First Love. escrita por Maria Helena


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

MUSICA PARA ACOMPANHAR: https://www.youtube.com/watch?v=OBDHnPg1qh4



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Sorriu boba ao ler a mensagem, seus olhos lacrimejaram enquanto dançavam inúmeras vezes por cima das letras, relendo-as uma por uma, várias vezes. Sentiu o coração acelerar, a bochecha esquentar e a mão formigar para responder. Deslizou os dedos pela tela do celular, escrevendo apressadamente uma resposta.

 

Sentiu a bochecha doer de tanto tempo que ficava com aquele sorriso enorme estendido pelo rosto, de tamanha felicidade que sentia. Borboletas indomáveis começaram a voar incansavelmente pelo seu estômago, querendo se libertar a qualquer custo. Limpou as lágrimas que teimavam em passear por seu rosto, segurando suas progenitoras em seus olhos, tentando inutilmente se acalmar.

 

Ambas haviam passado a madrugada toda conversando, fazendo com que Mary ficasse com os olhos ardendo, dor de cabeça e sono. O que era bem comum, pois costumavam fazer isso quase todos os dias. Não se importavam se ás sete da manhã tinham aula, não se importavam de dormir apenas quatro horas por dia, contanto que pudessem ficar juntas, nada importava. 

 

Completamente apaixonadas, loucas uma pela outra. Se amavam tão profundamente, tão puramente. Eram jovens, sabiam disso mais do que ninguém. Descobriram juntas os sintomas da paixão, construiram um relacionamento, conversaram, se conheceram, começaram a se amar.

 

Não foi nada a primeira vista. Ambas não acreditavam nisso, achavam que o amor era construído, que demorava a se formar. Também não acreditavam em almas gêmeas, não eram perfeitas uma para outra, se moldaram conforme se conheciam. E no fim, conseguiram unir duas peças que não combinavam do quebra-cabeça. 

 

Moravam longe, bem longe. Mas isso também não conseguiu impedi-las de se amar, isso não conseguiu impedir que aquele relacionamento se formasse firmemente. Sempre conversavam, quando precisavam de ajuda, tinham uma a outra, ás vezes, até mesmo para impedir de fazer alguma burrice. Enfrentaram todos os preconceitos, todos os "não's", tudo juntas. Ainda enfrentavam, ainda sofriam por isso, ainda choravam. Mas tudo no fim valia a pena, no fim toda a felicidade e amor conseguiam compensar as dificuldades, conseguiam combate-las.

 

Naquele dia, enfim iriam se encontrar, iriam se abraçar, se beijar e se amar. Naquele fatídico dia, que deveria ser o mais feliz da vida de ambas, o pai de Mary retornou para casa bêbado, desempregado e extremamente irritado. Ele, que antes deveria a levar ao aeroporto para receber o amor de sua vida, se recusou a sair de casa, se recusou a contribuir para aquela "pouca vergonha".

 

A garota, mesmo chorando muito, não se exaltou a ponto de gritar. Nem que ele quisesse leva-la, ele estava bêbado, ela mesmo não permitiria. Iria ignorar, apenas iria a pé ao aeroporto, buscar a pessoa mais importante de sua vida. Se ele não tivesse começado a xingar a pessoa que mais amava, Mary ficaria quieta, mas não, ele xingou Alice, ele a chamou de "vagabunda", "puta", "piranha" e "mal comida".

 

Não aguentou e começou a gritar, e a defender com unhas e dentes quem amava. Seu pai, ao contrário de se arrepender, se levantou do sofá onde parecia ter criado raízes e começou a se exaltar mais ainda, berrando. Não viu exatamente quando a destra pesada dele subiu e desceu, dando-lhe um forte tapa na cara. 

 

Também não conseguiu ver o momento que foi levada ao chão, o momento em que sentiu um enorme peso sobre a barriga e o momento que as mãos fortes e ásperas envolveram seu pescoço. Tudo foi muito rápido, imprevisível e inacreditável.

 

A falta de ar a trouxe de volta a realidade, as mãos desesperadas foram aos pulsos de seu pai, tentando salvar a própria vida. Tentando inutilmente se soltar, se libertar. Mary sentiu aos poucos seus sentidos se esvaírem, não tinha mais força para lutar contra a morte. A escuridão começou a embala-la, uma única coisa brilhava naquela imensidão negra, tal coisa era o sorriso de quem mais amava, era como o sol dentro de um precipício sem fim, iluminava tudo e todos. 

 

A última coisa que pensou foi na lástima que sua amada sentiria ao saber da notícia de sua morte, sabia que a faria chorar, se arrependia por ter prometido dizer "eu te amo" novamente apenas quando se encontrassem. Se arrependia de muitas coisas, e esperava avidamente que Alice cumprisse sua promessa e não fosse encontrá-la tão cedo. Morreu com lágrimas nos olhos e um sorriso na mente, o único sorriso que não era seu e que mesmo assim significava sua maior felicidade.   

 

 

"So lay your hand on the left behind

Yeah, we all know how it feels to be forgotten for a while

In a crowded place try not to feel so alone

Just remember that we've all been broken once!

So let's love the broken ones, whoa-oh

Love the broken ones, no no

Love the broken ones, whoa oh whoa oh

Love the broken ones, yeah-yeah

Let's love the broken ones!"

 

                     


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Notas finais do capítulo

Violência doméstica é extremamente errado e desumano, não sou a favor. A história é inspirada em mim e na minha namorada ♥ (Tirando a parte ruim)

Obrigada por lerem, até a próxima!

Tradução da letra que pus no final:

"Então coloque suas mãos no que ficou para trás
Nós todos sabemos como é ser esquecido por um tempo

Em um lugar lotado tentando não se sentir tão sozinho
Basta lembrar que todos nós fomos quebrados uma vez

Então, vamos amar os quebrados, wo-oh
Ame os quebrados, oh não

Ame os quebrados
Ame os quebrados
Vamos amar os quebrados!"



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