Scream - Survival escrita por The Horror Guy


Capítulo 27
Unmasked - Part 2


Notas iniciais do capítulo

A Revelação trouxe novos conflitos, novas dores... e novo sangue a ser derramado.



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—Foi você então quem me ligou quando o Steve estava comigo na minha casa depois que a Anna morreu? -Claire ainda demonstrava espanto.
—É.. Foi.. eu tive que me manter no personagem.. de qualquer jeito, a maioria das ligações foram minhas. Steve não leva jeito pra essa coisa.
—Mas o que tudo isso tinha a ver? Sério, por que essa palhaçada todas com filmes de terror?
—Ah Claire, Claire, Claire... você tem uma mente muito pequena. Isso aqui, é só o começo minha filha! Isso é uma revolução, é muito maior do que você. Não sou só eu, Juliett. Nós somos em um número tremendo!
—Nós quem sua louca?
—Bem, Claire. Acontece que não sou só eu quem tem gosto por matar... segundo as estimativas, a psicopatia juvenil cresceu muito nos últimos anos. E nós, somos unidos. Confesso que a internet é a melhor das invenções já feitas! Eu falo com pessoas brilhantes do qual você jamais poderia manter contato sem tremer de medo. Isso aqui é negócio antigo queridinha. Cada um de nós irá fazer uma festinha como essa, cada um sua cidade natal.. eu em Ashville... tem vários outros por aí! Moscou, Paris, Toronto, Rio de Janeiro, Sydney na Austrália... Ghostfaces irão surgir em toda parte. Ashville foi só o começo. Tenho até uns coleguinhas numa universidade que vão começar um verdadeiro frenesi!! Vai ser lindo! Um grande "Foda-se" para a sociedade. Vão fazer filmes sobre nós, livros, vamos nos tornar a seita mais fodástica dos últimos tempos! Algo que será lembrado durante séculos... isso não se trata de uma vingancinha desse babaca do Steve.. eu o usei pra chegar no resultado que eu queria! Eu sou um gênio! Claro que tudo não é perfeito, Steve teve que estragar tudo. Ele e sua mira ruim. Mas até que foi bom, o erro dele acabou me deixando fora da lista de suspeitos. E outra, você deveria estar me agradecendo! Se não fosse por mim, Jill já teria te matado.
—Mas você deixou que todos morressem! É tão culpada quanto ele!
—Sim, pode ser... mas a única razão de você ainda estar respirando sou eu. E Steve ia ficar de gracinha até finalmente vir atrás de você. Eu sabia que ele não ia te matar de primeira, ele é meio bundão. E olha só! Cheguei bem na hora do Gran Finale, não só salvei sua vida sua vadia ingrata, como também vou concretizar o que eu nasci para fazer. Eu sou demais!!! Aqueles outros loucos psicóticos vão ficar babando quando eu contar pra eles o que eu fiz. É como se tudo fosse um jogo. Já assistiu Cry-Wolf? Evitar suspeitas, Manipular os amigos, e eliminar os inimigos. Isso é muito divertido... estou ficando boa nisso! Claro, houve contratempos... esse imbecil chamou atenção demais. E que história foi aquela de matar uma rapariga ao vivo? Esse garoto não entende nada sobre ser discreto. Ainda bem que eu me encarregava dos telefonemas, porque senão imagina esse garoto na linha? Falta de originalidade total. Mas, de qualquer jeito, estou louca pra ver tudo isso acabar pra poder ver o que os outros vão fazer nas outras cidades! É tão emocionante!
—Meu Deus... você é doente! Está juntando um bando de psicóticos assim como você mundo afora?!
—Eu não... eu só faço parte do time querida. Vamos dizer que eu fui só a cena de abertura do negócio. Eu tenho planos que sua mente de batata jamais poderia conceber. Então, te deixo duas opções.. "Diaba".. bico calado, ou uma bala na cabeça. O Que vai ser?...
—Bico calado.
—Bom! Assim como eu pensei. Agora, vamos matar Steve... e acabar com essa coisa toda..
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Edward se erguia naquele gramado devastado. Tudo já tinha ido para a merda, e com o tiro que ouvira à pouco tudo se confirmava que um tipo de embate estaria ocorrendo. Era alguém atirando contra o assassino ou o contrário? De toda forma, não suportaria deixar que o assassino morresse por mãos que não fossem suas. Ainda fitou Dylan por alguns segundos, desviando o olhar de todo aquele sangue. Era insuportável de encarar. Não queria deixá-lo, mas não podia deixar que o assassino escapasse de sua fúria. Passou as mãos nos cabelos, jogando-os para trás, a necessidade de fazer algo era gritante. Agora percebia que estava ali sozinho no quintal, todos os outros sumiram e ele em seu transe de luto nem havia notado quando o grupo se mandou dali. "Tem que haver alguma coisa" pensava olhando em volta naquele monte de nada. Tinha de haver algo...
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Juliett estava perante Steve, que mostrava sua raiva com os dentes avermelhados por conta do sangue, ela sorria diabolicamente apontando a arma para sua cabeça, ameaçando atirar, fingia dar cliques no gatilho, assustando o garoto, que a todo movimento dela se estremecia de susto. A Líder de torcida psicótica riu em gargalhadas jogando a cabeça para trás ao apreciar o olhar de temor no garoto assassino, que se via não só traído, como também na mesma posição humilhante e indefesa de todas as suas vítimas:

—Hahah... Claire.. vem dar uma olhada nesse palhaço.

Juliett se virou para aproximar Claire de si, quando a visão em sua frente lhe tirou o sorriso.

—Merda...

Claire havia sumido. Não estava mais lá. De algum modo sorrateiro, a Diaba fugiu silenciosamente enquanto Juliett se distraiu por poucos segundos atormentando Steve.

—Puta desgraçada...
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Era correndo aos saltos pela escuridão que Claire desejava encontrar um saída. Já não conseguia mais distinguir a direção que seguia, para onde ficava a porta da frente e a dos fundos. Deixara sua lanterna para trás para que a luz não avisasse Juliett de seu paradeiro. A Coxa ainda estava um pouco dolorida da batida contra a cômoda de antes, mas suas mãos não desgrudavam de uma parede que lhe dizia o caminho que estava seguindo. Era difícil ver alguma coisa mas isso não a pararia de forma alguma! "Onde estou? Ainda estou na sala principal? Estou perto da escadas?" Não adiantava o quanto Claire girasse seu corpo em várias direções, a escuridão não a deixava alcançar nada.

Manteve-se num ritmo contínuo até que sua mão esticada raspando na parede sentiu o fim da linha. O Corredor acabou. A sua frente agora tateava uma parede sólida. Não há saída.

—Merda, merda, merda!!!
—Claire? -A Voz de Keaton surgiu atrás da garota, que se virou se deparando com a luz de uma lanterna.
—Meu Deus!! Que susto! -Ela levou a mão ao peito simulando um infarte.

Marty saiu de trás do companheiro indo de encontro a garota lhe segurando pelos ombros:

—O que aconteceu?
—Por que vocês estão aqui?! Eu mandei vocês ficarem lá na frente!! -A Cabeça de Claire tremia se sacudindo em todas as direções. Seus olhos arregalados expressavam loucura, como se a Diaba tivesse passado um ano dentro de uma cela de hospício ou algo assim.
—O que aconteceu? Você está tremendo!
—Marty... cala essa boca... nós temos que sair daqui!
—Me conte o que houve.
—Steve e Juliett são os assassinos!
—O quê?!

Keaton se aproximou ficando quase colado aos dois sem dizer uma palavra. Digerindo com dificuldade o fato chocante que fora jogado pelos lábios de Claire.

—É isso que ouviu. A Burra não é burra de verdade! Ela é uma psicopata!! Ela está juntando um monte de maníacos!
—Como assim?!
—Não dá pra explicar agora! Temos que sair daqui e torcer pra Amelie chegue a tempo! Temos que avisar o Edward. Por que vocês entraram de novo na casa seus imbecis?
—Ouvimos um tiro. -Keaton disse trêmulo.
—Vocês ouviram um tiro e resolveram entrar?! E eu achava que Juliett era burra. Bem... ela não é mas isso não vem ao caso.
—O que faremos? -Marty a sacudiu de leve pelos ombros.
—Fugir seu tapado! Tem uma aleijada assassina solta por aí por aí no escuro. E pior, a vadia está armada. E pelo que vi, atira bem!
—E o Steve?
—Não me ouviu?! Ele também é um assassino!
—Tá, mas onde ele está?
—Caído na sala da Lareira, Juliett atirou nele.
—Ele está vivo?!
—Está! Temos que sair daqui agora! Vocês viram o Edward?
—Não... -Keaton se virou iluminando todo o amplo corredor em que se encontravam.
—Cacete! -Claire deu um tapa na própria cintura. -Vamos pela porta da frente, onde estamos?!
—Perto do saguão principal. As escada estão bem ali entrando a esquerda.
—Ah que bom então estamos perto da porta da frente.
—Sim.
—Então vamos. -Claire esticou os dois braços dando-os para os meninos. Marty deu de braços com a loira na direita e Keaton fez o mesmo do outro lado. Ela se via agarrada nos dois meninos, dando passos vagarosos. -Keaton, desliga essa lanterna, ela vai nos achar!
—Mas como vamos ver o caminho?
—Ai caralho...

Os três tentavam andar em passos sincronizados, de braços dados um com o outro, pendendo as cabeças para frente e para o lado caso algum movimento fosse ouvido. Os gemidos de dor de Steve ficavam cada vez mais evidentes conforme caminhavam. Keaton mantinha a lanterna abaixada, olhando apenas para o chão e ditando o caminho girando o trio. Adentraram a esquerda, onde na mesma direção estavam as escadas. O Nerd gato parecia tremer, Claire sentia isso ao ter o braço dele entrelaçado no dela. Sussurrando, ele comentou:

—Que merda... nós três aqui, no escuro.. e dois loucos à solta...
—Xiiu garoto... me poupe. Vamos nos concentrar na saída.
—Tá bem.. agora é só cruzar o saguão e ir pro Hall de entrada..
—Então por que não fazemos ao invés de falar?!
—Desculpe.. eu falo quando estou nervoso..

Os três desalinhavam o passo conforme a pressa pela liberdade se manifestava, e com a saída tão perto era difícil se conter. Keaton levantou a lanterna para iluminar o caminho a frente, apenas para se certificar de que a passagem do Hall de entrada estava livre, e essa mesma ação causou gritos repentinos nos três, que deram um pulo para trás soltando os braços. Era Juliett parada em pé a poucos metros deles, a Líder de torcida fora iluminada pela lanterna também dando seu grito de susto levantando a arma e apontando-a para os três, fingindo ter levado um susto com a presença deles, fazendo expressão de quem temia pela vida, Claire, Keaton e Marty se estremeceram aos gritos se soltando, ainda que permaneceram encostados um no outro.

—Por favor!! -Juliett exclamou em voz chorosa.
—Juliett... -Keaton proferiu em espanto, trêmulo ao se deparar com a suposta assassina. Marty engoliu seco e Claire apenas expressava ódio.
—Por favor!! Segurem ela!!

Os dois meninos se entre olharam, fitando Claire em seguida que fez uma careta de desentendida.

—Do que você está falando? -Keaton perguntou.
—Não fale com ela, ela é louca! Ela ai atirar na gente! -A loira bateu o pé.
—Não! Não vou! Meninos, me ajudem por favor! É a Claire! Ela é a assassina!
—Vagabunda dissimulada! Como você tem coragem de me acusar?!
—É ela! Eu tô falando! É ela!
—Juliett, você é louca! Não acreditem nela meninos, ela é maluca!
—Ela.. ela ia atirar em mim também.. mas eu tomei a arma dela. Ela saiu correndo mas eu consegui atirar no Steve antes que ele viesse pra cima de mim.... Claire era cúmplice dele! Isso foi tudo um teatro dela! Ela é uma mentirosa.
—Nossa, queridinha. Já está fazendo sua auto-biografia? Isso tudo aí que ela falou foi ela mesma quem fez!

Keaton e Marty permaneciam calados, confusos. Claire notou que os dois não agiam, e o modo como se afastaram da loira fitando ela e Juliett com desconfiança foi inaceitável para Claire:

—Eu não acredito que vocês vão acreditar nessa piranha!
—Gente eu juro!! Olha pra mim, eu to toda ferrada! Eu levei uma flechada do assassino, fui empurrada da escada, olha lá minha cadeira de rodas toda quebrada!
—Ela é uma puta! Não acreditem nela!
—A única pessoa aqui que está inteira é a Claire!
—Marty... Keaton.. se vocês acreditarem na Juliett... vão merecer o tiro que ela vai dar em vocês..
—Ela é a assassina!!
—Não sou! É Você!!
—Calem a boca!!!!!! -Marty exclamou, colocando um fim nas garotas. As duas travaram, mas Juliett ainda mantinha a arma apontada, fingindo choro e medo. -Primeiro.. Juliett, onde você arranjou essa arma?..
—Eu.. peguei do chão... estava com Steve, ele deixou cair...
—Mentira!!! Essa é a arma do pai da Amelie, a que roubaram da casa dela! Lembra? Eu contei pra vocês.
—Pode ser! -Juliett respondeu. -Pode ser a mesma arma, eu não sei. Estava com Steve eu tomei dele!
—Silêncio! -Marty tornou a gritar. -A Claire te confessou que ela era a assassina, Juliett?

Claire cerrou os olhos como se lançasse deles as chamas do inferno para Marty. Juliett engoliu os soluços daquele seu choro de crocodilo e continuou:

—Confessar.. não confessou.. mas eu cheguei na sala da Lareira e.. e.. ela estava lá com o Steve!
—Eu estava fugindo dele imbecil! Eu achava que ela o maior dos meus problemas, mas aí BUM! A Regina George psicopata aí apareceu! Armada, e atirou no moleque, essa puta de burra não tem nada! Ela estava por trás de tudo desde o começo!
—Mentira, você estava!

Um silêncio se deu. Apenas as respirações ofegantes dos quatro eram ouvidas. A Lanterna iluminava Juliett e suas lágrimas falsas, quando uma voz masculina ecoou ao fundo, era Steve, que entre a dor terrível na perna, ainda caído no chão, tomou fôlego para exclamar:

—Juliett é a assassina!!!
—Maldito! -Gritou a líder de torcida, girando seu braço pronta para apertar o gatilho dando um grito fino de ódio. A arma se movimentou e naquele único segundo, a mesma estava apontada para Marty, que nem teve tempo de se mover, apenas expressar uma rápida reação de choque que fora cortada pelo braço de Keaton que se estendeu diante do seu rosto. Um estouro se deu no escuro fazendo um clarão de luz com o puxar do gatilho de Juliett. A última coisa que se via era a lanterna de Keaton caindo de suas mãos enquanto seu corpo era jogado para trás batendo contra Marty, e um pequeno arco de sangue que saltou de seu ombro. Os dois meninos foram ao chão com os gritos de Claire.

A Lanterna agora no chão, não deixava que um visse o outro, os quatro ficaram invisíveis no breu com apenas seus gritos e gemidos, Juliett se abaixara tateando o chão em busca da lanterna, Claire não parava de gritar. Marty rolou Keaton para o lado, tirando-o de cima de si:

—Você está bem?!!

Keaton não respondia, apenas expressava sua dor com gemidos e urros que pareciam gargalhadas infernais. "Eu não posso perdê-lo". O Fecho de luz se levantou, com Juliett empunhando a lanterna gritando:

—Ninguém se mexe ou vou atirar!!!
—Ah!!!! Ah!!! -Claire não conseguia parar de berrar. Passava a mão no corpo desesperadamente dando tapas em si mesma, tentando se certificar de que não fora acertada por um tiro.

A Luz se movia para os lados, Juliett em toda sua fúria procurava os seus alvos ainda parada, quando ao se virar um pouco para a direita, o rosto de Marty apareceu diante de si, a garota se estremeceu de susto, não tempo tempo de reagir as palavras do menino:

—Atirou no namorado errado... vadia! -Marty proferiu um soco certeiro no nariz da líder de torcida, que fora lançada para trás com um grito fino dando um tiro para o alto sem querer. A Lanterna, que caíra no chão ao mesmo tempo que o impacto do corpo de Juliett se deu contra o chão, agora era lançada na escuridão pelo braço ágil e tomado por adrenalina de Marty:

—Claire, pega!

A Loira, naquele relance, num movimento rápido apanhou a lanterna que fora lançada contra ela, iluminando o garoto magrelo por um segundo, que com expressão desesperada lhe exclamou:

—Corre!!!

A loira não pensou duas vezes, tomada por tremedeiras e lágrimas, se virou correndo em frente num corredor amplo do qual nem sabia onde daria, deixando para trás a escuridão total do saguão. Juliett levantava seu torso ficando sentada por um segundo, apontando a arma na direção em que via a luz da lanterna balançando nas mãos da loira se afastando e atirou! Num pequeno clarão com o estouro, ouviu-se o grito de Claire que ao parecer não fora atingida, dobrou a esquerda desaparecendo.

Marty se manteve em cima de Keaton, tenso e suando frio torcendo para que Juliett não os encontrasse ali em silêncio a poucos metros dela estendidos no chão. Ele grudou seus lábios no do Nerd Gato, fazendo com que ele se calasse e ficasse imóvel. Aguentando a dor do tiro em silêncio até que a maluca fosse atrás da Diaba. Keaton não vira onde o tiro o acertava, sabia que sentia uma dor terrível próximo ao peito e que não conseguia mover seu braço direito, e calado com os lábios de Marty grudado nos seus naquela escuridão onde um suspiro significava a morte, o garoto até cogitou que aquele seria um bom jeito de morrer...
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A Luz se acendeu, revelando uma escada de madeira estreita. A Cada 3 segundos, a lâmpada velha piscava com ose tivesse algum tipo de tique. A Parede descascada, de cor cinza, refletia a decadência daquele cômodo empoeirado e esquecido no tempo. Talvez nem a escada fosse confiável, quem sabe, bastaria colocar um pé e um degrau cedesse. "Bem, Foda-se" pensou Edward fechando a porta atrás de si. Aquele era um de muitos porões pequenos que a residência tinha a oferecer. Desesperado e desesperançoso. Lotado de raiva, e de tristeza. Um tsunami de emoções que não refletiam em seu rosto vazio, que aparentava algum tipo de transe, como se o garoto não estivesse ciente do mundo ao seu redor. Descendo os degraus de madeira velha que rangiam a cada passo e deixavam cair de de si uma pequena quantidade de poeira, os passos do menino afugentavam as aranhas que montaram seus ninhos embaixo da escada, e também as possíveis baratas.

A Cada pancada e piscar da lâmpada que já apresentava uma luminosidade esverdeada, ele se aproximava do fundo do porão. Que talvez pudesse lhe proporcionar a salvação. Este já era o terceiro que visitara. Esperava que nesse houvesse algo que prestasse. Edward atingiu o último degrau, chegando ao chão. Olhando em volta, não havia nada especial... a não ser por duas cadeiras, colocadas com o encosto numa pilastras cada uma, e cordas jogadas em seus pés. Ali fora o palco do tal "Sequestro", Ed ligou os pontos caminhando devagar pelo local. Não era grande, mas era nojento. A Sua esquerda havia uma janelinha, na altura de seu peito, que daria para fora da casa. Mas ele não estava ali para fugir. Se virou ainda naquela direção, vendo diante de si uma parede judiada. Havia uma cômoda velha, coberta por uma grossa teia de aranha, parecia uma penteadeira. Havia inclusive um espelho rachado ao meio terrivelmente sujo. Se aproximando do mesmo, Edward conseguiu ver no reflexo os respingos vermelhos em suas bochechas. O sangue de Dylan preso em seu rosto. Aquele sangue seria cobrado, gota por gota. Mas o espelho revelou algo mais. Pelo reflexo ele podia ver por trás de suas costas, além das duas cadeiras, um pouco mais ao fundo, um saco marrom velho jogado no canto. Parecia cheio com alguma coisa. Se virou, mirando seu olhar, e lá estava.

Em passos determinados, se aproximava passando por entre as duas cadeiras, chegando ao outro lado daquele pequeno comodo. Se abaixou, vendo que na boca do saco, havia algo para fora, parecia ser um pedaço de madeira...
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—E... e.. ela já foi?... -Perguntou Keaton com a voz tremida.
—Já... -Marty respondeu em sussurros, ainda sem sair de cima de seu agora oficial, namorado, que suspirava de dor.
—A... vadia me acertou.
—Eu sei..
—Fo.. foi no peito?
—Não, foi no ombro você vai ficar bem. Por que você fez isso?
—Porque ela... i..ia acertar.. .e..em você..
—Você é doido...
—Antes eu do que você..

Marty sorriu, ainda que Keaton não pudesse ver seu sorriso na escuridão.

—Keaton.. consegue andar?
—Não sei...
—Quer tentar?
—Não..
—Okey...
—Amelie vai aparecer logo.
—Eu espero.
—Não!... Ela vai..
—Só quero que isso acabe..
—Vai atrás da Juliett.. vai ajudar a Claire..
—Está louco? Não vou deixar você.
—Marty.. esse acerto de contas não é só da Claire. É seu também.
—Ela está armada... não temos chance contra a Juliett, ela é psicótica... Keaton, não acredito que você se colocou na frente de uma bala por mim.
—Faria de novo..
—Isso é muito clichê, você sabe disso não é?
—Eu salvei sua vida, e você diz que é clichê... -Keaton queria rir, mas a dor não deixava.
—É clichê... mas é lindo.
—Ah Marty por favor, não é hora de encenar "Crepúsculo"...


Marty riu de lado, não se contendo com o absurdo da situação.
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A Noite se passava, minuto após minuto a mansão era consumida pelo silêncio. A própria casa estava de luto pelo jovens que jaziam em seu piso. Na estrada sinuosa, doze de viaturas seguiam uma atrás da outra a 115 KM por hora, com as sirenes ligadas. Acompanhando-as, estavam duas ambulâncias ocupando a contra mão. Os pneus das caminhonetes luminosas, levantavam as folhas caídas nas bordas da estrada. Amelie estava aflita no banco de trás da viatura que seguia na frente, separada dos dois oficiais nos bancos da frente por uma grade. Como um animal em fúria, a menina passava seus dedos entre os buraquinhos da grade, sacudindo-a aos berros:

—Será que dá pra vocês acelerarem esta merda?!!!
—Hey hey!! Se acalme mocinha!! -Dizia o oficial sentado no banco do passageiro se virando para trás.
—Não manda eu me acalmar!!
—Tem certeza de que seus amigos estão lá?
—Sim, caralho!!
—O Assassino também?
—Puta merda! Qual o problema de vocês palermas? É incrível como policiais sempre fazem as perguntas mais ordinárias nesse tipo de situação! Isso parece até coisa de roteiro ruim de Slasher dos anos 90!
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Steve ainda sentia a dor terrível do tiro em sua panturrilha. Pouco acima de sua cabeça deitada no chão, ele tateava o piso sentindo a faca.

—Arrgh... maldita..

A Vingança que ele tanto buscava. Acabar com a raça do assassino de Jill, agora batia em sua porta em péssimas circunstâncias. Juliett estava armada no escuro, e ele agora debilitado como ela antes estava. Traído por sua própria comparsa de crime, Steve não se importava mais em ser preso ou ser morto. Só sabia que queria arranca as entranhas da líder de torcida, e matar até o último adolescente de pé naquela mansão que ficasse em seu caminho. Estava na hora de se levantar...

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Faltam só dois capítulos! Por favor, comente o que achou! Até mais galera!



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