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Capítulo 3
Come Back


Notas iniciais do capítulo

Só gostaria de agradecer pelos comentários... Vocês são uns amores ♥



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“O que!?” Rose exclamou, fechando a edição de bolso de A Verdade por trás de Salém. “Artemis foi trancada no armário?”

“Foi o que eles disseram.” O moreno disse virando a página do jornal local “Receitas? Quem escreve essa porcaria de jornal? Não tem nem mesmo tirinhas!”

Eles estavam sentados na grama, no meio do Central Park, há algumas horas. Haviam parado ali para que as crianças comessem e gastassem um pouco de energia, o que estava sendo um bom plano, exceto que Freesbe era o pior esporte que poderiam escolher. Os primos estavam sentados de costa, um se apoiando no outro, e não muito longe das crianças.

“Por que eles não me contaram isso?” Ela perguntou um tanto indignada.

“Talvez porque você se preocupa mais com seu trabalho e seu carro – se é que podemos chamar isso de carro.” Bufou Albus, jogando uma indireta, mas a ruiva estava distraída demais para entender. “Você é a única pessoa que ainda não percebeu que eles precisam conviver com outras crianças como eles... Até mesmo Alice, do outro lado do oceano atlântico, percebeu isso.”

“Você está querendo dizer que...” O rosto da ruiva tornou-se vermelho como uma pimenta.

“São bruxos.” O homem rolou os olhos. “Como todo o resto da família, Rose. Será que você não pode pensar um pouco e voltar para Londres? Eles querem isso. Sabem que lá tem primos para brincar e... Eles não tem nem ideia do que é comer a comida da vovó Molly!”

“Como você sabe o que eles querem ou não? São apenas crianças!”

“Eu sei muito mais sobre seus filhos do que você, Rosie. Eles já tem quase dez anos e a mentalidade de doze...” Suspirou. “Qual é a dificuldade de pegar um avião e voltar? Você tem uma casa, uma família e não lhe faltam oportunidades de emprego.”

“Qual é a sua dificuldade de entender que eu não vim para New York apenas por causa dos meus filhos?”

“Na verdade essa foi a causa maior, Rose. Você ficou desesperada, com medo de ofender a família por estar gravida de um desconhecido...”

“Eu estou bem aqui, Albus Severus Potter.” Insistiu com firmeza na voz. “Nós estamos bem aqui. Isto tudo só é uma fase que logo vai passar...”

“Me desculpe, Rose... Não queria te ofender. Eu só... estou pensando sobre o que é melhor para as crianças.”

“Você não é o pai deles.”

“Eu sei que não.” O Potter deu de ombros. Sentiu como se levasse uma facada.

“Vamos embora.” Ela fechou o livro, irritada. Pelo visto, tudo que Albus havia conseguido com aquela conversa era deixa-la ainda pior.

Assim os quatro encerraram a tarde no parque central e seguiram para o carro do Potter. Como o caminho era um pouco longo, prezando garantir a segurança daquela pequena família, o moreno acompanhou-os até em casa e quando menos esperavam, os dois loirinhos estavam dormindo. Vitória para os mais velhos!

Durante todo trajeto o Potter permaneceu quieto e pensativo. Jurava a si mesmo que essa seria sua última tentativa de faze-la voltar. Se ela não quisesse, ele voltaria sozinho. Havia feito sua parte, como prometido. Durante dez anos ele cuidou dela e dos filhos que ela tivera, mas ele não podia passar o resto da vida fazendo aquilo. Ele estava perdendo os primeiros anos de sua própria filha... E além de tudo, Scorpius nunca havia mandado uma notícia. Nem mesmo tinha certeza se o amigo ainda estava vivo.

Quando chegaram a casa, ele ajudou a prima a carregar as crianças para dentro. Eles estavam ficando mais pesados, além de estarem mais altos. Assim que os dois foram colocados na cama, ele encarou a mulher ruiva que ignorou seu olhar saindo para fora do quarto com uma linguagem corporal que obviamente lhe expulsava daquela casa. Hesitante em tomar coragem, ele seguiu-a para a entrada da casa.

“Sinto muito por te magoar, Rose.” Disse com as mãos no bolso. “Apenas estava tentando dizer o que penso sobre tudo isso..”

“Tudo bem, Albus. Boa noite.” Ela parecia indiferente.

“Mas seria realmente muito bom se você voltasse... Você sempre foi a favorita de todo mundo e vovó já não está tão bem de saúde quanto antes.”

“Vou pensar sobre isso, está bem?” Mas seu tom indicava que com certeza ela não iria pensar sobre aquilo e agora ela já estava com a porta aberta.

“Você está pensando há dez anos. Desde que as crianças nasceram, desde que viemos para as Américas... Já está na hora de decidir.”

“Eu tenho uma vida aqui, Albus.” Suspirou impaciente. “Eu não quero voltar para as sombras...”

“É por causa do cara, não é?”

Rose encarou ele com os olhos semiabertos. Sabia muito bem que aquele não era o momento para falar sobre aquilo... E queria muito saber como ele havia conseguido tal informação.

“Do que você está falando?”

“Do seu carro.” Fez aspas com as mãos. “Eu não sou uma criança inocente como Spectrum ou Artemis. Quer mesmo que eu continue acreditando que seu carro quebra o tempo todo quando na verdade você está dando uns amassos?”

“Você estava me seguindo?” Ela ficou boquiaberta.

“Você está mentindo para mim! E pior do que isso: você está mentindo para seus filhos!”

Albus já não conseguia medir o volume da voz. Estava perplexo com o que a ruiva estava fazendo. Não conseguia nem se lembrar que as crianças ainda poderiam ouvir aquilo.

“Por que você se intromete tanto na minha vida, Potter?”

“Porque eu estou tentando ser um bom amigo! E tentando te ajudar a ser uma mulher e não uma adolescente que tem um namorado secreto.”

“Mamãe está namorando?” Perguntou Spectrum pouco atrás de onde eles estavam.

“Não! Spec, querido, volte para a cama.” Respondeu sem olhar para o menino, mantendo seus olhos de desaprovação fixos no primo. “Obrigada por sua ajuda, Albus. Já acabou?”

“Acho que acabei sim... Você nunca me escuta de qualquer forma.” Ele se virou, pronto para ir embora. “Está mentindo outra vez.”

“Vá embora, Potter.”

“Estou indo.” Murmurrou, mas antes que a porta se fechasse, ele segurou-a com o pé e pelo vão disse suas últimas palavras. “Sinto muito se a verdade dói, Rose. Eu apenas quero que se lembre que eu estive aqui o tempo todo te ajudando... Mas agora que criou suas próprias asas, está livre para voar. E eu só quero que saiba que estou voltando para casa em breve.”


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Notas finais do capítulo

Não fiquem bravos com a Rose. Ela tem seus motivos.



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