O Livro Grimm De Teresa Rubel escrita por Tales of Grimm


Capítulo 1
Prólogo: The Bogeymen


Notas iniciais do capítulo

Por eu não ter informações sobre os pais de Trubel, coloquei nomes alternativos. Se houver quaisquer atualizações, mudarei eles aqui.



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—Vá! Pegue-os e tire eles daqui! 

O pai correu desesperado pelas escadas. Suas pernas doíam de tanto correr. Subiu o lance de escadas e alcançou o quarto da esquerda do corredor.  

Alcançou os bebês. Os dois gêmeos dormiam calmamente um do lado do outro. Pegou os dois cuidadosamente, porém apressado. Sabia que havia abusado de seu tempo. Ainda ouvia a luta lá embaixo, onde sua mulher dava-lhe uma distração para poder fugir. 

Guiou-se até a porta, carregando um bebê em cada braço. Virou-se bruscamente até as escadas, com intuito de ajudar sua mulher e poderem escapar da luta. Porém, ao virar em direção à saída, bateu forte contra algo duro como uma parede de tijolos negros. Cambaleou para trás. Na sua frente, um estranho de vestes negras bloqueava o caminho. E ele sorriu, um sorriso de malícia com olhar furioso para sua vítima.  

Então virou a face, um movimento brusco para o lado, e sua pele esticou e veias contornaram livremente, como ondas transformando o rosto do homem em algo obscuro. O pai não se surpreendeu com a transformação, mas sabia que aquela criatura era rara. Murmurou lentamente o nome verdadeiro da criatura, em uma língua diferente. Mas a criatura que o bloqueava compreendeu, e insinuou em resposta: 

Grimm. 

Aproveitando o momento, o pai, tal "Grimm", abaixou-se e correu até o flanco esquerdo da criatura, tentando ultrapassar. Mas esta sabia do seu movimento, e agarrou o pescoço dele, forçando-o para trás. A essa hora os bebês, incomodados pelos movimentos brutos, começaram a chorar. 

A criatura sorriu com o choro. Era aquele a missão deles. Um dos bebês. Mas dois? Sentia-se compensado.  

O pai ouviu o grito de sua mulher lá embaixo, e o som de luta dissipou. Percebeu, com horror, que ela havia sido derrotada.  

—MELISSA!— gritou. Sentiu o coração apertar. Forçou a concentração na saída. Como alcançaria tal objetivo? 

A criatura, vendo oportunidade, atacou-o, socando o Grimm no tronco. O pai caiu, segurando os filhos com os braços fortes. Mas então o invasor avançou, e agarrou as duas crianças. O pai resistiu, mas a criatura havia recebido força. A criatura retirou um saco dobrado do bolso e desdobrou-o. Enfiou as crianças lá dentro.  

A criatura desceu as escadas, se juntando com os irmãos. O Grimm, com as mãos livres, aproveitou para atacar. Da manga de sua camisa, surgiu uma lâmina. Tentou penetrá-la no primeiro irmão, e sentiu o sangue escorrer da ferida. Acotovelou o segundo, e partiu para a poltrona da sala, onde mantinha escondido seu machado. Perto dele jazia sua mulher, sem vida. Ignorou a visão e alcançou o cabo do machado. 

Com um movimento, o machado de lâminas duplas abriu o peito do segundo irmão. Sangue jorrou livre. O corpo caído transformou-se, e novamente era um humano, mas morto.  

Avançou para cima do terceiro, que deixou o saco no chão. Começaram a lutar. O Grimm socou-o com o cabo do machado, e a criatura revidou com as garras. O Grimm defletiu o golpe. A criatura chutou o seu estômago, e o pai afastou-se.  

Querendo acabar com aquilo rapidamente, atacou seu machado na criatura, mas esta desviou, e agarrando o braço do Grimm, perfurou-o com as garras.  

O pai gritou de dor, e soltou o machado. A criatura o largou no chão, rindo. Encaminhou-se até o saco. O pai, desesperado, levantou o machado novamente.  Ergueu-se do chão, ignorando a dor, e desceu o machado na mão da criatura. A mão decepada caiu com um leve baque no chão, transformando as garras de volta a unhas normais.  

A criatura urrou de dor, e largou o saco. O homem pegou, do saco, primeiro a menina, e tentou alcançar a segunda, mas a criatura o esmurrou. Pegou o menino, e quando ia até a menina, uma voz exclamou na rua: 

—Vamos! Só preciso de um! 

A criatura deu a volta, e levantou do bolso um fósforo. Acendeu-o e jogou o no chão, que logo queimava a casa inteira. Tossindo, e quase sem forças, o pai pulou as chamas, e saiu para as ruas. A criatura, com seu outro bebê, entrava em um carro que esperava-o. O carro partiu, e o pai se enfraqueceu. Sabia, com aperto, que havia falhado.  

—JASON!—berrou. Depois caiu, com lágrimas nos olhos. 

Junto com a melodia das chamas crepitando, havia o choro de Teresa Rubel. 

 

O dia seguinte chegou, após a noite de vigília mais longa possível. Não conseguia dormir, era aconselhado pelos bombeiros, mas não podia. Dissera para os bombeiros outra versão. Os vândalos haviam tentado queimar a casa enquanto dormiam, e que a mulher havia acordado após ouvir o choro de Jason. Tentavam raptá-lo, por algum motivo. A sua mulher havia tentado revidar, e morreu. Só pôde salvar Teresa antes do incêndio queimar dois dos vândalos e sua mulher junto.  

—Vocês têm de achar Jason...— repetiu, um sussurro quase inaudível.  

—Tudo bem, senhor. Vamos encontrá-lo. Mas precisa se recuperar.— avisou-o. Então deitou o pai na maca novamente. 

O bombeiro se aproximou da casa, antes branca com pouco de tonalidade bege, agora reduzida a um contraste cinzento. A fumaça ainda elevava ao céu, tornando o calor insuportável. Aproximou-se dos companheiros, que haviam o chamado.  

—Encontramos algo nos corpos dos supostos invasores. Ainda estão bem preservados, o fogo apenas queimou gravemente metade.— disse um, esperando o parceiro chegar. —Venha ver. Pelas marcas, pode ser que eles não tenham morrido pelo fogo, como o Sr. Rubel contou. 

Entraram na casa. O odor queimado continuava forte, e o chão parecia desmanchar ao pisar em cima.  

Haviam três corpos na sala, um deles mal reconhecível: o fogo já havia consumido há tempo. Presumiram que fosse a mulher. Os outro dois ficaram pouco próximos da área onde o fogo era grave.  Ainda dava para reconhecer os rostos. Havia algo neles, uma face de fúria, mantida antes de morrerem. Mas não era isso que os colegas queriam mostrar-lhe. 

—Olhe aqui.— indicou-lhe o parceiro, apontando para o peito do corpo. Havia um corte no que sobrou da camiseta, e uma longa e aberta ferida que se juntava as cinzas. —Achamos que foi feita por aquilo. 

Apontando com o dedo, o bombeiro viu, perto das escadas, um objeto longo com a madeira queimada, mas duas faces de metal ainda completas. Era um machado de guerra. 

—O que isso faz aqui?— perguntou, com um tom de incerteza. 

—Nenhuma ideia. Deve pertencer aos invasores? 

—Mas matou um deles, provavelmente o Sr. Rubel.— respondeu ao companheiro. —Deles ou não, agora esse assunto é dos detetives. 

Hesitou ao falar aquilo. Também queria as respostas. Que segredos aquele pai podia esconder?  

Chamaram-o novamente, desta vez do segundo andar, menos atingido pela chamas. Subiu lá em cima, aproximando-se. Uma das paredes foi quebrada, com ajuda das chamas. O lado de trás era um quarto escondido. Era cheio de livros e potes desconhecidos, protegidos pela parede. Olharam, incrédulos, para um dos baús. Havia milhares de armas antigas dentro, coisas valiosas a um museu de guerra. Mas aquilo, a partir daquele dia, seria confinado no departamento da polícia como evidência. 

—Então é daí que ele tirou o machado.— comentou baixinho. Voltou para fora da casa, aproximando-se da maca do ferido. Não deviam levá-lo a um hospital? Não com tanta urgência, pensou. Não tinha inalado muita fumaça. Mas e aquela ferida no braço? Como seria aquilo uma simples ferida de faca?  

—Sr. Rubel. Senhor? Acorde!— nenhuma resposta. Checou a respiração, pressionando os dedos em seu pescoço. Nada. Frank Rubel estava morto. Nenhuma batida, uma única diferença. 

Ficaria sem respostas. E os únicos sobreviventes eram os pequenos, um sequestrado. Os orfãos, Jason e Teresa Rubel. 


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Notas finais do capítulo

Sempre Grimm!



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