A Testemunha escrita por Dimitri Alves


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oláááá pessoas, trago mais um capítulo!
Nosso personagem tirará alguns dias de ferias, mas elas não foram programadas e isso o pega de surpresa...



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Por trás de suas pálpebras Jordan sentia a claridade tentando invadir seus olhos. Protegeu seus olhos com uma de suas mãos e ajustou-se na cadeira. No simples movimento que fez, uma pequena fisgada atingiu as suas costas. Percebeu que estava dolorido e que estava totalmente torto na cadeia. A luz invadiu seus olhos de vez sem piedade, foi necessário piscar algumas vezes para se acostumar com a luz.

                Olhando ao seu redor viu que a movimentação era fraca e em questões de segundos recuperou a sua coincidência. Estava ali porque um motoqueiro havia sofrido um acidente e Jordan havia o acompanhado. Levantou-se em um pulo, andou em direção ao balcão de informações, mas não chegou a perguntar nada.

                - Ah, você acordou – disse alguém longe, mas na qual se aproximava.

                Jordan voltou a sua atenção em direção a voz e no corredor se aproximava o diretor do Hospital. Jordan achou estranho, ele não era visto perambulando pelos corredores, mesmo sendo um dos respeitáveis médicos de Nova York.

                - Sr. Milton – falou Jordan um pouco surpreso e andando em sua direção. Estendeu-lhe a mão para cumprimentá-lo.

                - Dr. White – cumprimentou educadamente.

                Albert Milton era o diretor do hospital Mount Sinai. Fundado em 1855 para atender as necessidades do crescimento da população emigrante judia na cidade, foi um dos hospitais que mais prestou atendimento médico a soldados feridos durante a Guerra da Secessão Americana. O hospital é um dos maiores e mais antigos hospitais de ensino e treinamento dos Estados Unidos e considerado um dos melhores hospitais do mundo em onze especialidades. Também é ligado a um dos mais importantes centro de treinamento médico e de pesquisas biométricas, o Mount Sinai School of Medicine. Pioneira em várias pesquisas médicas, o Hospital foi o primeiro a realizar um transplante de coração em 1988, o primeiro a usar platina no tratamento do câncer de ovário e o primeiro a realizar transfusão de sangue em um feto não nascido.

                Albert não carregava em suas costas um hospital. Ele carregava uma história. Uma parte viva e importante na história de Nova York e da medicina.

                - Supresso em vê-lo por aqui, Senhor – falou Jordan sem esconder a sua estranheza.

                - Também estou surpreso em vê-lo aqui no hospital, Sr. White. Não deveria estar em casa? – retrucou.

                Seu tom de voz não era provocativo, era calma e serena, mas sabia que naquele momento, Albert, estava dando-lhe uma bronca.

                - Sim, de fato, eu... – iniciou Jordan, mas foi interrompido.

                - Alan me disse o que houve. Muito nobre da sua parte a sua ação – reconheceu o diretor.

                - Sou medico, senhor, meu dever é salvar vidas e atender da melhor forma que eu puder.

                - Sim, de fato sim. E é por isso que estou aqui, Sr. White. O senhor é um de nossos melhores médicos e o melhor que já vi durante a minha carreira. Porém não posso deixar de lado que vejo que anda muito cansado... Exausto – acrescentou.

                Jordan de fato se sentia assim há algum tempo, está pensando em antecipar as suas ferias, mas como ainda faltavam três meses para isso, preferiu aguarda-las para curtir tranquilamente, sem comprometer os seus horários e suas rotinas. Preferia se programar até chegar as suas férias.

                - Falei com o pessoal do RH sobre as suas férias – comentou o diretor.

                Jordan olhou agora com mais atenção. Estava pensando naquele assunto naquele instante e Albert acabou de cotar a respeito. Por alguma razão, ele já sabia o que o diretor iria propor e Albert percebeu que Jordan havia compreendido.

                - Você entra de férias amanhã, Jordan. Gozará vinte dias, tempo suficiente para descansar, cuidar do seu corpo e principalmente de sua mente. Sabemos e reconhecemos o trabalho brilhante que você faz aqui conosco. Nada que umas férias antecipadas bem merecidas, não acha?

                Jordan tentou dizer algo, mas não conseguiu achar as palavras certas para agradecê-lo. Preferiu dar um simples sorriso agradecido pelo que tinha feito. Albert estendeu-lhe a mão para cumprimentá-lo novamente.

                - Boas férias, Dr. White.

                - Obrigado, Sr. Milton.

                ...

                Jordan voltou ao seu carro e conduziu para fora da garagem do hospital. O transito continuava violento, mas não era nada que ele não estivesse acostumado. Morava em uma vizinhança tranquila de Nova York, cercada por árvores e casas de mesmo padrão. Ele havia se tornado médico por influencia de seus pais, nos quais também eram. Porém o desafio era algo que sempre acompanhava Jordan e isso o impulsionava.

                Quando estava tendo aulas práticas no Hospital Mount Sinai, Jordan segurou um coração pulsante em sua mão. Naquele dia ele sabia o que queria ser. Sabia em que área gostaria de atuar. Ver aquele musculo pulsante em suas mãos banhado a sangue gritou por desafio. Algo tão simples, frágil e vital para o ser humano.

                O desafio estava lançado.

                Chegando em casa, a primeira coisa que Jordan fez foi se largar no sofá de sua sala. A sua casa era consideravelmente grande para quem morava sozinho, mas ele não se importava com aquilo. Seus moveis eram de tons neutros e gostava de poucas informações. Usava moveis com design mais futurístico, acreditava que era mais a sua cara. Tirou seus sapatos e andou descalço até a cozinha, onde tomou um copo d’água. Deparou-se no espelho, que havia a li perto e mirou-se.

                Com trinta e três anos de idade, Jordan era alto, cabelos levemente rebeldes, olhos castanhos e tinha uma boa estrutura física, para alguém que não malhava. Talvez seja os alimentos saudáveis, pensava ele quando de impressionava com seu próprio corpo. Olhou tudo em sua volta e ficou feliz por ficar vinte dias de descanso, mas o que ele faria?

                A pergunta o pegou de surpresa, pois não tinha se programado para entrar de férias. Correu para o seu quarto e tratou de tomar um banho, para despertar e pensar melhor sobre o assunto. Enrolado em uma toalha, caminhou vagarosamente em seu quarto.

                Eu poderia viajar... Pensou rapidamente, mas para onde? Não tinha interesse em viajar naquele momento. Não estava com “espirito” para aquilo. Decidiu vestir uma calça jeans, uma camisa branca e um sapato qualquer. Pegou um livro aleatoriamente em sua prateleira, pegou a chave do carro e foi andando pelas ruas sem muita certeza para onde poderia ir. Durante o caminho ele teve uma ideia e logo ele tinha um destino: Central Park.


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