Zootopia 2 - As regras de Nick Wilde escrita por Untitled blender


Capítulo 10
Pesadelo


Notas iniciais do capítulo

mais um cap hoje, parece que a escola não me segura, hehe



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Nick corria na escuridão, chamando um nome. Alguém.

— Cenourinha!

—(...)

— Hopps!

—(...)

— Judy!

Nada parecia fazer sentido. Ele tinha descoberto onde ela estava. A polícia tinha chego, Doug tinha fugido de novo. Ele correu mais. Parecia estar dentro de um galpão abandonado. Um hangar, talvez? Ele desviou de algo que parecia um grande motor enferrujado. Ouviu uma voz. Cenourinha.

—O que vai fazer, me matar? – Ela perguntou.

— Oh, não, é claro que não! – Nick ouviu a voz conhecida da ovelha. – mas ele...

Espere. Nick já ouvira isso antes. Ele era Nick. Foi assim que eles haviam enganado Bellwether. Não fazia sentido. Nick correu mais. Então ele viu. No centro do piso rachado, uma coelha ferida repousava no chão. Mantinha a atitude intimidadora, como se fosse perfeitamente capaz de atacar a ovelha à sua frente. Então a cápsula veio de lugar nenhum.

A coelha caiu quase imediatamente. Nick correu. E correu. Mas seus pés pareciam grudados ao chão. Ele finalmente alcançou o círculo onde Judy jazia, e se abaixou para segurá-la em seus braços. Ela não estava respirando.

 Nick foi transportado para outro lugar, um lugar no passado. Quando tinha quinze anos. A história que ele não contara nem para Judy.

As frutas caídas. A raposa imóvel.

—Mãe! - Nick gritara.

Ele correu, pedindo ajuda a todos que encontrou pelo caminho. Ninguém atendeu. Todos tinham medo de um golpe. Mas aquilo não era um golpe. Era real. A sua mãe estava ali, no chão. Como Nick conseguiu carrega-la até o hospital, ele nunca soube. Como, mesmo depois de sua mãe ser internada, os médicos não o deixaram entrar, ele nunca entendeu.

O hospital se dissolveu. Aquele dia terrível voltou para as sombras. E, no meio da completa escuridão, uma luz se acendeu.

— Tá legal. – o castor disse – levante a pata direita, e faça o juramento.

Nick levantara.

— Eu, Nicholas Wilde, prometo ser leal, companheiro, prestativo, e... Confiável.

A expressão do castor se fechou.

Mesmo sendo uma raposa?

Nick sentiu a focinheira se fechar em torno de sua cabeça. Depois sentiu-se correndo. Nada além da sensação de estar sendo sufocado.

 A escuridão voltou, consumindo a cena, e Nick estava no museu de história natural, caçando Judy. E ele estava com fome. Correu atrás dela, perseguindo a presa coberta de carne. Fome. Algo entrou em seu caminho, fazendo-o tombar violentamente no chão. Um antílope. Uma presa. Ele atacou, fincando os dentes na forma indistinta, antes de perceber que aquilo não era comida. Fome. Ele começou a andar lentamente na direção da coelha encurralada.

Podemos ter evoluído, mas, no fundo, ainda somos animais.

O mundo explodiu em centenas de pedaços, e Nick ergueu Judy no colo.

 - Não vá!

Mas ela foi.

Comum movimento brusco, Nick se livrou dos cobertores que o sufocavam. O pesadelo ainda podia ser sentido em sua garganta, pulsando. Sonhara que era selvagem. Com a morte de sua mãe. Com...

Com a morte de Judy.

Ele se levantou lentamente, conferindo o celular. 10:35. Ele havia dormido até tarde. O sono não havia feito muito por ele, porém. Sentia dores por todo o corpo. Tropeçou em uma caixa, por pouco não caindo. A conversa que tivera com Highhorn não saía de sua cabeça. Ele foi até a geladeira, ver se havia algo comestível lá. Alguns pedaços de pizza quase fossilizados. Nick não estava nem aí. Comeu.

ele voltou ao seu quarto, com um profundo desânimo abalando seu caminhar. Pegou o uniforme, que deixara cair no chão no dia anterior, e o colocou, amarrotado mesmo. Quem se importa? Perguntou. Judy se importaria. Ele sentou-se novamente na cama, confuso ainda por causa do sonho, e traçou um plano para o dia. Falar com Highhorn. Checar os dados de novo. Ele caiu para o lado. Ou dormir. Dormir e esquecer que tudo isso aconteceu. Mas se levantou imediatamente. Ele não era egoísta a ponto de deixar de procurar Judy.

Então ele foi assaltado pelo mesmo pensamento que tivera na noite passada. Por que Doug iria dificultar as coisas agora?  Nick lembrou das mensagens que Doug lhe deixara. Sempre fora objetivo, até aquela carta. Algo de repente estalou na cabeça de Nick, e tudo fez sentido. A carta! Ele saiu correndo tão rápido, que desta vez a caixa o derrubou.

— Ai – ele disse, para ninguém. Levantou-se, tomado por uma onda de alegria. Ele tinha uma esperança.

Qual é o seu problema? A voz de Judy percorreu a sua cabeça Quer me ver falhar pra se sentir melhor com a sua vida triste e miserável?

— É isso, acertou na mosca. – Ele disse para as paredes.

***

Cristina esperou que os outros retirassem as caixas antes de passar pelo buraco. Ela atravessou sem muita dificuldade. O outro lado tinha um pequeno apoio para os pés. Ela olhou ao redor antes de passar o pé para fora. Não havia ninguém. Ela repassou o plano na sua cabeça. Esperar Judy começar a distlação. Ela ouviu o pandemônio começar do lado de dentro do galpão. Trezentos coelhos batendo numa porta de metal podem fazer mesmo muito barulho.

Ela esticou o braço para o galho. Descer pela árvore. Ela pendurou-se nele, e subiu. Gregory sempre dizia que subia em árvores melhor do que ela, mas era mentira. Ele sabia que ela era muito melhor. Assim que subiu no galho, ela caminhou por cima dele até o tronco, e esperou. Não demorou muito, e ouviu a conversa irritada entre o guarda da porta maior e Judy, do outro lado da porta.

— Não interessa se estão com fome!  Vocês receberam o jantar ontem!– ele esbravejava.

Cristina escorregou tronco abaixo e escondeu-se no mato assim que tocou o chão. Encontrar alguém. Essa era a parte mais difícil. Pelo que ela pôde ver na claridade matinal, tudo o que havia ao redor eram fábricas abandonadas. Havia uma estrada, um único carro, e muitas árvores à distância. Mais pra frente, na estrada, havia uma ponte sobre um minúsculo riacho quase seco, com vários salgueiros ao redor.

Uma coelha qualquer teria desistido de chegar à cidade, mas Cristina não desistiu. Ela conseguiu chegar até a ponte antes de ser pega.

***

Judy esperava que Cristina estivesse bem. Não conseguira manter o barulho e a conversa por muito tempo, já que o guarda ameaçou ligar para Doug, e ela não queria problemas maiores do que já tinha. Ouça bem, Cristina, ela dissera se você não achar nada por perto, volte. Não tente ir muito longe. A espera estava deixando Judy agoniada. Uns quinze minuros depois que Cristina saiu, Judy ouviu a tranca da porta se abrir.

Por um segundo, teve esperança de que fosse o Nick. Podia ser até Bellwether ou Doug, não importava. Mas quem entrou foi o guarda, carregando algo pequeno debaixo do braço. Ele jogou a coelhinha para dentro co força, e ela gemeu ao bater no chão.

— Escutem bem – ele disse. – o tranquilizante que eu tenho nessa arma derruba um elefante adulto. Eu não quero nem pensar em imaginar o que aconteceria se uma pequena coelhinha fujona fosse acertada por engano. Esse é o último aviso. Não tentem fugir.

Judy perdeu todas as esperanças quando a porta bateu novamente, trancando-os na velha fábrica.


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Notas finais do capítulo

digam aí, o pesadelo do nick confundiu muita gente?
deixem nos comentários se vocês acharam que a fic ia acabar mais cedo.
Bye, dumb bunnies