Contra o Tempo escrita por LohRo


Capítulo 19
O Fim


Notas iniciais do capítulo

Depois de todos esses dias, eu voltei. Me desculpem pela demora, a correria está grande, mas hoje eu cheguei do serviço decidida a postar! E tive a grata surpresa ao descobrir uma nova recomendação. Muito obrigada RozaMazurBelikov, não sabe o quanto fiquei feliz pelas suas palavras e nada mais justo que dedicar este capítulo à você! Espero que goste, assim como as minhas leitoras queridas que dedicam um tempinho pra me acompanhar e deixar seus reviews.
Estão preparados para descobrir o que aconteceu ao nosso casal? Então apertem o cinto e boa leitura!
À propósito, este é o penúltimo capitulo!



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Os peritos prenderam a respiração diante de tal declaração.

—Se isso for mesmo verdade, a cadeira elétrica será o menor dos seus problemas, seu bastardo infeliz! - O capitão tentou manter uma postura dura, mas por dentro estava destruído. Temia que seus amigos realmente tivessem tido aquele fim.

—Terá valido a pena! - Peter sorriu de lado com a expressão de horror que vira em Catherine.

—Coloque-o na viatura, precisamos chegar o quanto antes naquele galpão!

~♥~

—Então o vermelho interrompe a contagem e o azul detona a bomba! - Sara concluiu.

—Se o nosso raciocínio estiver correto ou não, é o que vamos descobrir agora!

Grissom pegou o alicate e o envolveu no fio vermelho.

00:00:09 ... 00:00:08 ... 00:00:07 ...

Depois, olhando em seus olhos, finalmente confessara a ela o maior de todos os seus segredos.

—Eu amo você, Sara!

Ela reprimiu um soluço com aquela revelação.

Ele havia confessado o seu amor. Quantas vezes sonhara em ouvir aquilo de sua boca.

Foi então que seu coração pareceu sangrar. Realmente doeu. Não era o fato de saber sobre seus verdadeiros sentimentos em relação a ela e sim, o momento da descoberta.

Quanto tempo haviam perdido. Foram anos de sofrimento e amargura.

Um amor que tinha tudo para florescer, mas que agora corria o risco de ser corrompido juntamente com suas vidas.

Não houve tempo para mais nada.

O destino deles seria traçado naquele momento.

Grissom pressionou o alicate de maneira firme, certeira.

E a contagem foi interrompida!

Os números congelaram em três segundos.

Com seus corações ainda descompassados, ambos levaram alguns segundos para compreender o que havia acontecido.

O alicate escorregou de sua mão, ele se ajoelhou no chão sentando-se em seus calcanhares, extremamente esgotado.

E então, o alívio.

Seus olhos se encontraram novamente e pela primeira vez, desde muito antes daquele horror começar, eles conseguiram compartilhar um pequeno sorriso.

Finalmente havia acabado.

Contrariando as estatísticas, eles venceram a morte.

Grissom se levantou e voltou para trás do pilar. Agora, muito mais calmo, o nó não pareceu tão complicado como antes.

Em poucos segundos ele a libertou e querendo, ou melhor, precisando senti-la, a puxou para seus braços envolvendo-a protetoramente.

Sara não conseguia se lembrar de nada parecido com aquela sensação de segurança que estava sentindo nos braços dele.

O momento era único.

Um contato tão íntimo, tão essencial.

Ela levantou a cabeça de seu peito para poder olhar em seus olhos mais uma vez.

—Obrigada.

Ele mal teve tempo de formular uma resposta.

Um pequeno ruído chamou a atenção de ambos e ele veio de onde menos esperavam.

Da ameaça já combatida.

A bomba!

Ela havia se auto reprogramado, obedecendo aos comandos pré-estabelecidos de seu maldito criador.

00:01:30 ... 00:01:29 ... 00:01:28 ...

—Corre! - Grissom gritou assim que percebeu tamanho perigo.

Eles só dispunham de míseros noventa segundos para salvar suas vidas.

Antes mesmo que Sara pudesse esboçar uma reação, ela sentiu ser arrastada para fora dali. Suas pernas estavam duras, mas sabia que parar não era uma opção.

Dentro de segundos todo o lugar viria abaixo.

Grissom guiou todo o caminho sem soltar suas mãos, pedindo silenciosamente que as saídas não estivessem bloqueadas. Se lembrara que quando chegara ali, haviam cadeados em todas as portas. Se Peter não as tivesse liberado, Sara e ele estariam perdidos.

Mas assim que alcançaram a primeira porta, um misto de surpresa e agradecimento tomou conta de si por ela permitir livre acesso ao exterior. Talvez Peter não acreditasse que eles chegariam tão longe ou houvesse alguma outra justificativa que os eximisse de enfrentar um último obstáculo. Que seja, aquilo não importava, apenas a certeza de que sairiam daquele lugar sem dificuldades.

Grissom esperou que Sara saísse primeiro e então a seguiu. Conseguiram apenas alguns metros de distância do galpão quando aconteceu uma forte e de grande magnitude, explosão.

Ele empurrou Sara para o chão, protegendo-a com o seu corpo. Pedaços de concretos voavam em todas as direções e embora ainda estivesse escuro, eles podiam sentir uma imensa nuvem de poeira cobrindo-os como um cobertor.

Grissom esperou alguns minutos e se levantou, ainda não era totalmente seguro, podiam ser atingidos por estilhaços da explosão, mas estava impossível respirar naquelas condições.

—Vem. - Sua voz estava esganiçada, ele tossia muito.

Sara não estava diferente, ela aceitou sua mão estendida e também se levantou. Foi então que o mundo pareceu girar e ela levou a mão livre à cabeça. A sensação era horrível, suas pernas quase cederam, mas ele a segurou a tempo.

—Se apoie em mim.

Grissom procurou não ir muito longe, apenas o necessário para que conseguissem respirar melhor.

Ele percebeu que ela não estava nada bem e tratou de sentá-la rapidamente no chão, fazendo o mesmo em seguida. Seus corpos estavam muito juntos, ela se inclinou na direção dele e foi capaz de apoiar a cabeça em seu ombro. Era o ombro ferido pelo tiro de raspão, mas ele não se importou com a ardência. Apenas levou a mão até seus cabelos, acariciando-os, tentando confortá-la.

Ao fundo, eles captaram um som familiar.

Sirenes que pareciam cada vez mais próximas.

O socorro estava a caminho.

—O que está sentindo ? - Ele perguntou suavemente, sem deixar de acariciar seus cabelos.

—Minha cabeça dói, estou com náuseas.

—Provavelmente uma concussão. Eu te empurrei muito duro, sinto muito.

—Não se desculpe, você fez o que tinha que fazer.

Foi então que vários carros pararam nas proximidades, promovendo uma certa luminosidade ao lugar, que aumentou quando lanternas passaram a ser utilizadas.

Haviam sido encontrados.

—Grissom ? Sara ?

A voz era conhecida, havia um desespero quase gritante no chamado. Não era para menos, quase nada restara do lugar em que estiveram até bem pouco tempo atrás.

—Aqui! - Ele gritou.

—Estão vivos! - Alguém comemorou.

De repente Sara levantou a cabeça de seu ombro, ele achou que era para evitar constrangimentos de serem vistos em tal intimidade. Mas assim que ouviu o barulho, percebeu se tratar de outro motivo. Ela estava vomitando, praticamente confirmando suas suspeitas. O abalo da explosão associado à queda, deram-lhe uma concussão.

Ele se ajoelhou para ampará-la, ciente de vários passos correndo em suas direções.

—Vocês estão bem ? - Nick se abaixou diante deles.

Em segundos eles foram rodeados por uma pequena multidão entre peritos e policiais.

—Há algum paramédico ? Sara precisa de cuidados, ela bateu a cabeça.

Ele se afastou quando os paramédicos entraram em ação e imediatamente prestaram os primeiros socorros.

—Dr. Grissom ? Existe algo que possamos fazer pelo senhor ? - Um deles perguntou.

—Não, eu estou bem. Apenas meu ombro, um ferimento à bala. - Ele não desviou os olhos de Sara sendo atendida. Viu quando eles a colocaram com cuidado na maca e mal notou as reações de seus amigos.

—Um tiro ? Você levou um tiro ? - Catherine perguntou exasperada.

Só então ele se virou para os demais.

—Foi apenas de raspão, nada grave.

Ainda assim, sabia que seria preciso desinfetar e suturar a ferida no hospital. Mas no momento, sua única prioridade era Sara e a certeza de que ela ficaria bem.

Eles estavam prontos para transportá-la. Ele começou a segui-los quando alguém o impediu segurando-o pelo braço, era Jim.

—Há algo que precisa saber! Peter foi capturado, está em uma das viaturas.

O capitão imaginou que a notícia traria paz e conforto a seu amigo. Porém, se surpreendeu com o que viu. Apenas a menção do nome de Peter desencadeou nele uma súbita mudança de postura, os punhos cerrados, a expressão raivosa e então ele praticamente rosnar.

—Se me deixarem a sós com esse desgraçado, eu o mato! Juro que o mato! - Ele seguiu a direção em que levavam Sara, deixando para trás uma equipe inteira estarrecida. _Eu vou com ela!

~♥~

—E então, quais os seus planos ?

Greg perguntou a Sara o que na verdade todos queriam saber, mas que não se sentiam à vontade para questioná-la. Talvez por tudo ser ainda muito recente, não parecia ser um momento apropriado.

O médico havia liberado a entrada deles no quarto. Porém, os concedendo somente cinco minutos. Ela ainda estava bastante debilitada e precisava descansar. A tomografia havia de fato confirmado uma concussão de grau leve. Havia ainda os outros ferimentos em decorrência dos ataques sofridos nas mãos de seu algoz. Ela precisaria de tempo para se recuperar completamente.

Grissom estava sentado em uma cadeira à sua direita em silêncio e assim como os demais, esperava por sua resposta. Durante o tempo em que a equipe médica não lhe autorizou a estar com ela, ele foi empurrado a contragosto por seus amigos para que um médico também o avaliasse e fizesse os procedimentos de praxe em seu ferimento.

—Ainda não sei mas, talvez uma longa viagem. Conhecer alguns lugares que sempre tive vontade, visitar os que me trazem boas recordações.

—Aproveitar mais a vida, você está coberta de razão! Temos que viver intensamente, a vida é maravilhosa! - Nick sorriu e ela devolveu o sorriso.

—Sim, sabemos o quão intenso você é, Nick! - Warrick brincou.

Novos sorrisos surgiram.

—Meninos, vamos deixar a Sara descansar. - Ninguém contestou, era mesmo o certo a se fazer. _Fique bem. - Catherine lhe desejou, em um gesto de afeto tocando levemente em seu braço.

—Estaremos sempre aqui para o que precisar, pequena princesa - Jim beijou sua testa como um pai faria.

—Eu sei e agradeço a todos vocês, por tudo!

Eles saíram um a um até restarem apenas Grissom e ela.

Ele se levantou da cadeira para se sentar em sua cama, a surpreendendo de início. No entanto, ele viu um pequeno sorriso surgir em seus lábios.

Na verdade, sua atitude surpreendeu até a ele mesmo. Todavia não estava disposto a retroceder, não agora que ela estava ciente de seu amor por ela. Precisavam retomar aquele assunto, falar sobre eles. Mas aquele não era o melhor momento.

—Eu devo minha vida a você.

—Você não me deve nada, eu faria tudo outra vez.

—Acha que as coisas voltarão a ser como antes ? - De repente seus olhos marejaram.

Ele viu o enorme esforço que ela fazia para não chorar e se comoveu.

Ele a puxou da cama delicadamente para que fosse capaz de envolver seus braços em torno dela.

A cabeça castanha descansou sobre o seu coração. Deus, como era possível amar tanto uma mulher ?

—Não, querida. Não voltarão a ser como antes ... - Ele fez uma pausa, beijou seus cabelos com ternura e então continuou. _Serão melhores, você vai ver.


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