Solangelo Moments escrita por Junebug


Capítulo 20
What Happened Then


Notas iniciais do capítulo

A Agatha pediu uma continuação para o cap. anterior e eu tentei...



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Will disse que o banheiro ficava no fim do corredor. Antes que pudesse guiá-lo, o jovem levantou e saiu correndo com as mãos tampando a boca. Will se apressou a segui-lo e teve tempo de ver um sonolento Cecil encontrando a Morte de cueca correndo em sua direção. A Morte passou por ele com um empurrão e seguiu para a última porta no corredor.

— Will? – Cecil o olhava com uma expressão espantada que logo foi tomada por um sorriso malicioso. – Cara, você podia só ter me dito...

— Cale a boca. Não é nada disso – Will se apressou em dizer, mas não conseguiu não corar.

— Sei... Me avise quando eu puder sair do quarto – disse seu amigo, piscando antes de se retirar.

Will suspirou e sacudiu a cabeça sozinho antes de ir ver como estava seu “hóspede”. Ele o encontrou se estirando de bruços no chão ao lado do vaso sanitário de tampa levantada.

— Ainda se sente muito enjoado? Está com dor de cabeça? – Will se agachou ao lado dele em sua melhor postura de futuro médico.

O outro gemeu, resmungando:

— Argh... Só me deixe morrer aqui.

Will procurou sufocar o riso.

— Poxa, você é dramático, hein... – Ele foi procurar algum remédio no armário da pia. – É sua primeira ressaca?

~

Nico só queria que aquele cara calasse a boca. Qualquer pequeno barulho ecoava em sua cabeça como uma machadada. Era isso que ganhava por dar ouvidos aos outros! Podia muito bem ter passado uma noite tranquila assistindo clássicos de terror em seu quarto, o que era um jeito muito mais digno de aproveitar o halloween.

Ele percebeu que o deus grego da noite anterior voltara para perto dele. Estendia-lhe um copo de água e uma pílula. Nico grunhiu, mas ergueu-se o suficiente para conseguir tomar o remédio, depois voltou a se jogar no chão gelado com a costa da mão cobrindo a testa.

— Muito bem. Agora um banho.

Nico voltou a grunhir. Não conseguia nem imaginar levantar dali.

— Vai se sentir muito melhor.

— Afinal, quem diabos mesmo é você?

— Will Solace.

Silêncio.

— Por acaso você quer que eu lhe dê o banho?  - Olhos azuis estavam inclinados o suficiente para encará-lo.

— Q-quê? N-n-não!

Nico se ergueu tão rápido que quase vomitou de novo. Ele ouviu uma risadinha.

— Ótimo! Vou pegar uma toalha e alguma roupa que possa usar. Suponho que a Morte reserve seu longo manto negro para a escuridão da noite...

Nico se forçou a cambalear até o chuveiro. De fato, a água quente foi como uma bênção dos deuses. Embora a cabeça ainda doesse, ele se sentia um pouco melhor e agora plenamente consciente do constrangimento de sua situação. Por isso, foi com cautela que se aproximou da cozinha, onde podia ouvir uma movimentação.

— Será que você pode me emprestar um telefone? – ele não conseguia encarar o deus grego chamado Will Solace que se ocupava preparando torradas.

— Claro – foi a resposta simpática. Ele estendeu a Nico o celular.

Nico tinha pensado na única pessoa que poderia ajudá-lo sem tentar matá-lo de vergonha. Ligou para sua irmã Hazel e pediu que lhe desse uma carona de volta ao dormitório. Ela disse que iria imediatamente.

Quando foi devolver o celular, recebeu uma xícara fumegante de café. Os dois se sentaram frente a frente na bancada da cozinha.

— Desculpe, como você se chama mesmo?

— Nico di Angelo.

— Seu nome tem uma sonoridade legal...

Nico não soube o que dizer. Seguiu-se um momento de silêncio até Will voltar a falar:

— Ficou bom em você – o jovem apontou para o moletom azul claro que tinha emprestado a Nico.

Nico estava feliz por não ser obrigado a estar usando a fantasia da noite anterior quando encarasse Percy, Leo e os outros do dormitório.

— Eu... Eh... – Ele respirou fundo. - Agradeço por tudo... Vou dar um jeito de devolver suas roupas logo. Se tiver uma maneira de recompensá-lo...

— Tipo... me levar para jantar?

Nico se engasgou com o café. O outro sorriu parecendo meio nervoso com o que acabara de dizer.

— É... só uma opção – ele encolheu os ombros.

Nico procurou algum sinal de que o loiro estivesse fazendo uma piada com ele, mas não havia nada que indicasse isso.

Nico sentiu uma estranha fisgada de empolgação no estômago que não tinha nada a ver com as ânsias de vômito de mais cedo, mas procurou manter o tom o mais neutro possível ao dizer:

— Bom, eu conheço um ótimo restaurante italiano no Centro... A comida deles quase parece italiana de verdade...

Um brilho surgiu nos olhos azuis à sua frente enquanto um sorriso mais largo ia se formando.

— Poxa, eles devem ter uma ótima pizza!

Nico tentou não girar muito os olhos enquanto um sorriso aparecia em seu rosto. Estava preparado para explicar a real complexidade da milenar culinária italiana quando uma buzina anunciou a chegada de Hazel. Droga. Não precisava ser tão rápida.

— É minha irmã... – Ele se pôs de pé e encarou Will, então tomou ar e declarou: - Amanhã. Eu encontro você na entrada do metrô perto daquele velho cemitério às oito.


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