Lágrimas de Maroto - 1ª temporada escrita por JM


Capítulo 18
Capitulo 18 - Senhas


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas!!
Espero que estejam bem!!
Aqui vai mais um capitulo pra vocês, em um dia que muitos de nós gostariamos de estar no Expresso de Hogwarts, regressando para um novo ano, não é mesmo?
Obrigada as queridas da Princesa Mestiça, da Ellryn, da Lilica611 e da Rainha da Noite pelos comentários!! Vocês são demais!!

A todos os leitores, uma otima leitura!!!



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— Você não vai acreditar no que eu encontrei! – exclamou Bichento, que entrou de supetão no quarto principal da casa dos gritos.

— Pelo visto deve ser alguma coisa realmente excelente, nunca vi você tão agitado! Geralmente sou eu quem não consegue conter as emoções. O que encontrou? – respondeu Sirius, perguntando-se qual era a noticia que trazia o gato até ali. Aquele não era um dia previsto para a sua aparição, e só algo realmente importante o teria feito mudar de planos.

Sem responder, o gato empurra para perto do cão um canudinho branco de papel, meticulosamente enrolado. – o que é isto? – indagou o maroto, ainda sem entender do que se tratava.

— São senhas de acesso para a torre da Grifinória! O novo quadro que foi colocado lá muda a senha muitas vezes, e tem um garoto que tem uma péssima memória e nunca se lembra da senha. Desta vez, ele resolveu anotar em uma folha para que não precisasse ficar esperando do lado de fora caso não conseguisse lembrar! – respondeu o gato, quase pulando de entusiasmo. Ele sabia que aquele papel era a melhor chance que seu amigo tinha de conseguir por as mãos naquele rato, e assim, provar sua inocência.

— Isso é genial!! – exclamou Sirius, agora tão feliz com a possibilidade que se apresentava quanto o mensageiro que a trouxera.

— Com isso você pode entrar na torre hoje, depois que todos tiverem ido dormir, e dar um fim naquele rato! – exclamou Bichento, parecendo sorrir com o olhar. – Mas apenas se prometer que vai deixar a carcaça dele pro meu jantar! – acrescentou, sua fina voz soando extremamente engraçada (e ligeiramente assustadora) dentro da cabeça do maroto.

— Prometo deixa-lo para você. – respondeu Almofadinhas as gargalhadas.

Depois da entrega que fora fazer ali, o gato de rabo de escovinha voltou para o castelo, prometendo retornar para a casa dos gritos na hora marcada, para que fossem juntos ao castelo.

 O restante do dia pareceu passar muito devagar, como se o próprio tempo estivesse de má vontade e não quisesse colaborar com o maroto andando mais depressa, para que finalmente Sirius tivesse o fim daquele tormento, que já durara por muitas estações.

Enquanto tentava se distrair, a mente dele vagava sonhadora, ficava imaginando como tudo aconteceria. O que faria depois de finalmente cometer o crime pelo qual fora condenado? Será que teria coragem de matar Rabicho? Afinal, aquele verme um dia fora seu amigo...e se não o matasse? O que faria com ele? Como provaria sua inocência para o mundo bruxo? E o mais importante, como provaria sua inocência para Aluado e Harry?

Estava perdido em pensamentos, não somente com relação ao que aconteceria dali a algumas horas, mas também sobre o depois. Como seria sua vida? Será que Harry aceitaria vir morar com ele? Como o afilhado reagiria a essa noticia, como lidaria com o fato de Sirius ser seu padrinho? Estas eram perguntas para as quais infelizmente ele ainda não tinha resposta. O máximo que podia fazer era torcer para que tudo acontecesse da melhor forma possível.

A muito já havia escurecido quando o enorme e imponente cão negro saiu da casa dos gritos, ladeado pelo gato cor de laranja e rabo de escovinha. A noite estava escura e sem estrelas, havendo apenas a luz da lua para orienta-los em seu caminho, tal como um farol para os navegantes perdidos em alto mar.

— Você tinha que ver a cara do garoto! – ronronou Bichento, parecendo se divertir. – Estava apavorado por ter perdido o papel, não conseguia se lembrar onde o tinha deixado. Quase tive pena dele, ficou um bom tempo sentado ao lado de fora, tendo que ouvir os desvarios daquele quadro maluco que está no lugar da mulher que você assustou. Só conseguiu entrar quando minha dona apareceu, toda atrapalhada com aquele monte de livro que ela carrega pra todo lado.

— Coitado do garoto, vamos devolver as senhas pra ele assim que pegarmos Rabicho. – disse Sirius, que estava profundamente dividido entre a dó e o riso. Em outros tempos, ele e os amigos teriam dado boas risadas da situação toda...

Não demoraram para chegar ao castelo, que iluminado apenas pelas chamas bruxuleantes de velas e tochas parecia ainda mais bonito. Como seria bom poder entrar por aquelas portas sem o peso da preocupação e do ressentimento que sentia toda vez que pensava em Pettigrew...é claro que nem tudo ia se resolver, afinal, fazer aquele traidor pagar por seus crimes jamais traria James e Lily de volta, mas pelo menos seria um recomeço, ao menos poderia ter a satisfação de saber que a morte de seus amigos não ficou impune.

Quando estavam quase chegando ao corredor do sétimo andar, o som de um miado baixo o fez estacar antes de virar a esquerda para subir a escada de acesso. Depois de tantos anos longe de Hogwarts, Sirius não imaginava que voltaria a ouvir aquele som tão cedo, muito menos em um momento tão crucial como aquele. Tratava-se de Madame Nor-r-ra, a gata intrometida de Filch.

— Não acredito que essa gata velha vai estragar tudo!! – exclamou Sirius, com raiva. Jamais gostara daquela gata, grande parte das detenções que ele e os Marotos tinham recebido durante a sua vida escolar se devia a intromissão daquela gata xerteta.

— Calma. Deixa que eu me entendo com ela. Vou distrai-la e você sobe, mas tente não fazer barulho. – respondeu o gato, logo em seguida caminhando em direção ao bichano de pelos acinzentados e olhos de contas.

Assim que o gato chamou a atenção de Madame Nor-r-ra, Sirius passou por trás dos dois, feito um foguete, subindo as escadas de dois em dois degraus da forma mais silenciosa que conseguiu.

Chegou ao corredor ofegante, o coração aos pulos. Antes de encarar o novo guardião da torre, escorou-se a parede de pedra, recuperando o folego. Tinha que aparentar tranquilidade e naturalidade na frente da pintura, passar a impressão de que sua entrada era a coisa mais natural e comum do mundo.

Finalmente recuperado o suficiente, e de volta a sua forma humana, o maroto fechou os olhos por um instante, torcendo para que tudo corresse bem. Quando dobrou a esquina, viu-se de frente para um quadro bem menor que o da mulher gorda, onde fora pintado um cavaleiro e seu cavalo baio, um pouco esquálido na opinião de Sirius. Para a sorte do maroto, o homem da pintura ainda estava acordado.

— Boa noite senhor! – começou, tentando soar confiante e natural, apesar do nervosismo que fazia seu estomago revirar.

— Boa noite meu caro! Procurando batalhas a essa hora da noite? – respondeu o cavaleiro, em uma voz estridente e muito alta, que poderia acabar acordando alguém.

— Ah, não meu senhor. Na verdade só quero entrar na torre, estou morto de cansaço, e um sofá quentinho em frente a lareira é tudo que eu preciso no momento. –falou Sirius, tentando fazer parecer que aquela era uma situação rotineira.

— Entendo...e você por acaso tem a senha? Se não tiver não poderei deixar que entre, neste caso, se quiser passar terá que me vencer em um duelo! – disse o cavaleiro, parecendo olhar para Almofadinhas com quem avalia um oponente.

— Eu tenho a senha sim. – respondeu o maroto, tirando das vestes o pergaminho perfeitamente enrolado que Bichento havia conseguido para ele. – A senha é “Liranoscópio” . O homem assentiu e girou o retrato. Enquanto adentrava a passagem já tão conhecida, perguntou-se o que diabos aquela palavra significava.

Tudo estava exatamente como se lembrava. Um salão aconchegante, com pufes e poltronas acolchoadas em tons de vinho, acomodadas perto das lareiras; algumas mesas e cadeiras encostadas as paredes (fora sentados em uma dessas que ele e os amigos haviam passado noites em claro, trabalhando no seu maior prodígio, o Mapa do Maroto); e os janelões enormes, com vista para a orla da Floresta Proibida. Quando adentrou o salão comunal da grifinória, uma sensação de paz invadiu seu coração. Sentia-se em casa.

Por um momento, ele permaneceu ali, apenas saboreando aquele momento de regresso. Como estava feliz de retornar a velha sala comunal, mesmo que naquelas circunstancias.

Apesar da felicidade que o invadira, no entanto, ele sabia que tinha um dever a cumprir, e não tinha tempo a perder. Se nada tivesse mudado, o dormitório dos garotos seria o da escada do lado esquerdo do salão. Torcendo para que estivesse correto, se dirigiu para lá a passos rápidos, mas silenciosos.

A porta do dormitório estava entreaberta mas completamente as escuras. Almofadinhas a empurrou de leve, apenas o suficiente para permitir sua entrada. Pretendia cumprir a tarefa o mais silenciosamente que pudesse, sem atrair a atenção para sua presença. Ainda não conseguira decidir o que exatamente iria fazer, deixara para resolver essa questão quando finalmente pusesse as mãos naquele rato imundo.

Não foi muito difícil encontrar a cama onde estava o garoto ruivo em cuja família Rabicho ocupara o posto de animal de estimação. O garoto tinha cabelos realmente muito ruivos, que pareciam refletir como chamas na noite escura. Ao lado da cama do garoto de cabelos de fogo, estava Harry.

O afilhado de Sirius dormia a sono solto, parecendo tranquilo. Olhando-o dormir, o maroto desejou que onde quer que ele estivesse em seu sonho, que estivesse bem e feliz, sem preocupações ou medos...

Aquele momento encheu o coração dele de esperanças. Logo tudo estaria terminado, e ai sim, ele poderia contar toda a verdade a Harry, finalmente poderia concertar tudo e cumprir sua promessa.

Virou-se novamente para a cama do garoto ruivo, divisando o formato de um rato extremamente magro que estava adormecido ao seu lado. Era a sua chance. Tinha que acabar com aquele verme de uma vez, sem que ele pudesse pensar em fugir.

Aproximando-se do animal, Sirius tirou das vestes a faca com a qual tinha estragado o quadro da mulher gorda a uns tempos atrás. Não era lá grande coisa, mas teria que servir. Levantou a faca acima da cabeça, pronto para desferir o golpe fatal. Aquela altura, não se importava com as consequências. Não pensava que assim poderia acabar comprometendo sua inocência (o testemunho de Rabicho era sua única prova). O único pensamento que ocupava sua mente era que queria fazer Pettigrew sofrer, queria que aquele verme pagasse por toda a desgraça que causara.

Antes que a ponta da faca encostasse no animago, entretanto, Rabicho despertou, como se pressentindo o  perigo, e começou a guinchar feito um louco. A histeria do rato assustou o maroto, desnorteando-o por um momento, tempo suficiente para que o garoto ruivo acordasse e desse de cara com o homem mais procurado pelo mundo bruxo debruçado sobre sua cama, com uma faca na mão.

Um momento de confusão mutua se passou, no qual ambos tentavam entender a cena que se desenrolava diante de seus olhos. O garoto o reconheceu na hora, e prevendo que ele soaria o alarme de sua presença, Sirius saiu em disparada pela porta do dormitório, voltando a sua forma animaga enquanto descia a escada para o salão comunal.

Saiu em disparada pelo buraco do retrato, mal reparando o caminho que estava fazendo. Tinha que sair do castelo, antes que fosse pego. Conseguiu chegar ao saguão sem que fosse interpelado por ninguém. Talvez se continuasse correndo, tivesse uma chance de escapar. Estava quase no portão quando ouviu seu nome, na voz da ultima pessoa que ele esperava encontrar aquela noite: - Sirius!! – a voz de Remus ecoou pelo aposento vazio, parecendo chicotear nas paredes de pedra.


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Notas finais do capítulo

En tão o que acharam??
Mandem um oi pra mim ok??
Beijokas e até a proxima!!