Breathe escrita por Ju Rodrigues


Capítulo 6
Capítulo Cinco


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que eu demorei muuuuuito para postar esse capítulo. Me desculpem!
Estou com problemas familiares e a escola ocupa muito do meu tempo, também. Mas mesmo assim espero que gostem!
E comentem, só com comentários eu consigo me animar!



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Capítulo Cinco.

Depois da grande descoberta, Jake me encheu de perguntas. “Como você os conheceu?”, “Ela estava ansiosa?”, “Ele falou algo para você?”, blá, blá, blá. Até que finalmente Sam teve pena de mim e afastou Jacob para longe. O que foi bom e ruim, bom porque eu estava gostando de ser o centro das atenções dele e ruim porque eu sabia que no fundo, o centro de atenções era outra pessoa. Com um suspiro, segui os garotos, que saiam da floresta, consciente de que alguns pares de olhos me examinavam apesar de não estar afim de descobrir quais eram.

- Hey, alguém pode me dizer que horas são? – pedi olhando ao redor a floresta escura.

- Quase 00:00. – disse Jared dando de ombros como se andar à noite na floresta fosse algo habitual. Bom, realmente devia ser para ele. Para mim, concerteza não.

- OMG. Como eu vou voltar para o hotel a essa hora?!

- Você não vai. – Jacob disse com aquele tom irritante de eu-sei-das-coisas, duro.

- Hã? O que você ta falando? É claro que eu vou voltar! – protestei.

- Mamãe trouxe suas coisas. Você é uma de nós, é uma Clearwater. – Seth disse com um sorriso carinhoso que eu não retribuí. Algo na minha expressão deve ter dito que eu não entendi nadinha porque Leah disse:

- Será que ele vai ter que desenhar? Você vai morar conosco. – ela falou com todo seu jeito doce de ser. Pegou a ironia, né?

Aquilo me parou. Eu iria morar com a família do meu pai morto; minha família em alguns aspectos. Mas e a minha mãe? Eu não queria uma nova família, eu já tinha uma me esperando no Brasil. Ou eu queria? Não, não. Minha mãe, meu avô e minha avó esperavam por mim. Eu tinha amigos esperando por mim. E um quase-namorado, também. Eu voltaria e eles me diriam que estavam com saudades, então tudo seria como antes. Depois desse pensamento eu entendi. Finalmente entendi.

- Eu não vou poder voltar, não é? – falei com a voz baixa, mas estranhamente firme. Com uma calma que eu não sentia. Meus olhos arderam ameaçando um choro, quando eu encarei a crua verdade das minhas palavras.

Percebi que todos pararam de andar também. Todos ouviram e ninguém disse nada por um momento.  Olhando firmemente para frente, absorvi o silêncio como o consentimento que eu tinha previsto, mas que não mudava o fato de que eu esperava por outra resposta.

- Clary...

- Não, tudo bem. Estou bem. – era mentira e todos sabiam. Forcei um sorriso tentando parecer convincente, mas não adiantou, o sorriso mais parecia uma careta. Respirei fundo e disse: - Vamos ou não?

Eles trocaram olhares, mas voltaram a andar.

Logo estávamos na Reserva. Cada um foi para um lado, até suas casas, mas apenas rapidamente, pois voltariam para fazer a “ronda”. Menos Embry, que eu descobri que seria meu vizinho e é claro, Seth e Leah.

Lá estava eu, mais uma vez, na frente da casinha. O que mudou foi que dessa vez, eu não estava ansiosa para conhecer meu pai, mas sim triste, pois não veria mais minha mãe por um bom (e indeterminado) tempo.

- Ei, Clary. – Embry me chamou de sua porta, à minha direita. Virei-me e o peguei sorrindo, ele encontrou meu olhar e disse: - Boa sorte.

- Obrigada. – disse com um sorriso pequeno e então ele entrou na sua casa.

- Sam nos liberou hoje novamente. – Seth comentou enquanto bufava. Ele parecia aborrecido com isso.

- Novamente?

- É, ontem por nossa causa. Hoje por você – ele disse olhando para mim. Leah só deu de ombros, não parecia particularmente ansiosa para começar seu trabalho. E para ser sincera, nem eu.

Então eu me senti mal, fiquei tão focada em mim e na minha transformação e não lembrei que Leah e Seth tiveram que passar pelo mesmo que eu passei no dia anterior. Deve ter sido muito difícil para eles. Principalmente para Leah, que era a única mulher... Bom, até agora.

- Foi horrível se transformar, não foi, Leah?

Ela se voltou para mim e por uma fração de segundo a arrogância típica de sua face sumiu e tudo que eu pude ver foi uma adolescente passando por um momento difícil. Ela me lembrou (assustadoramente) eu mesma. Mas, tão rápido como veio, se foi, e Leah voltara a ser a mesma que eu conheci: arrogante, sarcástica e áspera.

- O que você acha? – respondeu exatamente do jeito que eu esperava, a ironia transbordando por suas palavras. Virou de costas e entrou na casa.

Seth foi logo atrás, dando um tapinha no meu braço como se desculpasse pela atitude de Leah, só suspirei e entrei na casa depois dele.

A Sra. Clearwater apareceu no vão de uma porta que eu soube que certamente seria da cozinha e nos cumprimentou. Fui surpreendida por ela mais uma vez quando veio até mim e me deu um abraço apertado – que eu retribuí depois da estupefação. Ela afagou meu cabelo e disse baixinho:

- Me desculpe.

Lágrimas que eu tinha prendido mais cedo caíram antes que eu pudesse evitar mais uma vez.

- Tudo bem, Sra. Clearwater. Sam me explicou que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Está nos meus genes e só bastava ter um vampiro por perto... – eu disse, consolando-a enquanto limpava meu rosto com as costas da mão e lhe sorrindo um pouco.

- Eu sei, mas mesmo assim eu...

- Sério, estou bem. Ok? – a interrompi – Não precisa de preocupar com isso agora, Sra. Clearwater.

- Me chame de Sue, querida. Iremos morar juntas agora, todos nós. – ela acrescentou depois olhando seus filhos que nos observavam.

- É. Nós vamos, Sra. Clearwa—Sue.

Sue era uma boa mulher, afinal. Uma boa mãe, e tinha um jeito muito parecido da minha própria mãe! Pelo menos uma coisa eu soube do meu pai: ele sabia escolher as mulheres. Ri depois de pensar nisso.

Nós jantamos, Sue insistiu que sim. Mesmo sendo beeem tarde. Depois, ela me mostrou onde eu dormiria (no quarto do Seth) e disse que seria temporário quando eu comecei a protestar.

- Onde ele irá dormir se eu vou usar o quarto dele?

- No meu quarto, querida. – ela respondeu.

- Não sei, eu não ligaria de ficar com o sofá... – comentei.

- Não mesmo! Você fica aqui. – ela disse decidida, rolei os olhos, desistindo de convencê-la.

- Okay, então.

- Fique bem, o meu quarto é grande o suficiente, amanhã nós faremos umas mudanças e eu passarei para o quarto de Leah enquanto você e ela ficam com o meu.

- Eu vou ajudar. – falei firme e ela não discutiu, só deu boa noite e saiu.

Sentei na beira da cama pensando no dia seguinte. Eu teria que ir buscar o Caddy no hotel, mas antes teria que dar um jeito de chegar até lá, ou seja, teria que pedir ajuda de alguém. Mas... quem? Decidi que falaria com Sue assim que acordasse.

Depois de uma rápida ducha, abri minha mala que Sue tinha deixado esperando por mim aos pés da cama e tirei um pijama de shorts e blusa de manga comprida.

Tirei meu iPod da bolsa e coloquei uma seção para tocar. Com os fones no meu ouvido, deitei na cama de Seth e encarei o teto. Sem nenhuma razão aparente, meus pensamentos flutuaram até Jacob. Ele era tão lindo e algo dentro de mim queria passar mais tempo com ele, conhecê-lo... Mas eu não podia fazer isso. Ele jamais olharia para você, disse para mim mesma, ele gosta de outra garota! Mas, ele tinha me ajudado, certo? Ele tinha. E qualquer outro poderia ter feito o mesmo.

Fiz uma careta. Ai, ai, Clarissa, você não pode estar gostando daquele cara! Ou pode?


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Notas finais do capítulo

ÊÊÊ, começou a melhor parte! KSDOPKSDOPSKO'
Se preparem pois ainda vem muito drama para querida Clary.
Quem pensou que fosse imprinting... pensou errado, infelizmente. Seria tão fácil e clichê se realmente fosse.
Quis mudar um pouco as coisas, afinal, o díficil sempre agrada! (eu acho '-')

Espero realmente que alguém ainda queira ler isso :(

Beijo, Ju.