Outside Plans escrita por Sany


Capítulo 12
Capitulo 10.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite...



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Uma semana que mais pareceu um mês. Esse era o período que estava morando novamente em Twelve Valley. Nesse período havia organizado meu novo quarto. Colocado algumas das minhas coisas pelo apartamento do loiro - que devo admitir era consideravelmente organizado – e mandado meu currículo para revistas localizadas nos arredores da cidade quando cuidava das crianças enquanto Peeta tentava se organizar na padaria. Cuidar delas não estava sendo um grande trabalho para ser sincera, os três passavam a maior parte do tempo dentro de casa assistindo TV ou no quarto, então eu precisava apenas me certificar de alimenta-los na hora certa, manda-los para o banho e coloca-los para dormir.

Peeta havia conversado comigo sobre eles não mostrarem interesse em fazer outras coisas. Segundo ele devíamos achar um jeito de anima-los um pouco, incentiva-los a fazer algo saudável. Particularmente achava que devíamos deixa-los absolver tudo ao seu próprio tempo, pois na minha opinião não era bom forçar. Talvez por querer evitar uma discussão meio que a contra gosto ele acabou aceitando fazer do meu jeito, então a rotina na casa era calma, pelo menos até aquele momento.

 - Rose anda logo nesse banheiro você vai se atrasar. – pedi pela terceira vez enquanto procurava o tênis da Barbie que Lily tinha cismado em usar, mas não sabia onde estava. – O que acha desse Lily? É rosa também e vai ficar lindo com seu uniforme.

— Quero o da Barbie, e ele não é rosa tia é preto com cadarço pink.— respirei fundo e voltei a procurar, tudo daquela boneca era rosa, mas bem o que precisava era preto.

— Tem certeza de que trouxe esse tênis? Não está aqui Lily. – ela pareceu pensar por um momento e abaixou a cabeça em seguida. – Peeta. – chamei tentando lembrar se tinha visto algum tênis preto com cadarço pink em qualquer lugar daquele apartamento.

— Como estamos aqui? – Peeta perguntou aparecendo na porta, ele estava organizando o café e o lanche já que era melhor nisso do que eu.

— Rose ainda está se arrumando trancafiada no banheiro e não acho o tênis da Barbie. Diz que você o viu em algum lugar, por favor.

— Não vi. – respirei fundo sem saber onde procurar mais, até porque estávamos começando a ficar atrasados. Coisa que aliás não fazia o menor sentido já que tinha me programado para que isso não acontecesse. Entretanto acordar os três antes das sete da manhã não foi nada fácil, e levou muito mais tempo do que teria previsto. Sem contar os pequenos imprevistos que não esperava - como por exemplo - minha total falta de habilidade em pentear o cabelo de uma criança.  – Ei, ursinha sei que gosta daquele tênis, mas acho que está na hora de escolher outro.

— Mas eu quero aquele.

— Eu sei, mas não temos mais tempo para procurar agora Lily. Pode ser que você tenha esquecido na casa da tia Perla. Vou ligar para ela depois e vejo se está lá.  Mas agora precisa escolher outro afinal, você não quer se atrasar no primeiro dia de aula, quer? – ela meneou a cabeça e foi olhar os tênis que tinha retirado no armário enquanto procurava. Ele atravessou o quarto e bateu na porta do banheiro. – Rosely você tem mais dois minutos para estar pronta, ouviu?

— Ouvi. – assim que ela respondeu ele saiu do quarto, odiava o modo como Peeta sabia lidar com as crianças, ou como conseguia ser ouvido mais facilmente que eu.

Sem demora vi Rose sair do banheiro já pronta e tentei não levar aquilo para o lado pessoal, e assim que Lily escolheu outro calçado fomos em direção à sala. O café estava pronto e logo as duas se sentaram à mesa para comer. Fui  em direção a cozinha e vi Tony – o único que consegui deixar pronto no horário previsto - sentado no balcão da cozinha ajudando Peeta a colocar os sanduíches dentro das lancheiras.

— Lily, vai levar maçã e você vai querer levar o que? Pera? – ele confirmou com a cabeça e o loiro foi providenciar a fruta para que levasse.

— As meninas estão tomando café. – comentei para que eles notassem minha presença. – Você já tomou café? – ele afirmou com a cabeça e segurei um suspiro, Tony ainda não estava falando com ninguém. – Vejo que ajudou seu tio com os lanches, muito bem. Precisa de alguma coisa? – ele negou com a cabeça e tentei sorrir. – Então, o que acha de ir buscar suas coisas. – o desci do balcão e ele saiu em direção ao quarto. – Estamos atrasados.

— Vai dar tempo.

— E se, tiver trânsito?

— Em Twelve Valley? Pouco provável, relaxa um pouco Katniss. Sem querer desanimar, mas teremos muitas manhãs como essa pela frente. Uma hora a gente pega o jeito.

— Eu sei, só que hoje é o primeiro dia de aula e não gostaria de causar uma impressão ruim. – talvez fosse loucura da minha cabeça, mas sentia que muitos na cidade discordavam do desejo da minha irmã em deixar as crianças conosco. Não que fosse da conta deles, mas obviamente entre duas pessoas solteiras e a cunhada casada, com filhos e uma vida estável era óbvio que minha irmã não parecia ter feito a escolha mais adequada. Dessa forma eu odiaria demostrar que não conseguiríamos fazer algo simples como chegar no horário.

— Vamos chegar no horário. – ele afirma.

Depois de uma xícara de café grande, e a espera do loiro fazer uma corrida de dois lances de escada de volta ao apartamento para buscar uma mochila enquanto esperávamos no carro estávamos finalmente a caminho. Como era o primeiro dia de aula, ambos iríamos leva-los, mas nos demais dias tínhamos decidido que apenas um faria isso. Deixamos Rose em frente à escola secundária da cidade que ficava mais perto. Uma construção de três andares onde tinha estudado anos atrás. Era o primeiro ano dela ali e sabia que estava nervosa com isso, observei enquanto minha sobrinha olhava o local por um momento.

— Quer que um de nós acompanhe você? – perguntei com cautela, Rose não era do tipo que sente vergonha de ser vista com adultos – ainda - e por mais vaidosa que seja, ainda é uma criança.

— Não, estou bem.

— Tenha um bom dia de aula princesa, nos vemos na saída então. – ela confirmou com a cabeça e abriu a porta se despedindo de todos. Peeta não saiu com o carro de imediato e não disse nada apenas observamos enquanto ela seguia lentamente em meio aos outros alunos. Esperamos Rose entrar no prédio e só então ele deu partida.

A escola primaria ficava cerca de cinco quarteirões. Uma construção bem menor e muito mais barulhenta. Estacionamos o carro e encaramos a aglomeração de pais e alunos dentro da instituição de ensino. Olhei o número da sala de Lily mais uma vez enquanto seguimos até lá. Ao ver a escola a loirinha pareceu se animar um pouco e quando viu a sala se despediu rapidamente antes de se juntar as amiguinhas. A professora dela foi breve ao falar conosco e agradeci mentalmente por isso já que os pais estavam saindo e ainda tínhamos que acompanhar Tony. A sala dele era em outro corredor, e diferente da irmã ele não parecia nada animado com a volta as aulas, ainda mais ao passar por algumas crianças chorando e se negando a deixar os pais.

— Olá, você deve ser o Antony. – a professora se abaixou na altura dele para cumprimenta-lo, ele olhou rapidamente em nossa direção e tentei sorrir para incentiva-lo. Essa era a única coisa que vinha fazendo na última semana, já que segundo a médica tínhamos que dar espaço a ele e mostrar que tudo bem não querer falar agora, que esperaríamos ele estar pronto. – Acho que vai encontrar alguns amiguinhos do no passado, pode entrar querido.

— Nos vemos na hora da saída. – ele acenou com a cabeça e seguiu para dentro da sala.

— Vocês devem ser a Srta. Everdeen e o Sr. Mellark, os tios. – Peeta confirmou e estendeu a mão para cumprimenta-la. - Sou Amélia Wilson, sinto muito não ter conseguido me encontrar com vocês em outra ocasião, mas o diretor me informou a situação e vou ficar atenta a ele. – ela foi gentil enquanto falava conosco, era nova na escola, mas já tinha lecionado antes. - Se precisarem falar comigo, fico aqui até às 16 horas.

Saímos do prédio e enfim respirei aliviada já que apesar dos contratempos tínhamos conseguido. Contudo o alivio se foi no momento em que Peeta pegou a rua sentido lago, havíamos decidido terminar de esvaziar a casa da minha irmã, por mais que quisesse evitar isso era algo que precisava ser feito e fazer isso com as crianças na escola era sem sombra de dúvida a melhor opção.

— A Srta. Wilson parece uma boa professora. – comentou sem tirar os olhos da estrada.

— É parece, acho que ele vai se sair bem. – seguimos o resto do caminho fazendo pequenos comentários, mas assim que ele estacionou em frente a casa ficamos em silêncio por alguns minutos antes de entramos.

 Assim que entramos pude notar que algumas coisas já haviam começado a ser empacotadas. As fotos não estavam mais nas paredes. Os porta-retratos não estavam mais em cima da lareira.

 - Perla e eu empacotamos as fotos e os objetos mais pessoais. Estão todas nas caixas que vão lá pra casa e algumas foram para o depósito. – disse apontando as caixas próximo a porta. – As crianças já pegaram tudo antes de irem lá pra casa. – ouvi o barulho de um caminhão encostando, a equipe que ficaria responsável por levar os móveis chegou no horário combinado. Peeta foi recebe-los e acabei subindo em direção a um segundo andar quase vazio. Dos quatro quartos apenas que era da minha irmã tinha alguma coisa. Observei o armário aberto apenas as roupas que um dia foram da Prim estavam lá. Me aproximei e passei minha mão pelas peças penduradas bem organizadas em cabides. – Eles já começaram a desmontar a mobília da cozinha. – ele parou ao me ver. – Perla achou melhor não guardar as coisas da Prim, achamos que talvez você quisesse ficar com alguma coisa, que gostaria de fazer isso.

— As meninas...

— Já escolheram o que queriam guardar... – parte de mim queria que alguém tivesse feito isso por mim, porém entendia e apreciava o fato de que eles não tinham feito isso. - Eu vou ajudar lá em baixo, qualquer coisa me chama. - Não sei quanto tempo fiquei ali, apenas olhando as coisas dela antes de começar a colocá-las uma a uma dentro das caixas vazias em cima da cama sem separar nada para guardar. Ficar com algo não a traria de volta. Estava na última gaveta quando o avistei. O velho cachecol vermelho que ela havia comprado em Aspen. Havia implicado tanto com ela por conta dele, mas ela havia se encantado e gastado quase todo o dinheiro que nosso pai deu a ela nele. “Ele vai durar por muitos invernos, você vai ver”. E de fato havia durado. Prim o usou em todos os invernos. “Ele me dá sorte”. Era o que dizia quando perguntava se ela não iria se desfazer dele. O deixei de lado e continuei guardando o que faltava, assim que ficou apenas ele no armário o peguei. –  Katniss, eles podem começar a levar os móveis daqui? – desvie minha atenção para o loiro parado na porta.

 - Sim, já acabei aqui. – ele concordou com a cabeça e saiu me deixando sozinha novamente. – É só um cachecol velho, um pedaço de pano não trás sorte a ninguém. – o coloquei dentro da caixa no momento em que Peeta entrou novamente no quarto.

 No início da tarde todos os móveis estavam dentro de um caminhão. Algumas caixas no banco de trás do carro. Não havia mais nada naquela casa. Nenhum móvel, ou fotografia. As marquinhas de medida nos batentes das portas dos quartos seriam apagadas pelo proprietário. O jardim bem cuidado teria outra pessoa para cuidar das flores. Não havia mais risos, conversas de madrugada ou aroma de torta no forno que deixavam aquele lugar tão convidativo. Agora aquela era apenas mais uma casa vazia


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Notas finais do capítulo

É isso, espero que tenham gostado do capitulo.
Vou tentar não demorar com o próximo.
Beijos.