Sacrifício escrita por Mrs Moon


Capítulo 16
De volta a Alameda dos Anjos


Notas iniciais do capítulo

Desculpe por ter abandonado vocês, mas decidi escrever pelo menos uma hora todos os dias e me dedicar ao sonho de ser escritora. A meta de 2022 é terminar esse fanfic e terminar de editar meu primeiro livro.
Alguns capítulos tiveram uma ligeira edição, alguns diálogos entre os rangers não estavam fazendo muito sentido, então se acharam alguma coisa confusa antes vão lá dar uma olhada. Se tudo correr bem, vocês vão receber pelo menos um capítulo por semana. Comentários são como biscoitos, quantos mais eu receber mais rápido o próximo chega.



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Anos depois do ataque de Astronema e Espectro Negro, a Alameda dos Anjos se tornou uma cidade grande, movimentada e estranhamente pacifica. Graças ao sacrifício de Zordon, cidade irradiava tanta energia positiva que seria impossível um novo ataque maligno. Ainda assim, a lembrança da destruição anterior fez com que muitos dos antigos moradores se mudassem, porém muitos outros  vieram atraídos pela história e com a esperança de verem coisas incríveis acontecerem novamente.

Os Power Rangers nunca mais foram vistos, porém, a cidade construiu monumentos para homenageá-los e turistas chegavam todos os dias para visitá-los. Kimberly ficou surpresa ao ver que o aeroporto novo era três vezes maior que o antigo e com tanta gente andando nos corredores. 

Ela veio para o casamento da Trini e Jason, só faltava uma semana para o grande dia e como madrinha da noiva precisou vir antes para ajudá-la com os últimos preparativos e principalmente para acalmar a amiga. Jason ligou na semana passada, implorando que ela viesse logo.

— Kim! - gritou Trini assim que a avistou no aeroporto. 

A primeira ranger amarela mudou pouco com os anos, continuava magra, um pouco mais curvilínea. Usava os cabelos na altura dos ombros e mais maquiagem que nos tempos da escola, herança dos anos na Conferência Global, assim como uma ligeira obsessão por bolsas.  

— Trini! - As duas amigas se abraçaram rindo.

— Estou tão feliz que tenha vindo antes. Estou ficando maluca com os preparativos do casamento. 

— E eu que pensei que estava de férias… aposto que tem um monte de trabalho me esperando. 

— Imagina, só um pouquinho - riu a ranger amarela, ajudando a amiga com as malas.  - Quanto tempo vai ficar na cidade?

— Não sei, eu tirei dois meses de folga dos treinamentos.

— Dois meses! - exclamou Trini espantada. - Por quê não veio antes?

Kimberly riu e respondeu:

— Eu pedi férias de última hora, iam ser só duas semanas. Mas sei lá, deu vontade de sair da Flórida, eu acho que preciso de mais tempo para mim. Estou cansada dos treinamentos e da Flórida. 

— Que legal! - a moça deixou sair uma risada contagiante. - Espero que perceba que seu lugar é aqui na Alameda dos Anjos. 

— Não sei… - murmurou indecisa.

Trini ficou feliz com a resposta de Kimberly, ela sempre evitava a possibilidade de voltar a Alameda dos Anjos e ver sua hesitação já era uma boa notícia. 

— Tem certeza que não quer ficar esses dias lá em casa?

— Tenho sim, papai insistiu para que ficasse com ele. Além do mais você e Jason precisam de privacidade. 

— Kim, nós já moramos juntos há anos. 

— Mais um motivo para eu não ficar no meio.

— Se você não tivesse ficado no meio talvez nem estivéssemos juntos hoje. - Trini abraçou a amiga lembrando em como ela insistira que eles conversassem e se acertassem.

— Por isso, eu sou a sua madrinha de casamento. - as moças riram felizes. 

— Vamos, eu te levo  - disse mostrando a chave do carro.

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Na manhã seguinte, Kimberly acordou depois de uma noite de sono profundo. Sorriu aliviada, fazia muito tempo que não dormia tão tranquilamente. A casa estava vazia, seu pai com certeza já tinha saído para trabalhar e a madrasta estava em São Francisco visitando a mãe. 

Mesmo sozinha, não se sentia tão solitária como na Flórida, só de estar na Alameda dos Anjos já se sentia reconfortada. Se fechasse os olhos podia sentir o antigo poder no ambiente. Ou seria apenas a sua imaginação? Não podia ignorar a verdade, ela se sentia feliz em voltar para casa. 

Suspirou sentando-se na cozinha e pegando uma caneca de café, a próxima semana seria maluca. Tinha que experimentar os vestidos, conferir a decoração com Trini, receber os parentes e mais um milhão de pequenas coisas até o casamento. Mas estava tão feliz pelos amigos, eles formavam um casal perfeito. 

— Um tostão pelos seus pensamentos!

— Papai! - Exclamou Kimberly surpresa. - Pensei que já tinha ido trabalhar.

Joshua Hart era um homem bonito mesmo já passando dos cinquenta anos, alto, com cabelos castanhos e olhos azuis. O pai de Kimberly era engenheiro e tinha uma empresa de construção civil na Alameda dos Anjos. Ele   se sentou ao seu lado beijando-lhe a cabeça e pegando uma caneca com café.

— Tirei a manhã de folga. Não é todo dia que a minha filha preferida está em casa. 

— Eu sou a sua única filha.

— Isso lá é verdade, mas esse é mais um motivo para passarmos mais tempo juntos. Parece que não conversamos a séculos… sinto saudades de você princesinha.

Kimberly se levantou e abraçou o pai:

— Eu também papai …

— Sua mãe me falou que você tirou dois meses de férias. Ainda está feliz na Flórida Kimberly?

— Vocês conversaram sobre mim? Quando?

— Estamos separados, mas ainda somos seus pais e nós dois concordamos que você já ficou muito tempo longe de casa.  

— Papai! 

— Vamos me diga o que está te incomodando Kimberly?

A ex-ranger rosa suspirou e mordendo um pedaço da torrada respondeu:

— Depois que os campeonatos e a faculdade acabaram, as coisas pararam de fazer sentido. Sei lá, parece que eu tenho muito tempo livre. 

— Bom, a vida não é só trabalho, não é.

— Olha quem fala, papai você trabalha o tempo todo.

— Eu amo o meu trabalho e amo a Patrícia - completou mordendo uma torrada. -  Quando eu estava longe da Alameda dos Anjos parecia que uma parte de mim estava faltando. Acho que com você acontece o mesmo querida, aqui está a nossa família e nós os Hart amamos essa terra com alienígenas e tudo.

Kimberly riu e concordou: 

— Talvez você tenha razão, mas… 

— Nada de mais, vamos termine seu café e vamos dar uma volta. Tenho uma surpresa para você.

— Surpresa? 

— Ele balançou a cabeça para baixo confirmando e perguntou:

— Já terminou?

Intrigada Kimberly riu e levantou-se da mesa dizendo:

— Só espere eu dar uma arrumada no cabelo. 

Vendo a filha subir as escadas, ele se sentou e pegou outra xícara de café.

— Acho que tenho mais quinze minutos… no mínimo. 

Vinte minutos depois, Kimberly e o seu pai entraram no carro e ele dirigiu lentamente pelo novo condomínio. Olhando pela janela Kimberly comentou:

— Tudo está tão novo.

— Toda essa região foi destruída pelos ataques dos monstros, mas agora temos um dos mais bonitos condomínios da cidade. Seu tio e eu trabalhamos muito duro construindo essas casas e agora está quase tudo pronto. 

— Não sabia que o titio também tinha negócios aqui. 

— Ele foi mais um investidor, seu primo Kenny que realmente trabalha. Eu construo e ele vende as casa. Olhe ali é a casa dele

— Uau, que linda! - murmurou Kimberly olhando para uma grande casa de três andares na esquina da rua, a apenas duas ruas da casa do seu pai.

— É o que eu disse querida nossas raízes estão aqui. 

Os dois andaram mais dois quarteirões e o Sr. Hart parou o carro na esquina, indicou para a filha descer e os dois pararam em frente a uma casa branca de dois andares com um gramado verdejante e várias mudas de rosas florescendo. 

Kimberly parou estática em frente ao pai aturdida. 

— Papai!?

— Ela é sua querida - ele sorriu satisfeito mostrando a chave.   

— Mas… - gaguejou Kimberly - é uma casa papai. É muito, eu não posso aceitar. 

— Claro que pode, esse bairro é todo da nossa família e você merece. Não é apenas uma filha incrível como é uma atleta talentosa, uma campeã olímpica e ainda tem diploma universitário. 

— Obrigada - murmurou Kimberly abraçando o pai, limpando as lágrimas ela continuou: - Eu nem sei o que dizer. 

— Você não precisa dizer nada, vamos entrar.  

Kimberly concordou com a cabeça e entrou na casa atrás do pai. Ainda surpresa com a novidade, ficou boquiaberta ao  dar de cara com uma sala grande pintada de rosa claro, com uma grande televisão, lustres de cristais e um sofá branco com almofadas rosas de veludo.

— Meu Deus!

— Os móveis você pode agradecer à sua mãe.  Está quase tudo pronto, claro que você pode trocar o que quiser, mas sua casa está pronta para você voltar Kimberly.

— Com os olhos marejados de lágrimas, ela abraçou o pai. 

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Trini estava impaciente na frente da loja de noivas, sua mãe e suas primas já tinham ido embora e nada de Kimberly. Quando a amiga chegou ela não conseguiu deixar de exclamar:

— Kimberly, está ficando maluca. Você está uma hora atrasada.

— Desculpe - implorou se sentando ao lado da futura noiva. - Você não vai acreditar. Meu pai me deu uma casa.

— Uma casa! - exclamou Trini. 

— Sim, uma casa linda no condomínio da família. Ela é branca e espaçosa. Tem rosas no jardim e eu adorei

— Eu que caso e você que ganha uma casa de presente. - riu Trini. 

— É inacreditável! 

— Um ótimo motivo para você voltar para Alameda dos Anjos. 

— Nem fale… se isso não é pressão. Eu não sei mais o que é. Acredita que mamãe até o ajudou a comprar os móveis.

— Está pronta para morar? 

— Praticamente, tem mais coisas que o meu apartamento. Vou falar para mamãe ficar lá quando chegar de Nova York. 

— Srta. Kwan? - um dos atendentes da loja chamou.

— Ah sim, Kim você precisa experimentar seu vestido. 

— É verdade - Kimberly olhou para o senhor e continuou. - Por favor, me desculpe pelo atraso. 

Meia hora depois, as duas moças saíram do costureiro satisfeitas. O vestido de Kimberly ficará perfeito, mesmo ela não tendo vindo antes para prová-lo

— Se o meu serviu perfeitamente, o das outras garotas também vai servir. Vai ficar tão lindo, pena que não consegui ver você vestida. 

— É o preço por se atrasar - riu Trini. - Não temos mais tempo, Jason está nos esperando no ginásio. 

— Não vamos almoçar antes? 

— Nós comemos alguma coisa lá, nenhuma de nós pode engordar mesmo. Vamos… você vai adorar. 

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Kimberly adorava sua cidade natal, mas odiava o trânsito, principalmente porque ele não existia a cinco anos atrás. Trini levou meia hora para chegar no antigo Centro Industrial de Alameda. Os piores ataques de Rita foram nessa região, depois foi totalmente destruída pelo Império das Máquinas. As grandes indústrias a abandonaram e depois do ataque de Astronema a região foi toda revitalizada e se transformou no novo Centro Cultural da cidade contando com várias lojas, uma praça e muitos restaurantes. 

— É aqui! - exclamou Trini parando na frente de um grande galpão.

— Não é muito grande? - perguntou Kimberly erguendo as sobrancelhas em uma careta. 

— É sim - riu a noiva - e exatamente por isso é perfeito. Vamos eu quero te mostrar tudo.

As moças entraram pelo grande portão de aço. Na recepção alguns homens estavam trabalhando na reforma. Dois balcões estavam sendo instalados e a parede alta estava toda pintada de branco com detalhes em vermelho e dourado. 

— Vamos colocar sofás logo ali e talvez alguns puffs - comentou Trini passando.

Entrando mais um pouco havia um espaço com uma cozinha, algumas mesas desmontadas e um pequeno salão de baile. 

— Aqui vai ser a cantina e ali vamos ter algumas mesas para os estudantes ficarem e se tirarmos tudo dá para fazer uma pista de dança.

— Uau - murmurou Kimberly - E eu achava que o bar do Ernie era legal. 

— Essa é a melhor parte - sorriu Trini maliciosa - Ele vai vir trabalhar aqui.

— Jura? 

— Juro, ele vai tomar conta da cantina e a filha vai ajudar quando tiver algum evento. Deixa eu te mostrar as salas de aula.

— Aqui temos dois espaços para as aulas de karatê, kung fu e yoga claro. 

— Já está pronto?

— Essas salas estão sim, o Jason já vai começar as aulas depois da lua de mel. - erguendo as sobrancelhas irritada ela perguntou: - Aliás, cadê ele?

Trini começou a andar mais depressa e percorreu um corredor até os fundos do prédio procurando o noivo. Kimberly a seguiu apressada, mas acabou se perdendo ao ver um jardim de inverno dividindo os espaços. O fundo do ginásio tinha grandes janelas e uma atmosfera totalmente nova. Um espaço gigante com uma área de treino e uma arquibancada e do outro lado uma grande piscina olímpica. Ela ficou olhando o local boquiaberta. Era absolutamente perfeito para treinamento de ginástica olímpica, grande arejado, as paredes tinham espelhos e muito espaço, podia imaginar os aparelhos   e  era quase tão grande como na Flórida. Ficou tão admirada que nem viu Trinis  encontrar com Jason e só percebeu o casal quando estavam do seu lado.

— Gostou?

— É morfenomenal! 

Jason riu e abraçou a amiga:

— Sabia que ia gostar! 

— Isso aqui é um sonho! - exclamou Kimberly. 

— É sim, ainda temos muito trabalho pela frente. Mas vai ser o ginásio mais legal da cidade.

— Da cidade? - Riu Kimberly. - Vai ser o ginásio mais legal do Estado, se não for o do país. 

— Adivinha como vai se chamar? - brincou Jason.

— Não tenho a mínima ideia - respondeu Kimberly confusa.

— Commander Center Gym 

— Mas vão suspeitar! - exclamou Kim olhando para os lados.

— Essa cidade inteira está com referência dos Power Rangers - riu Trini colocando as mãos na cintura. - Ninguém tem como saber qual é o real. 

— Tem uma lanchonete chamada Tiranossauro Burguer no final da rua. - completou Jason.

Kimberly riu: 

— A cidade mudou bastante mesmo. - Olhando para a área do ginásio ela perguntou: - O que vão fazer nesse local?

— Ainda não sabemos - comentou Trini. - É um bom local para aulas de dança ou de ginástica olímpica.  O quê acha sócia?

— Kimberly se assustou e abriu a boca espantada. Jason passou os braços em volta dos seus ombros a abraçando de leve.

— Não precisa assustar a nossa madrinha Trini - brincou olhando para a noiva. 

— Nem sei o que dizer - murmurou Kimberly lançando um olhar para os tatames. 

— Você não disse não, isso já é um bom sinal. - sorriu Trini. - Vai pensar na possibilidade?

— Sim… - murmurou chegando mais perto do local. - Susan não sairia esse ano da Flórida, mas esse lugar é perfeito para as coreografias e ali para os aparelhos. 

— Acha que o Zack vai gostar?

— Com certeza… mas eles tem contrato até a próxima olimpíada. 

— Hum… que pena! - murmurou Trini. - Eu estava contando com ele para te convencer a ficar aqui e assumir o ginásio. 

—  Talvez não precise - riu Kimberly. - Quem mais vai trabalhar aqui?

— O Rock já concordou em dar algumas aulas - com um tom de voz mais sério, Jason continuou. - Tommy é o nosso sócio, estávamos em dúvida se conseguimos manter um lugar tão grande. Ele investiu na reforma e nós compramos o prédio. 

— Vocês compraram o prédio!? - Kimberly soltou um gritinho assustada. 

— Os imóveis na Alameda dos Anjos são baratos. Mas a revitalização não é. Não conseguiríamos sem ele - completou Trini. - Isso é um problema. 

Kimberly ficou quieta por um instante. A alguns anos atrás a possibilidade de reencontrar Tommy era uma tortura, pensar em conversar com ele e agir naturalmente seria impossível. Pensava que iria se trair no primeiro dia, mas agora tantos anos depois não seria tão difícil. Estava tão acostumada com as mentiras em sua vida que disfarçar que estava tudo bem que não era difícil, nem ao menos para Tommy. 

— Não… acho que não. Vou pensar a respeito do ginásio. 

— Não seria impossível trabalhar e ficar ao lado de Tommy desde que ele nunca suspeitasse da filha que não sabia que existia. 


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Notas finais do capítulo

Eu pensei que esse já seria o capítulo do casamento. Mas os preparativos acabaram sendo muito longos e eu achei já estava bem longo. Eu me diverti muito escrevendo a conversa da Trini e da Kimberly, eu conseguia ouvir as duas rindo na minha cabeça. É eu sou doida, mas espero que vocês se divirtam também.
O próximo capítulo é o Casamento e reencontro do Tommy e da Kimberly. Estão mais ansiosos para saber deles ou de onde está a Melissa?



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