Arredores de Idris- Cabana de RagnorFell.

Alec estava terminando de arrumar o jantar, quando sente uma aproximação. Ele vira a sua cabeça e encontra Clary encostada à porta.

—Como ele está? –Pergunta preocupado.

—Bem. –Responde aproximando-se de Alec. –Está descansando. Magnus deu uma olhada na sua cabeça, tudo vai ficar bem. –Garante suspirando.

As únicas coisas que Alec se lembrava sobre Clary era que ele a enforcou, jurando-a de morte, os seus ciúmes em relação à Jace e a desconfiança que tinha em relação à moça, agora estava ali num mesmo ambiente que ela, sentindo-se desconfortável.

—Ótimo. –Murmura despreocupado.

—Não somos melhores amigos, mas somos amigos. –Garante aproximando-se dele.

—Não me lembro disso. –Confessa encarando-a.

—E o que se lembra? –Pergunta tendendo a cabeça para o lado.

—De sentir ciúmes de você, de não confiar em você, de ameaça-la de morte e lhe enforcar. –Responde e ela concorda com a cabeça.

—Foi na fase que eu cheguei, que você acreditava que amava o Jace. –Revela suspirando.

—Eu sei que nunca o amei, Clary. –Garante, terminando de arrumar o jantar e ouvindo-a suspirar.

—Você me odeia? –Pergunta confusa.

Alec analisou Clary, ele não odiava, mas também não gostava dela, a presença da ruiva era, definitivamente, indiferente para aquele Alec, ele simplesmente não conseguia ter empatia com ela.

—Eu não te odeio, eu só não tenho um vinculo com você. –Responde suspirando. –Isso não quer dizer que eu não volte há ter um dia. –Revela, terminando de cozinhar.

—Ok. –Sussurra afastando-se de Alec, mas parando no segundo seguinte. –Obrigada por ajudar o Jace, obrigada por não deixa-lo ser morto. –Agradece suspirando.

—Não precisa me agradecer por isso. É a minha obrigação. –Revela calmo. –Eu sou o parabatai dele. –Afirma observando-a se virar.

—Quando o Simon acender, eu vou pedir para que ele seja o meu parabatai.—Revela e Alec concorda com a cabeça.

O rapaz serve o seu jantar para ele e Magnus e segue em direção ao escritório, encontrando-o estudando o livro Branco, mas quando ele sente a aproximação do namorado, ele o encara e suspira.

—As suas runas estão voltando com mais rapidez. –Revela encarando o resto do braço de Alec, que concorda com a cabeça.

—Jace precisou me marcar. Parece que isso acelerou o processo. –Revela sussurrando.

—Eu vou matar aquele loiro oxigenado dos infernos! –Afirma levantando-se e Alec nega com a cabeça.

—Não se preocupe. –Pede colocando a badeja em cima da mesa.

—Deixe-me ver. –Pede levantando a camisa de Alec e encarando as suas costas, tocando a sua pele. –Graças ao seu anjo. –Agradece aliviado.

—Graças ao quê? Essa expressão é tão estranha. –Comenta confuso.

—É uma expressão que você geralmente usava. Quer dizer, quase todos os caçadores de sombras usam. –Revela, beijando o ombro de Alec.

—Agora venha comer. Tenho certeza de que não comeu nada o dia todo e a noite toda. –Acusa suspirando.

—Não, sabe que não. –Sussurra, deixando-se guiar por Alec e sentando-se ao lado dele.

                               * * * 

Idris - Casa da Consuela. 

Simon encarava a porta do casarão da Consuela Jia Penhallow, a casa era muito bonita, tinha uma arquitetura vitoriana, o garoto estava indeciso se realmente batia a porta, estava louco para ver Isabelle, estava muito preocupado com a garota, a última imagem que tinha dela na cabeça, era a menina desacordada naquela cama no Gard. Mas hesitava em bater, afinal aquela era a casa da Consuela e ele não sabia exatamente o que esperar.

Sempre achara Jia uma boa pessoa,ela havia ficado do lado deles quando Sebastian estava vivo, a Consuela fez de tudo para que não fossem considerados culpados pelas atrocidades de Sebastian, também fora concedente com Clary quando esta estava sendo interrogada e estava sobe o efeito da poção de Magnus, a mulher não era tola ela sabia que Clary estava sobe o efeito de algum feitiço, porém havia feito pouco caso e liberado a garota. Mas ela também era a Consuela e como tal tinha que ter pulso firme e não se mostrar fraca ou vulnerável, isso era notado na forma como ela havia agido com Jace em seu interrogatório, em nenhum momento ela fez menção de aliviar o sofrimento do garoto, ela sabia que qualquer ferimento que Jace sofresse seria responsabilidade dele mesmo, afinal ele tinha a opção de dizer a verdade, mas não o fez. 

Simon realmente não sabia o que pensar sobre a Consuela, chacoalhou a cabeça tentando tirar a mulher de seus pensamentos e focar em Isabelle, levantou a mão para tocar a campainha quando a mesma se abre deixando a mostra uma Aline surpresa. 

— O-ola, e-eu queria ver Isabelle. - Disse Simon sem jeito. 

— Ah! Você é Simon, não é? Pode entrar Simon, vou chama-la para você. - Disse a morena sorridente. 

Simon respirou aliviado por ter sido a garota a abrir a porta, não saberia o que fazer se fosse a Consuela. 

— Então você, quero dizer, como sabia que eu estava na porta? - Perguntou Simon curioso enquanto seguia Aline para dentro da mansão. 

— Na verdade, eu estava indo ver se Helen estava chegando e quando abri a porta você estava lá. - Disse a menina rindo. 

— Ah! 

Quando chegaram a uma sala de estar Aline pediu a Simon que se sentasse enquanto ela iria chamar por Isabelle, depois do que se passou pelo menos uma meia hora na cabeça do garoto, ele ouviu passos no corredor, virou-se ansioso e viu Isabelle surgir na sala. Simon como sempre ficou encantado pela garota, ela parecia bem, sua pele clara não estava mais com a palidez da morte, seus longos cabelos negros caiam em cascatas por suas costas e ombros, seus olhos escuros brilharam ao ver o rapaz e a menina abriu um sorriso encantador. 

— Simon! Que felicidade te ver! - Disse Isabelle se jogando nos braços de Simon. 

— Izzy, que bom que você está bem! Você me deixou preocupado, nunca mais faça isso! - Disse Simon apertando a garota em seus braços.

— Deixei nada, você nem estava aqui quando eu acordei e eu já acordei a dois dias Simon! - Disse a garota se afastando dele nervosa. 

— Izzy me desculpe, eu juro que queria estar aqui quando você acordasse, mas as circunstancias não deixaram. 

— O que poderia ser mais importante que sua namorada, Simon? É bom que realmente  um tenha um bom motivo! - Disse Isabelle com os braços cruzados enquanto batia o pé esquerdo no chão. 

Simon se aproximou de Isabelle e sem que a garota esperasse a segurou em seus braços e a beijou, Isabelle ficou sem reação por um momento, mas logo se viu correspondendo ao beijo com fervor. Quando ficaram sem ar e finalmente se separaram Isabelle tentou sair dos braços de Simon, pois lembrou que ainda estava nervosa com ele, o menino porém apertou mais o abraço e aproximou sua boca do ouvido da garota. 

— Izzy, eu estava cuidando de algo de seu interesse, eu sei onde está Alec. - Sussurrou o garoto fazendo a morena arregalar os olhos.

— C-como? - Sussurrou a garota de volta em choque enquanto uma lagrima solitária corria por seu rosto. 

— Não posso falar nada aqui ,Izzy, não é seguro para Alec e nem para Jace e Clary. - Disse o menino baixinho. 

— Ótimo, então vamos a algum lugar mais . . . 

Nesse momento a porta da sala se abre e Helen entra na sala, a  morena arregala os olhos ao ver os dois ali, um nos braços do outro. 

— Sinto muito, não quis interromper nada. - Disse a menina vermelha. 

— O que houve Helen . . . - Disse Aline entrando na sala e entendendo o que fizera a namorada travar na porta. - Oh! Sinto muito, eu esqueci que vocês estavam aqui, sinto muito se o interrompemos algo. 

— Tudo bem. - Disse Isabelle tranquilamente, embora estivesse tremendo por dentro. 

Estava feliz por Simon ter vindo lhe ver, mas o garoto simplesmente chegara e jogara uma bomba em sua cabeça e agora ela estava enlouquecendo querendo enche-lo de perguntas. 

— Por que não nos sentamos e conversamos? - Sugeriu Aline. 

— C-claro. - Disse Isabelle mal dizendo a amiga em pensamento. 

— Então Simon, como está sua vida na academia? - Perguntou Aline. 

— Está bem, acho que vou conseguir ascender sem problemas. - Disse Simon com falsa confiança. 

— E você, Isabelle como está? - Perguntou Helen. 

— Estou bem, já não sinto mais dor, estou ótima. - Disse Isabelle.

— Que bom, mas me refiro como você está em relação ao fato de seus dois irmãos serem procurados por alta traição. 

— Meus irmãos não são traidores. - Rosnou Isabelle. 

— Eu sei, mas não é isso que a Clave acha, estão procurando por eles em todo lugar. - Retrucou Helen. 

— É . . . Como está sua mãe Aline? Ela está no Gard? - Perguntou Simon tentando quebrar a tensão na sala. 

— Minha mãe ainda não acordou. - Disse a menina cabisbaixa enquanto Helen a abraçava.

— Eu sinto muito, havia me esquecido que a Consuela também havia sido ferida junto com Izzy! - Disse Simon mortificado. 

— Tudo bem, mas é isso que não entendo e eu queria te perguntar a um tempo Izzy, o que você e minha mãe estavam fazendo naquele beco? Por que foram caçar sozinhas? 

— Eu não estava com sua mãe Aline, nem sei como ela foi parar lá, eu fui atrás de noticias sobre Alec e Jace, até que fui atacada por fadas e demônios. 

— Estão dizendo que a Consuela foi até lá para achar um traidor entre a Clave e que este a atacou quando ela o reconheceu. - Disse Helen assustada. 

— Espero que sua mãe melhore  Aline. - Disse Isabelle se aproximando da garota e lhe dando um abraço, Simon, no entanto não prestou atenção a mais nada, as palavras de Helen martelavam em sua cabeça. A Consuela foi até lá achar um traidor entre a Clave e este a atacou quando ela o reconheceu. 

Como ela sabia disso? Ninguém sabia ao certo o que havia acontecido naquele beco e muito menos que havia um traidor, ou que este atacou a Consuela. Como Helen podia saber desse fato? Observou a garota com atenção e resolveu dar uma cartada.

— Eu estive com Jace, ele disse que sabe quem é o traidor na Clave. - Disse o garoto e observou as expressões das três garotas na sala.

Viu o choque nos rostos de Isabelle e Aline e viu preocupação e raiva nos olhos de Helen, soltou um sorriso de canto, parece que ele havia descoberto algo sem nem ao menos procurar. 

— Você esteve com Jace?! - Perguntaram as três garotas juntas.

— Simon Lewis desembucha logo! - Mandou Isabelle e Simon engoliu em seco, precisava bolar uma historia bem convincente ou estaria perdido, afinal não poderia dizer nada a Isabelle com Aline e Helen bem a sua frente!