Love me like a Cat escrita por Lunathck


Capítulo 18
Empurrãozinho


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, to de ferias, passei em tudo, assim que receber os comentários eu escrevo e posto bem rápido!



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“Você não tinha dito pra mim que não tem celular?” Miguel murmurou ao chegar de fininho por trás de certo loiro, que quase pulou do lugar.

“Caralho, não me assusta desse jeito!” Falou, com a mão no peito e os olhos arregalados. Após se estabilizar, suspirou e tirou o celular do bolso “é, esse treco. Meu pai me obrigou a usar já que eu esqueço de avisar que estou vivo” ele revirou os olhos.

“Toma. Me liga depois pra eu te adicionar na agenda. Até mais” o moreno entregou um cartão de visitas e deu uma piscadinha, sorrindo de lado, se virou e desapareceu em meio aos alunos que saíam da faculdade.

Dênis girou o cartão nos dedos e sorriu ao se lembrar que dias antes, ficou procurando um cartão semelhante que ele mesmo havia jogado debaixo de uma prateleira do petshop. Não fazia muito tempo que conhecera Miguel, mas parecia que aquele desconforto comum entre pessoas que acabaram de se conhecer era inexistente.

xXx

O petshop estava vazio. O barulho de alguns poucos animais era como o plano de fundo, tão constante que mesmo existindo, o silêncio parecia perdurar. Dênis estava entediado, deitado na mesa do caixa enquanto cantarolava uma música e tentava jogar qualquer joguinho em seu celular. Luana fora para o curso de inglês, então só restava alguém para o loiro infernizar e não queria se aproximar o suficiente dele para deixá-lo perceber a marca avermelhada em seu pescoço. Tentou de todas as formas fazê-la desaparecer, mas o máximo que conseguiu foi amenizar um pouco.

“Você tá aí. Não ouviu eu te chamar?!” Perguntou Fred, estalando os dedos na frente do rosto do menor. Sem dúvidas ele estava viajando. “Me ajuda em uma coisa”

“Taaa…” Murmurou, levantando-se cheio de preguiça, mas antes de saber o que era, Fred o parou, com as mãos em seus ombros.

“Peraí, deixa eu só arrumar a gola da sua camisa” disse ao dobrar a gola da pólo de uniforme, antes que o garoto pudesse impedir. Havia um motivo para ela estar meio desdobrada, e logo os olhos de Fred cravaram no hematoma, causando arrepios em Dênis. “Porra… ele não perde tempo” fez uma careta de desgosto, podia imaginar com exatidão o indivíduo que tinha feito aquilo, e considerou a marca como uma afronta pessoal. “Deixa eu ver direito” puxou o loiro para um pouco mais perto, que deu um passo aos tropeços de tão nervoso que estava. Ele só pôde engolir em seco e esperar que o outro o analisasse, sentindo-se completamente exposto ao inclinar a cabeça para o lado, dando uma visão melhor do local.

“Nem tá tão ruim…” Disse o loiro sentindo as pontas dos dedos de Fred passarem pelo hematoma com uma delicadeza não característica, logo o maior suspirou e o soltou.

“Como se isso fizesse alguma diferença… Olha Dênis, já que eu não posso te impedir de ser um idiota, faz a merda que você quiser da sua vida, depois não vem se arrepender” Fred virou as costas e saiu pisando forte, não se importando mais com o que chamou Dênis para ajudar. Se sentia a ponto de explodir e era melhor que ninguém estivesse perto.

Enquanto ao que ficou pra trás, teve toda a felicidade que sentia sugada até só restar um desânimo horrível. Ele tinha certeza que não estava cometendo nenhum erro, mas a forma como o amigo falava fazia com que ele se sentisse a pessoa mais burra do mundo.

Começou a chover, os minutos se passavam devagar e não tinha muito o que fazer. Voltou para casa a pé ao final do expediente antes que precisasse olhar para a cara de Fred. Pela primeira vez achou o celular conveniente ao mandar para ele uma mensagem dispensando a carona, e acabou indo para a faculdade de ônibus.


“Caramba Den, pegou chuva?” Isabella nem o cumprimentou ao chegar perto dele no caminho para a sala de aula.

“Só um pouco” balançou os fios loiros, tentando tirar o excesso de água.

“Você parece um bolinho sem fermento. O que houve?”

Por alguns segundos, ponderou se deveria contar ou não o que o motivo de estar tão pra baixo “O Fred ficou bem nervoso quando viu isso” puxou a blusa um pouco para o lado, dando a ela uma boa visão do hematoma “aí eu fiquei chateado”

“Ah, mas não te bateu não né? Pelo menos ele tem limites… você já sabe o que eu acho, pra mim o Fred tem um amor reprimido por você” ela cruzou os braços. Chegaram na sala e se sentaram, passando a falar mais baixo.

“Não, ele não quer nada comigo sua trouxa” revirou os olhos e riu baixinho, mas sem muito humor “ele só acha que pode cuidar de mim, porque quando eu era mais novo e estudávamos na mesma escola, tinha alguns valentões que viviam me infernizando, e eu chamava quem pra me ajudar? O Fred!”

“Isso aí só aumenta minha convicção” ela concluiu e Dênis não teve chance de resposta, já que a professora havia chegado na sala. Ao tirar seu material da mochila, percebeu que um pequeno cartão azul marinho caiu, e logo o recolheu do chão. Ficou o girando nos dedos, absorto nos próprios pensamentos de melancolia até que a amiga chamou sua atenção, perguntando do que se tratava o cartão. “O Miguel pediu pra eu ligar pra ele” respondeu com indiferença.

“Hun…. E você ligou?” A maliciosidade da garota era palpável. Fez um beicinho ao receber uma negativa.

“Não, eu não iria saber o que dizer… Fico tímido no celular” admitiu.

Isso rendeu boas risadas de Bella, que achava muito fofo quando o amigo ficavacom vergonha, mas era muito difícil deixá-lo assim. Se bem que o tal do Miguel fazia as bochechas do loiro corarem com freqüência.

Mas ela precisava tomar uma atitude quanto a essa «timidez» repentina. Um empurrãozinho talvez

xXx

Ainda restavam alguns minutos de intervalo, e Bella estava sozinha terminando de comer um bolo de pote rumando para a sala de aula quando passou na frente do corredor onde ficavam as salas dos professores. De imediato ela pegou a caneta que prendia seu cabelo, soltando as longas madeixas escuras e entrou de fininho no local, lendo os nomes etiquetados nas portas até encontrar Miguel Sierpe, estava entreaberta, e com um empurrãozinho «acidental» verificou que estava vazia.

Como uma perfeita ninja, adentrou a pequena sala e destacou um post-it amarelo da própria mesa de Miguel, pegou sua caneta rosa e escreveu um número de celular, conferindo-o antes na agenda. Em cima escreveu «Bolinho» e enfeitou com alguns corações, colando o adesivo em cima do notebook fechado na mesa. Saiu dali a pessoa mais satisfeita do mundo.


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Notas finais do capítulo

Hehe, acho que o próximo vai ser um pouquinho mais interessante~ por favor não odeie o Fred, eu sei que vários já não gostam dele huawhuaw enfim,

Kisses & sugar for U