De Janeiro a Janeiro escrita por Arii Vitória


Capítulo 5
Capítulo 4 "Dia de Jogo"


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeey, serumaninhos lindos.
Eu sei, vocês devem estar com raiva, passei quanto tempo sem postar mesmo? Perdi as contas. Mas nesse dia maravilhoso de chuva aqui, a inspiração voltou! haha.
Obrigada aos comentários anteriores, vocês são sempre são lindos, não parem não, ok?
Enfim, a narração volta para a Bia nesse capítulo, e eu acho que vocês vão amar.
Nos vemos lá em baixo. II >



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Narrado por Bia 

Somos tão jovens... —Vivi cantava  enquanto se olhava no espelho.

—Por que essa quedinha por Legião Urbana tão de repente? –eu perguntei. Cinderela estava cantando a mesma música desde cedo.

—Nada demais, eu sempre gostei dessa música.

—Sim, eu sei, mas é que você cantou ela o dia inteiro. –eu falei, jogando-me na cama dela, enquanto Vivi ainda penteava o cabelo.

—Você está pronta? –ela perguntou, mudando o assunto, e virando-se para me encarar.

—Desde o domingo passado.

—É um dos jogos mais importantes da temporada, mas como o Duda e a Janu não estão bem, acho que isso vai afetar o jogo. –ela disse.

—Eu não estou nem ai. -Vivi revirou os olhos. –Você sabe que só vou neste jogo porque minha mãe me implorou para sair um pouco de casa, né? Se eu pudesse escolher ficava em casa com minha guitarra. A Polly.

—Você não quer ir ao jogo de futebol e apelidou sua guitarra de Polly. Por que somos amigas mesmo?

—Ela não gosta de ficar sozinha e, além disso, você não vive sem mim. –eu disse, quando ela, enfim, acabou de escovar os cabelos.

—Vamos?

—Ok. Vamos Bia! –ela falou. Graças aos céus!

O tempo estava frio, e tudo indicava que iria chover a qualquer minuto. Mas fomos a pé mesmo assim.

Chegando lá percebi que estava cheio como nunca antes. Quer dizer, havia tempos que eu não ia nos jogos da escola, mas naquele dia quase não havia lugares vagos na arquibancada gigante em volta da quadra. Vivi já estava com a roupa de líder de torcida, então apenas juntou-se as suas amiguinhas em algum canto da quadra. Eu escolhi algum lugar no fundo da arquibancada, e logo mais, os garotos começaram a entrar.

O time de lá parecia bom, mas eu sabia que a nossa escola era ótima, afinal, já tinham vencido todos os times das outras escolas da cidade, e só agora, começara a disputar com times de cidades vizinhas.

O jogo logo começou, e já estava bem disputado, como eu suspeitava. Duda parecia meio perdido na quadra, mal pegava na bola, eu sabia que era por causa da briga com Janu, que por sua vez, estava bem quietinha no cantinho das lideres de torcida. Decidi parar de me concentrar nos problemas dos outros e voltar ao jogo, nesse mesmo instante, o outro time fez o primeiro gol.

A multidão ecoou um “aah”. Os meninos do outro time comemoraram, mas percebi que Mosca olhou para o Duda, como quem dissesse “presta atenção no jogo”, nesse mesmo instante ele olhou para a arquibancada, e me avistou. Seus olhos se encontraram com os meus e eu pude perceber sua expressão de “ela veio!”, parecia surpreso, mas sua atenção logo voltou para o jogo que ele precisava virar.

Mas nada aconteceu até o fim do primeiro tempo.

(...)

—Eu disse que você não ia sair do banco! –ouvi o Samuca gritando para o amigo Binho, que estava no banco, sentado na área de reservas, sem nem se quer se mexer. Em seguida, Samuca veio na minha direção e sentou-se ao meu lado.

—Perdi muita coisa? –ele me perguntou, só então percebi que ele estava meio molhado e carregava uma bolsa de violão.

—Estarmos perdendo, mas nossa torcida insulta melhor!

—É o que conta no final. –ele sorriu.

—Você toca? –perguntei mudando o assunto, seu violão tinha chamado minha atenção.

—E ainda consigo alguns trocados com isso, não é maravilhoso? –ele respondeu e eu apenas assenti. –Aquela sua amiga é mesmo líder de torcida? –ele mudou o assunto novamente, olhando para o cantinho onde as líderes faziam uma coreografia difícil.

—Desde quando nós dois somos amigos? –eu perguntei, estranhei até estarmos conversando por tanto tempo. Percebi que ele se incomodou com minha resposta, sorri, satisfeita.

—VOCÊ PEGA MUITO PESADO! –ele gritou porque logo a torcida inteira começou a cantar um dos hinos do time, e eu quase não consegui ouvi-lo.

—É PRECISO! –disse. –Mas por que o interesse repentino na Cinderela?

—Cinderela? –a torcida se acalmou.

—História longa! Mas se você chama-la assim ela vai ficar se sentindo a princesa que conversa com os ratinhos, mas ao menos, uma princesa.

Ele olhou novamente para a Vivi.

Observei ele e em seguida voltei o olhar para a Cinderela. Dariam um casal tão bonitinho se a Vivi abaixasse um pouco a guarda.

Os jogadores voltaram, o segundo tempo se iniciou, e a chuva lá fora começou a fazer barulho.

(...)

Coloquei o capuz da blusa na cabeça e comecei a andar rumo a minha casa assim que o juiz apitou pela última vez. Resolvi ir caminhando na chuva mesmo, afinal, era só chuva. O jogo tinha acabado 2 á 1, havíamos perdido daquela vez.

Depois de alguns minutos andando, tirei a conclusão de que eu devia estar bêbada quando resolvi ir para a casa na chuva. Minha casa não era tão longe, mas meus pés já estavam doendo quando virei á primeira esquina. Nesse mesmo instante percebi que um carro preto começou a vir em minha direção, não seria nada demais se ele não estivesse tão lento. Logo começou a acompanhar meus passos, e então, o vidro da janela do carro se abriu.

Só então percebi o quão desnecessário era meu medo.

—Quer uma carona? –Era o Duda, então eu apenas rolei os olhos e voltei a andar, sem se quer responde-lo, mas seu carro continuou a me seguir.

—Olha, se você quiser que eu te deixe na chuva, tudo bem, é só falar. Mas só queria avisar que passa das oito no meio de uma tempestade, e um carro suspeito pode começar a te seguir a qualquer momento, e então: Bú!

—Bú? –virei-me para olha-lo.

—Sequestro, estrupo, roubo, tudo pode acontecer!

—Não, obrigada. –voltei a andar para frente.

—Só espera um instante. –ele pediu e então eu parei. Em seguida ele desceu do carro, com um guarda-chuva fechado nas mãos e tentava abri-lo enquanto se aproximava de mim.

—Ao menos pegue o guarda-chuva. –ele disse na minha frente, perto até demais de mim. Eu o encarava confusa. Ele devia ser bipolar ou algo assim...

Só então conseguiu abrir o guarda-chuva, colocou sobre nós para me entregar e tampamos da chuva. Mas ele já estava tão molhado quanto eu...

Um trovão fez barulho no céu.

—Tá, agora eu insisto, entra no carro.

—Já que insiste... –dei um sorriso falso e entrei no carro pela porta do passageiro. Ele demorou um pouco para fechar o guarda-chuva, mas logo estava lá.

—Vocês não foram nada bem hoje.

—Não foi um dos meus melhores dias, e você não costuma ir aos jogos então não pode julgar. –Duda ligou o carro.

—Pelo que eu vi foi horrível... –ergui as mãos, como se estivesse me defendendo.

—Não basta eu ser julgado por toda a escola e pelo meu pai?

—Foi você que me convidou para o carro.

—Eu sei que eu fui horrível, mas ela estava lá observando tudo e agindo como se nada tivesse acontecido. –Ele estava falando da Janu, e eu nem precisei perguntar para ter certeza disso.

—Você está exagerando!

—Ela exagerou quando falou todas aquelas coisas pra mim, isso sim.

—Mas você não me contou o porquê. Ela achou que você estava a traindo? Quer dizer, eu ouvi alguém falar algo do tipo.

—Ah... ela achou que eu estava traindo ela... com você. –ele disse devagar.

O silêncio reinou por poucos segundos, mas logo minha risada contagiou o local. Eu não conseguia parar de rir.

—Bia. –ele ficou sério.

—Ela é louca! –exclamei.

—Eu sei, mas foi mais que isso. Ela me ligou no meio da madrugada e me perguntou com quem eu estava, eu disse que estava dormindo e ela começou a gritar, então eu desliguei o telefone na cara dela, e voltei a dormir.

—O que aconteceu quando você acordou?

—Ela estava lá, fazendo o café junto com a minha mãe. –ele respondeu e eu ri novamente. Podia apostar que ele estaria rindo comigo, se não fosse tão assustador para ele.

—Você gosta dela, tudo isso vai passar. –falei depois de um tempo.

—Disse a menina que não acredita no amor.

—Não é que eu não acredite, tá... Mas eu vejo minha mãe dormindo com homens e mais homens, é difícil acreditar que ela goste de algum deles, e depois do meu pai, todos os outros namorados dela a traíram. Ela sempre acaba chorando trancada no banheiro.

—Ah, então você não acredita no amor, porque sua mãe dorme com muitos caras, meio clichê de qualquer jeito, não?

—Não é só por isso, eu apenas fico me perguntando se em meio a sete bilhões de pessoas eu vou encontrar mesmo o amor de verdade, e bem... eu já sei a resposta!

—Mas você teve seu pai...

—Assunto suspenso, Eduardo. –avisei de uma vez.

Em pouco tempo já estávamos na porta da minha casa, ele estacionou e me olhou.

—Então... ninguém acabou te roubando ou te sequestrado.

—Isso é bom. –abri a porta do carro e saí, me dirigindo direto para a porta de casa, quando me virei para entrar, ele ainda estava lá.


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Notas finais do capítulo

Me encontro já morrendo de amores por eles dois, e vocês?
Bem, no próximo capítulo tem festinha (pronto! Contei!), mas pra isso, preciso que comentem. Fantasminhas quero conhecer vocês!
Beijões para todos daí!



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