De Janeiro a Janeiro escrita por Arii Vitória


Capítulo 31
Capítulo 30 "A Prova Final"


Notas iniciais do capítulo

Demorei, né? Sorry, sorry. Fiz uma viagem maravilinda em uma dessas semanas, e finalmente achei a inspiração que tanto procurava.
Espero que gostem!



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Samuca

Sabe quando você espera muito por algo e por isso as horas parecem se transformar em minutos, e você pode jurar que o tempo está passando mais devagar? Os últimos dias são o completo oposto disto, tudo parece mais rápido a medida que minha viagem aproxima. Na segunda-feira de manhã eu era incapaz de achar um par de meias em meu quarto, que parecia estar tão bagunçado quanto eu. 

—Está tudo bem Samuca? -minha mãe invadiu meu quarto na pior hora possível, ela olhou em volta aterrorizada com a bagunça. 

—Não consigo achar meu livro de matemática, minhas prova é hoje, mas não consigo achar a droga do livro para estudar! -nem me dei conta de que estava gritando. 

—Acalma-se, Samuca. Você sempre fica muito preocupado com provas, e no final, é o máximo!

—Como você sabe? Nunca perguntou sobre minhas notas e não estava aqui nos últimos dois anos. -respondi seco, sem a menor paciência para Rebeca achando que sabe tudo sobre mim. 

—Estou cansada de você ficar me culpando, foi você quem fugiu de casa. Seu irmão sempre me dava notícias suas, eu sabia que estava bem, por isso não o procurei antes! 

—Você nunca se deu o trabalho de me ligar, por que apareceu justo agora que vou finalmente receber um bom dinheiro por tocar? 

—Você sabe que o seu pai não permitia...

—O George sabe que está aqui? -perguntei e pude observar a sua hesitação antes de responder. 

—Sabe, é claro que sabe. -a resposta surgiu falsa e sem nenhuma afirmação em seu tom de voz. Apesar de nada ali ser engraçado, não consegui evitar uma risada. -Eu vim até aqui em busca de uma segunda chance. -ela continuou.

—Finalmente admitindo que fracassou na primeira? Espera, tenho que gravar esse momento antes que mude de ideia! -a ironia é inevitável, e o olhar de Rebeca sobre mim é severo. 

—Olha só, mocinho, você me deve respeito! -ela levantou o indicador na minha cara, como se eu ainda fosse o mesmo garoto de quatorze anos que sonhava em ser cantor. 

—Assim como você me devia um lar, um pingo de preocupação, assim como me devia ser uma mãe! Agora, se me der licença, eu preciso achar meu livro. 

Vou até a porta, a escancarando. Mas antes de sair do meu quarto, ela se abaixa, pegando algo debaixo de minha cama. É meu livro de matemática. Ela me entregou e finalmente saiu. Respirei fundo, sabendo que precisaria pedir desculpas depois. 

(...)

Viviane

—Foque na prova de matemática, Bia. Os outros problemas você deixa para depois, até porque eles se multiplicaram se você for mal na prova, então, foque na prova! 

—Ele nem se quer respondeu minha mensagem de desculpas, Vivi. E já faz mais de vinte e quatro horas, foi o final de semana mais doloroso da minha vida! E agora eu vou ter que encará-lo e fingir que nada aconteceu, que nós não acontecemos? -Bia reclamou, ignorando completamente meus conselhos de esquecer Duda por algumas horas. 

—Ele não deve nem ter visto a mensagem. Deve estar preocupado com o pai babaca que traiu a mãe, ou talvez com a prova de matemática. Aliás, devíamos nos inspirar nele e fazer o mesmo! -continuei insistindo na ideia, mas parei de andar imediatamente quando chegamos ao portão do colégio, completamente travada. 

—O que foi? -Bia se virou para mim, percebendo que estou parecendo o Chaves com seus piripaques. Como eu não respondo, ela segue meu olhar. E lá estão Rafa e Binho, nenhum sinal do Samuca, mas os dois usam camisetas iguais: Camisetas da nova banda do Samuca. E estão cercado de umas quatro pessoas que também analisam a camiseta. 

—Lucky Strike? O que é isso? -Bia perguntou lendo o nome, mas após se virar novamente para mim adivinhou do que se tratava o nome. -Foca na prova Viviane, deixe os outros problemas para depois, se você for mal hoje eles se multiplicaram! -ela me imita, usando exatamente meu tom de voz otimista de alguns segundos atrás, mas agora não estou mais tão preocupada com a prova. 

Bia passa os braços sobre os meus, e praticamente me carrega até a sala de aula, mas só sinto vontade de desligar a humanidade por alguns anos. 

Beatriz

Encarei a porta umas trezentas vezes, até mesmo durante a prova, esperando que o Duda entrasse por ela com o cabelo bagunçado, cara de sono e suado por ter corrido na tentativa de não chegar tão atrasado, mas não aconteceu, o que fez com que minha prova parecesse se transformar de matemática para árabe. 

Encarei Cinderela, mas ela pareceu estar com a mesma expressão "não sei o que estou fazendo" que eu. Assim que o sinal bate anunciando o fim da prova, peço a professora para me retirar da sala, inventando uma cólica, mas na verdade só preciso de ar. 

—Ora, ora. Matando aula? -Samuca me cutuca, aparecendo de repente, para minha surpresa ele parece cansado ao invés animado com a cada vez mais próxima viagem. 

—Precisava de um ar.  -respondi, aliviada por não precisar mentir para Samuca. 

—Ainda não conversou com o Duda? -ele perguntou, preocupado comigo. 

—Bom, ele não respondeu minha mensagem de desculpa e não apareceu na aula hoje. Ele perdeu a prova por minha causa! -afirmei resmungando, me sentindo totalmente culpada. 

—Não se culpe assim, Bia. Ele não veio porque simplesmente não quis! E ele não vai poder faltar ao jogo de hoje, vocês vão se ver de qualquer maneira! -Samuca me apoia, mas não alivia minha culpa. 

—Então, Lucky Strike? Tenho que admitir que é um ótimo nome de banda, cheira á sucesso internacional.  -eu disse a ele, animada por entrar em uma assunto melhor. 

—Queria estar tão animado com você, mas na verdade... você sabe. 

—Você precisa conversar com a Vivi, não é? 

—Eu tenho tanta coisa para dizer a ela, sabe? Queria contar sobre os outros garotos da banda, sobre as músicas que andei criando, sobre a minha ideia de voltar ao Brasil todos os meses para vê-la, não parece ser uma ideia tão boa se não posso dividir cada detalhe com a Vivi. 

—Vocês só precisam conversar logo, minha vida amorosa pode estar um fracasso, mas a sua eu não vou deixar! -digo, empolgada novamente, precisando urgentemente ajudar o Samuca e Vivi a se acertarem de novo, pensando que isso poderia aliviar toda a culpa que ainda sinto. 

—Espera aí, mulher-maravilha! Ela foge quando me vê, não quer falar comigo, não tenho o que fazer...  

—Canta uma música, usa seu charme desengonçado, diz pra ela o que acabou de me dizer, pede pra ela ir com você até Los Angeles, mas não deixa ela ir embora, Samuca. Ou pior, não vá embora e deixe ela aqui. -afirmei cheia de ideias, o encarando em seguida, mas ele está pensando, ambos sabemos que ele não conseguirá ir sem falar com a Cinderela. 

—Preciso ir, Samuca. Mas faça o que eu falei, tá bom? -digo a ele antes de começar a correr na direção do portão da escola como uma maluca. 

—A onde você vai? -ele gritou ao perguntar. 

—Vou dizer ao Duda que o amo! 


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Notas finais do capítulo

Juro que no próximo capitulo terá mais emoções.
Beijões! :*



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