Until Your Last Breath escrita por Mrs Joker


Capítulo 59
Calor


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, amores.
Capítulo levinho, amo escrever sobre calmaria tanto quanto sobre tragédias.
Espero que gostem.



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O céu continuava escuro, o fenômeno fez com que tudo parecesse nublado, apesar de estar de já ser manhã. O helicóptero cortava as nuvens em direção a Gotham, Harley roía as unhas de ansiedade, mal podia esperar para tomar um banho quente, preparar um café e ficar embaixo das cobertas com seu Pudd-...

— Senhor, temos um problema! — Um de seus homens anunciou, entregando um celular para ele.

Joker pegou o celular com cara de tédio mas surgiu uma ruga de preocupação quando ele leu a mensagem de texto, Harley tentou olhar disfarçadamente, mas não conseguiu lê-la.

— Algum problema, docinho?

— Passei alguns dias fora de Gotham e já esqueceram os próprios lugares — Ele respondeu de forma ríspida.

— Ora, amor, é só você fazer um retorno triunfal! — Harley sorri para ele — Para você é muito fácil, você é o mais brilhante, cruel, gato, intimidador..

— Tá, tá, tá — Ele massageia as têmporas, era o jeito de dizer que ela estava sendo irritante — Você precisa de um bom banho, está imunda.

Harley se encolhe.

— Hoje vai ser dia de festa! — Joker anuncia com vislumbre. — E você vai poder escolher o vestido que quiser, minha bonequinha.

— Eu vou? — O sorriso de Harley se abre — Te amo muito! — Ela o abraça com força, ele se limita a colocar a mão em suas costas.

A viagem segue tranquila, alguns raios cortam o céu, anunciando outra chuva em breve, quanto mais se aproximam de Gotham mais as nuvens parecem carregadas. O tempo estava estranho.

O coração de Harley se enche de felicidade ao reconhecer os prédios da cidade, ela estava oficialmente de volta.

(...)

Harley se enrola na toalha e caminha  no chão frio em direção ao chuveiro, onde sua alta temperatura já estava embaçando os espelhos, enquanto havia uma chuva fraca caindo do lado de fora. Ela deposita a toalha em seu suporte e entra cuidadosamente na água quente. Seus músculos imediatamente relaxam e ela fecha os olhos, sentindo a água quente percorrendo todo o seu corpo e aquela paz instantânea de estar desfrutando de um banho verdadeiro. Qual fora a última vez que teve acesso a isso? Um flash percorre seus olhos: os guardas ligando a mangueira de alta pressão com água gelada batendo contra seu corpo, arranhando-o e queimando-o. Aquilo era o mais perto que ela tinha de um banho, a cada duas semanas. Harley abre os olhos e se joga na parede, fugindo da água.

Ela ouve um barulho e olha para o box do chuveiro, que estava sendo aberto. Coringa estava retirando sua toalha e também a depositando no suporte. Com suas lembranças ela sequer percebeu a entrada dele no banheiro. Ele fechou o box de vidro atrás dele.

— Ah.. eu.. a água... — Harley dizia abstraída gesticulando com as mãos, que estavam tremendo.

Ele colocou a mão no rosto dela indicando silêncio, ela respirou fundo e sentiu seu corpo se arrepiar pelo calor. Ele a segurou pelos ombros, trazendo-a de volta para a água quente. Seus corpos se encontraram e ela o abraçou, apertando sua pele com força e depositando a cabeça em seu peito. Ele passou a mão pelo cabelo dela, que estava grudado uns nos outros pela água. Harley ergueu o rosto e o beijou, deixando cair uma lágrima quente que se misturou com a água.

(...)

 Algumas horas haviam se passado, Harley estava sentada na cama com uma toalha enrolada no próprio corpo e outra no cabelo. Havia levado meia-hora só para pentear o cabelo, até precisou cortar algumas pontas que o pente não conseguia desembaraçar. Aqueles pequenos prazeres como banho ou passar uma escova no cabelo, estava enchendo ela de euforia. Usou também bases uniformes para esconder os cortes finos, arranhões e hematomas que estavam por toda a sua pele, deixou um batom vermelho molhado em sua boca e um blush vermelho para lhe transmitir certa coloração. Ter ficado presa naquele buraco durante todo o tempo, sem acesso ao menor raio de sol, havia deixado sua pele ainda mais pálida.

Entediada, ela tateou o criado-mudo ao lado procurando o controle remoto, quando o encontrou e ligou a televisão, o inevitável: todos os noticiários só falavam dos fenômenos que aconteceram. Uns diziam que foi um forte tornado que alastrou a cidade, outros que era obra divina.

— Bando de idiotas — Harley revirou os olhos e desligou a televisão, arremessando o controle para o lado — Não acredito que conseguiram limpar o próprio rastro, imagina se soubessem que o próprio governo foi responsável por isso? Que escândalo! Eu iria adorar.

Ela se deita e se espreguiça, os edredons macios lhe dão o conforto que procurava. Sua mente viaja para as horas anteriores... com ele. Seus corpos sob a água quente, os beijos, os toques, a urgência. Seu corpo se arrepiou em resposta. Havia semanas que ela havia se esquecido da paz que era estar com ele! Batidas na porta a fazem despertar.

— Finalmente! — Exclama correndo para a porta.

Haviam cinco homens do Coringa do outro lado, cada um com uma caixa enorme diferente.

— Entrem, entrem! E tomem cuidado! — Ela lhes deu entrada.

Deixaram as caixas cuidadosamente no chão e se retiraram, fechando a porta atrás de si. Harley bateu palminhas e se sentou no chão, empolgada como uma criança na manhã do natal.

Ela havia pedido os melhores e mais renomados vestidos que estivessem em Gotham, a gangue havia levado mais de duas horas para conseguir rouba-los, e agora estavam ali para que ela escolhesse o melhor para usar naquela noite.

Assim que tateou o primeiro embrulho, ela o colocou na orelha para ver se emitia algum som, balançando-o para cima e para baixo. Estava tão empolgada! Abriu a caixa cuidadosamente detalhada e extremamente elegante como se não fosse nada, rasgando todos os embrulhos e jogando-os para trás. O primeiro vestido era totalmente bordado em detalhes prateados, enquanto seu restante era azul claro.

— Nah nah — Ela disse arremessando o vestido no chão, mal sabia que custava 70 mil dólares, e partiu para o próximo.

Após abrir todos os embrulhos, nenhum havia lhe agradado ao ponto de se sentir confiante e maravilhosa. Tinha que ser a mais linda, e não via sua resposta ali. Emburrada, ela chutou a última caixa e se sentou na cama, cruzando os braços.

Ela fechou os olhos e procurou uma resposta, uma lâmpada se acendeu em sua mente.

(...)

Tudo estava iluminado em cor dourada, Coringa havia escolhido uma de suas casas de shows favoritas para aquela noite. Uma comemoração ao seu retorno a Gotham, com algumas adaptações...

— Harley Quinn! Cadê aquela mulher? — Ele pergunta olhando seu relógio.

— Ela já está a caminho, senhor! Disse que teve um imprevisto com o vestido. — Um de seus homens comunica a ele.

Ele revira os olhos.

— Mulheres! A gente entrega tudo na mão e ainda são capazes de serem estúpidas, nunca vou entender — Coringa faz sinal para que o homem se sente na poltrona em sua frente, havia uma pequena mesa dividindo os dois. — Você tem mulher?  

— Não, senhor.

Coringa faz uma expressão de falsa indignação.

— Não ter uma mulher é como não ter um cachorro. Você os alimenta, limpa suas merdas e em troca, eles te servem com total devoção. Que frieza a sua! — Coringa dá dois tapinhas no ombro do homem, que enjirece o corpo.

As pessoas chegavam aos poucos, iam primeiro para o bar e algumas se arriscavam na pista de dança. Ainda estava cedo, ninguém se soltava no começo de nenhuma festa. A chuva também estava contribuindo para o fluxo lento de participantes a chegar, e para eles, era só mais uma festa comum, ninguém imaginava que se tratava de uma organização do Coringa.

— Iupi! Adivinha quem chegou! — Harley cantarolou a última parte.

— Já não era hora. — Coringa resmungou, ainda olhando para a pista de dança, estava no camarote e tinha a vista ampla do ambiente.

Harley abaixou os braços de empolgação e o transformou em braços cruzados no próprio peito.

— Pudinzinho! Eu trabalhei nesse vestido por muito tempo para você! — Ela disse emburrada.

Coringa apertou os dentes e tediosamente se virou para ela.

Seu vestido, ou melhor, seus vestidos, cintilavam na luz. Ela havia cortado todos os vestidos e os remendado uns aos outros, transformando-os em um só. Cada pedaço dele era de uma cor diferente, um estilo diferente e um tamanho diferente. Metade dele ia até o chão e a outra metade terminava em sua coxa, além de ter um decote em V que se alternava em azul e vermelho.

Joker piscou várias vezes para ela, o que a deixou extremamente preocupada. Suas mãos começaram a tremer e seu coração a palpitar em descompasso. Droga! Ele me deu vários presentes e eu estraguei todos, onde eu estava com a cabeça?

— Você.. — Ele disse lentamente, Harley já estava abrindo a boca para se defender quando ele a interrompe — Criou um vestido de mais de quinhentos mil dólares! — Ele joga a cabeça para trás e dá uma risada. — Muito raramente você é genial, gracinha.

Harley solta a respiração de alivio e sorri animada com o elogio... apesar de também ter sido uma ofensa.

— Contemple nossa noite! — Ele a puxa pelo braço, a fazendo cair em seu colo, Harley bate o tornozelo em uma das quinas, mas aperta os lábios para controlar a dor. — Todas essas pessoas, com seus companheiros, seus amigos... Mal sabem.

Harley curva as sobrancelhas pela sua expressão, mas observa todos lá de cima, a cada momento entravam mais e mais pessoas, o álcool estava começando a fazer efeito e a pista de dança estava sendo cobiçada. Havia um brilho negro no olhar de Coringa.

— Mal sabem o que, pudinzinho?

— O que você acha? — Ele se vira para ela, sorrindo.

Aquele olhar, Harley reconhece até no escuro. Todos irão morrer.

Ela sorri de volta. Seus olharem se voltam para a multidão.

A noite vai ser incrível.


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Notas finais do capítulo

Quem aí já assistiu Aves de Rapina? Vamos trocar opiniões sobre o filme!
Até o próximo. ♥



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