"Esta tarde chegou aos ouvidos da imprensa de Gotham City, houve um assalto ao Banco Central de Gotham City. Infelizmente não restaram testemunhas vivas para dar depoimento à polícia."

—Detetive Gordon, temos trabalho a fazer, não existem maníacos loucos o suficiente para roubar aquela quantidade absurda de dinheiro, senhor, não podemos passar o resto de nossas vidas escondidos, não podemos passar o resto de nossas vidas esperando o Batman dar as caras, nós não podemos nos dar ao luxo! -Harvey Dent falava claramente alterado. -

—E nos não vamos ter que esperar Harvey. -Respondeu Jim Gordon tentando encontrar na expressão de Dent algum sinal de redenção. -

—Tudo o que temos, tudo o que podemos fazer é ativar aquele maldito sinal, e esperar para que ele esteja de bom humor para nos responder!

—Então é o que faremos, mas não agora.

—Como assim 'não agora' James?! Por acaso você enlouqueceu? -Harvey novamente se alterou. -

—Agora, Harvey, neste momento, temos problemas muito maiores do que um assalto, você esteve fora por muito tempo senhor Dent, algumas coisas já não são mais as mesmas em Gotham. -Jim respondeu com calma, sem se exaltar, vendo a reação de Harvey mudar. -

—O que por acaso poderia ser pior do que isso James?

—O Coringa.

—Espere, estamos mesmo falando do palhaço?

—Não é tão simples Dent, ele não está mais trabalhando sozinho.

—E nós já sabemos disso, digo, ele sempre teve um monte de capangas moribundos, que com certeza não são nenhuma ameaça.

—Oh, acredite quando eu digo Harvey, não são capangas moribundos, estamos falando de alguém que pode ser pior do que o próprio Coringa, muito mais perigosa, insana e destemida.

—Vamos ver se entendi, estamos falando de uma mulher?

—Ela não é apenas uma mulher, ela é uma das armas mais poderosas e letais que já passaram por Arkham.

—Arkham, o manicômio? Como tem tanta certeza de que ela não é apenas uma demente que se uniu ao Palhaço? -Dent perguntou debochando e tomando uma dose de seu whiskey. -

—Nós sabemos exatamente do que ela é capaz, ela não se uniu ao Coringa, na verdade, ele a criou. Foi graças à ela que ele escapou de Arkham, e agora digamos apenas que ele retribuiu o favor à mulher amada.

—Então ela está foragida?

—Os dois estão, e eu não tenho dúvidas que eles já tem um plano em mente.

—Não acredito que você realmente acredita que deter dois maníacos loucos é mais importante do que o assalto ao Banco mais importante da cidade? -Harvey questionou Gordon, se exaltando novamente. -

—Harvey, aceite os fatos você esteve longe por tempo demais, você não sabe mais quem controla esta cidade e nem quem a protege! Eu entendendo, você quis se afastar, estava de luto pela Rachel. Eu sei, todos estávamos.

—Não tente me dizer isso Gordon, não se atreva! -Ele arremessou a garrafa de whiskey na parede mais próxima. - Não se atreva a me dizer que Gotham não é mais o meu lugar!

—Eu sei que a verdade dói Harvey, mas você só é capaz de evitá-la até um certo ponto. E todos sabemos que esta, é a sua verdade.

   Harvey se calou, sua expressão passou a ser indescritível. Mas não era feliz. Era quase vazia.

—Não me importa mais o que você pensa Harvey, você foi o herói que Gotham precisou um dia, mas agora. Gotham não precisa de um herói, pelo menos não mais. Gotham precisa de um justiceiro, alguém capaz de enfrentá-los cara a cara. E você e eu sabemos que este homem não é você.

—Se você e toda a cidade acreditam que Gotham não é mais o meu lugar, eu aceito, essa cidade me destruiu, destruiu a pessoa que eu mais amava, o herói que Gotham City um dia viu em mim, morreu na noite em que o Batman escolheu salvar a mim no lugar da Rachel. O homem que acreditava ser um herói para esta cidade, aquele Harvey Dent morreu no momento em que eu parti.

—Se você realmente acredita nas palavras que acabou de dizer, isto significa que você voltou à Gotham como um novo homem. Eu confio no Batman para fazer o que é certo pela nossa cidade, ele está aqui para nos ajudar, ele sempre vai estar.

***

—Pudinzinho! Nós estamos no jornal! -Harley dava pulinhos de alegria enquanto via o Coringa se aproximar olhando a televisão ligada no noticiário. -

—Parece que estamos não é mesmo, meu amor? -O Palhaço riu. -

—Acha que agora ele vai nos notar Pudinzinho? -Harley perguntou dando gritinhos. -

—Ah, meu amor, eu tenho certeza que ele vai.

"Segundo a polícia de Gotham, os criminosos não deixaram nenhum vestígio de suas respectivas identidades, as câmeras de segurança do Banco não captaram muito. Apenas cerca de oito suspeitos vestindo máscaras de palhaço, e entre eles uma mulher. "

***

—Agora, temos certeza de que foi o Coringa quem tirou Harley de Arkham. -Bruce dizia à Alfred que servia o café da manhã para ambos. -

—Algo me diz que eles não querem ser discretos Senhor. -Alfred comentou. -

—Mas é claro, isso é típico. Haviam oito suspeitos que foram gravados pelas câmeras de segurança, e entre eles uma mulher. -Bruce concluiu. -

—No que está pensando Mestre Wayne?

—Pense comigo Alfred, é bastante lógico que Harley e o Coringa não queriam ser discretos, eles querem chamar atenção, chamar atenção de Gotham, chamar atenção do Batman.

***

  Bruce observava qualquer movimento em sua janela, qualquer chamado, qualquer coisa.

Foi quando surgiu, na escuridão da noite, ofuscando a luz da lua. O símbolo, o chamado;

O sinal de que Gotham precisava do Morcego;

***

—Finalmente Morceguinho! -A voz aguda de Harley ecoou em seus ouvidos. -

—Harley...

—Já estava com saudades. -Ela se aproximou do Morcego, jogando um beijinho no ar. -

—Poderia dizer o mesmo, mas não gosto de mentiras. -Batman respondeu seco. -

—Oh vamos lá, seja sincero meu caro Batman! -O Coringa pulou na frente de Harley, a empurrando para trás, fazendo-a resmungar. -Você precisa de nós, é claro que você sentiu saudades.

 O Coringa fez um gesto, abrindo os braços como se esperasse por um abraço.

—Apenas lembre-se, meu caro Batman. Eu sou um homem de palavra, e se eu me lembro bem de nossa última conversa, eu lhe disse que não iria te deixar impune, por ter tirado minha Harleyzinha de mim. -O coringa riu quando Harley pulou em seu pescoço dando-lhe um beijo na bochecha. -

—Awn Pudinzinho! Você prometeu se vingar por mim? -Harley perguntou com uma vozinha aguda e infantil. -

—Meu amor, você sabe que eu faria qualquer coisa por você.

—Que interessante, porque eu adoraria descobrir até onde vai a sua promessa Coringa. -Dessa vez, Batman riu agarrando Harley pelo pescoço sufocando-a. -

—Pudinzinho... -Harley ofegava. -

Imediatamente, Bruce percebeu, estavam em uma ponte, decidiu usar aquilo a seu favor.

—Batman, você e eu sabemos que você não tem coragem. -O Coringa debochou, fazendo Bruce rir novamente. -

—Pudinzinho eu não sei nadar! -Harley gritava enquanto era arremessada da ponte, caindo na água. -