De Janeiro a Janeiro escrita por Arii Vitória


Capítulo 35
Capítulo 34 "Definitivamente, um longo ano!"


Notas iniciais do capítulo

Desculpa novamente pela enrolação que arrumei pra postar. Sempre acontece alguma coisa quando vou escrever, mas juro que sempre vai sair kskskks.
Espero que gosteem!



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Narrado por Beatriz 

Se Cinderela perguntasse eu negaria até a morte, mas geralmente gosto de ir ao colégio nos fins de ano. Ninguém precisa ir de uniforme, nem mesmo as lideres de torcida, e todo mundo se trata como se fossem amigos de infância, até quem nunca falou comigo chora e me abraça. Também há fotos tiradas ao longo do ano coladas pelos corredores e paredes da escola, normalmente não estaria em nenhuma delas, já que a maioria são das líderes de torcida ou do time de futebol. Mas lá estou esse ano, do lado de Vivi, Janu e das outras líderes em uma foto, estou sorrindo e com aquele uniforme curto e horrível, fiquei um tempo olhando para a foto, aquela menina quase não se parecia comigo. 

Mas quando o professor de física anunciou a festa de fim de ano, juntamente com a formatura dos alunos do terceiro ano, não estava nem um pouco empolgada! Samuca não vai estar lá, Vivi estará ocupada ensaiando algum número que as líderes de torcida sempre apresentam na festa, e eu não tenho mais o Duda. Tudo parece estar igual ao início do ano, ou pelo menos é o que penso, até ver três líderes de torcida sentarem na minha mesa solitária no intervalo. 

—Bia, agora você vai nos contar o que aconteceu. Por que não te vemos mais nos ensaios em? -Foi Chris quem perguntou, antes mesmo de colocar sua bandeja com uma única maça na mesa. 

—Eu tive que sair, na verdade, aquilo não era permanente, vocês sabem, a diretora tinha me passado como um castigo. -contei a elas, torcendo para que não perguntassem demais sobre o assunto, mas o mundo não girava ao meu redor. 

—E a diretora deixou você escapar agora? 

—Eu tive que inventar que era por causa de uns problemas, mas por fim... 

—Inventar? Algo me diz que o nome desse problema é Eduardo, e não tem nada inventado, ou tem? -Chris voltou a perguntar, e meu coração quase pula pra fora quando ouço o nome do Duda. 

—De qualquer forma, era temporário. -eu digo, desconfortável com a conversa. 

—Não foi o que o Duda nos contou. Acredita que ele disse que você saiu das líderes porque estava constrangida depois que ele te deu um fora? -Agora foi Débora quem soltou. 

—Ele disse o quê? Constrangida? Ele me deu um fora? -as três assentiram em sincronia, como gêmeas siamesas. -Que babaca! Eu... não foi ele quem me deu um fora. -digo, apesar de tecnicamente ter sido, já que se dependesse apenas de mim, eu adoraria que ainda estivéssemos juntos. Mas a história era muito maior do que qualquer besteira que ele havia inventado para sair bem na fita. 

—Ah é? Eu disse que ele estava mentindo! -Chris lançou um olhar para Débora e Ana como se tivesse ganhado alguma aposta, ou algo do tipo. 

—Na verdade... -esbocei um sorrisinho divertido, é claro que não vou deixar aquilo daquela forma, Duda não tinha o direito de dizer aquelas coisas. -Ele era muito inseguro, em muitos aspectos, sabe?! -comecei a falar, trasbordando raiva. Quando me dei conta o sinal já estava batendo e eu ainda estava falando asneiras sobre o Duda com as meninas. 

(...)

Eu estava tocando guitarra, quando bateram na porta do meu quarto naquela tarde. Parei imediatamente, me virei e vi Samuca na porta. Me olhando assustado, como se tivesse visto um fantasma. 

—Sua mãe acabou de me fazer mil perguntas sobre o Duda. E depois perguntou algo sobre você estar com alguma fama entre os garotos, já que eles estão te procurando demais ultimamente. Demorou um século para ela entender que namoro a Vivi. -Samuca contou e logo em seguida roubou minha guitarra de mim, e sentou na minha cama como se fosse a coisa mais normal do mundo. 

—Ela está um pouco preocupada agora que eu voltei a usar preto e tocar guitarra de madrugada. -respondi, imitando as palavras da minha mãe, fazendo Samuca rir, enquanto já tocava algo que eu não reconheci.  

—Eu vim porque Rafa e Binho me disseram muitas coisas sobre seu término com o Duda hoje. Coisas que ouviram as líderes de torcida falarem. Sabe algo sobre isso, Beatriz? -ele questionou, parando de tocar e me olhando como minha mãe me olha quando sabe que fiz algo errado. 

—Não foi minha culpa, tá? Ele começou dizendo pra todo mundo que tinha me dado um fora, e que eu estava constrangida. Fala sério?! Por que garotos são tão babacas?

—E depois disso você resolveu espalhar que o... -Samuca parou de falar. -Dele era pequeno? -ele continuou.

—Não! Ai meu Deus! Eu não disse isso! Os meninos ouviram a Chris dizer isso? -perguntei, impressionada sobre como líderes de torcida eram criativas. Não consegui evitar uma gargalhada nervosa. Eu não tinha dito nada daquilo!

—Os meninos me contaram que vocês dois terminaram porque ele falou de futebol na hora H. -Samuca disse, mas agora nós dois riamos feito dois idiotas. 

—Não acredito que você vai embora amanhã. -eu disse ao fim das risadas, iria sentir falta de dar risada com o nerd da escola. 

—Não se preocupe, prometo que volto pra te visitar. -ele disse e em seguida bagunçou meu cabelo. 

—Foi um longo ano, não é?! -respirei fundo, apesar de algumas coisas terem terminado ruins, eu não podia deixar de reconhecer que fora um ano cheio de boas surpresas. Jamais me imaginaria dando risada com Samuca no início do ano. 

—Definitivamente. Mas eu precisava saber se você está bem, antes de... ir embora amanhã. -ele falou, me olhando com preocupação. 

—Eu estou ótima! -exclamei rápido e empolgada demais, porque ele continuou com o mesmo olhar sobre mim, esperando eu começar a ser sincera. -Partiu meu coração... -confessei de repente, fitando o chão, pensando em como eu tive toda uma história com alguém e depois não tinha mais nada. 

—Foi um ano difícil para corações. -ele falou, deixando a guitarra de lado, também parecendo pensativo. 

—É um mundo difícil para corações. -afirmei, Samuca assentiu e meus olhos imediatamente começaram a marejar enquanto eu pensava que também iria perdê-lo. 

—Ei, Beatriz... Não chora, vai! -ele disse ao perceber que eu estava prestes a chorar, a lágrima saiu e ele se levantou como se estivesse prestes a chamar minha mãe. 

—Fala sério?! Estou parecendo uma garotinha de treze anos chorando porque ninguém quer ir ao baile com ela. -eu digo, tentando limpar as lágrimas, com vergonha de mim mesma. 

—Tem vários garotos no mundo. -ele se sentou novamente na cama, tentando me consolar. 

—Samuca, você tem que parar de dar conselhos como se fosse um avô de setenta anos. 

—Certo. -ele assentiu, sorrindo pra mim, quando bateram na porta novamente. 

—Quase não acreditei quando sua mãe disse que o Samuca estava aqui. -Vivi falou, invadindo o quarto, vindo rapidamente até nós. -Espera! Por que vocês estão chorando? -ela perguntou ao ver meus olhos vermelhos, preocupada. 

Eu e Samuca começamos a rir novamente. 

(...) 

Eu ainda estava deitada, tentando arrumar força de vontade para conseguir levantar da cama, mas nem eram sete da manhã e eu já sabia que seria um dia ruim. Primeiramente, Samuca iria se mudar para Los Angeles de vez, e eu também estava com medo de ir pra escola depois da bola de neve gigante que meus comentários sobre o Duda haviam se tornado, isso sem contar, que começava a chover do lado de fora. Mas eu ainda não sabia nem o resultado das provas na escola, então não poderia me dar o dia de folga fácil assim.

—Mãe, você viu meu guarda-chuva? -eu perguntei para minha mãe após minhas higienes, ela já estava de pé, tomando café, concentrada frente á um notebook. 

—Atrás da porta. Boa aula! -ela respondeu enquanto eu me encaminhava até a sala, colocava o capuz da minha blusa de frio e abrindo o guarda-chuva. 

—Até mais tarde. -eu disse e finalmente sai de casa. A chuva já havia aumentado bastante, ma só quando desci os poucos degraus da porta me dei conta que deveria mesmo ter ficado em casa.

Avistei o carro do Duda. Mas não tinha ninguém dentro dele.

Percorri a rua com os olhos e finalmente o achei, Duda estava sentado na calçada da vizinha de frente á minha casa, só esperando pacientemente até eu sair. Ele estava apenas com o capuz de seu casaco, parecendo nem se quer perceber que estava chovendo. Só se levantou quando me viu encará-lo. 


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Notas finais do capítulo

Não pretendo demorar muito a voltar!!
Beijões ♥



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