Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 63
Melhoras


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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Harley sente sua consciência voltando, os braços presos em agulhas, uma sensação fria cima do rosto. Ela aperta os olhos e deseja voltar para aquele sonho tranquilo que estava tendo.

— Dra. Quinzel, está acordada? — Um médico se curva acima dela e aperta uma lanterna clínica em seus olhos, erguendo suas pálpebras.

— Estou.. — A voz de Harley quase falha.

Ele examina suas pupilas e anota algo em seu prontuário. Harley olha ao redor, está em uma cama de hospital, ligada a diversos aparelhos, incluindo de respiração, seu corpo está enfaixado com gases brancas, o fino lençol cobre somente metade dele, a garota estremece de frio.

— Você ficou desacordada quase 3 dias, nos deu um baita susto. — O médico diz colocando o prontuário ao lado de sua cama.

Todo o espaço parecia ter sido feito meticulosamente, uma tenda branca foi erguida acima deles, só havia espaço para a cama, seus aparelhos, uma cadeira no canto e uma pequena mesa circular, onde um jarro de flores murchava pelo tempo.

— Onde eu estou? — Harley tenta se sentar mas é impedida pelo médico, que segura seus ombros.

— Não se esforce, pode romper algum ponto, vou pedir para a enfermeira trazer algo para você comer.

Harley deita novamente no travesseiro macio, sente seus olhos pesados.

— Onde está o-... — Ela pergunta baixo, e então se lembra do porquê estava ali, dá um sobressalto — Onde eu estou? Onde ele está?

— Enfermeira! — O médico dá um grito, rapidamente uma mulher de cabelo curto e olhos cobertos com um óculos vermelho entra, remexendo em uma bandeja de instrumentos.

— Não! O que vocês estão fazendo? — Harley tenta se desvencilhar das mãos do médico, que segura seus ombros no lugar, ela sente seu corpo pesando 10x a mais que o normal, comprometendo sua mobilidade.

— 100mg de midazolam para sedação, agora! — O médico ordena.

A enfermeira rapidamente ergue uma seringa, aperta um pouco do sedativo que pinga da agulha. O aplica no tubo do soro que estava ligado ao braço de Quinn.

— Por favor, não deixa ele me encontrar — Harley pede ao médico, sentindo seu corpo amolecer, sua visão vai ficando escura — Não deixa ele me encontrar...

E adormece.

(...)

Novamente ela sente sua consciência retornando, ouve vozes incompreensíveis no ambiente, mas não consegue abrir os olhos, sua cabeça dói. Cai novamente em escuridão.

(...)

— Doutor, não podemos deixar ela assim, vai acabar morrendo! — Harley ouve a voz da enfermeira.

— Shhh, nossas ordens foram muito claras. — O doutor a censura, que cruza os braços.

— Se ela estiver com alguma fratura na cabeça? Não tem como a gente saber, não tem esse tipo de aparelho aqui.

— Eu já examinei, os únicos ossos quebrados você sabe quais são, sua função aqui é acatar as minhas ordens e não duvidar do meu trabalho.

A enfermeira remexe nos óculos, se calando.

— Estão falando de mim, não é? — Harley diz com a voz fraca, lentamente abrindo os olhos, os dois profissionais se curvam em sua cama.

— Como está se sentindo? — O médico aponta novamente a lanterna nos seus olhos, se ela não estivesse tão fraca teria mandado ele enfiar aquele troço em um lugar muito mais incômodo.

— Vão me deixar falar ou me apagar de novo? Tira logo essa merda da minha cara. — Ela tenta erguer o braço para empurrar, mas sente a dor enorme da agulha enfiada nele, também observa diversos hematomas roxos em sua pele.

— Precisa ficar calma e responder as minhas perguntas, e depois respondo as suas. — O médico explica jogando a lanterna em seu jaleco, a enfermeira se afasta para tirar notas.

— Minha cabeça dói, meus olhos também, meus braços, pernas, até minha bunda! Nem precisa dizer, eu estou toda ferrada, né? Minha boca está muito seca também, há quanto tempo eu dormi?

A enfermeira se movimenta rapidamente, abre uma garrafa de água lacrada, coloca um canudo transparente e deixa ao alcance de Harley, que toma dois goles e se engasga, o estômago embrulha imediatamente.

— Pela minha fome eu devo ter dormido uns 45 anos. — Ela diz tentando se sentar.

Os profissionais a seguram com cuidado, arrumando seu travesseiro e sua postura.

— Você teve uma concussão, vai ficar em observação nos próximos 20 dias, também teve duas costelas quebradas que quase perfuraram seu pulmão, deu sorte! Uma lesão no antebraço esquerdo, deslocamento do joelho direito e dois cortes, um na cabeça e outro nas costas, 42 pontos no total. — Ele diz consultando o prontuário.

— Eu não deveria tipo, estar morta? Seria muito mais fácil.

— Se tivesse caído do jeito errado poderia estar sim, mas como foi apenas um andar os danos foram limitados.

Harley estremece ao lembrar daquela cena.

— E onde ele está?

O médico e a enfermeira se entreolham.

— Não sabemos. Somos os únicos com você desde que se acidentou, ele só veio vê-la algumas vezes, mas não ficou muito tempo.

Os olhos de Harley se enchem de lágrimas.

— Foi ele que fez isso comigo. — Ela diz com a voz pesada, finalmente se dando conta que quase foi morta pela única pessoa que ela jamais desejou algum mal.

— É... nós... imaginamos. Mas só podemos discutir questões clínicas e cuidar do seu bem-estar nesse período.

— Deviam ter me deixado para morrer. — Diz secando uma lágrima, suas mãos tremem.

— Não devia pensar assim sobre si mesma —  A enfermeira dá um passo a frente, os olhos do médico a censuram — Você é muito jovem e bonita, nunca é tarde para um recomeço.

Harley reflete sobre isso por um momento, mas a dor e angústia dominam seu coração, parecia que tinha vivido um pesadelo e por algum motivo ainda não tinha acordado.

(...)

Havia terminado de comer, tirando a temperatura, pressão e feito uma coleta de sangue, na qual bombardeou o médico com insultos, o qual ela descobriu se chamar Chuck.

— E isso é lá nome de médico? Parece daquele filme de terror lá, você dá é presságio do mal pros pacientes, parece louco com essas agulhas! Me estraçalhei no chão e fui direto pro inferno, Deus não teve a mínima misericórdia da minha santa alma!

A enfermeira, Dony, segurava o riso, tampando a boca com seu bloco de notas. O médico resmungava que não havia tirado seu diploma para isso.

— Nem vou falar da gororoba que vocês me deram! Eu já morei na cadeia e eles parecem chefes gastronômicos perto desse negócio! Imagina eu morrer e minha última refeição foi um troço desses? Custa passar no Mc Donald's? Tomara que eu morra para poder assombrar a cozinha de vocês pelo resto da minha vida, ou morte, sei lá.

— Sinto muito, Chuck quis optar por comida em pó só com os nutrientes que seu corpo precisa, não sabia se seu sistema digestivo estava funcionando direito.

— Depois desse câncer em pacote com certeza ele não está.

Harley empurra os lençóis para baixo.

— Cacete, quem roubou meu corpo e me colocou nessa múmia? — Ela tateou as gases que envolvia seu peito até seus pés.

— Seu corpo está sensível, não devia se mover tão rápido, vou te dar algo para dor. — Chuck abre uma maleta de metal repleta de frascos, aplica um deles no soro.

— Vão dizer onde eu estou?

— Em um depósito, fora de Gotham, próximo aos pântanos. — Ele diz despreocupadamente, fazendo a medição da dosagem.

Rapidamente se lembra de Hera e espanta o pensamento antes que se intensifique, já derramou muitas lágrimas hoje por muitos motivos, e sente que se começar a chorar não vai mais conseguir parar.

— Essa é uma tenda médica muito bem feita! Como aquelas que montam em campos de guerra, tudo transportável. — A enfermeira organiza os jarros de flores.

Harley se lembrava de um vaso, onde as flores já estavam murchas e se desmanchando, havia outros dois novos, um com flores vivas e brilhantes, outro decorado com papéis de seda.

— Quem deixou isso? — Ela pergunta.

Dony pega um cartão que estava no meio dos vasos e estende para Harley.

— Vamos deixar a paciente descansar, nós voltamos dentro de algumas horas. — Chuck insinua a saída de ambos e fecha a tenda atrás de si.

Harley encara o papel detalhado, a enorme letra "C" sela seu conteúdo. Joga o cartão pro lado e cruza os braços.

— Me xinga, espanca e tenta me matar e tá pensando que vai conseguir meu perdão com algumas flores e um bilhetinho, está muito enganado.

Encara o teto, depois o cartão.

— Vou dar só uma olhadinha. — Ela sorri.

Abre o cartão, que diz, em sua perfeita e desenhada letra:

 

Espero que melhore logo.

Sr. C.

 

Harley sorri de orelha a orelha.

— Ele me ama! — E se abraça ao cartão, apaixonada. 


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Notas finais do capítulo

Mais trouxa que a Harley só duas dela.
Até o próximo ♥



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