No light, no light escrita por I like Chopin


Capítulo 17
Tudo vale no amor e na guerra


Notas iniciais do capítulo

OI, GENTE.
Voltei. :3
Preciso contar a história desse capítulo.
Eu comecei a escrever no computador, mas tava difícil arrumar tempo, então salvei no celular.
Aí, ok, quinta foi excursão da escola pra São Paulo e eu terminei de escrever o capítulo nas minhas Notas.
Então, fui selecionar o texto todo pra copiar, mas ao invés disso apaguei sem querer. :3
Gritei, sim. Chorei, sim também.
Mas ok, fui escrever tudo de novo no computador porque é pra isso que serve sexta-feira mesmo.
Já tinha reescrito basicamente metade quando acordei hoje de manhã e pensei: talvez eu tenha copiado alguma coisa, e se eu colar, talvez tenha alguma coisa salva.
Salvei o capítulo inteiro. :3
Foi maravilhoso, gritei de felicidade. Até mesclei os dois textos e ficou bem legal.
Bem, todo mundo vem pedindo fervorosamente por romance. E eu sou desse time.
Vai ter romance?
Claro.
É do jeito convencional? Não. :3
Espero que gostem. Não vou sumir mais (tanto).
Me perdoem e não desistam de mim. ♥
#Fighting



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 A carta demorou a chegar. Demorou tanto que Janine se esqueceu completamente de esperar por ela.
      ​  Como uma guardiã, deveria estar sempre preparada para a morte. E fora exatamente isso que viera fazendo desde o Cairo: já eram um mês e três semanas ensaiando luto.
     ​Mas o que recebeu foi tão imprevisível, tão insano e mágico que ela demorou muito tempo para se convencer de que não estava num sonho.
​Era quarta-feira quando ela e Pavel se encontravam na cozinha, se preparando para mais um dia de trabalho naquele clima alegre que os envolvia sempre.
​Mabel, que agora tinha se acostumado a estender seus sorrisos bondosos também a Janine, segurava um maço de papeis que tinha acabado de buscar com o carteiro.
         ​-Cassie, Olena e eu acho que essa letra é do seu sobrinho. – ela anunciou ao entregar ao russo três envelopes em cores diferentes
​        Janine se inclinou sobre a mesa para espiar os garranchos em russo do menino de seis anos.
          ​-Abra a do Dimitri primeiro! – ela pediu divertida.
​         Tinha se acostumado tanto às histórias da família de Pavel que era como se a conhecesse pessoalmente. O guardião tinha prometido que logo realmente conheceria a todos. Isso, é claro, se Ibrahim se permitisse desgrudar dela para que acompanhasse o colega à Rússia.
      ​‘‘Estou de olho nesse favoritismo todo aí, viu?’’, Pavel costumava comentar divertido, fingindo mágoa sempre que Janine era escolhida para acompanhar o patrão numa saída de última hora.
​          Mas, de verdade, ambos sabiam que Ibrahim não tinha preferências entre seus igualmente divertidos e competentes guardiões. Pelo menos não no âmbito profissional.
       ​-Vou traduzir para você. – Pav sorriu e se aprumou na cadeira, pigarreando antes de começar – ‘‘Querido tio Pavel, você vai voltar logo para casa? Mamãe disse que você vai estar aqui no meu aniversário e também para me levar para a escola nova. Quando eu crescer, quero ser um guardião também e por isso tenho que ir para uma escola especial e aprender a lutar. Vai ser muito legal! Eu não esqueci que você prometeu me dar o que eu quisesse de presente de aniversário. Eu acho que já vou estar grande quando fizer sete anos, então posso ganhar uma estaca de prata igual a sua?’’
​      Ao terminarem a mensagem inocente do menino, nenhum dos dois guardiões conseguiu conter as risadas.
         ​‘‘Pobre Dimitri’’, pensou Janine, ‘‘ vai ter que esperar pelo menos mais uma década só para poder tocar numa estaca. ’’
​       -Tem uma carta aqui para você também, querida. – Mabel chamou tocando-lhe de leve no ombro e estendendo um envelope simples em papel pardo, que a ruiva aceitou com surpresa.
            ​-É da sua família, Jenny? – o colega perguntou inocentemente enquanto passava manteiga num pedaço de pão.
       ​-Minhas irmãs e primas jamais me mandariam qualquer coisa. – ela respondeu sem dar muita importância – E minha avó não sabe escrever.
​         Jenny continuava a virar o envelope de um lado para o outro, segurando-o com a ponta dos dedos, como se estivesse com medo de que a qualquer momento ele pudesse explodir ou entrar em combustão.
           O nome completo dela e o endereço de Ibrahim estavam corretos, o que tornava a situação ainda mais estranha: ela podia contar nos dedos as pessoas que sabiam que seu nome do meio era Stella e sequer havia dito a alguém que estava trabalhando em Istambul no momento presente.
         E sobre o selo contido no envelope, por que alguém do Egito lhe mandaria uma carta?
​              -Só abre logo, Janine. – Pavel pediu, achando graça da sua demora.
​          Motivada pelo colega, Janine rasgou uma das abas do envelope, puxando a folha sulfite que encontrou dobrada lá dentro. Assim que a desdobrou com cuidado, seus olhos se encheram imediatamente de lágrimas.
​         Ao terminar de percorrer as palavras com um olhar de puro desespero, ela cobriu a boca com as mãos para abafar um grito.
      ​-Janine! O que foi?! – o colega estava completamente assustado pela reação dela e logo sua mão voou num dos braços dela, o trazendo para baixo para que ela pudesse explicar.
          ​Foi então que percebeu seu sorriso: as lágrimas não eram de tristeza, os gritos não eram de desespero. Eram todos de alegria.
​         -Ela está acordada! Ela está acordada, Pavel!
​      Colocando-se de pé num pulo, ela correu pelo jardim nos fundos da cozinha em direção à piscina de Ibrahim, apertando a carta contra o peito.
      ​A porta escancarada bateu com força atrás dela quando ela passou, parando na borda da piscina, a menos de um centímetro de cair na água.
​          -Ibrahim! Ibrahim!
​         Ela continuou berrando o nome dele até que ele conseguisse escutá-la até mesmo debaixo d’água.
​         Abe já estava na metade do caminho até ela e ao chegar à borda, foi com grande surpresa que percebeu que ela estava dando pulinhos de empolgação.
​          Janine se ajoelhou, sem se importar em molhar os joelhos da calça social, enquanto ele tirava os óculos de natação.
​      -Roxanne está acordada, Ibrahim! Ela está acordada e escrevendo e fazendo piadas!
​          -Isso é maravilhoso, Jenny! Realmente maravilhoso. – ele tirou a mão da água com o intuito de secar suas lágrimas, mas tudo o que conseguiu foi molhar o rosto dela mais ainda.
​       Ela riu da atitude dele e o abraçou de surpresa e, pego desprevenido, Ibrahim teve que segurá-la com força para que não caísse na água. Tomando a iniciativa de surpreendê-la dessa vez, mesmo com o rosto molhado, ele lhe deu um beijo rápido na bochecha.
​          Janine, realmente pega de surpresa, se afastou com o rosto vermelho e o coração batendo ainda mais rápido que antes. Trazendo as mãos de volta para si, continuou a apertar a carta contra o peito enquanto ajoelhada no chão molhado à frente de Ibrahim.
​        -Nós podemos ir vê-la? Por favor? – ela perguntou esperançosa.
​        -Você não precisa nem perguntar, Janine. Eu não estava brincando quando disse que levaria você de volta ao Cairo quando quisesse.
​        -Me desculpe. – ela respondeu com timidez – Eu não queria incomodar.
      ​Ibrahim revirou os olhos escuros e lhe deu aquele típico sorriso bondoso que ele sempre guardava para ela.
​        -Você pode pedir qualquer coisa de mim. – ele projetou o tronco para fora da piscina, apoiando o peso do corpo nos braços e fixando o olhar sério nela – Estou falando sério, Janine. Qualquer coisa; e eu consigo para você.
​        Ela apenas sorriu e se levantou, mas o que realmente queria era
ter dito: ‘‘eu sei’’.
​      -Peça a Pavel que seja rápido com as malas. – ele comandou ao vê-la de pé.
​       E ao ver o jeito confuso com o qual ela respondeu à sua ordem, ele deu um sorriso do tipo vitorioso:
​      -Bem, a não ser que você já tenha algo pessoal planejado para hoje, porque eu posso desmarcar meus compromissos. De qualquer forma, acho que não deve ser muito sensato deixar Roxanne esperando, não é mesmo?
​          Com uma empolgação quase infantil, ela deixou um Ibrahim sorridente na borda da piscina olímpica.
          Ele a acompanhou com os olhos e comentou com a voz baixa, só para si mesmo:
          —Qualquer coisa para a minha garota.
        Com um aperto estranho no peito e o sorriso feliz agora convertido em melancolia, ele afundou o corpo novamente na piscina, se escondendo no meio da água.

Pavel ficou quase tão empolgado quanto o patrão quando Janine finalmente lhe contou direito e com detalhes tudo que havia contido na carta de Roxanne.
     E quando estavam os três dentro do avião que os levaria ao Cairo, a felicidade que a ruiva sentia não dava espaço para que sofresse com as usuais dores de cabeça.
     Tirou a carta de dentro do bolso do casaco azul e desdobrou o papel novamente. Pensava que quantas mais vezes lesse as palavras de Roxanne, menos aquilo pareceria um sonho para ela.
         "Querida Ruivinha,
        Aqui é a Bela Adormecida, finalmente acordando do seu sono profundo. Um pouco dolorida, é verdade, mas viva e me mexendo.
         Minhas fontes indicaram que você largou os Badica para trás e agora está trabalhando em Istambul para um certo príncipe/perseguidor do deserto.
        Meu tombo (aparentemente) não alterou minha memória, então ainda vou cobrar que a primeira filha de vocês tenha meu nome.
       Gostaria de visitar todos vocês na Turquia, mas isso está fora de cogitação por enquanto. Espero que vocês possam me ver, ao invés disso.
         Tenho muito o que agradecer a você e também a Ibrahim, sem contar que estou com saudades depois de passar tanto tempo como um vegetal.
          Mas também estou completamente feliz em saber que não será dessa vez que vamos nos separar para sempre.
             Amo você, Jenny.
             Roxie R. Ryder"
             Sorriu ao guardar a carta junto ao peito pela enésima vez.
             Nessa viagem, os lugares no avião estavam trocados: Ibrahim e Janine se sentavam de frente um para o outro, teoricamente para jogar um jogo de damas que não começava nunca; enquanto Pavel cochilava numa poltrona do outro lado do corredor.
             —Você está encarando. - Janine avisou de novo.
        Quando se tratava de Ibrahim, aquela parecia ser uma atitude tanto involuntária quanto incontrolável.
             Ele, com o cachecol colorido contrastando com o traje preto da cabeça aos pés, sorria sem se importar.
            —Você fica tão linda quando está feliz.
            Ela riu enquanto os raios de sol entravam pela pequena janela do avião e refletiam no cabelo ruivo, que ela tinha deixado cair naturalmente ondulado. Estava realmente feliz demais para se importar em repreendê-lo.
             —Eu gostaria de ver você assim mais vezes.
            Isso foi o que Ibrahim disse, mas o que queria dizer era: "Eu gostaria de fazer você feliz assim."
          Ela sorriu em resposta e desviou os lhos para a janela por um minuto.               Quando voltou a si, encerrou o assunto com uma pergunta:
          —Nós não íamos jogar damas?
          Agora sem responder, ele arrumou o tabuleiro e as peças numa pequena mesa entre os dois.
         O mais ingênuo dos jogos se tornavam uma disputa mortal para eles. Mas naquele dia em particular, Janine, que costumava ser sempre a mais competitiva dos dois, ainda estava absorta demais na própria sorte para se preocupar com qualquer tática do jogo.
          Ela estava perdendo feio, quase como se ainda fosse a mesma garota que havia chegado a Istambul sem saber diferenciar um bispo de um peão. Se não fosse a provocação pela risada irônica que Ibrahim fingiu que estava tentando esconder, ela teria ido até o fim do jogo sem ter capturado nem ao menos uma peça.
           Pediu foco e concentração ao seu cérebro e fez o melhor que podia para não deixar transparecer seu desespero a Ibrahim. A situação estava no mínimo crítica.
          —Onde nós estamos, exatamente? - ela perguntou como quem não quer nada, inclinando-se para o lado da janela com o fingido intuito de tentar ver alguma coisa.
      —Estamos prestes a terminar de sobrevoar o Mediterrâneo. - ele comentou e permaneceu por um momento distraído com o azul brilhante do mar abaixo deles.
          Foi o segundo que ela precisava para trocar uma de suas peças brancas como uma das dele e quando ele virou o rosto novamente, ela já estava fazendo sua jogada com rapidez nas mãos e uma expressão puramente inocente no olhar.
         De uma vez, conseguiu capturar cinco peças dele, e já estava guardado na mão cada uma delas com satisfação, quando ele a repreendeu cm firmeza na voz.
           —Nem pense nisso, Janine Hathaway.
           A expressão dela era realmente de surpresa. Ela sempre fora tão rápida é tão discreta tanto no trabalho quanto nos jogos que não entendia como ele pudesse ter percebido seu ato corrupto e tão calculado.
         —O que? - ela decidiu investir seu charme num sorriso confiante e se fazer sempre de inocente.
            Ele sorria também, de uma maneira diferente. Era a mesma expressão que ele tinha para ela quando passaram uma temporada flertando no Cairo, abertamente um para o outro e se escondendo do resto do mundo.
             —Devolva minhas peças, guardiã. - ele avisou com firmeza.
             —São minhas agora. - ela rebateu quase rindo na cara dele.
             Ibrahim ainda não tinha aprendido o quão teimosa ela era?
            —Você está trapaceando. Eu tenho memória fotográfica, Janine; e não era assim que as peças estavam antes de eu me virar para a janela.
          —Isso não é prova nenhuma. Eu digo que estavam, você diz que não estavam e nós somos as únicas testemunhas que presenciaram a cena.
          —Não importa, Janine. Devolva as peças e vamos começar o jogo de novo. Dessa vez vou ficar de olho em você.
             —Não. - ela simplesmente respondeu.
      Ela estava provocando Ibrahim deliberadamente. No entanto, sua expressão estava tão misturada de sentimentos naquele momento que era impossível ter uma ideia clara do que Ibrahim estava realmente sentindo.
         A verdade era que qualquer um que dissesse que ele não estava gostando estaria terrivelmente equivocado.
          —Devolva. - ele repetiu com uma autoridade que não estava nem ao menos usado.
             —Tudo vale no jogo e na guerra.
             —A frase certa é "Tudo vale no amor e na guerra."
             —Não é a mesma coisa?
           Janine Hathaway teve a audácia de dar um sorrisinho irônico, levantando apenas o canto da boca ao fazê-lo.
          Como se isso não bastasse, continuou a mover a mão sobre o tabuleiro, pegando cada uma das peças que tinha conquistado por meios não tão corretos com uma calma que era um elemento chave à sua provocação.
             Assim que ela tinha finalmente pego a quinta e última peça, a mão dele voou no seu punho direito. Ela olhou para ele surpresa, sem esperar realmente por qualquer reação por parte dele.
            —Solte. - ela sabia que aquele aviso era o último, e que, a esse ponto, provavelmente estava sendo irritante e infantil mas, de verdade, tudo o que ela queria ver era até onde ele iria.
             Até onde sua provocação conseguiria levá-lo.
           —Não. - ela fechou a mão com força em torno das pecinhas, ainda o mais irredutível que conseguia ser.
              —O que você vai fazer agora?
           Simplesmente não aguentou esperar. Foram longos segundos de tortura e tensão psicológica e ela precisava saber o rumo que sua brincadeira estava tomando.
       A parte consciente do seu cérebro gritava que ela era louca e inconsequente por brincar assim com Ibrahim Mazur.
           Ele era seu patrão. Os dois tinham vivido um pequeno é intenso passado juntos. Ela realmente não deveria estar fazendo isso.
              A carta de Roxanne tinha levantado sua moral até o teto, mas agora ela tinha plena consciência de que estava apenas abusando da própria sorte.
              Mas era simplesmente tão maravilhoso estar nessa situação de flerte e provocação com ele que Janine era capaz de desconsiderar todo o seu bom-senso.
             Quando Ibrahim virou seu pulso para cima, seus olhos tinham a mesma ferocidade do Cairo.
                Ela pensou que ele talvez fosse forçar seus dedos a se abrirem. Mas o que ele fez foi tão estranho e inovador que num primeiro momento, ela simplesmente ficou sem reação alguma.
               Com a sua mão envolvendo e mantendo firme a de Janine, Ibrahim abaixou a cabeça para beijar exatamente um ponto específico sobre seu punho.
             Depois de algum momento de inércia, ela lutou para desvencilhar a mão do aperto dele. Era simplesmente impossível, mas mesmo assim ela continuou a puxar o braço de volta, ao que ele respondeu aumentando não apenas pressão de seus dedos, mas também de sua boca e sua língua sobre a pele fina de seu punho.
          Janine Hathaway já tinha sido beijado de muitas formas nos mais diversos lugares, mas isso era uma inovação total.
               Ibrahim podia ter se movido por sua mão, dedos ou pelo outro lado, subindo pelo seu braço. Mas ele tinha um objetivo definido e aproveitou o máximo que podia cada centímetro quadrado dele.
             Ela nunca tinha pensando em punhos com uma conotação sexual, mas a maneira como aquele ato simples e intenso estavam fazendo calafrios percorrem todo o caminho da sua coluna a fez repensar todo seu conceito sobre o assunto.
              Em um momento, quando ela não aguentava mais assisti-lo aplicar sua pequena e delicada tortura, pelo menos não sem poder responder ao contato de alguma forma, ele simplesmente parou e olhou para cima; encarando-a diretamente nos olhos com um sorriso.
             —Você não faz ideia de como o seu pulso está acelerado. - foi seu único comentário.
             Foi só quando ele disse a maldita frase que ela se deu conta não apenas da rapidez de seus batimentos cardíacos, mas também de como sua respiração estava curta e falha.
                  Ele tinha planejado toda essa ação com apenas o objetivo de poder estampar no rosto dela o quanto apenas uma ação ridiculamente pequena dele era capaz de mexer com sua mente e seu corpo inteiro.
                  Ela tinha se mostrado vulnerável sem nem ao menos ter sido capaz de reagir propriamente.
               Se pensasse bem, sempre tivera dificuldade em aceitar carinhos vindo dos outros para ela. E nunca algo tão simples arrancara dela uma reação proporcionalmente tão exagerada.
            Janine podia literalmente sentir não apenas suas bochechas, mas também todo seu rosto esquentando numa mistura entre raiva e profunda vergonha.
                  Ela puxou o braço com aspereza e soltou cada uma das peças que tinha roubado com mais força ainda em cima de mesa.
               Pavel felizmente ainda dormia do outro lado do corredor, mas o olhar pretensioso de Ibrahim era muito mais do que ela podia aguentar naquele momento.
                 O avião estava longe de ser grande, mas apenas se levantar daquela poltrona e não ter que lidar com aqueles olhos negros e profundos já era de grande ajuda.
               Fechou-se no banheiro minúsculo e claustrofóbico para finalmente ser capaz de acalmar seu coração e sua respiração.
               Com os olhos azuis ainda muito abertos em surpresa, ela encarou seu reflexo no espelho depois de
lavar o rosto com água gelada. Mesmo um tanto amarga, e principalmente vingativa, ela sorriu para si mesma:
                 —Janine Hathaway, você mesma disse que no jogo e na guerra vale tudo. Se quer brincar com fogo, aceite que você pode acabar se queimando.


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Notas finais do capítulo

Hehehehehehe, espero que tenham gostado.
Próximo capítulo tem Roxanne e romance. :3
Bjoooo



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