Suddenly escrita por furlerkatic


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oláaa! Bom, essa é a primeira vez que escrevo sobre Calzona, então escolhi fazer uma one-shot para ver como eu me saio. Nunca pensei que iria sofrer tanto por essas duas haha. A ideia surgiu há alguns dias, quando eu estava pensando sobre o acidente que as duas sofrem logo depois daquele pedido de casamento (7x17). E se nada tivesse acontecido? Vocês vão notar algumas falas familiares no começo. Espero que gostem de onde a minha imaginação conseguiu me levar. Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/703071/chapter/1

 

Isso era para ser um tempo só para nós duas! – Arizona disse. –  E a primeira coisa que você quer fazer é falar com o Mark.

—Você disse que estava tudo bem!— Callie respondeu, mas não considerou deixar de falar com seu amigo. Não era nada demais. Tirou o cinto de segurança. – Quer saber? Dane-se! Eu vou falar com ele.

—O que você está fazendo?— viu quando ela alcançou o celular no banco de trás. – Não ouse ligar para ele! Eu...

Isso é ciúme, Arizona.— sua voz estava mais controlada agora. – Está com ciúme do Mark. Admita.

—Pode me culpar? Ele tem a maior parte de você. A parte heterossexual, a católica, a garota que adora chá de bebês...— ela começou a falar, como se fosse um desabafo, sem dar atenção às reações que as suas palavras iam causando em sua namorada. – Eu só tenho a gay, que na verdade são apenas vinte minutos por noite – nem isso, porque você se sente gorda demais para me deixar tocá-la.

—Olha— Callie interrompeu, alterada. –, estou fazendo o melhor que posso, para assegurar que você esteja feliz, que Mark esteja feliz e que a pessoinha dentro de mim esteja feliz! Não sei o que mais posso fazer, honestamente! Por favor, diga-me. Porque eu farei. O que quer que a deixe feliz, eu farei!

O silêncio se instalou entre elas. Callie voltou a prestar atenção em seu celular. Arizona parecia imersa em pensamentos, até que soube exatamente o que dizer.

—Case comigo.

Callie parou por um momento.

—O quê?— soltou uma pequena risada junto com as palavras, não acreditava que ela estava falando sério.

—Falo sério. Amo você mais do que qualquer coisa. Mas quero mais. Quero compromissos, anéis. Portanto...— seus olhares se encontraram mais uma vez. – Case comigo.

Não houve uma resposta imediata. Callie sentia que o seu coração iria explodir a qualquer momento. Respirou fundo e olhou para frente...

—Arizona! – gritou de susto, fazendo a outra sair do mesmo transe e voltar a prestar atenção na estrada. O movimento brusco feito pelo carro para que elas conseguissem desviar de um tronco de árvore que estava caído naquele lado da pista, fez Callie ser jogada de um lado para o outro. Suas mãos apertavam o material do banco com toda a força possível. – Meu Deus! Meu Deus... – sua respiração era desregular.

—Você está bem? – Arizona começou a examiná-la. Estavam paradas no acostamento agora. – Está machucada? Sente alguma dor? – suas mãos desceram para a barriga dela. Seus olhos já estavam cheios de lágrimas. – Callie... fala comigo, por favor.

—Estou bem. – envolveu as mãos dela com as suas. O olhar de dúvida e medo à sua frente a fez completar. – Sério. Eu e o bebê estamos bem.

E estavam de fato. Foi por pouco, mas o pior não aconteceu. Ainda demoraram alguns minutos antes de saírem daquele lugar. Pararam na cidade mais próxima, porque Arizona insistiu que fossem a um hospital antes de continuar a viagem. Ficaram sabendo que a árvore caída naquele local ainda não havia sido retirada por causa de brigas entre governos municipais, o que era um absurdo. Decidiram passar a noite lá, mas não voltaram a falar no assunto do casamento: Callie porque não sabia como trazer isso à tona de novo, apesar de ter certeza da resposta que daria, e Arizona porque queria dar algum tempo a ela. Em sua mente, se tivesse ficado calada, não teriam passado por aquele susto. Esperaria.

~~

—Nós devíamos voltar. – Arizona acordou dizendo.

—O quê? – Callie rolou na cama para olhar para ela. – Para onde?

—Seattle. Isso foi um erro, devíamos voltar. – repetiu.

—É isso o que você quer? – sentou-se na cama.

Seus olhares se encontraram.

—Não. – disse, e soou mais como uma pergunta. Levou uma das mãos até o rosto dela, o polegar tocando levemente os seus lábios. – Eu estou com saudades de você. – recebeu um pequeno sorriso como resposta. – É isso o que você quer?

—Sim. Eu quero esse tempo com você também, então não há nada errado acontecendo. – beijou-a suavemente. – Precisamos sair daqui logo se quisermos aproveitar. Temos um plano, certo? Pra essas pequenas férias? – já estava indo em direção ao banheiro. Havia dormido apenas com uma blusa e de calcinha devido ao calor, e Arizona fixou o olhar no corpo dela enquanto – aparentemente – deixava sua mente viajar. – EI! – Callie estalou os dedos.

—Me desculpa. – seu pedido era sério, e não apenas uma desculpa estilo “eu estava olhando para você porque é impossível não olhar”.

—Não, não é isso. – voltou para a cama e se sentou de frente para ela. Queria que ela visse em seus olhos que estava tudo bem e que iria parar com toda a história de “   eu estou muito gorda e me sinto muito mal para isso”. Não era necessário dizer. – Eu só estava esperando sua resposta.

—Oh. – um sorriso maravilhoso apareceu em seu rosto. – Eu...

—Quer saber? Eu tenho um plano. – sua expressão era misteriosa. – Mas não posso te contar.

—Sério? – revirou os olhos.

—Sério.

—Ah, qual é! – tentou apelar para os olhinhos pidões.

—Ok, agora eu vou me levantar porque não sei por quanto tempo consigo resistir aos seus lindos olhos azuis. – ambas riram. – Talvez a gente fique fora por mais dias que o planejado.

—Certeza? Mark vai pirar, e o hospital...

—Eles vão entender. A não ser que você...

—Isso é tudo o que eu quero. – interrompeu.

Essa era a resposta que Callie esperava ouvir. Tinha algo em mente, mas seriam necessárias algumas horas no ar, e muitos telefonemas. Nada que não pudesse ser resolvido. Iriam se divertir.

~~

—Para onde estamos indo? – Arizona perguntou pela milésima vez. Estava vendada, e Callie a guiava pela mão no aeroporto. – Você não vai me deixar ver nada por mais quanto tempo?

—Shhh, estamos quase lá.

—Callie! – ela estava realmente um pouco nervosa, mas isso era resultado da ansiedade. A outra ria baixo ao seu lado. – Você me fez vestir a melhor roupa que eu trouxe, arrumar meu cabelo, me maquiar e...

—Escada. – pararam de andar abruptamente.

—O quê?

—Escada, bem à nossa frente.

—Ah. – começaram a subir. – Eu...

Ela já ia dar início a uma frase que com toda certeza terminaria com “pode tirar essa venda dos meus olhos por favor?”, mas interrompeu quando conseguiu enxergar tudo à sua volta.

—Estamos num avião? – virou-se para a Callie.

—Sim. – ela sorriu.

—Por quê? – estava bastante surpresa, mas um sorriso insistia em aparecer em seu rosto também.

—Porque eu estou levando você para um passeio agora.

—Okay... – beijaram-se rapidamente. – Ei, e as nossas coisas?

—Não se preocupe, eu cuidei de tudo.

~~

Horas depois, estavam pousando. Callie se certificou de que Arizona não fizesse a menor ideia de para onde estavam indo, até que saíram do táxi, em frente ao hotel onde iriam ficar. Começava a anoitecer, mas as ruas daquela cidade tinham caraterísticas que ela sabia muito bem reconhecer.

—Você me trouxe para Nova Orleans? – seu tom poderia ser confundido com surpresa ou reprovação.

—Eu sei que não é Paris, mas... – segurou suas mãos. – É considerada uma cidade romântica também. E, estava mais perto de nós. – terminou um pouco mais descontraída. – Por favor, não diga que odiou.

—É claro que eu não odiei! Quero dizer... uau?! Meu Deus, Callie, eu não esperava por isso. – puxou-a para um beijo, que terminou em sorrisos. – Como fez isso?

—Eu tenho meus contatos. – fez uma pequena pausa. – Agora: podemos subir, ou podemos dar uma volta. O que você quer?

—Eu definitivamente quero conhecer tudo isso. Mas não está cansada? – pensava na gravidez.

—Não, estou bem. Vamos.

~~

O plano era ficarem lá por quatro dias. No último dia, Callie se sentia finalmente pronta para fazer o que tinha ido até lá para fazer. As duas estavam melhores do que nunca, felizes, como ela queria que fosse. Nada podia dar errado, certo? Deixou Mark à par do que estava acontecendo, somente para prevenir preocupações desnecessárias. Contou com a ajuda de algumas pessoas para preparar tudo. Partiriam bem cedo pela manhã.

~

Às 20h em ponto, elas deixaram o hotel, em direção ao Commander’s Palace, um restaurante de onde tinham recebido uma boa indicação. Tinham um jantar romântico pela frente.

—Aos maravilhosos momentos que passamos aqui. – Arizona disse, enquanto brindavam.

—À nós. – Callie respondeu, e viraram as taças.

—Obrigada por isso. Eu realmente não pensei que... conseguiríamos aproveitar esse tempo. – falava baixo. – Me desculpe, eu não quero estragar o momento.

—Não, está tudo bem. Eu pensei o mesmo. Mas precisávamos disso, e ficar esse tempo longe de todos foi a melhor decisão tomada.
Arizona deu um pequeno sorriso, e então respirou fundo.

—Callie... – começou. Tinha a intenção de falar sobre o pedido de casamento. Sentia como se devesse, na verdade. Queria que ela soubesse que ainda desejava ser sua esposa, mas foi interrompida.

—Vamos voltar para o hotel? – perguntou, num tom suave.

—Claro. Já está tarde.

Minutos depois já estavam em frente à porta do quarto. Callie abriu, e deixou que Arizona entrasse primeiro. Mas ela não conseguiu dar mais que dois passos para dentro. O local estava totalmente diferente do que quando haviam deixado: organizado, iluminado à luz de velas, e até mesmo uma música baixa preenchia o ambiente.

—O que...? – virou-se para a Callie, que agora trancava a porta.

—Eu te amo. – ela resolveu partir daí, sem dar tempo para que muitas perguntas fossem feitas. – Eu te amo mais do que pensei que seria possível. E eu não consigo... – começou a dar pequenos passos em direção à ela. – Eu não quero imaginar uma vida em que você não esteja comigo, eu não quero viver essa vida. – sorriu. – E eu quero que me desculpe por todos os dias ruins que passamos antes disso e que saiba que só a ideia de me casar com você me faz sentir a mulher mais feliz do mundo.

—Callie...

—Você é muito importante para mim e eu não vou te deixar esquecer disso...

—Ah, meu Deus... – sua voz saiu baixa, devido ao nó formado em sua garganta. As lágrimas já começariam a descer.

—Portanto, sim. – Callie continuou. – Sim, eu quero me casar com você. Ainda quer se casar comigo?

—Sim! Sim, sim, e sim! – aproximou-se dela. Estava explodindo de alegria. Queria gritar. – Isso está mesmo acontecendo?

—Está! – puxou-a para mais perto pela cintura. O sorriso estampado no rosto de ambas era algo precioso.

—Eu te amo. – sussurrou, antes de aproximar os lábios de sua orelha e dizer mais uma vez. – Eu te amo.

E então se beijaram, lentamente, apaixonadamente, absorvendo as melhores sensações que poderiam resultar daquele momento, deixando seus corpos serem levados pelo ritmo envolvente da música, pelo desejo crescente dentro de cada uma.

Num minuto estavam bem ali, em pé, no meio da sala, e no outro, Callie explorava o corpo da sua agora noiva distribuindo beijos por todas as partes, enquanto suas mãos trabalhavam em fazê-la perder todo o controle.

—Calliope... – Arizona tentou dizer, em meio aos pequenos gemidos que saíam de sua boca. – Oh, Deus...

E então suas palavras foram abafadas por um beijo, e então Arizona tomou o comando, retribuindo todo o carinho, atenção e amor recebidos, e então... ambas chegaram ao ápice do prazer.

Os dois corações batiam agora descompassados, tentavam se acalmar novamente. Callie brincava com os fios de cabelo de Arizona, que repousava a cabeça em sua barriga, sem depositar todo o seu peso, tentando sentir o bebê. Mantinham as mãos entrelaçadas.

—A mamãe ama você. – Arizona sussurrou, mas pôde ser ouvida.

—Ei. – Callie a chamou. O encontro dos olhares fez um arrepio bom percorrer pelo seu corpo. Aquele era o começo de algo mágico. – Vamos ser maravilhosas nisso. Certo?

Ela acenou levemente com a cabeça. Um rápido silêncio tomou conta do quarto.

—Eu te amo. – disseram juntas, enfim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

bye bye!