(...) Casa dos Weasley. 12:30.

    Rose e sua prima estavam sentadas no sofá de sua casa, discutindo sobre sua entrada no segundo colegial. O primeiro ano havia sido complicado para Lily, que tivera dificuldade em se adaptar com o fato de seus irmãos mais velhos eram a sensação do colégio e que ela era apenas a Lily Potter. A pequena, frágil e sem sal Potter. Ela tinha todo um legado sobre as costas, já que seu irmão mais velho era o capitão o ano passado, fora o orador da turma e tinha uma bela namorada que era uma aspirante a atriz muito talentosa. Seu irmão do meio era o capitão do time, bom aluno com futuro brilhante e o dono de todas as festas. Já Lily era uma ratinha de laboratório que não se importava com pompons e nem com mini saias. Todos esperavam que a pequena Potter fosse a chefe das líderes de torcida, mas na verdade ela era parte do grupo de química. Uma das partes comuns.

— É um tédio! Eu não sabia que o Ensino Médio podia ser tão irritante. - Comentou a garota para a amiga, que assentiu. Rose era um ano mais velha que Lily, filha do irmão mais velho de sua mãe, Gina. Rose desde que se conhecera por pessoa nunca foi do tipo que esperavam coisa diferente de um grande gênio. Filha de Hermione e Ronald Weasley. O psiquiatra e a neuro-cirurgiã mais requisitados do estado. Mentes brilhantes! Não foi surpresa quando a neném de apenas 3 meses já aprendera a andar, falar e gritar. Mas foi uma surpresa em tanto quando Rose, aos dez meses, leu uma placa de trânsito. Após alguns testes neurológicos fora comprovado - Rose Weasley possuía não só um QI elevado, mas memória fotográfica. Ela não esquecia absolutamente nada e isso lhe facilitou muito. Ganhou vários concursos, mas nunca pulou de série. Seus pais achavam importante o cumprimento das etapas.

— Quando eu entrei na escola pela primeira vez, enjoei três minutos e vinte e dois segundos antes de bater o sinal para a primeira aula. Achei que aqueles jogadores de futebol iam me pisotear. - Sussurrou a ruiva. Lily sorriu de solslaio. Concordava, em partes, com tudo o que a amiga falara. Eles realmente davam essa impressão.

  Do outro lado das meninas, o grupo de primos e amigos dos primos conversavam e riam alto. As duas tentaram ignorar o que estava acontecendo. Era esse o melhor jeito de lidarem com os primos populares - Ignorar. Fingir que nunca os ouvia, nem sabia de sua presença. Eles não era sociáveis. Na verdade, não com elas. 

— Ah, que ótimo. Meu irmão arrumou um amigo novo. - Sussurrou Lily. Rose deu um riso abafado, olhando disfarçadamente para o grupo de jovens ao lado. O rapaz era alto e musculoso. Provavelmente um atleta, já que Alvo Potter não faria amizade com nada muito diferente disso. Tinha feições másculas e sérias. Cumprimentou, educadamente, os adultos a sua volta com firmeza. Era um rapaz bonito, bem vestido e ao que parecia, engraçado aos parentes das garotas. Já que o pai de Rose e de Lily estavam rindo e conversando levemente interessados com o rapaz, arrancando suspiros das outras primas.

— É como se ele fosse um Antílope e estivesse entrando em uma toca de Leões. - Murmurou Rose.

— Sangrando. - Respondeu Lily. Molly II saiu da rodinha de amigas e caminhou em direção do rapaz, se apresentando logo em seguida. - E mancando muito.

*****

— Ai! Ele é um sonho, Lucy! - Molly II entrou pela cozinha com o prato de farofa vazio. Lucy sorriu para a amiga, animadíssima. Rose que lavava a louça revirou os olhos e Lily abafou um risinho. - Ele é meu. Com certeza vamos formar um casal muito sensual.

— Se vão! - Concordou Lucy. Logo em seguida olhou para Rose e Lily e falou. - Acho melhor a gente não falar disso aqui...

— Nós não somos fofoqueiras, Lucy. - Rebateu Rose, irritadiça. As duas primas se entreolharam.

— Ah, perdão, Rose, não foi isso que a Lucy quis dizer. - Começou Molly. - É só que... Ãhn, você não ouve essas coisas, quer dizer, você não entende...

— Pelo amor de Deus, acha que eu tenho dez anos Molly? - Rose jogou o pombril na pia e se virou bruscamente para as primas, que ficaram sem graça.

— Rose, calma. - Lily sussurrou. Rose olhou a amiga sem emoção.

— Quer saber, foi idiota mesmo. Desculpa Rose, eu não queria machucar você, eu sinto muito. - Molly e Lucy pareciam estar sendo sinceras. Lily pensou que Rose iria relevar isso, mas a ruiva apenas cruzou os braços.

— É disso que eu falo. Vocês me tratam como criança. - Rose se virou. - Eu tenho a idade de vocês, meninas. Não precisam fingir que não falam sobre sexo perto de mim.

 E elas saíram.

******

    (...) Casa dos Potters, 19:30.

— Por quê isso sempre acontece? - Rose perguntou para Lily, que estava sentada com um pijama com a foto de Pretty Little Liars na frente. Lily pegou uma revista e colocou em cima do rosto, cansada de ouvir. Quando Rose implicava com alguma coisa, era o fim. Ouviria por horas a fio sobre como aquela coisa fora injusta ou a que minuto, segundos isso acontecera. Rose enlouquecia.

— Quer dizer, eu sei o que é sexo! - A ruiva pegou um pente e passou pelos fios longos de seu cabelo, ainda úmido. - Você sabe que eu sei, não é? É impossível de não saber, Lily! Eu tenho uma super memória.

— Rose...

— Eu não tenho prática, quer dizer, eu nunca transei e nem beijei ninguém, mas eu sei o que é isso. Eu não vivo em uma bolha, mas eu tenho meus princípios! - Continuou.

    No outro quarto, Alvo Potter e Scorpius Malfoy estavam mexendo no celular enquanto ouviam ruídos vindos do quarto da irmã do Potter. Alvo bufou, sua prima deveria estar com raiva ou decorando algo. Ela fazia muito isso - Ficar com raiva. Qualquer coisa que Rose não entendia a irritava. Ter um super cérebro às vezes trazia problemas com a interação humana. A prima podia entender contas de universitários, línguas estrangeiras e códigos de vírus, mas nunca o cérebro de outra pessoa, e isso a deixava louca.

— Sua irmã tem um cachorro, cara? - Perguntou o loiro, tirando o fone de ouvido que estava no último volume.

—  Pior. - Respondeu. - Ela tem uma melhor amiga.

*****

— Eu estou com fome, Rose! - Lily a encarou com olhar pedinte.

— Desça e vá cozinhar. - Rebateu.

— Eu queimo as coisas!

— Tente aprender. - Ela olhou para o rosto da melhor amiga, que estava falsamente triste. - Você é cruel. Muito cruel.

    As duas tinham medo de escuro, então desceram as escadas tremendo, apesar do flash dos celulares. A cozinha era virando a esquerda, mas ela já estava aberta. Ao entrar lá, Alvo e Scorpius estavam comendo pizza velha com o resto do churrasco de horas atrás. Lily abriu a geladeira e pegou o outro pacote de pizza e a coca-cola. Rose sentou na mesa junto com os garotos e pegou uma pizza do pacote.

— Você não vai passar leite condensado nisso, não é? - Perguntou a menina, mas já fora tarde demais. Alvo havia passado leite condensado na pizza de queijo. Lily sentiu vontade de vomitar.

— Você é nojento. - Murmurou a mais nova. - Não acredito que mamãe não abortou você.

 Ambos da mesa riram.

— Eu também não acredito. - Scorpius falou. - Leite condensado é nojento. Com queijo ainda, mano, que nojo!

— Vocês são fracotes. - Falou Rose. Todos olharam pra ela, com as sobrancelhas arqueadas. - Eu aposto que como isso sem vomitar.

— Aposta quanto? - Rebateu Scorpius.

— 50 pratas. - Disse ela. Ele sorriu, malicioso.

— Grana fácil.

— Você não vai conseguir. - Lily disse. - Ninguém são conseguiria.

— Talvez eu não seja sã, então. - Murmurou ela, colocando leite condensado na pizza e comendo. Scorpius permaneceu imparcial. Lily vomitou. Mas no fim, Rose também acabou vomitando no lixo da cozinha.

— Você me deve 50 pratas, Potter. -

— Não sou Potter, sou Weasley. - Disse, limpando a boca.

— Seja quem for você, me deve 50 pratas. - Dito isso, sorriu, deixando a garota respirando enquanto ele e Alvo limpavam a cozinha e Lily, o lixo.

ROSE WEASLEY