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Na primeira vez que Harry e Ginny se encontraram sozinhos em um quarto trancado depois da guerra, eles se beijaram. Como se o mundo fosse acabar, como se o tempo estivesse passando mais rápido, como se o outro fosse escapar de suas mãos se não o agarrassem com força.

Os dedos de Ginny alcançaram a barra da camisa de Harry e a puxaram para cima com calma e delicadeza — ao mesmo tempo que estavam apressados, eles tinham todo o tempo do mundo. Quando o garoto jogou sua blusa de lado, ela prendeu a respiração. Outra cicatriz em forma de raio rasgava o peito de Harry, provavelmente no lugar onde o feitiço de Voldemort o atingira na Batalha de Hogwarts. Ela acariciou a pele machucada com leveza, e Harry sorriu.

— Ela dói? — Ginny o olhou nos olhos, preocupada. Harry balançou a cabeça em negação, passando a mão pelos cabelos dela. O cheiro de flores que vinha deles o atingiu com força e ele sorriu novamente.

— Não precisa se preocupar, mesmo.

Ginny suspirou e encostou a cabeça no peito dele, sentindo o pulsar do coração dele contra sua pele. Os dois ficaram ali, no meio do quarto, por muito tempo. Ginny sempre iria se preocupar.