não parecia entender, mas não se opôs. 

— Ela foi bem clara, pediu que escolhesse bons pais para a filha e implorou que ela não ficasse nenhum dia no orfanato.

— Não podia estar mais enganada, Melissa passou a maior parte da vida aqui. E não quer ser adotada. 

— Todas as vezes que ela retorna e a vejo pelos corredores, eu me lembro dos olhos desesperados da mãe pedindo que ela não ficasse aqui. Eu sinto que Melissa me foi confiada para ser protegida. Nunca senti isso antes, a moça falava sério e ela precisava ser protegida. 

— Ainda assim, ela abandonou a filha. Ela viu o bebe antes de assinar os papéis?

— Viu,  inclusive a amamentou nessa mesma casa. Foi a primeira vez que eu vi uma mãe não desistir da adoção depois de amamentar a criança. Acho que havia algum perigo real que a fez deixar a menina aqui. 

— Isso não vai ajudar em nada… Melissa quer ficar aqui. Ela não vai aceitar novos pais adotivos. Precisamos aceitar a decisão dela. 

— Vou pensar a respeito - concordou Miranda Mason pensativa.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é quase inteiro da Melissa, eu coloquei uma cena só da Kimberly para vocês verem como anda a vida dela. Mas a estrelinha do capítulo é ela.
Espero que vocês gostem e obrigada por acompanharem. Comentários são sempre bem vindos.
O próximo capítulo está na metade... logo, logo espero estar postando.



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