The Other Side of Despair escrita por Duchess Of Hearts


Capítulo 1
One


Notas iniciais do capítulo

OPA OPA, O QUE É ISSO?
Então, não sei bem porquê mas senti vontade de escrever isso então AQUI TÊM. Espero que amem essa gostosura tanto quanto eu gostei de a escrever.

Sugiro escutarem isso: https://www.youtube.com/watch?v=AZFBfV0nXjU porque foi a ost que eu ouvi enquanto escrevia esse capítulo.

Boa leitura! ~



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Estava atrasado, estava atrasado!

Corria para o cinema um tanto desesperado, acidentalmente empurrando as pessoas ao meu lado pelo caminho. Não era meu costume chegar atrasado a compromissos, mas dessa vez era uma exceção. Como tinha ficado até mais tarde conversando com a professora sobre umas partes da matéria que não compreendera, acabei me distraindo.

Quando finalmente cheguei à porta do cinema, logo vi os cabelos loiros daquela que combinara tudo aquilo.

— Isao! – Chamou num tom amigável ao me ver, acenando-me com energia. – Você está atrasado! O cinema está quase começando!

— Ahh, me desculpe, Natasha. – Disse, coçando a cabeça e soltando uma risada constrangida – Uh? Onde estão os outros?

— Evan não pode vir… de novo. – Respondeu, bufando num tom irritado. – Natsuri está atrasada, como sempre. Quanto ao Connor… Eu posso ter “acidentalmente” falado a hora errada do filme para ele.

Piscou-me o olho sugestivamente, soltando um risinho divertido. Também eu ri. É claro que ela, que achava o cosplayer absolutamente insuportável, iria fazer uma coisa dessas. Depois voltou à sua expressão emburrada.

— Aquele garoto… que saco! Sempre faltando a tudo por causa daquelas reuniões de evangelistas! Estou farta disso!

Apesar de tudo, não era só Evan a faltar. Também Ichiro – que Natasha fizera questão de telefonar três vezes para garantir que ia – decidira faltar ao evento. Mas por algum motivo, só ele que interessava para a astrofísica.

— Você parece um pouco chateada demais com isso, Natasha…

A sua face tornou-se escarlate quando ouviu isso. Resmungando algumas coisas para si mesma, logo abanou a cabeça negativamente antes de me dar resposta.

— N-Nada disso! É que ele, bem, nunca está connosco e… Ele nunca se diverte. – Afirmou ela, suspirando. – Está sempre demasiado preocupado com os seguidores dele…

— Eu suponho que seja importante para ele. – Afirmei, encolhendo os ombros. Ela suspirou, concordando comigo.

— É, mas NÓS também devíamos ser importantes. Somos uma turma, afinal de contas. – Passou a mão nos cabelos, encaracolando-os entre os dedos. – Bom, de qualquer forma, o resto do pessoal já está lá dentro. Os que vieram, quero dizer.

Aparentemente, os que haviam faltado não eram tantos quanto eu esperava. Ichiro faltara porque ele nunca vinha a nada da turma – ele sequer costumava vir às aulas. Evan estava ocupado na sua reunião, e Kyoishi tinha um show marcado para exatamente àquela hora que, para choque de todos, só se apercebeu que tinha à última da hora. Naturalmente, isso significava que Eikichi tinha ido com ele para fazer mais uma notícia sobre os seus espetáculos e possivelmente arranjar alguma fofoca sem sentido. Ai não parecia ter se sentido muito bem naquele dia, pelo que decidira faltar – embora todos soubessem que a verdade é que ela tinha vergonha para sair para a rua. De resto, todos pareciam ter vindo.

— Olá, Isao. – Sorriu Eufrat. Dei um sorriso de volta, apesar de me sentir estranho pela forma como ela me chamara. A verdade é que, para evitar constrangimentos devido à quantidade de estrangeiros que tínhamos na turma, combinámos logo na primeira semana que nos trataríamos uns aos outros pelo primeiro nome. Porém, por algum motivo, eu não me sentia à vontade para tratar certas pessoas assim. Eufrat era uma delas – uma líder de uma empresa de sucesso importantíssima internacionalmente que eu com certeza não falaria nunca não fosse por essa oportunidade. Ela, porém, pareceu bem aberta à questão, mesmo que eu fosse, tecnicamente, um zé-ninguém.

— Eufrat. – Cumprimentei de volta com um sorriso. – Que bom saber que conseguiu vir.

— Oh, eu posso me afastar do trabalho por alguns momentos de vez em quando. – Respondeu ela, levando as mãos aos lábios para soltar um riso educado. – Além disso, a empresa hoje não está aberta…

Compreendi o que ela queria dizer de forma quase imediata. Não tinha me apercebido que hoje era o aniversário daquele dia.

Há dois anos, os pais de Eufrat haviam falecido num terrível caso de um assassinato. Ninguém alguma vez descobrira o que acontecera de verdade com eles, mas foi assim que a garota acabou sendo obrigada a tomar conta da empresa gigantesca. Apenas com 14 anos, ela conseguiu levar toda a organização Tsubomi para o sucesso a nível mundial – feito que nem os seus pais tinham conseguido. Certamente merecia o seu título de Super High School Level Businesswoman. De qualquer forma, assumo que a empresa feche por respeito aos seus pais naquele dia.

— Eles não se importam… Só querem garantir que eu não esqueça o que aconteceu, para que ver se conseguem se aproveitar de mim. – Murmurou a moça para si mesma. Distraído, acabei não compreendendo o que ela tinha dito.

— Desculpe Eufrat, disse alguma coisa?

— Oh? Não, nada. – Ela soltou mais um sorriso educado. Não parecia muito afetada pela morte dos seus pais, o que me deixava deveras impressionado. Seria sem dúvida uma das mais adultas ali presentes. Voltei o meu olhar para a astrofísica, que fez uma expressão triste ao ouvir a nossa conversa. Teria ela combinado aquele cinema com o único intuito de distrair Eufrat?

Entretanto, uma multidão se aproximou de nós. A garota albina que liderava a multidão rapidamente fez gestos envergonhados, como que pedindo que se afastassem.

— D-Desculpem, mas agora tenho outras coisas para fazer! – Afirmou Kayo, nervosa – Prometo que dou mais autógrafos depois do filme!

Pareceu resultar de alguma forma, porque os ansiosos fãs se afastaram – pelo menos por enquanto. A menina suspirou, cansada.

— Uff… Eles não me largaram desde que cheguei. – Comentou, dando um sorriso tímido. – Eu acho fofo e adoro todos eles, mas acabam tirando tanto do meu tempo…

— Kayo-chan é uma estrela mega-kawaii, afinal! – Soltou Takane, com uma risada entusiasmada – É normal que gostem dela!

De facto, a popularidade de Kayo era tal que quase barrava cantores famosos. Ainda por cima, ela raramente era vista na rua – o que só aumentava mais a comoção quando ela de facto dava as caras. Ela sorriu, envergonhada.

— Bom, eu não faço nada de especial… Nunca entenderei porque gostam tanto de mim, suponho. – Levou uma mão à boca, pensativa. – Mas acho que por enquanto vamos estar livres! Felizmente, eles são todos muito compreensivos! Fico feliz por saber que tenho os melhores fãs de sempre.

Dava para entender que gostava muito do que fazia. Shizue logo se aproximou, fazendo uma careta.

— Você realmente devia ter cuidado. Nunca se sabe o que fanático louco pode fazer. – Afirmou, preocupada. A outra abanou a mão, tentando acalmá-la.

— Não se preocupe! Eu confio neles! – O seu sorriso nunca desaparecia. Era uma coisa impressionante. – Se gostam de mim, não vão me fazer mal. É o que eu acho, pelo menos.

— E é exatamente esse o problema. – Comentou a justiceira, suspirando pesadamente. – Mas bom, você que sabe. Estarei de olho.

— Awn, Shizue! Você é super fofa! – Respondeu Kayo, com um risinho que fez a outra corar – Obrigada.

A justiceira limitou-se a bufar e afastar-se juntamente de Takane.

— Então, não podemos ir entrando? – Inquiriu Teemu, remexendo no seu cordão budista distraidamente – O filme provavelmente já começou.

— Mas a Natsuri e o Connor ainda não chegaram! – Resmungou Atsuro. – Sério, será que eles nunca conseguem chegar a horas?

O olhar que Natasha me mandou indicou que não era suposto avisar o pescador de que Connor, de facto, não vinha. Foi nessa altura que a génio chegou. Segurava uma enciclopédia tão grande que me perguntei como que ela aguentava.

— Peço perdão, Natasha Hayashi. – Afirmou, cumprimentando-nos a todos com um simples olhar sério. – Estive ocupada lendo esse pequeno livro sobre biologia marítima.

— Ohhh! – Os olhos de Atsuro brilharam ao olhar para o livro, entusiasmado – Então você realmente se interessou pelo assunto!

— Na verdade, não. – Cortou a albina friamente – Estou a lê-lo apenas porque me apercebi que você, Atsuro Reiko, sabia mais do assunto do que eu. Como é claro, não podia permitir tal coisa.

O rapaz fechou a cara, despoletando risinhos da parte de Eufrat e Kayo. A génio, por outro lado, não pareceu compreender o motivo das reações que obtivera.

— Disse alguma coisa errada? – Inquiriu. Claramente, ela deveria ler mais sobre psicologia. – De qualquer forma, esse foi o motivo pelo meu atraso. Volto a pedir desculpas, Natasha Hayashi.

— Ahh, não tem problema! – A loira abanou a cabeça negativamente enquanto falava, dando ênfase às suas palavras. – O que interessa é que você conseguiu vir! Com aqueles seus pais…

— Apesar de os meus pais insistirem que eu fique em casa, eles não estão aqui para me controlar. – Explicou-se novamente a outra. – Assim sendo, suponho que tenha mais liberdade do que tinha em Tokyo.

— Vá, vamos entrando! – Declarou Natasha, entusiasmada – Dessa forma o filme já vai estar a meio quando chegarmos! O Connor com certeza chegará mais tarde, Reiko, não se preocupe.

Assim o fizemos. Entrámos no cinema e comprámos os bilhetes, tendo de correr para não perder demasiado. Era um filme de ação, que tinha sido algo que todos haviam concordado. Depois do filme, fomos todos comer juntos no centro comercial. Enquanto comíamos, Shizue entrou numa briga com Reiko sobre quem realmente deveria comer a última batata do prato de Takane que, segundo ela, “não estava escaldante o suficiente”. A designer bateu palmas, divertida, tentando aliciar ainda mais os dois para uma briga – o que ia contra os meus esforços para acalmá-los.

Eufrat comentou comigo se eu não sentia que estava sendo observado. Apesar de não ter notado nada, olhei em volta para tentar ver se compreendia a quê que ela se referia. Continuando a não perceber, a moça deu um risinho leve e chamou alguém. De trás de um pilar saiu Ai, que aparentemente estava nos espiando aquele tempo todo. É claro, Natasha deu uma bronca à menina por ter faltado ao combinado, mas logo a puxou para o grupo, obrigando-a a conversar com todos. A albina pareceu ter sido obrigada a reunir todas as suas forças para conseguir estar ali sem se desmanchar.

Quando acabámos, todos foram saindo um a um. A certa altura, apenas eu, Natasha e Kayo ficámos ali.

— E vocês, para onde vão? – Inquiriu a loira, curiosa – Os meus pais vieram me visitar, por isso vou ter com eles.

— Você se dá muito bem com os seus pais, não é verdade? – Perguntou Kayo, com o seu sorriso constante no rosto. Natasha acenou afirmativamente.

— Se eu tivesse de ser sincera, eu diria que, bem – levou a mão ao coração, apertando-a com força – eles são a minha esperança. Depois de tudo o que passaram para que eu tivesse uma vida boa… Não poderia nunca me abdicar deles.

Corou ao perceber as coisas embaraçosas que tinha dito.

— B-bem, eu queria que eles viessem cá ter para apresentar a minha turma, mas eles não puderam. – Afirmou, tristonha – Afinal, eles demoraram mais a chegar do que pensava. E de qualquer forma, não estava a turma toda aqui…

— Você queria apresentar o Evan para eles, não é verdade? – Kayo levou a mão a boca, uma expressão maliciosa no rosto fazendo a outra soltar um esgar de embaraço.

— N-NÃO É ISSO! – Soltou muito provavelmente mais alto do que devia. Só consegui me rir junto da Vlogger. – O-Olha, meus pais estão ali! Até!

Com um aceno, correu para longe. Suspirei, pensativo.

— É uma pena que o Evan não possa vir, não é mesmo? – Inquiri, torcendo o nariz – Ela está sempre tentando marcar coisas com ele e não consegue.

— Era de se esperar. – Respondeu Kayo, mordendo a ponta da luva distraidamente – Todos nós estamos presos ao nosso talento de alguma forma, não é verdade?

Olhei para ela com uma expressão duvidosa, erguendo a sobrancelha ao ver a sua expressão incomum.

— Você se sente presa ao seu talento, Kayo? – Perguntei baixinho. Tinha um certo medo da sua reação: já sabia que ela não gostava muito de falar de si mesma. Após algum tempo, ela abanou a cabeça afirmativamente.

— O meu talento é a minha vida. – Comentou, os olhos enevoados – Sem ele, eu morreria.

Era uma visão um pouco dramática das coisas.

— Claro que não. – Comentei, tentando acalmá-la – Sem ele, você seria só Kayo. O que importa é que você continue a ser você mesma. Nada mais que isso.

A reação que obtive, porém, não foi a esperada. O riso que recebi em resposta era triste, como que sem esperanças.

— Suponho que faça sentido você dizer isso, não é verdade? – Comentou, logo deixando o seu sorriso morrer dentro de si – Mas as coisas são bem mais complicadas do que isso. Para ser sincera, o meu talento é tão importante que às vezes me pergunto se…

Parou de falar, levando a mão uma mecha de cabelos e os puxando para trás da orelha.

— Se…? – A minha expressão de expectativa não parecia ser suficiente para fazê-la continuar, mas eventualmente ela respondeu.

— Se eu seria capaz de matar para conseguir salvá-lo. – Concluiu, baixando o rosto de modo a que eu não o visse. Parecia envergonhada do que acabara de dizer, mas eu só consegui soltar uma risada. Um misto de surpresa e raiva surgiu na sua face quando me encarou, indignada. – V-você acha isso engraçado!?

— Não, nada disso! – Comentei, rindo. – Foi só que achei isso tão… Estranho de se dizer, sabe? Mas não se preocupe.

Peguei numa das suas mãos, envolvendo-a nas minhas.

— Se alguma vez isso acontecer, eu farei de tudo para te impedir. Prometo. – Afirmei, continuando com o meu sorriso.

Ela concordou, sorrindo de volta.


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Notas finais do capítulo

Well then, that's it!

Aviso que tudo o que eu escrever aqui são só coisas que vão ME SURGINDO NA MENTE, e não propriamente uma história em si. É isso, gente! ~



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