Love me like a Cat escrita por Lunathck


Capítulo 20
Resfriado


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, eu ia colocar uma imagem aqui mas precisa de link, e é uma foto do celular... Era coisa boba. Tentei não demorar muito mas é difícil escrever nas férias~ boa leitura, espero eu gostem.



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“Alô”
“Bolinho?”
“Hm? Quem é?”
“Ah. É o Dênis falando?” Miguel soltou uma risada baixa, aquele pequeno pedaço de papel havia atiçado sua curiosidade por algumas horas até resolver ligar. Imaginou em algum momento que pudesse ser do loiro, afinal ele parecia ter uma queda por doces.
“Sou eu… Mas quem tá falando?” Ele parecia um pouco confuso, talvez por já ter passado da meia noite e ter alguém ligando. “ATCHIM!”
“Poxa, ta com alergia? ...Você devia reconhecer minha voz” em sua casa, encostou-se no parapeito da janela e ouviu Brownie miar, pedindo carinho. Também ouviu o loiro fungar do outro lado da linha.
“Não. Acho que peguei um resfriado. Como o Brownie está?”
“Sempre que quiser vê-lo está convidado pra vir aqui em casa”
“Isso é golpe sujo… Não vai me dizer como ele está?”
“Ele está ótimo!” Deu uma risada. Um meio sorriso se fixava em seu rosto durante a conversa “você devia se cuidar mais pra não gripar”
“Agora já nem adianta… Como você conseguiu meu número?” Disse, bocejando em meio às palavras.
“Não foi você que me deu? Ah enfim, acho que interrompi seu sono, né? Vai dormir, anjinho. Depois a gente se fala…”
“Hun… Tá bem, eu vou…” Respondeu, um pouco sonolento e manhoso “beijo, bons sonhos”
“Pra você também”


xXx

No dia seguinte Dênis chegou no petshop com o nariz e a bochecha vermelhos, e de resto, mais pálido que o normal. Evidentemente havia pegado um belo resfriado, e Luana ficou preocupada com o amigo, pediu pra que ele fosse pra casa. Fred parecia se sentir culpado, mas só ofereceu carona até em casa e não disse nada durante o caminho. O loiro não conseguia ficar chateado com alguém por muito tempo, mas se o outro não queria conversar, não seria ele a insistir.

Quando chegou em casa, apenas se jogou na cama e dormiu até que o despertador tocasse. Estava um pouco atrasado caso fosse de ônibus, e a chuva caía sem cessar do lado de fora. Ponderou por um momento se deveria faltar, mas desistiu da idéia. Tomou um banho quente e se arrumou, logo Fred buzinou, o esperando.

Como o esperado, ele ficou calado durante a viagem.

“Olha Fred… Eu vou arrumar outro jeito de ir pra faculdade, esse clima ruim entre a gente ta me matando.” Dênis suspirou.

“Calma Dênis, só me dá um tempo, não precisa tomar essa atitude.” Ele respondeu com calma, e ninguém falou mais nada.

xXx

“Eu ainda quero entender por que você veio na aula se está passando mal. Não tem nada importante hoje!” Isabella reclamava, olhando a temperatura do garoto abatido deitado na carteira ao seu lado.

“Eu não gosto muito de faltar” respondeu sofregamente. “Sabia que o Miguel me ligou ontem?” Atiçou a morena, pretendendo mudar de assunto.

“Hmmm é? E aí?” Os olhos dela pareciam brilhar enquanto perguntava, um sorrisinho se abriu em seu rosto.

“Nada demais. Mas foi bom” ele suspirou e pareceu viajar um pouco, o que fez Isabella se derreter de fofura.

Era intervalo e o loiro ainda estava na mesma posição. Sentiu o celular vibrar no bolso da blusa de moletom e o pegou sem vontade, havia uma notificação de mensagem.

Desconhecido:
Melhorou do resfriado? Onde vc tá? ✓✓

Dênis teve que olhar no cartão de visitas para ter certeza de que o número pertencia a Miguel.

Você: Nao… To na minha sala.✓✓

Desconhecido:
Vou passar ai ✓✓

Você:
Pq? ✓✓

Miguel ♡:
Qro ver como o sr. ta ✓✓

Dênis bocejou e bloqueou o celular, presumindo que quando Miguel estivesse na porta, mandaria outra mensagem. Mas ele simplesmente entrou na sala como se fosse um aluno qualquer, atraindo a atenção de todos os outros poucos que estavam no recinto em seu intervalo. Procurou pelo loiro por poucos segundos, e foi até ele. Colocou um copo grande de suco de laranja em sua carteira, e franziu o cenho ao vê-lo tão abatido “você devia ter ficado em casa hoje… Isso é seu, toma tudo ok? Ta precisando de vitamina C”

“Não faria diferença, na verdade prefiro ficar aqui do que sozinho em casa” resmungou, sentando direito na mesa e bebendo o suco pelo canudinho. “Hmm, bom. Obrigado”

Miguel deu um sorriso, evitando cair na gargalhada ao ver o rosto do loirinho todo marcado depois de passar um bom tempo pressionado contra a mesa. Bagunçou os fios do mais novo e sem que outra pessoa notasse, pousou a mão sobre seu rosto por um ou dois segundos. “Nossa, você tá tão quente… Sinto muito não poder ficar mais, eu tenho que ir agora”

“Bom trabalho” despediu-se com um sorrisinho. Viu Bella entrando enquanto Miguel saía da sala, a garota o secou tão descaradamente que o professor com certeza percebeu. Ela se sentou perto de Dênis e ergueu as sobrancelhas duas vezes, em resposta o garoto sugou o canudinho revirando os olhos.

xXx

“Até mais, meu bolinho de arroz. Melhora tá?” Na saída, Isabella abraçou Dênis, mediu sua temperatura só pra constar que ele ainda estava com febre, mas a morena não sabia o que fazer quanto a isso. Ela mandou um beijo e foi embora.

O celular de Dênis tocou e ele se atrapalhou até o pegar, seu pai lhe falou para pedir um uber e voltar pra casa, teria um jantar de negócios e não poderia buscá-lo.

Só restou a ele suspirar e se sentar em um banquinho, cansado, e tentar descobrir como pegava um uber.

“Ainda aqui?” Ao olhar pra cima viu um par de olhos verdes o encarando com seriedade. Miguel tirou os óculos, parecendo mais gracioso do que o normal.

“Ainda bem que você me achou! Como se pega um Uber?” Mordeu os lábios em dúvida, esperando de coração que o outro soubesse fazer isso.

“Hmm, e vai pra onde de Uber?”

“Pra casa ué”

“Você é idiota?” Miguel suspirou, passando a mão pelo cabelo. “Levanta daí, eu te levo” ao dizer isso levantou o garoto puxando sua mochila, o que o fez parecer uma criança. Este cambaleou e se escorou no mais velho, que passou os braços envolta dele e o conduziu até o carro. No caminho não tinha muito o que falar, se o garoto não estivesse dormindo, ele estava descansando de olhos fechados, o que se confirmou ao chegarem, e ele abriu os olhos, sonolento, e se espreguiçou.

“Wah, obrigado. De verdade” se inclinou até o banco do motorista e deu um abraço aconchegante em Miguel, o apertando.

“Você sabe que não custou nada pra mim” beijou o topo de sua cabeça “sua casa parece apagada. Não tem ninguém?”

“Não, meus pais saíram.” Disse dando de ombros.

“E quem vai cuidar de você?” Miguel franziu o cenho, preocupado.

“Ué” deu uma risada como se aquilo fosse uma piada “ninguém.”

“Então vamos pra minha casa” decidiu, engatou a ré e em um minuto entrou em sua garagem. Não era como se o loiro tivesse escolha.

“BROWNIE” dramatizou o garoto, enquanto agarrava a bola de pêlos no chão e tentava não respirar. Quando perdeu o fôlego acabou espirrando.

Miguel tirou o terno e afrouxou a gravata, puxou o loiro para o quarto antes que esse piorasse perto do felino. O fez se sentar na cama e pegou um termômetro em uma gaveta qualquer, colocando no garoto. Enquanto aguardava continuou com sua rotina, tirou os sapatos e as meias, começou a desabotoar a camisa. Foi quando percebeu Dênis o fitando com a cabeça meio inclinada na diagonal, ele piscou algumas vezes ao perceber que tinha sido pego e deu um sorriso amarelo.


O termômetro apitou, e o mais velho foi olhar, mesmo com metade da camisa desabotoada. “Você sabe que eu estou bem, né? Só com um pouco de dor no corpo”

“Sei, tá ótimo: 39° de febre, nariz entupido, essa cara toda vermelha…” ironizou ele. “Eu vou fazer uma sopa. Deita aí e descansa.”

“Mas eu não gosto de sopa.” Fez beicinho.

“Você não gosta de nada, é? O que quer comer?” Falou, se lembrando de que ele havia dito algo sobre não gostar de pizza.

“Eu to meio sem fome.” Se deitou na cama, olhando pro teto.

“Como eu vou cuidar de você se continuar sendo teimoso assim?” Miguel sentou ao seu lado e acariciou a bochecha corada do outro com o polegar, apoiando seu rosto com a mão.

“Caralho, pára com isso, ou vou acabar te beijando!” Falou. E Miguel começou a rir por ele ter dito em um tom tão fraco e anasalado.

“Pode ser um chocolate quente?” Assim que disse pôde ver o brilho nos olhos do mais novo, e ele concordou sem pensar duas vezes.

Ao se ver sozinho ali, Dênis tirou os sapatos, jogando-os de lado junto com as meias e engatinhou até o centro da cama, abraçou os cobertores com os braços e as pernas. Nunca foi de fazer cerimônia mesmo. Esticou a mão ate alcançar seu celular ali jogado no canto do colchão macio, e mandou uma mensagem breve para seu pai avisando que não estaria em casa.

Brownie encarava aquele projeto de humano com problemas mentais, mas passou a lamber a pata por falta de interesse. Foi até a cozinha e miou, pedindo atenção para o outro ser. Deitou de barriga pra cima e se esticou, o olhando, e conseguiu capturá-lo na armadilha com sucesso.

“Você é tão carente… Me lembra o Dênis” devaneou enquanto acariciava aquela barriguinha peluda

xXx

“Tá pronto” o mais velho voltou para o quarto, o esperado chocolate quente veio acompanhado de uma fatia de bolo e alguns biscoitos. Dênis se sentou na beirada da cama outra vez, esfregando os olhos. Quase caíra no sono.

“Obrigado… Você está sendo muito legal comigo” murmurou o loiro, soprando o líquido quente.

“Ser legal não é bem a minha praia” brincou Miguel, procurando algo em suas gavetas “é, vai ter que servir. Eu só tenho um pijama, acho que podemos dividí-lo. Não é como se a parte de baixo fosse te servir, de qualquer forma.” Jogou a camisa azul clara ao lado do garoto na cama, ficando com a calça xadrez.

O loiro sorriu “isso é bem coisa de casal” prestou atenção na reação do moreno, que deu risada.

“No caso não formaríamos um casal, e sim um par” pegou uma toalha e colocou sobre o ombro “eu vou tomar um banho, você pode ficar à vontade. Tem mais comida na cozinha e se não quiser levantar, pego pra você depois”

“Me sinto um rei” deu uma risada fraca provocando, Miguel entrou no banheiro e fechou a porta.

Dênis pegou a camisa de pijama e a abraçou, só então percebeu a etiqueta ainda na roupa. Sentiu o cheiro e constatou que ainda era nova, e aquilo perdeu um pouco a graça. Se focou em terminar de comer, e ao fim, sentiu-se satisfeito. Ali era o quarto do Miguel, teria muitas outras coisas dele pra abraçar, e o mais importante, teria ele próprio.

Tirou a etiqueta da camisa e trocou de roupa, ficando apenas com ela e sua cueca box, que na ocasião parecia um short. Deixou a xícara e o pratinho em cima do criado mudo e jogou suas roupas em um canto qualquer.

Quando Miguel saiu do banho, a primeira coisa que viu foi um par de pernas brancas. Tão claras que se olhasse de perto, poderia perceber as veias. Davam a impressão de que a primeira mordida deixaria uma marca pra sempre.

Ele apertou os olhos, puxando seus fios castanhos. O que estava pensando? O garoto estava dormindo em sua cama, e ainda por cima gripado. Respirou fundo e pensou em dormir no sofá, mas quando foi até a sala se lembrou do quanto odiava dormir nele. Era lindo, mas só servia para se sentar mesmo. Brownie o olhou, curioso.

“Para de me olhar assim, eu não vou fazer nada, ok?” Se reprovou por estar falando com seu gato e pegou comprimidos para gripe na cozinha, além de um copo de água. Voltou ao quarto e se sentou na cama. “Dênis…” O balançou de leve, até que abrisse os olhos, devagar. “Toma, remédio pra gripe. Vai melhorar rápido.” Tirou o comprimido da cartela, viu o loiro suspirar em aceitação e se erguer o suficiente, colocou o remédio em sua boca e encostou o copo de água em seus lábios, até que o fosse bebendo. Ele voltou a se deitar, fechando os olhos. Miguel colocou o cobertor por cima dele, lamentando não poder fazer nada mesmo estando tão próximo. Apagou a luz e ele mesmo foi se deitar, enfiando-se debaixo de outro cobertor, ao lado do mais novo.


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Notas finais do capítulo

haja força de vontade hein Miguel!
Kisses and cherry for U