Depois de alguns dias Sara pode, finalmente, sair do hospital. O médico havia dado alta e passado algumas recomendações. Pediu também para que ela maneirasse no trabalho, que sabia ele, era exaustivo. Agora, Sara não era só uma, mas duas pessoas. Precisava comer por duas, dormir por duas e, principalmente, cuidar por ela e pelo filho deles.

— Não esqueçam de virem às consultas do bebê. O pré-natal é importantíssimo para sabermos como ele vai vir ao mundo. Precisamos estar preparados para ele.

Os dois apenas assentiram e agradeceram ao médico que, diga-se por passagem, foi bastante atencioso com Sara, coisa que Grissom não gostou em nada. Muitas foram as vezes que o CSI mais velho pegou o doutor sozinho com Sara no quarto e quando perguntava, depois que ele ia embora, o que havia acontecido ela apenas balançava a cabeça. " Nada. Ele só estava sendo gentil. "

Enquanto os dois saíam pelos corredores do hospital o doutor Flyman continuava a olhá-los, ou melhor olhá-la. Para atiçar o namorado, Sara olhou para trás e deu com a mão, se despedindo mais uma vez.

— Sara.. - Ele a repreendeu e ela segurou o riso, iria continuar com a brincadeira para ver o que o namorado faria.

— O que foi? Não posso me despedir do Flyn? - Ela nunca havia o chamado assim, mas agora faria.

— Flyn? - Ele a olhou e arqueou as sobrancelhas. - Flyn, Sara?

— Ué amor, ele foi muito legal comigo enquanto eu estive aqui. Nós nos demos bem, aliás hoje eu vou jantar com ele. - Mais uma mentira deslavada, estava orgulhosa de sua mente maquiavélica.

Ao ouvir a notificação dela, Grissom ficou estático e Sara continuou a andar até o carro do namorado, que estava estacionado a poucos metros. Ela resolveu continuar, mesmo ele não estando mais ao seu lado.

— Ele vai me levar num restaurante no centro de Vegas, disse que eu deveria caprichar. - Encostou-se no veículo e ficou a olhá-lo. Ele já estava ficando vermelho.

Enquanto ouvia os comentários sobre o suposto jantar, uma faísca de ciúmes ia tomando conta do supervisor, logo o incêndio iria ser difícil de controlar. Ele parou em frente a ela, colocou as mãos no bolso e resolveu tentar fazê-la mudar de ideia.

— Que pena, eu estava preparando algo especial para nós. E eu sei que posso ofertar uma noite maravilhosa. - Ele dizia enquanto ia, lentamente se aproximando dela, encurralando-a no próprio carro. Ele já havia entendido que ela só estava brincando, Sara não iria a lugar algum com o doutor porque ele sabia que ela o amava. Mas agora era a vez dele de jogar. E toda essa brincadeira havia, não só, faiscado ciúmes, mas também uma ponta de desejo e Grissom não estava nem um pouco preocupado se iria ser pego.

— É mesmo? E o que você poderia me ofertar? - Ela olhava, agora bem de perto, os olhos azuis do namorado. Estavam cheios de malícia que ela sabia bem interpretar.

— Você sabe, Sara. Eu posso te ofertar algo que ele nunca vai poder te ofertar. - Os dois estavam praticamente colados, Grissom apoiava as mãos no carro, uma na altura do rosto da namorada e a outra bem perto de sua cintura. No rosto um sorriso nada puro. Sua voz baixa, ao pé do ouvido fez Sara fechar os olhos e, levemente, morder os lábios. - A escolha é sua.

Bruscamente, e intencionalmente, ele saiu de perto da namorada, deu a volta no carro e entrou sorrindo, havia ganhado aquela disputa. De dentro, abriu a porta do passageiro e deu de cara com uma Sara boquiaberta olhando-o.

— Você não fez isso!

— Não fiz nada, querida. Suba, não pode se atrasar para o seu jantar.

— Seu cachorro. Como é que você faz isso? - Ela dizia enquanto subia, estava levemente enrubescida com o que o namorado havia feito.

Grissom sorriu e, do mesmo modo como havia feito, aproximou-se de Sara e, dessa vez, deu-lhe um beijo para lá de apaixonado. Sua mão colou ainda mais seus corpos enquanto a dela passeava pelos botões de sua camisa. Ele a queria tanto quanto ela.

— Vamos para casa, Gil, Agora.