Bella PDV


Fiquei sentada no braço do sofá ainda digerindo todo aquele furacão chamado Jacob. O porquê de toda aquela raiva, como ele havia descoberto sobre minha transformação e os uivos logo depois dele ter saído; tudo aquilo não parava de passar pela minha mente implorando por respostas. Afinal de contas, Jacob era meu melhor amigo, mas eu nunca tinha contado a ele sobre o que Edward era. E como ele havia descoberto... Isso eu não fazia ideia.

Em exatos 2 minutos, a porta da minha sala estava quase sendo derrubada. Era Edward, e isso era mais do que óbvio.
Abri a porta e ele adentrou o cômodo da minha casa como um furacão. A olhos nus não teria como enxerga-lo.

- O que aconteceu? – ele andava de um lado para outro olhando em todos os lugares como se houvesse algo ou alguém que estivesse se escondendo em alguma parte daquela sala.
- Como você pode ver, não há nada por aqui. Eu disse que estávamos bem. - respondi.

Ele veio e me abraçou. Forte. Extremamente forte.
- Eu fiquei tão louco... Alice não conseguia ver você. Sabemos que Alice lhe vê com certa dificuldade quando Renesmee está por perto, mas por mais distorcida que seja pelo menos ela lhe vê. E dessa vez ela não conseguia enxergar nada... Nem você e nem Renesmee. Eu achei que... - interrompi o que ele dizia com um beijo.

-Shhh... Fica calmo! Não aconteceu nada de grave meu amor. Eu acho que tenho a resposta para o porquê de Alice não conseguir nos enxergar.

Ele me encarava concentrado. Acho que ele não fazia ideia de que Jacob sabia sobre nós.
- Lembra-se de Jacob?- perguntei.
- Claro. O filho de Billy Black. – eu jurava que quando Edward tinha dito o nome de Billy, tinha sido com um ar áspero.
- Conhece o Billy? Eu não me lembrava de que eu havia apresentado ele a você.
- E não me apresentou. Forks é uma cidade pequena Bella, todo mundo conhece todo mundo.

Aquilo que Edward havia acabado de dizer não tinha me convencido, mas era bastante provável. Forks era em si, uma cidade literalmente pequena. Qualquer coisa feita por você poderia ser descoberta e virar a notícia do século em Forks.

- Bem... O Jacob esteve aqui. E por mais que eu negasse, ele sabe sobre mim. Sobre nós.
- Você quer dizer que...
- Sim. Ele sabe que somos vampiros.
Pelo que pude perceber para Edward não era nenhuma surpresa enlouquecedora Jacob saber sobre nós como havia sido para mim. Eu diria que para ele era até o esperado.

Um silêncio se manteve enquanto eu esperava ele gritar ou até mesmo quebrar alguma coisa após ter descoberto que alguém sabia de nossa existência. Mas ele não disse nada.

Fiquei fitando ele perambular por toda a extensão da sala. Só conseguia ouvir sua respiração pesada e preocupada. Mas ele não dizia nada.

- Edward? Você ouviu o que eu disse?
Ele assentiu sem ainda responder.
- Edward, eu estou falando com você!- me aproximei e o puxei pelo braço, obrigando-o a olhar para mim.

- Bella me deixe pensar em um jeito, ok? Preciso raciocinar e encontrar um jeito de tirar você e a Nessie daqui sem que ele descubra onde te encontrar!

Hã? Como assim tirar eu e a Nessie daqui? Nós não iríamos a lugar algum. Edward estava entendendo tudo errado. Eu não iria a lugar nenhum.

- O que? Eu e Nessie não vamos a lugar algum!
- Vão sim! Bella me escute... Para o Jacob saber sobre a nossa existência só existe uma maneira plausível para ele descobrir, e é alguém contando para ele certo? Pois ele não estava aqui quando toda essa transformação aconteceu... A não ser que ele já soubesse sobre mim e minha família.
- Isso é impossível Edward! Antes de o Jake partir, ele nunca demonstrou que soubesse de algo. Mas hoje... Ele falava de você, de nós com tanto nojo que parecia que éramos culpados por todas as catástrofes do mundo.
- Mas ele não fará nada Edward! Se ele quisesse fazer algo, ele já teria feito. Hoje foi a oportunidade perfeita.

Edward me olhava como se todo o seu corpo estivesse tremendo... Eu estava assustada! Nunca tinha o visto tão irritado.

- Edward você está me assustando!- ele veio se aproximando de mim e colocou ambas as mãos nos meus braços.

- Bella, você vai entender o porquê de eu estar querendo levar vocês duas. Mas primeiro vamos e depois eu juro que lhe conto.
- Eu e Renesmee não iremos a alugar nenhum. Eu não sou uma fugitiva!
- Bella... Jacob é perigoso!
- Jacob não é perigoso! Ele não faria nada para me machucar!
- No normal dele, ele não faria Bella nada, mas quando ele perde o controle nem ele consegue saber o que está acontecendo. - ele dizia tão seguro de si, me deixando cheia de raiva.
- Você não conhece o Jacob!- disse convicta.
- Conheço os ancestrais dele e isso já me basta. Todos nós somos o que nossos ancestrais já foram um dia Isabella!
- E o que os ancestrais dele já foram um dia Edward?- eu já estava gritando. Não aguentava mais especulações.
 
Ele saiu de perto de mim, virando-se de costas para mim. Mas ele sabia algo sobre os ancestrais de Jake e não queria me contar. Ele sabia algo grave... Mas o que seria?

- Fale Edward! Estou cansada de especulações! Cansada de você pensar que sou essa menina frágil que não pode saber de nada. Pare de tentar proteger-me. Eu quero saber Edward! E agora.

Ele me olhou intensamente. Literalmente intensamente e se aproximou.
- Bella o que eu vou lhe contar não vai ser fácil de assimilar.
- Estou esperando a resposta Edward.
- Sente-se aqui ao meu lado – ele faz sinal para que eu me acomodasse ao seu lado no sofá.

Me sento e fico olhando para ele, esperando por uma resposta, algum tipo de esclarecimento.
- Bella, digamos que eu conheça os ancestrais de Jacob há muito tempo atrás, um tempo que você nem sonhava em nascer. Um tempo em que os ancestrais dele eram contra nós e ao nosso estilo de caçar...
- Eles descobriram sobre vocês? Mas como?– perguntei.
- Eles também não eram normais... Eles possuíam um tipo de magia que os envolvia quando existia um de nós em suas terras.
- Que tipo de magia?
- Eles se metamorfoseavam em lobos, digamos que para se proteger e proteger a tribo dos Quileutes.
- Você quer dizer que... Eles viravam lobisomens? Tipo os que têm nos filmes?
- Exatamente, e é por isso que quero levar vocês daqui. Mesmo depois dos ancestrais de Jacob e nós termos feito uma trégua após eles terem descoberto que não éramos uma ameaça para a tribo, pois só nos alimentávamos de animais, mesmo assim eu fico receoso. O trato era que nenhum deles invadisse a nossa fronteira. E o mesmo valia para nós. Não podíamos invadir a área dos Quileutes. Mas Jacob apareceu aqui... E rompeu a tratado! Os lobisomens são instáveis Bella. Ele pode querer lhe machucar, e eu não me responsabilizaria pelos meus atos...

Me levantei atordoada depois da revelação que Edward fizera. Lobisomens existem? Bem se vampiros existem, mas um ser místico nessa minha vida que antes era calma, não seria uma surpresa.
Oh Céus! Agora tudo estava explicado... A raiva, O nojo, O desprezo, Os uivos. Tudo isso agora estava explicado! Mas isso não ficaria assim. Jacob teria que me explicar tudo isso olhando nos meus olhos.

Levantei-me e saí correndo porta afora. E é claro que Edward veio atrás de mim com a sua velocidade desumana.

- Onde pensa que vai Bella? O que te deu? – ele segura em meu braço, implorando por uma resposta.
- Jacob me deve repostas e eu vou cobrá-las.
- Você está louca? Eu não vou deixar você ir a lugar nenhum. - ele segura meu braço com mais força.

Fixei o meu olhar no dele, tentando mostrá-lo a minha necessidade de esclarecimentos. Eu estava cansada de tudo esconderem de mim. Cansada de sempre ser a última, a saber, das coisas. Eu iria ver o Jacob. E cobraria as minhas repostas. As respostas que eu tanto precisava.

Aos poucos a sua mão foi afrouxando do meu braço, até enfim soltá-lo completamente.
- Tudo bem, eu deixo você ir... Mas com uma condição.

Arqueio minha sobrancelha à espera por respostas.
- Eu levo você até a casa dos Black. – ele cruza os braços impacientemente.
- Agora, você que enlouqueceu? Eu vou sozinha e você fica com Renesmee. Eu me cuidei esses anos, sozinha, eu acho que posso me cuidar por menos de 24 horas.

Saí de dentro da minha casa e deixei Edward com um olhar de repreensão. Mas era o meu momento. Momento de esclarecimentos.

Fiz a opção de não pegar o meu carro, e fui correndo o mais rápido que posso. Queria chegar sem ser notada para que não houvesse a possibilidade dele me evitar ou se afastar. Sentir o vento gelado no meu rosto é realmente uma das coisas mais maravilhosas que existia. Além de ser um ótimo remédio para poder colocar as ideias no lugar.

Estava sendo difícil absorver toda aquela informação dada por Edward. Quando eu pensava que minha vida já estava mística o bastante, eu descubro que meu antigo melhor amigo tinha se tornado um lobisomem...
Eu não me surpreenderia se descobrisse que a Suse era uma bruxa! Charlie enlouqueceria. Seu termômetro paranormal já está sobrecarregado. Eu sobrecarreguei...

Eu não sabia o que iria falar para o Jake. Não sabia se iria gritar com ele ou se iria querer agredi-lo. Não sabia se iria querer culpa-lo por não ter me contado que estava se sentindo estranho antes de partir. Mas quem sou eu para cobrar algo, afinal de contas eu o abandonei quando Edward ainda estava por aqui.

Quando dei por mim já estava em frente à casa de Jacob. A antiga e simples casinha dos Black, que era aconchegante, já não me parecia tão aconchegante naquele momento. Havia um conflito dentro de mim que me impedia de bater na porta. Naquele momento eu desejei que Jacob pudesse ler mentes. Tornaria as coisas bem mais fáceis para mim. E como em um passe de mágica, encontro Jacob me olhando da janela. Dou um passo para trás, ainda receosa por tamanha coincidência.
Ele continuou me fitando intensamente sem nem ao menos piscar. Passou-se alguns segundos e ele some da janela. E Eu continuei ali, olhando para o lugar que ainda pouco ele esteve.  

Era estranho olhar para o meu antigo melhor amigo como um lobisomem. Mas era isso o que ele era. E era isso o que ele sempre foi. Depois de poucos segundos a porta em minha frente  se abriu.

- O que foi você faz aqui Bella?- as suas narinas se dilatam a meu ver. Cheguei à conclusão de que o meu cheiro não era muito bom para ele, do mesmo jeito que o cheiro dele não era para mim.
- Eu já sei de tudo Jacob. De absolutamente tudo!- ele franziu a testa de um jeito que suas sobrancelhas se unem em um só.
- Sabe de tudo o que? – ele me provocou.
- Eu sei o que você é. – foi apenas o que eu disse.

Eu percebi a tensão que se estabeleceu no ar, após eu ter dito aquela frase. Acho que de alguma maneira ele temia por essa descoberta.

- Não sei do que você está falando, mas não vamos conversar aqui. - ele diz e vai em direção aos fundos de sua casa. A antiga garagem que eu muito frequentei.

Chegando lá, a minha vontade era de gritar com ele e dizer que ele não tinha moral nenhuma para falar comigo da maneira que ele havia falado naquela noite. Afina,l eu não era a única que escondia um segredo. Um segredo místico e mágico.

- E pensar que eu me culpei por não ter te contado sobre mim, logo de antemão. - disse ironicamente.
- Você não tinha como me esconder. O óbvio não se esconde Bella.
- Eu não vim aqui para falar sobre mim. Vim para falar de você, e o porquê de você não ter me contado a verdade. A verdade que eu também merecia saber.

Ele soltou uma gargalhada. Uma gargalhada de tremer os ossos.

-Você merecia saber? Poupe-me Bella! Você se quisesse saber do que estava acontecendo teria me procurado! Mas, não você estava ocupada demais com o seu sanguessuga nojento. Ocupada demais fazendo uma aberração da natureza que você chama de filha!

Não medi esforços e dei um soco na cara dele. Eu não pensei em medir força nem nada. Eu só queria que ele sentisse a dor que eu senti com as palavras sujas que ele havia dito.
Ouvi o som de algo se quebrando. Olhei e vi o nariz de Jacob diferente do normal. Abaixei o meu olhar e vi a camisa que ele usava que antes era branca e que naquele momento possuía uma mancha significativa de sangue. Sangue que escorria do nariz dele.

- SUA LOUCA! VOCÊ QUEBROU O MEU NARIZ! EU NÃO QUERO LHE AGREDIR BELLA, MAS VOCÊ...
- EU O QUE? MAS ME AGREDIR JACOB. POIS VENHA ENTÃO! EU NÃO TENHO MEDO DE VOCÊ.

Vi o corpo todo dele se tremer como se estivesse recebendo uma descarga de energia elétrica. Ele inspirou diversas vezes, de uma maneira frequente para se acalmar. E a princípio funcionou.

- Você não vai me fazer perder o controle. Não vou perder o meu tempo com você Isabella.
Fixo o meu olhar e percebo que o nariz dele não sangrava mais. Na verdade estava perfeito como antes.

- O seu nariz? Ele... - pisco freneticamente - Ele está... Curado!
- Pois é. Não foi nada!- ele virou-se e foi em direção à saída da garagem.
- Espere aí Jacob! Não disse nada do que vim dizer. Aprenda a ouvir. - ele parou de caminhar e olhou para mim de soslaio.
- Eu não tenho que ouvir nada de você!
- Mas quando você foi a minha casa e disse tudo o que queria, eu lhe ouvi. E agora que quero que você faça o mesmo, você acha que não tem obrigação.

Ele se virou para poder me olhar melhor. Encarou-me por um momento. E naquele momento pude ver um pouquinho do antigo Jacob que eu conhecia. O Jacob que eu tanto gostava. O silêncio prevaleceu e eu senti que era a oportunidade perfeita para eu continuar antes que ele me interrompesse e me forçasse a parar.

- Eu sei que você é um lobisomem. Sei que foi difícil para você. Eu apenas imagino o quanto foi difícil. Mas também sei que você não me machucaria e...  - sou interrompida por ele.
- Você não imagina o que eu passei. Você não estava nem por perto para ter ao menos uma ideia.

Suspirei de frustação. Nem quando eu tentei abrir um pouco à guarda para ele, ele tentou ser menos grosseiro.

- Como você descobriu? Ele que te contou?
- Sim, ele só esclareceu toda a confusão que se passava na minha mente.

Ele sorri sarcasticamente.
- É claro... Ele é sempre perfeito pra você!
- Sem ironias Jacob. Somos bem grandinhos para isso.
- Se veio aqui apenas para dizer isso, pronto está dito! Pode voltar para o seu sanguessuga.
- Pare de chama-lo dessa maneira. Pare de tentar me atingir de todas as formas imagináveis que existe. Pare de me tratar como se eu fosse um monstro horrível. – disse me exaltando, tamanha era a raiva que eu estava sentindo.

Ele se aproximou de mim. Aproximou-se demais. Tanto que sua respiração quente tocava a minha pele.

- Dói ser tratada como se não significasse nada? Pois é Bella... Foi isso que eu senti quando você não se mostrou tão preocupada comigo. Eu te amava tanto... Que eu queria que você sentisse minha falta. Eu queria que você viesse até aqui para saber o porquê de eu não ter mais aparecido. Mas você não veio... E quando sentiu minha falta era tarde demais. Eu já não estava mais aqui.
- Jacob eu sinto muito... - ergo minha mão para tocá-lo, mas paro no meio do caminho e abaixo a mão novamente – Eu sei que fui errada. Mas eu senti sua falta. É claro que senti.

- Bella, por que você se transformou nisso? Por que se transformou em uma sanguessuga nojenta?

Dou um passo para trás. As palavras que ele usava para se referir a minha nova opção de vida, às vezes eram chulas demais.

- Pare de dizer essas coisas. Eu me transformei em vampira porque foi necessário. Eu estava grávida e era a única forma de deixa-la viva. Mas não posso mentir que eu sempre almejei essa vida quando estava ao lado de Edward, porém quando ele se foi eu não tinha mais chão. Até que descobri que estava grávida... E eu não podia deixa-la morrer. E nem me deixar morrer. Responda-me Jake, você preferia que eu tivesse morrido?

A sua respiração se acelerou por um momento. Ele estava pensando? Mesmo? Como assim ele estava pensando? Ele preferia que eu tivesse morrido?

- Você está pensando Jacob? Como você... – eu nem consegui terminar e saí de perto dele. Ele preferia que eu tivesse morrido. Isso me bastava.

Ele segurou no meu braço me impossibilitando de prosseguir por um momento. Nós nos encaramos e eu senti o corpo dele se estremecendo diante de mim.

- Me solte! Eu quero ir embora Jacob.
- Bella, você não sabe o quanto foi difícil para eu ficar longe de você... Eu te amava! Eu queria você para mim. Você significava tanto para mim...
- Se eu significasse tanto assim como você diz você não teria pensado na pergunta que eu lhe fiz.
- É complicado para eu lidar com essa situação Bella. Misticamente falando, nós somos inimigos mortais. Não sei se o sang... Digo o Cullen lhe disse algo sobre isso.
- Ele disse superficialmente. Eu não dei muito tempo para ele me explicar. Eu preferi esclarecer alguns fatos com você antes de tudo.
- Hm... Entendi. – ele começou a se movimentar de um lado para o outro com certa impaciência – Bella... Eu não entendo como você conseguiu ter uma filha? Quero dizer... Ela é uma deles. Logo, ela não é humana também! Isso é contra as leis da natureza. – ele me olha como se quisesse que eu concordasse com ele. Como se o que ele estava me dizendo fosse a verdade mais óbvia que existisse, e que eu não queria enxergar.

- Você não vai começar com isso novamente, vai? A Renesmee não é uma aberração da natureza. Eu até poderia em arrisca em dizer que se você a visse ao menos uma vez... – ele me interrompe sem me deixar terminar o que eu pretendia.

- Não quero ver a filha dele de jeito nenhum! Ela é uma Cullen. É uma sanguessuga também.
- Ela também é minha filha Jacob! E Renesmee nem sempre se alimenta de sangue de animais.

Ele me encarou como se eu tivesse o xingado ou algo do tipo. Franziu a testa de um jeito que me deixou angustiada.

- Você está querendo dizer que... A tal criatura se alimenta de sangue humana?- ele falou com um ar de repugnância.

Jacob se achava no direito de falar mal de Edward. Mas daí a falar mal da minha filha, isso eu não admitia.

- Olha aqui Jacob, você não tem o direito de chamar a minha menina de criatura! Quando eu disse que nem sempre ela se alimentava de sangue de animal, eu estava querendo dizer que ela também se alimenta de comida. Renesmee é metade- humana e metade- vampira.

Ele continuou me encarando profundamente com suas narinas dilatadas.

Expliquei a ele toda a história sobre Renesmee e sobre o que eu passei durante a gravidez dela. Disse sobre suas diferenças das outras crianças. Ele me ouvia e parecia absorver cada detalhe por menor que fosse. 

- Ela é diferente e especial. Ela é tudo para mim Jake.
- Não tenho o que dizer a respeito disso. Nós nunca... Pelo menos Sam nunca me disse sobre algo parecido com isso.

Encarei-o com uma dúvida surgindo em minha mente. Sam? Quem era Sam?
E como se lesse meus pensamentos Jacob continuou:
- Sam é meu amigo e meu chefe.
- Chefe?
- Bella, a minha situação era para ser secreta... Mas como eu temia você descobriu - ele começou a se movimentar impacientemente – Eu não sou o único lobisomem aqui em Forks.
Aquela palavra sou estranho em meus ouvidos. Lobisomem. Lobisomem. Parecia um mantra em minha mente. Como seu um disco tivesse arranhado e ficasse repetindo a palavra milhões e milhões de vezes.

Sentei em uma das cadeiras sujas de graxa da garagem de Jacob e o incentivei a continuar. Ele pareceu não ter se entusiasmado com a ideia, então coloquei o que eu queria bem claro e límpido como água.

- Acho que tenho bastante tempo para ouvir essa história. Pelo menos depois de todas as ofensas que você me fez, eu acho que mereço isso.

Ele franziu os olhos, mas pude ver um pequeno vislumbre de um sorriso no rosto dele. Ele estava se desarmando e eu pude perceber aquilo.

Ele me contou cada detalhe. Desde quando começou a se sentir estranho até hoje. Contou-me como foi difícil lidar com essa situação, e como o Sam foi importante para ele nessa nova fase. Citou seus antepassados, e o porquê dele ter sido escolhido também.

Senti um calafrio percorrer a minha espinha. Era esquisito imaginar Jacob como um lobo. Um lobo grande e bonito, como ele mesmo disse.

- Então existem mais? Quantos e quem são?
- Por enquanto acho que você só precisa saber sobre eu e Sam. Acho que já está de bom tamanho para o começo.

Assenti e respeitei. Não era de se esperar que ele me revelasse tanto. Acho que para o começo estava de bom tamanho.

- Eu acho que é melhor ir eu embora. Renesmee está sozinha. – me levantei e limpei a roupa de baixo que estava só por precaução.
- Renesmee... Da onde tirou esse nome?

Fiz uma cara de obviedade. Pelo menos para mim era mais do que óbvio o significado do nome da minha filha.

- É a mistura de Renné com Esme.
- Hm... Acho que é óbvio mesmo!

Ele foi ao meu lado me acompanhando até a saída de sua casa. Olhei para trás e pude perceber pelo vidro da janela da casa dos Black que havia uma mulher lá dentro que nos observava. Ela era morena e tinha lindos cabelos cacheados que estavam soltos tornando seu rosto bem bonito. Ela tinha um olhar de apreensão. Deduzi que aquela mulher só podia ser a tal de Melanie que havia voltado com ele.

- Acho que sua er... Namorada não está gostando muito da nossa conversa.

Ele olhou para trás e a viu. Eu também tinha olhado junto e vi que ela saiu da janela no momento em que nos viramos.
Jacob seu um sorriso tímido e me respondeu:
- A Melanie é só uma amiga.
- Hm... Bem, eu acho que podemos dar uma trégua, não acha? – perguntei olhando para ele.
- Uma trégua não. Apenas uma pequena pausa.

Seu olhar dizia o contrário. Eu sabia que Jacob não iria mais me incomodar, pelo menos não por enquanto. Eu comecei a correr e dei uma última olhada para trás e pude ver um Jacob sorrindo. Um sorriso mais natural. Um pouco do sorriso caloroso que ele me dava antes de tudo virar pelo avesso.

Eu sorrio de volta da forma mais doce que pude. Eu não queria o Jake como um inimigo. Pelo contrário.

E assim fui eu seguindo para casa pensando na nossa conversa que tinha acabado de ter acontecido. Em como as coisas mudaram nos últimos tempos. Eu realmente esperava que as coisas entrassem nos eixos.

Cheguei à frente da minha casa e eu percebi que o carro da Alice estava na porta. Suspirei. Era óbvio que Edward chamaria a Alice. Mais do que óbvio, era simplesmente previsível.

- Estou viva, como supostamente sei que vocês já sabem disso – disse adentrando a sala de estar. Eles sabiam que eu tinha chegado ao momento em que pisei a 100 metros atrás. O estranho era o porquê de Alice ter vindo aqui. Edward sabia que eu estava bem, afinal Alice com toda certeza deveria tê-lo tranquilizado.

- Isabella Swan! O que você quer? Me matar? Literalmente me matar?- Edward veio e se posicionou ao meu lado segurando-me fortemente pelos meus dois braços.
- Edward você está me machucando!
- Você quer me enlouquecer? Nunca mais faça isso, ouviu? Nunca mais, ou eu acabo fazendo uma besteira e...
- Edward, você enlouqueceu? Do que você está falando? Não é necessário isso tudo só porque fui atrás de Jacob.
- Eu não conseguia saber se você estava bem. Eu... Digo Alice não enxergava você.

Fiquei fitando-o confusa. Como assim Alice não estava me enxergando? Isso era possível?

- Como assim Alice não me via?
- Isso mesmo. Simplesmente não enxergava você. Como se você tivesse... – seu olhar era gélido. Ele estava com medo. E eu o abracei. Bem forte para mostrar a ele o quanto eu o amava e que eu estava bem. Não precisava ficar com medo.

- Está tudo bem. Sch... Não precisa ficar preocupado.
- Bella, você é tudo para mim. Eu não suportaria se algo acontecesse com você. Me dói só de imaginar. Eu não suportaria...

Beijei os lábios dele com toda doçura que pude. Eu o amava igualmente.

- Me conte tudo o que aconteceu. Cada detalhe. Sem editar nada. Nada – ele frisou bem a palavra. Como seu eu fosse editar algo? Tudo bem... Eu poderia editar.
- Tudo bem, mas antes eu vi o carro de Alice ali fora... Eu pensei que ela estivesse aqui. – olhei para ele, afagando o seu rosto carinhosamente.
- Ela está lá em cima com Renesmee. Ela tinha acordado procurando por você... Eu tinha chamado Alice aqui porque eu estava aflito demais para ficar sozinho com a nossa menina.
 
Assenti entendendo o que ele tinha acabado de me dizer. E no alto da escada apareceu a cunhada mais nanica do mundo. Acompanhada da minha princesinha.

- MAMÃE! – Ela desceu correndo às escadas e se jogou no meu colo. – Oi papai!
- Oi, meu amor. Já acordou?
- Uhum... Eu e Tia Alice... Bem a gente...  – ela colocou o dedinho indicador na boca e olhou para Alice sorrindo como se estivesse pedindo autorização sobre algo.
- Pode contar Nessie. - Alice assentiu incentivando Renesmee a contar.

Revirei os olhos. Pelo jeito Rosalie já tinha contado do apelido mórbido que havia dado a minha pequena. Eu odiava. Odiava.

- Eu e tia Alice temos uma surpresa pra vocês. Você e o papai. É bem legal – ela disse batendo as palminhas e mostrando suas lindas covinhas.

Edward deixou escapar um sorriso torto apesar da tensão pós- Jacob. Ninguém resistia a Renesmee.

- Mas eu não posso contar não mamãe! Não posso mesmo. Nem adianta perguntar né Tia Alice? Não posso contar mesmo. – ela passou a mão na boca como se tivesse passando um zíper. Ela queria contar. E como queria.
- Bem... Eu vou indo Bells! Está na minha hora. Jasper está me esperando. – Alice sorriu e se despediu de nós.

Edward a levou até o jardim e percebi que ele queria cochichar algo com ela. Então tentei focar minha atenção em Renesmee.
Olhei para ela e aconcheguei em meu colo e comecei a brincar com um de seus cachinhos cor de bronze.

- Mamãe nem adianta. Já disse que não vou contar. – ela cruzou os bracinhos fazendo um “falso drama”.
- Nem uma dica? – perguntei, realizando o desejo da minha filha. Ela estava doida para me dar ao menos uma dica.
Ela olhou pra mim e fez um carinha de pensativa. Logo respondeu:
- Tudo bem, tudo bem mamãe. Mas não pode deixar a Tia Alice saber – ela sussurrou.

Sorri dando um beijinho no rosto corado dela.
- Olha a dica é que eu não vou participar da surpresa. Só vai ser vocês dois. Pronto, falei! – ela colocou a mãozinha na boca, tampando-a.

Dei uma gargalhada. Ela era demais. Simplesmente demais.
 Edward entrou pela porta, um pouco menos preocupado como pude notar.
- Sobre o que as mulheres da minha vida estão sorrindo? – ele sentou-se ao meu lado, nos abraçando.
- Nada não né mamãe?
- É nada não. – olhei para Edward e dei uma piscadela.

Brincamos um pouco com Renesmee e antes de dormir ela pediu um ovo mexido como ela sempre fazia. Preparei e logo em seguida ela adormeceu ainda nos braços de Edward. Ele a levou para o quarto dela e eu segui para o meu quarto para tomar um banho. Um banho que não era preciso, mas era um dos hábitos, se não o único hábito humano que eu ainda mantinha.

Escutei a porta do banheiro se abrir e não precisei olhar para trás para saber quem era.

- Tomando um banho. Isso é bem humano Srt. Swan – ele sorri e pude ver através do boxe meio nebuloso devido à quentura do chuveiro.
- É o único hábito que permaneceu. Eu até que e tentei comer umas torradinhas ainda no início da transformação, mas não deu muito certo. - faço uma cara de repugnância devido a lembrança do gosto amargo em minha boca.

Edward deu uma gargalhada gostosa.
- Só você mesmo amor.
- Não custa tentar né? – dei uma piscadela para ele e enfiei minha cabeça de baixo do chuveiro para tirar o xampu. Enquanto eu tirava o xampu – o que demorou uns 20 segundos – eu pude sentir um vulto bem rápido. Quando abri os olhos eu pude ver um Edward totalmente despido encostado na parede oposta a mim. Ele olhava para mim com um olhar tentador enquanto esboçava o meu sorriso predileto.

Eu deixava a água cair pelo meu rosto enquanto não tirava os olhos dele. Ele me encarava como se esperasse alguma autorização para seguir em frente.

- Vai ficar aí parado me olhando? – perguntei com a respiração relativamente mais pesada.
- Não mesmo.

Ele se aproximou de mim e me deu um beijo cheio de paixão. Aquele tipo de beijo que você esquece até de respirar. Ele me encostou à parede me imprensando. Ele queria que eu o sentisse cada vez mais perto de mim. Ele beijava o meu pescoço com tanta ferocidade que não me deixava raciocinar direito. Todas as células existentes em meu corpo ansiavam por ele. Eu só queria o Edward. Rápido e brevemente.

Enlacei minhas pernas em torno de sua cintura e eu já podia sentir seu membro rígido perto do meu ponto mais sensível. Eu queria que ele me possuísse. Como eu queria.
Ele começou a sugar o meu mamilo esquerdo enquanto acariciava o meu seio direito, aquele ato me deixava cada vez mais fora de mim... Como se uma fera quisesse sair e se saciar o mais rápido possível.

- Edward - arfei e segurei em seu membro com força – Eu que ele dentro de mim. Agora. Por favor. - implorei.
- Sch... Quietinha! Para quê tanta pressa?- ele me olhava com a boca entreaberta, mas ainda assim com um sorriso provocador nos olhos.

A água quente do chuveiro que se espalhava pelo nosso corpo nos dava a sensação perfeita. Sensação do quente sobre o frio.

Ele foi beijando todo o meu corpo até chegar lá. Ele começou a lamber e a suga-la com toda a vontade possível e aquilo estava me enlouquecendo. Eu agarrava o seus cabelos com todo o desejo que estava prestes a explodir dentro de mim. Ele fazia movimentos circulares, ritmados, constantes. Depois de ter quase me levado ao paraíso ele retornou e começou a me beijar enquanto brincava ainda com o meu ponto de prazer.

Eu segurava o seu membro e também tentava dar o prazer igualado a ele. Ele puxou meus cabelos para trás e enfiou o seu membro de uma vez só dentro de mim, fazendo me arquejar de desejo.

Ele começou a dar investidas ritmadas dentro de mim. Enquanto me possuía, ora ele me beijava ora ele mordiscava os meus seios. Eu arranhava as suas costas, beijava seu pescoço e puxava seus cabelos. Como eu amava e desejava aquele homem.

Ele começou a diminuir as investidas e eu olhei para ele com reprovação. Eu queria rápido. Muito rápido.

Ele sorriu torto, passou os dedos em meus lábios. Mordendo os lábios, ele voltou a estocar com mais rapidez. Eu gemia. Eu não conseguia me controlar.

- Oh! Edward...
- Ah Bella! Eu estou quase. Oh Céus! É agora Bella.

E a sensação foi se aproximando. Aquela leveza e a dormência como se tivesse sido anestesiada tomou conta de mim. E logo em seguida senti o líquido quente dele dentro de mim. Era bem perto do paraíso.

- Nossa Bella... Como você me deixa louco – ele ainda deu mais umas duas penetradas e depois tirou o seu membro de dentro de mim.

Terminamos o nosso banho após a nossa rápida, porém maravilhosa noite de amor.

Deitamos na cama e trocamos carícias e beijos. Conversamos sobre Renesmee e outras coisas. Até chegar ao assunto proibido. Jacob.

- Bella, amor, você não acha que agora podemos falar sobre como foi a sua conversa com o Jacob Black.

Edward estava sério. E eu me sentei para olhá-lo melhor.
- Tudo bem. Preparado para ouvir tim- tim por tim-tim ? – arqueei a sobrancelha.

Ele assentiu e se sentou para me olhar melhor.
- Vamos lá. Eu sou todo ouvidos.