School Princesses - Interativa escrita por Gabs


Capítulo 10
Nono capitulo.


Notas iniciais do capítulo

Tá aí, galera!



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A diretora Lauren ficou completamente perplexa com a aparência da sobrinha, sempre achou Daphne uma garota ardilosa e muita das criticas em relação ao comportamento da Stewart guardou para si.

 Para ela era evidente que medidas drásticas deveriam ser tomadas. Por mais postiço que fosse a relação sanguínea de Daphne com o barão da Islândia, reconhecia a grande confusão que aquela história iria dar quando chegasse aos ouvidos do marquês.

— Chame a professora para testemunhar o ocorrido. – pediu Lauren, visivelmente preocupada com o fardo que acabara de ganhar. - Peça para Jilian trazer a garota... Aquela sem-educação!

 Daphne correu para fora da sala, zombando.

Ela tinha um plano, era perfeito e com mínimas falhas. Bastou que conversasse com as garotas presentes naquele momento horrível para que concordassem a testemunhar a favor da garota e com milhões de exageros acrescentados.

— Sua velha caduca, você vai confirmar tudo o que eu disse! – ordenou, olhando feroz para a professora. - Caso contrario vou dizer para quem quiser me ouvir da sua venda ilegal de drogas nessa escola.

— Eu não vendo drogas, senhorita! - rebateu a mestra de geografia.

— Todavia será sua palavra contra a minha. - Daphne abriu um sorriso maléfico. - Direi que é defensora dessa Rachel porque vende drogas para ela. 

Engoliu em seco e fez um sinal de concordância com a cabeça.

Depois de escutar milhões de comentários horrorosos sobre Rachel e a sua conduta inadequada, a diretora foi obrigada a pedir para que a ruiva preparasse suas malas, já que na manhã seguinte entraria num helicóptero e diria adeus para a escola.

Longe da confusão, Katerina escutava o entrar e sair das garotas na diretoria, imaginando tratar-se de algo sério.

— Olá! - escultou uma voz masculina murmurar.

Vira-se muito devagar e se depara com o atraente príncipe árabe, Khalid.

— Olá, senhor! – cumprimenta na tentativa fracassada de fazer uma reverencia descente. – desculpe as minhas estripulias... Preciso urgentemente de aulas de boas maneiras.

Khalid abre um sorriso espontâneo.

 A luz fraca do corredor o impedia de visualizar ainda melhor a estatura da princesa. Seus olhos escuros brilhavam no escuro assim como os seus cabelos ruivos.

— Não me olhe dessa forma! – murmurou num tom maciço.

— Desculpe você é muito bonita! – Respondeu o árabe, muito tímido.

Com seu sarcasmo e seu jeito de esconder tudo o que sente com humor ela simplesmente deixar qualquer um beirando a insanidade. Um dos exemplos clássicos disso é a sua psiquiatra que antes era uma linda jovem recém-formada com 25 anos de idade e que vivia usando rosa. Depois de dez sessões com ela, agora ela se chama Ricardo, mora na china e trabalha como mercador. A pessoa não bate muito bem das ideias.

— Tudo bem. – disse Katerina.

— São dez horas e alguns minutos... Se formos pegos aqui, provavelmente ganharemos suspensão do tipo que se lava pratos ou limpa o jardim da escola. – comentou Khalid.

— Eu estou sem um pingo de sono. – respondeu Katerine.

— Nem eu... Mas aqui é arriscado, você me acompanha? – e lhe estendeu a mãos.

Sem hesitar, Katerine a apanhou.

Gostava demasiadamente de sentir o perigo correndo nas suas veias. Pessoas com medo correm já ela fica e luta. Adrenalina é quase seu sobrenome.

Os dois rumaram em direção às escadas, Katerina contou cinco andares ao todo. Adentraram num compartimento de pouquíssima iluminação, com uma janela aberta e um espelho enorme no canto. Não sabia bem se temia ou não estar ali, com a companhia de um GAROTO.

— Você pratica algum esporte? – perguntou Khalid, tenso com os poucos segundos que se passaram.

— Ah, eu adoro Parkour!  - comentou, deixando claro o amor pelo esporte. – Sou completamente invencível nisso. Mas eu ainda não sei muita coisa sobre você.

— Bom, minha mãe morreu quando nasci. Seu enterro, segundo o que me dizem, foi em meio a um bombardeio. Pagavam amas de leite para que eu, o herdeiro, não morresse - seria uma tragédia sem tamanho se eu viesse a falecer junto de minha querida mãe. Mulheres pobres, árabes viúvas, vinham amamentar o príncipe a troca de alguma comida ou dinheiro. Foi assim que fui crescendo, em meio a dezenas de mulheres que eu me acostumei a chamar de "mamãe". Meu pai, meu amado pai, foi outra perda insuportável que jamais irá se curar. – começou o príncipe Árabe. - As tropas inimigas ameaçavam invadir o palácio durante a noite, eu tinha cerca de quatro anos naquela triste época. Meu pai era uma imagem altiva, perfeita e corajosa que eu costuma ver como herói da pátria. Naquela noite eu perderia meu herói para uma explosão. Lembro-me de que ele segurou meu rosto, olhando-me com uma dor terrível, beijou-me a testa e sussurrou ao meu ouvido "Não cometa o mesmo erro que seu pai Khalid, não pense no poder, meu filho. Pense...pense na vida, em todas essas pobres almas sofrendo lá fora. Lute por elas, meu filho. Dê sua vida se preciso for, mas traga paz para esse povo." E assim, entregou-me no colo do meu tio Jawfar  e saiu para o lado contrário. Nunca mais o vi. Meu tio me levou pelas passagens subterrâneas até alcançar um pequeno aeroporto improvisado, lá, passei para os braços do Comandante das Forças Armadas Árabes, que me colocou dentro de um avião de caça do Exército. O piloto ligou o caça, meu tio acenou em lagrimas para mim do lado de fora, junto ao Comandante. Minutos mais tarde, em pleno ar, vi todo o palácio em que eu vivia explodir. Tudo. Minhas lembranças viraram chamas, toda minha família estava morta. Tio Jawfar estava morto, meu pai estava morto, minha mãe estava morta... Eu estava sozinho. O piloto nada disse para me confortar enquanto tudo lá embaixo queimava, eu nada disse também, estava sufocando em lagrimas. Deixei a Árabia Saudita na mesma noite, o avião caça levou-me para um país totalmente desconhecido por mim, a Letônia, um país na costa do Mar Báltico, cheio de construções principescas e pessoas amáveis que me acolheram. Morei na Letônia por quatro anos, no meu aniversário de oito anos, minha família adotivo-temporária decidiram que eu não poderia mais morar com eles, eu oferecia certo perigo ao país. Um representante sírio veio buscar-me, ele me arranjaria uma nova família. Quando saí da Letônia, dominava a linha do país, o Letão, o Russo e o Inglês que eram as línguas mais faladas no comércio. Dei adeus aos meus pais adotivos, que apesar de tudo também caíram em lagrimas e fui.  O representante árabe era na verdade Zahir, o emissário da Árabia Saudita. Um homem elegante de palavreado complicado. Nós ficamos juntos por uma semana, até desembarcarmos na Jordânia, meu novo país. A Jordânia faz fronteira com a Árabia Saudita, o clima lembrava minha vida antiga e a proximidade com minha terra natal deixavam-me contente.  Os meus pais jordanos  eram muito alegres e cheio de vivacidade. Rashed Kumal era seu nome, um confeiteiro que fazia os melhores bolos de toda a Jordania.  A sua esposa Humah Kumal era dócil, e tinha voz de anjo. Eu a considerei minha mãe desde o dia em que me abraçou no aeroporto de Amã. Dos oito aos catorze anos eu vivi na Jordânia sendo vigiado pelas Forças Árabes, mas mantendo uma vida alegre e cheia de festas com meus pais. Quando completei quinze anos, um tutor apareceu em minha casa. Estava na hora de voltar à Árabia. Despedi-me tristemente de Rashed e Humah e dos irmãos mais novos que nasceram, e fui embora novamente. Daquele dia em diante, a guerra voltou a me perseguir. A Árabia fora devastada, destruída até o pó... Aquele era meu reino, eu deveria estudar para ser o Herdeiro do Pó. Vivo desde então com meu tutor Baruk Direh, esperando o dia em que meu fim chegará.

 Katerine ficou em silêncio por alguns instantes, era uma história maravilhosa, digna de virar filme. Achara Khalid uma pessoa interessante extremamente gentil.

— Que bom que está aqui agora. – murmurou com a voz breve. – longe da guerra, creio que seguro.

Khalid abriu um rápido sorriso.

— Olhe para esse espelho Katerine, diga-me o que vê.

E ela o olhou.


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