O Enigma do Faraó Parte Ii escrita por Lieh


Capítulo 9
IX - A Mansão


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo, assim como o anterior foi difícil escrever...

Gente, por favor comentem. Eu sei que tem pessoas lendo,mas sem comentários....é chato né? eu aceito sugestões, críticas, etc. na boa, eu não mordo kkkkkkkkk

Falando sério, não sou movida a comentários, escrevo porque gosto, mas eu tbm gosto de saber o que os leitores estão achando...



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Com a respiração ofegante, os três Karas saíram do beco e continuaram o caminho para casa, sem entender o que havia acontecido.

- Será que era o mesmo motorista que tentou matar a Dani?

- Acho não Calú, eu tenho certeza...

- Mas por que ele nos perseguiu? O que ele ou ela quer conosco?

- Não sei ao certo Peggy – retomou o líder dos Karas – Mas eu ainda acredito que Vincent está por trás de tudo isso...

Continuaram a andar sem falar nada, apenas os cérebros dos três Karas tentavam encontrar, por mínima que seja uma explicação para tudo o que estava acontecendo.

Peggy teve sorte, quando chegou ao corredor do seu apartamento, dos seguranças estarem no banheiro, aproveitando esse meio tempo, a garota entrou, sem fazer barulho.

 

A manhã de segunda-feira começou num lindo céu cheio de nuvens, com um solzinho que despontavam pela janela do quarto de Crânio, com aquela luz em seu rosto, o gênio dos Karas acordou se sentido pior do que quando foi se deitar.

A idéia de que Magrí o havia deixado ainda não tinha sido digerida pelo garoto. O fato de ir para a mesa do café, sem Magrí ao seu lado fez o rapazinho se sentir horrível, para piorar, dali algumas horas, ele, Chumbinho e a própria Magrí iriam para Wiltshire...

“Como vou suportar passar o dia com ela?”

Nesses pensamentos perturbadores, Crânio vestia-se para se encontrar com os outros dois Karas... E para ver novamente Magrí, mas sem ser sua namorada...

Chumbinho e Magrí tomavam o café da manhã no restaurante do hotel. O caçula dos Karas dava algumas olhadelas na menina e percebia que os seus olhos estavam inchados, e ela estava muito calada. Chumbinho não entendeu por que Magrí estava no hotel, sendo que ela estava na casa da tia de Crânio. O garoto não sabia se era prudente perguntar a ela o que havia acontecido, mas olhando para a garota, Chumbinho resolveu que o melhor seria falar com ela depois.

Quando terminaram de comer, os dois Karas foram para a estação de trem esperar Crânio.

O trem para o condado sairia às 09h20min h, e ainda faltavam cincos minutos para as nove horas, então Magrí e Chumbinho sentaram num banco perto da plataforma, esperando.

Magrí continuava calada, contemplando sua bolsinha, ou então olhando para os trens que chegavam e saiam, com o olhar triste.

- Magrí você está bem?

- Estou Chumbinho não se preocupe...

Avistaram um rapazinho caminhando em direção à bilheteria para comprar sua passagem, logo reconheceram que era o gênio dos Karas.

O expresso para Wiltshire havia chegado, Magrí, Crânio e Chumbinho entraram no confortável trem e sentaram-se em uma das cabines, que tinham os enormes bancos virando de frente um para o outro.

Mesmo com Crânio sentado na sua frente, Magrí não olhava para ele, e vice-versa. O mesmo se dizia do garoto, que contemplava a janela.

Chumbinho não demorou a entender que os dois haviam brigado, mas aquele silêncio entre os três estava deixando o pobre garoto maluco.

O trem começou a se movimentar, e logo a estação ficou para trás, onde ainda se via as ruas de Londres.

- Então... È... Como será que o Miguel, Calú e a Peggy se saíram ontem à noite? – O caçula dos Karas tinha que tentar puxar algum assunto.

- Não sei Chumbinho, espero que eles tenham conseguido alguma coisa...

O gênio dos Karas falava sem olhar para ninguém, apenas contemplando a paisagem.

O trem avançava onde se via árvores úmidas pelas chuvas, e matagais. O clima esfriava cada vez mais, tanto que Chumbinho colocou luvas grossas de lã, e ouviu um passageiro comentar que haveria uma geada no condado a qualquer momento.

 

Calú e Miguel tomavam café, mudos, ambos não haviam dormido bem na noite passada, e evitavam comentar sobre o ocorrido. Quando estavam para terminar, o detetive Andrade chegou.

- Bom dia meninos!

- Bom dia Andrade – os dois garotos falaram como se cochichassem.

- Onde está Chumbinho?

Calú arregalou os olhos para Miguel que retribuiu como se dissesse: “Chumbinho pediu para nós dá cobertura para ele Calú... Como você pôde ter esquecido!”.

- Garotos, estou falando com vocês: onde está Chumbinho?

O ator dos Karas pigarreou alto e falou travando:

- Chumbinho? Ele... Bom... È...Chumbinho pegou um resfriado e está de cama, e ele não vai sair hoje. Pediu para não incomodá-lo...

- Chumbinho está doente?! Como ele pegou um resfriado sendo que eu mandei vocês três não saírem ontem do hotel?

Miguel abaixou a cabeça percebendo que Andrade os encurralou. Calú procurava o olhar do amigo pedindo socorro, para a sorte dos dois, o celular de Andrade tocou e ele foi para fora atender, pedindo licença.

- Você não tinha outra idéia não, Calú?

- Foi mal Miguel, foi a primeira coisa que me veio a cabeça...

Logo o detetive voltou dizendo que precisava ir para o distrito policial, e que depois conversariam.

Calú terminou e o seu café e disse que iria dar uma volta e passar na porta de escola de Peggy para buscá-la, enquanto Miguel, muito ansioso, iria para o hospital esperar Dani acordar...

 

Wiltshire parecia uma terra encantada: a capital Salisbury era banhado por rios, as casas pareciam como daquelas de bonecas, feitas de madeira antiga com telhados que derrapavam, no inverno se cobriam de neve como um enfeite. No pequeno vilarejo que Crânio, Magrí e Chumbinho entraram se deslumbraram mais ainda, as ruas eram estreitas, as casas ficavam entre árvores e campos, crianças brincavam nas ruas sem se preocuparem com carros, eram raros os que passavam, a maioria andava de bicicleta.

Os três Karas não sabiam para onde irem, nunca estiveram lá, estavam praticamente perdidos.

Andaram por horas, não tinham idéia onde ficava a mansão da família Shumpike, e o tempo não contribuía, estava caindo uma garoa fria, e poucas pessoas se viam na rua, todas foram se aquecer em suas casinhas de boneca.

- Ah não Karas, eu não agüento mais, eu estou morrendo de frio, com fome e ainda por cima estamos perdidos!

Chumbinho reclamava, sentando-se em um batente de um portão, encolhendo-se.

Crânio olhou para o portão atrás de Chumbinho: era de ferro desgastado e sujo, e logo em seguida vinha um jardim abandonado seguido por uma casa enorme, escura, de janelas grandes e com manchas. O garoto se aproximou segurando as grades do portão, olhando fixamente para a casa. Alguma coisa lhe chamava a atenção naquele lugar. Magrí se aproximou e ficou a olhar para a casa também.

Chumbinho se juntou as dois, e os três ficaram ali, parados como bobos olhando para a casa. Crânio desviou o olhar e tentou forçar a fechadura para abrir o portão, e com dificuldade conseguiu.

Os três adentraram o jardim, havia anos que ninguém aparava as plantas, o mato era alto, e folhas de musgos invadiam pelas paredes, subiram o alpendre e ficaram intactos como pedras: na porta estava bem acima escrito “ Shumpike Maximilliam” . Com o coração aos pulos, Crânio girou a maçaneta e entrou.

Tudo estava escuro. A casa tinha cheiro de mofo, sentiam teias de aranhas por onde passavam. Adentraram o hall, era mais claro por ali, por causa das janelas quebradas, na frente deles havia uma enorme escada para o andar de cima, um sofá velho e rasgado, com um tapete vermelho perto à escada no mesmo estado. O chão era de madeira, que anos atrás seria muito bonito, mas estava com tábuas soltas para todos os lados.

No lado direito, na parede cheia de mofo e teias de aranhas, havia um enorme quadro, não muito nítido, pois estava precisando de uma restauração. Crânio acendeu um lampião que encontrou no chão e se aproximou do quadro, tirando as teias de aranha.

Eram quatro pessoas: uma senhora com um coque no alto da cabeça, sentada em uma cadeira, um homem de terno e com poucos cabelos, logo atrás deles tinha um mocinha de vestido vermelho com o cabelo rabo de cavalo sorrindo, e ao lado dela, um rapaz, alto, de terno acinzentado, com um olhar fixo.

Magrí sussurrou com a voz rouca atrás do garoto:

- Será que são... Eles?

 - Acho que sim... A garota deve ser Anabel, o rapaz, Stanislaw, a senhora, Rachel, e Joseph. Só podem ser eles!

Crânio afastou-se do quadro para enxergar melhor as pessoas nele, os Shumpike... Onde será que estão eles? Será que eles sabem alguma coisa da lenda do faraó? E de Vincent? Será que eles o conheceram? O menino estava turbulento de perguntas, mas por mais que vasculhasse seu cérebro privilegiado, não achava as respostas.

Os três subiram para o próximo andar, tomando o cuidado de não pisar em uma tábua solta, quando estavam chegando aos corredores dos quartos, Magrí gritou.

- O que foi Magrí?

- Nada não Chumbinho... Era um rato...

- Não acredito que você tem medo de ratos, Magrí...

Continuaram subindo, e o caçula dos Karas estava adorando a idéia de saber que Magrí tinha medo de ratos...

O corredor era mais escuro do que o normal, e o cheiro de coisa velha aumentavam ainda mais.

- O que foi isso?

Um barulho de algo batendo começou a soar para os três Karas, e o barulho aumentava mais.

- Vamos nos esconder! – sugeriu Crânio.

Entraram no primeiro quarto que viram, era o quarto de Anabel, velho, empoeirado, com uma janela enorme, cama de casal, e um guarda-roupa antigo.

O barulho parou. Mas os três continuavam em silêncio. Só se ouviu a respiração ofegante de Magrí, que pela primeira vez na sua vida, estava com medo, tanto que se escondeu atrás de Crânio, segurando o seu casaco.

Ouviram-se passos mansos e cansados, que subiam devagar as escadas, o ranger das tábuas. E então, a luz de um lampião e uma figura invadiu o quarto onde Crânio, Magrí e Chumbinho estavam escondidos, os três Karas estavam encurralados...


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