— Olha só se não é o sem teto.

Damon me olhou daquele jeito irritante que me fazia querer esmagar aquela linda cabecinha, não, risque essa parte, Damon Salvatore não tinha nada de bonito. Ok, eu estou mentindo, mas na minha cabeça eu gosto de pensar que ele fica ridículo com esse cabelo desarrumado que parece extremamente sexy... Foco Elena, foco.

— Não é dessa maneira que você vai conquistar meu coração, Elena. – Ele retrucou daquele jeito desleixado, como se quisesse está falando com qualquer outra pessoa que não fosse eu.

Jesus eu o odiava.

— O que sua mãe acha de você viver mais na casa dos outros do que na sua própria casa? – Perguntei, empurrando suas pernas do sofá para poder sentar e rezando para que o Jeremy se apressasse na sua sessão de beleza para que eu pudesse ficar o menos tempo possível na presença daquele ser.

— Oh, agora você está preocupada com o que minha mãe acha. – Fez um som irritante enquanto mudava descontroladamente os canais da TV. – A próxima coisa que eu sei é que você vai está me perguntando sobre o meu estado civil.

— Você é a pessoa mais irritante que eu conheço. – Declarei, tomando o controle da sua mão e desligando a televisão.

— Idem.  – Me olhou como se eu fosse um mosquito que ele desejava esmagar, fazendo-me estreitar os olhos.

— Os dois já acabaram de distribuir amor um para o outro? – A voz sarcástica do Jeremy perguntou, fazendo-me ser a primeira a desviar os olhos e amaldiçoar mentalmente o Jeremy por isso.

— Porque ele tem que ir com a gente? – Apontei para o ser largado no sofá que apenas revirou os olhos para a minha observação. – O irmão dele tem um carro.

— Deus que me livre ir para a escola no mesmo carro que o Stefan e sufocar no banho de perfume que ele parece tomar. – Damon disse estremecendo de forma dramática e ficando de pé.

— O perfume dele não é ruim, na verdade é... – Parei de falar assim que percebi os olhares que estava recebendo dos dois idiotas na minha frente. – Não que eu já tenha chegado perto o bastante para sentir ou algo assim... Quer saber vamos logo ou vamos acabar nos atrasando.

***

Chegando na escola fui a primeira a sair do carro não querendo passar nem mais um minuto aguentando o olhar de diversão que o Damon veio me dando durante todo o caminho. Eu ainda não podia acreditar que tinha dito aquilo na frente do Damon e do meu irmão. Jesus, o que tinha dado em mim para simplesmente sair jorrando aquelas palavras sobre o Stefan. O Damon não era burro, na verdade ele era inteligente demais para o seu próprio bem, logo ele iria juntar dois mais dois e descobrir que eu tinha uma queda pelo seu irmão. Deus, eu não vou ter nenhuma paciência para aguentar as suas piadinhas sobre isso, na verdade eu vou apenas saciar um desejo antigo e estrangulá-lo até a morte.

— Terra para Elena Gilbert. – A voz da Bonnie me tirou dos meus devaneios, fazendo-me olhar para a mesma que estava com um rosto bastante sorridente. – O que o Damon fez dessa vez?

— Não é o que o Damon fez e sim o que eu fiz. – Choraminguei encostando-se no armário atrás de mim e olhando a Bonnie que estava me dando um olhar confuso. – Eu praticamente declarei meu amor eterno pelo Stefan. – Virando-me para o meu armário abrir e praticamente joguei meus livros dentro, antes de fechar e bater com a testa no mesmo. – Eu sou tão burra.

— Você poderia repetir isso, eu não tive tempo de gravar. – A voz do Doman alcançou meus ouvidos, fazendo-me fechar os olhos mais fortemente e controlar a vontade colocar minhas mãos nos meus ouvidos para abafar a voz do idiota. – Isso é um não? – Um som desinteressado foi minha única resposta, sinceramente, eu não queria ter que virar e encontrar o rosto sorridente do Damon. – Tudo bem então, no vemos mais tarde, querida.

Quando ouvir seus passos se distanciarem foi que eu finalmente criei força de vontade para virar, só pra encontrar um monte de gente no corredor me dando olhares estranhos e sussurrando entre si, obviamente o Damon me chamar de “querida” não era tão irônico para eles como foi para mim. – Eu vou mata-lo. – Olhei para a Bonnie que estava obviamente tentando não rir. – Não é engraçado, Bonnie.

— Na verdade é. – Ela retrucou, finalmente explodindo de rir, chamando ainda mais atenção para mim. – Vocês parecem como aqueles casais...

— Pare ai mesmo. – A interrompi. – Você não pode simplesmente colocar eu e Damon Salvatore em uma frase que tenha qualquer coisa relacionada a casal, é apenas estranho.

— Não é, na verdade vocês até que formam um b...

— Não. – A interrompi novamente, puxando-a pelo braço em direção á sala de aula quando o sinal tocou.

— Mas Elena...

— Nem comece Bonnie, você deve ser a única pessoa nessa escola que consegue ver eu e o Damon agindo como um casal e não brigando a cada momento que estamos juntos. – Falei, entrando na sala de aula e notando que a Caroline ainda não tinha chegado. – A Caroline não vem hoje?

— Não, ela mandou uma mensagem antes de você chegar. – Bonnie respondeu, sentando-se atrás de mim e me cutucando com a caneta. – E quanto ao seu comentário anterior, eu não sou a única nessa escola que pensa em você e o Damon como um casal, bem, pelo menos eu não sou a única agora, já que ele chamou você de querida na frente da metade da escola.

— Me mate agora. – Falei, abaixando a cabeça em cima dos meus livros, ouvindo a Bonnie rir atrás de mim.

***

 Cheguei em casa rezando para todos os santos para que o Damon não estivesse lá, mas adivinhem, meu pedido não foi atendido e eu encontrei o Damon deitado no sofá comendo o meu sorvete e assistido a porcaria do jogo com o Jeremy que estava torcendo como um louco, sentado na poltrona do papai.

— Isso só deve ser uma miragem. – Murmurei, olhando furiosamente o Damon comer outra colherada do meu adorado sorvete de baunilha que ninguém, ninguém mesmo ousa mexer. – Damon Salvatore, eu sugiro que você corra.

— O quê? – Damon me olhou assustado, antes de olhar acusadoramente para o Jeremy. – Você disse que ela ia pra casa da Bonnie.

— Na verdade, eu disse que talvez ela fosse para a casa da Bonnie. – Jeremy disse, nos jogando um olhar divertido antes de voltar sua atenção para o jogo.

— Eu vou matar você.

E com isso o Damon saiu em disparada pela casa ainda agarrado com o meu pote de sorvete e comigo correndo atrás dele. E a ultima coisa que eu ouvi antes de sair da sala foi o Jeremy rindo e nos perguntando se tínhamos cinco anos. Bem, as vezes eu me fazia a mesma pergunta.