Safe & Sound escrita por Ana


Capítulo 3
Chapter Two - Purple Eyes


Notas iniciais do capítulo

Hello :3
Espero que gostem ^^



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CHAPTER TWO – PURPLE EYES

“Dias sombrios, mas está tudo bem.”

— The Girl and the Dreamcatcher, Glowing In The Dark

— Roxo tipo roxo ou roxo tipo lilás?

— Roxo tipo roxo — respondeu — Sabe os olhos do Scott? — Allison assentiu — Tipo aquilo, só que roxo.

Allison folheou o livro mais uma vez, em busca de qualquer coisa que pudesse ajudá-la a ajudar Tessa. Nada.

Olhou para Tessa, um olhar culpado em seu rosto, denunciando sua decepção. Não havia nada. Ela sabia que haviam diversos livros sobre lobisomens entre outras criaturas sobrenaturais, mas não havia nada sobre uma criatura especifica. Não havia nada sobre o que Tessa realmente precisava.

— Nada mesmo?

— Nadinha — Allison respondeu — Mas meu pai tem diversos livros, pode ser que achemos em algum deles.

— Achar o que?

Allison e Tessa desviaram o olhar para a porta e Tessa estremeceu ao encontrar o olhar do patriarca dos Argent. Derek havia lhe falado sobre ele e ela sabia que – quando ele queria – ele não era nada amoroso com seres sobrenaturais. E com nada amoroso ele quis dizer algo como “ele corta as pessoas ao meio na floresta”.

— Estávamos fazendo uma pesquisa sobre um ser sobrenatural da mitologia — Allison respondeu, fechando o livro — Mas não achamos nada — desviou o olhar para Tessa — Pensamos que talvez você pudesse nos ajudar.

Argent sorriu, entrando no quarto e estendendo a mão para Tessa.

— Sou Chris Argent, pai da Allison.

— Theresa Adams, mas meus amigos me chamam de Tessa — falou, apertando a mão dele — Allison me falou muito sobre você.

— Imagino que ela tenha dito o quanto me odeia e me quer morto — ironizou — Enfim, o que estão procurando?

Allison sentou-se ao lado de Tessa na cama novamente e sorriu para o pai antes de começar a falar.

— Tessa ouviu falar de um ser sobrenatural que ao invés de íris douradas, como as de um lobisomem, tem íris roxas — Allison falou — Sabe do que se trata?

Chris respirou fundo, pensando um pouco. Saiu do quarto um pouco depois e quando retornou se encontrava com um livro enorme em mãos. Um dos poucos que Allison nunca havia visto.

Sentou-se entre a filha e Tessa e abriu-o em uma página especifica onde a foto de uma garota morena com os olhos roxos aparecia. A garota não sorria, porém, a sua frente havia um lobo branco.

E o lobo estava morto.

— Elas se chamavam de bruxas — Chris iniciou — Elas eram protetoras, guardiãs. Normalmente nasciam assim, mas era necessário um ritual para que elas fossem criadas.

— Que tipo de ritual? — Tessa perguntou, visivelmente interessada.

— O método mais fácil era quando um dos seus fazia sacrifícios humanos para garantir que sua linhagem continuaria bruxa — Chris virou a página — Os olhos roxos significam que a vitalidade de alguém foi roubada para que a bruxa pudesse ser assim.

— E elas protegiam o que, exatamente? — Allison perguntou, olhando novamente para a foto da garota — E por que ela está chorando?

— As bruxas são protetoras de seres sobrenaturais, Allison — Chris respondeu — Elas são incrivelmente bonitas, e seus poderes são ativados a partir da mordida de um lobisomem, mas não necessariamente um Alfa, diferente dos lobisomens comuns — olhou para Tessa — Elas normalmente protegem quem despertou seus poderes e sua magia reflete seus sentimentos.

— Como assim? — Tessa perguntou, sorrindo — Se uma bruxa estiver feliz, por exemplo, coelhinhos vão saltitar ao seu redor?

— Não. — Chris riu — Se uma bruxa estiver feliz, seus poderes refletirão isso e todos ao seu redor parecerão felizes também; se uma bruxa estiver triste, todos estarão tristes também; se estiver com raiva, todos sofrerão com sua ira; e se estiver com medo... — Chris olhou de Allison para Tessa — Seus poderes a tornarão uma arma contra seu medo.

— E existe algum tipo de organização para treinar essas bruxas? — Allison perguntou, ao que Chris negou rapidamente.

— Todas mortas. Normalmente elas enlouquecem ao não saber como se controlar e então...

— E então elas sentem medo — Tessa completou, fechando os olhos — E se tornam uma arma contra seu próprio medo.

Chris assentiu.

...

Allison caminhava calmamente ao lado de Tessa em direção á quadra da escola. Tessa não estava nada bem e a possibilidade de ela melhorar era muito, muito pequena, afinal, Chris havia sido claro: se ela não aprendesse a controlar sua magia, ela acabaria sendo a causa de sua morte.

Precisava buscar ajuda.

Pensou em Derek transformando adolescentes e pensou, pela primeira vez, se havia a possibilidade de sua irmã ser como ela. Esperava que não. Não desejava esse fardo para mais ninguém no mundo.

Ah, claro, não havia mais ninguém como ela no mundo.

— Vamos arrumar uma solução, Tessie — Allison garantiu, ao saírem da casa dela — Não deixarei você morrer por causa de uma mordida idiota.

Tessa, pela primeira vez, sentiu-se importante para alguém. O modo convicto como Allison disse aquilo a convenceu de que sua amizade significava mais para ela do que o fato de ela ser um ser sobrenatural.

Amigos primeiro, a caçada depois.

Pensou em ligar para Isaac e contar as novidades, mas sabia que ele acabaria por contar para Derek e a única coisa que menos queria era Derek querendo explorar suas novas habilidades.

Ela mesma não queria explorar suas novas habilidades.

Entrou na quadra ao lado de Allison e caminhou junto com ela até o lado de Lydia, que sorriu minimamente para ela antes de voltar o olhar para a parede que dois alunos – cujos nomes ela não se recordava – escalavam-na.

— Argent, McCall — o treinador gritou, ao ver que os outros dois haviam chego ao chão — Para a parede!

Tessa cruzou os braços enquanto os observava subir. Tentou ignorar Lydia, ou até mesmo os olhares que lhe eram dirigidos e concentrou-se em outra coisa. Ou melhor, outra pessoa.

Misturada na multidão e sendo ignorada, uma garota olhava para a parede com certo medo estampado em seu olhar. Tessa respirou fundo ao pedir licença para a Lydia e caminhou até a mesma.

— Com licença? — chamou — Você está bem?

A garota olhou para Tessa com certo receio antes de assentir. Tessa observou-a um pouco, reparando que ela parecia um pouco doente. Pouco atrás das duas, alunos riam e apontavam em direção á ela.

— Como você se chama? — Tessa perguntou, voltando a olhar para ela.

— Erica — a garota respondeu — Erica Reyes.

— Sou Tessa — sorriu — Tessa Adams.

Erica sorriu, mas não falou mais nada. Tessa pensou em puxar um assunto qualquer como, por exemplo, descobrir a banda favorita dela, mas sentia que ela não estava com a mínima vontade de falar.

— PRÓXIMA DUPLA! — o treinador gritou — Stilinski, Erica, vamos lá, escalando!

Tessa sorriu para Erica e desejou “boa sorte”, ao que a garota simplesmente sorriu antes de caminhar lentamente em direção á parede. Observou – ao lado de Lydia – enquanto Erica subia, porém, apenas começou a se preocupar quando Stiles desceu e ela sequer havia saído do lugar.

Stiles olhou para cima enquanto todos se aproximavam da parede. Tessa juntou-se á Lydia e Allison – que estavam ao lado do treinador – para esperar que Erica descesse.

Ela não desceu.

— Erica? — o treinador chamou — Tá com vertigem? O que foi, está amarelando?

— Vertigem é uma disfunção no aparelho vestibular do ouvido interno — Lydia falou — Ela só está com medo.

— Erica! — o treinador chamou novamente.

— Eu estou bem — Erica falou, olhando para cima.

— Acho que não é seguro, treinador, ela é epilética — Allison falou.

— Ah, não! Por que eu sou o último a saber? — olhou para cima — Ela é epilética!

— Você não está ajudando, treinador! — Tessa falou, revirando os olhos e caminhando um pouco para frente. Não sabia o que ia fazer, não sabia se iria funcionar e não sabia se valia a pena, mas esperava que sim — Erica? É a Tessa — sorriu — Pode soltar a parede. Você não vai se machucar. Eu prometo.

Tessa respirou fundo ao ver Erica soltar a parede. Sorriu para ela ao vê-la chegar ao chão.

— Pronto aí, tá no chão. — o treinador falou — Tá vendo, foi fácil? Não encana não, hein.

Erica virou-se indo em direção á multidão de alunos que se espalhava pela quadra, olhando-a como se fosse louca. Tessa olhou para Allison que assentiu antes de se afastar indo atrás dela.

— Erica, espera!

Erica virou-se bruscamente e Tessa percebeu que de seus olhos caíam algumas lágrimas. Por um momento pensou se tudo o que ela queria falar ainda seria válido, mas obviamente não seria.

Quando, por fim, decidiu que falaria, Erica começou a falar.

— O que você fez?

— Como assim o que eu fiz? — Tessa perguntou, verdadeiramente confusa.

— Qual é Tessa, eu me lembro de você! — Erica falou — Você usava óculos, vivia sentada na escada lendo e abaixava a cabeça quando passava pelo corredor. Odiava chamar atenção e tinha uma aparência tão doente quanto a minha! E então você some por uma semana e volta assim, chamando a atenção e amiga da Allison e da Lydia. Eu quero me sentir como você, Tessa — Erica parou, enxugando as lágrimas — Eu quero me sentir como você, Tessa. Eu... Eu quero... Eu quero me sentir...

— Poderosa — Tessa falou, por fim, ao que Erica assentiu — Eu perdi meu pai. E eu fiquei mal.

— Ah, eu sinto muito...

— Não, não sinta — Tessa mordeu o lábio — Eu tenho um amigo, foi ele que me ajudou com isso. Mas eu não fui atrás dele. Ele tem que vir até você e pra isso você tem que se mostrar merecedora. Tem que impressionar ele.

— E como você fez isso? — Erica perguntou — Como você se mostrou merecedora?

Tessa fez silêncio por um segundo, afagando seu braço e pensando no peso que essas coisas poderiam ter para Erica. Ela havia visto como era ser um lobisomem e se para Isaac foi daquela forma, imagina como seria para Erica ou até mesmo para Derek, que teria que cuidar dos dois?

Mordeu o lábio. Erica era sua amiga – ou pelo menos ela achava que era – e Erica precisava de ajuda. Erica precisava de Derek. Respirou fundo ao decidir o que faria e sorriu.

— Eu enfrentei meu maior medo.

...

— Conseguiu falar com a Erica?

Virou-se para Allison e assentiu, sorrindo. Pensou em contar que ela havia contado sobre Derek, mas sabia que isso acabaria por afastar Allison dela e, no momento, ela realmente precisava de alguém que a entendesse.

— Espero que ela esteja bem — Allison falou — Deve ser horrível ser epilética.

— Ela vai superar — Tessa falou — Ou se acostumar. Erica não se parece com o tipo de pessoa que desiste das coisas que quer com facilidade — olhou para Allison — Descobriu mais alguma coisa sobre as bruxas?

— Não, só o que meu pai nos contou — sorriu — Vamos descobrir. E nem que eu morra tentando, eu vou te treinar.

Tessa sorriu, parando ao lado do armário de Allison. Viu Lydia do outro lado do vestiário, mexendo em seu celular e voltou-se novamente para Allison. Estava prestes a falar algo quando flashes passaram em sua cabeça.

Era a parede de escalada, todas as luzes estavam apagadas e a quadra estava vazia, exceto por uma pessoa.

Erica escalava a parede, já estava praticamente no meio quando a visão se apagou. Tessa desviou o olhar para Allison, os olhos arregalados e puxou-a pela mão em direção á quadra.

Encontraram Stiles e Scott no caminho e correram junto com eles, até encontrarem Erica soltando-se da parede.

Scott correu até ela, pegando-a e colocando-a no chão. Tessa se aproximou com Allison e Stiles rapidamente, ouvindo as instruções de Allison. Allison virou-se para ela e Scott, os olhos um pouco perdidos.

— Como sabiam?

Scott trocou um rápido olhar com Tessa antes de olhar novamente para Allison, suas mãos sendo apertadas por Erica. E então, os dois responderam ao mesmo tempo.

— Eu senti.

...

Tessa respirou fundo, descendo as escadas da estação abandonada. Pensou em gritar por Isaac e chamá-lo para um passeio, mas sabia que com a policia em sua cola isso era praticamente impossível.

Sorriu ao vê-lo sentado dentro do trem e tentou chegar até ele o mais silenciosamente possível, na esperança de que mesmo com a parte lobisomem, ela ainda fosse capaz de assustá-lo.

Falhou, mas isso não importava.

— Seu salto faz barulho demais, sabia? — Isaac falou, sem olhar para trás — Foi praticamente impossível ignorar o barulho.

— Ás vezes eu esqueço que você não é mais humano — revirou os olhos, sentando-se ao seu lado — E que agora tem uma audição maravilhosa.

Isaac sorriu, virando o corpo completamente para ela.

— Senti sua falta — falou.

— Nós nos vimos ontem a noite, acho que você quis dizer que sente falta da civilização — Tessa falou, rindo — Preciso te contar uma coisa. E sim, tem a ver com eu não ter me transformado noite passada.

— O que é?

Tessa pensou se contar a verdade era um ato recomendável. Ele poderia contar para Derek e aí estaria ferrada. Mas ela sentia a necessidade de contar para ele, afinal ele era seu melhor amigo e, se ela pedisse, ele não contaria, certo?

Certo.

— Você lembra que eu não me transformei na noite passada, certo? — Isaac assentiu, confuso — Bem, quando eu cheguei em casa eu tentei me transformar, mas minhas íris ficaram roxas ao invés de douradas, então eu procurei Allison para ver se ela sabia o que poderia significar.

— Você procurou os Argent? — Tessa assentiu — Derek vai te matar.

— É, eu sei — falou — Mas eu precisava de ajuda.

— E o que a Allison disse? — perguntou.

— Bem, ela não sabia de nada — Isaac revirou os olhos — Mas o pai dela sabia. Ele tinha um livro... Bem, um não, vários, que contavam uma lenda sobre bruxas que serviam de guardiãs para seres sobrenaturais. E isso seria muito legal se elas não se matassem constantemente por medo.

— Medo do que?

— De seus poderes — respondeu, simplesmente — Allison está disposta a me ajudar com isso, mas seria necessário alguém como eu para me ajudar — deu de ombros — Tinha uma mulher na foto. Ela parecia ter a minha idade, mas o livro é muito antigo e ela pode estar morta. Ela chorava sob um lobo branco que estava morto, talvez era seu protegido ou algo assim — sorriu para Isaac — Mas eu estou te enchendo com os meus problemas — olhou ao redor — Onde está Derek?

— Não sei — deu de ombros — Ele saiu há algum tempo, disse que tinha que fazer algo muito importante e que não era para eu sair daqui. Como se eu tivesse para onde ir.

Tessa riu, deitando-se no ombro de Isaac. Eles havia se conhecido exatamente no dia em que ela foi transformada, em uma das buscas incessantes de Derek por mais betas. No primeiro momento, Tessa pensou que não conseguiria, de forma alguma, aceitá-lo como um de seus amigos, mas ela havia conseguido. E agora não conseguia pensar em uma vida da qual ele não fizesse parte.

— Calma, você ser uma bruxa significa que você não é uma beta, certo? — Tessa assentiu — O que quer dizer que Derek vai procurar outro para colocar em seu lugar — Tessa levantou-se, olhando para Isaac — Mas e se ele estiver fazendo isso agora?

Tessa pensou por um segundo, tentando encontrar alguém, no fundo de sua mente, que Derek pudesse transformar. Pensou em si mesma. Quando havia recebido o convite ela passava por um momento ruim; Isaac era constantemente agredido por seu pai... Ele buscava pessoas com problemas.

E ela conhecia uma pessoa com problemas. Problemas que, com uma mordida, poderiam facilmente sumir.

— Erica.

...

— Derek Hale, se você não atender logo esse telefone, da próxima vez que eu tiver a oportunidade de socar a sua cara, eu vou socar. E vou fazer doer — respirou fundo — Espero retorno.

Lydia riu, caminhando ao lado de Tessa. Por mais que estivesse visivelmente destruída, ela conseguia disfarçar isso com uma grandiosidade que acabava com a raiva de Tessa. Raiva esta que ela deveria controlar, considerando que – de acordo com o pai de Allison – todos ao seu redor pagariam por sua ira.

Virou-se para Lydia e tentou sorrir.

— Está rindo de quê?

— Da sua décima primeira tentativa falha de falar com seu namorado — Lydia falou, sorrindo.

— Derek não é meu namorado — Tessa falou, revirando os olhos — Ele é alguém que me irritou e que por algum motivo não atende o telefone desde ontem a noite — Lydia sorriu provocativamente, estreitando os olhos — E eu não estou pensando se ele está com uma garota. Quer dizer, estou, mas não porque ele é meu namorado, porque ele não é... Lydia! Você me deixa irritada.

— Eu só trabalho com verdades.

Tessa discou o número de Derek mais uma vez, colocando o celular no ouvido.

— E eu estou no telefone — falou — Derek Hale, é oficial, eu vou te matar! — desviou seu olhar para Lydia que, novamente, sorria — Tchau Lydia.

Caminhou em direção ao refeitório, o telefone ainda em seu ouvido. Sorriu e acenou para Stiles ao passar por ele e desligou a ligação, discando o número novamente. Sentou-se ao lado de Scott, porém não estava ligando muito para a sua presença ali. A única coisa que queria era saber onde Derek estava e o motivo – e tinha que ser um muito bom – para ele não atender o telefone.

— Pronto — Stiles falou, colocando uma chave em cima da mesa — Te busco depois do trabalho e a gente marca na pista — virou-se para Tessa — Você vai também, não vai?

— Onde? — Tessa perguntou, desligando a chamada mais uma vez.

— Patinar com a gente — Stiles respondeu — Allison não te falou? Pedimos para ela te convidar.

— Eu ainda não vi a Allison hoje e...

— Gente — Scott chamou — Olhem.

Tessa e Stiles viraram-se, olhando para onde Scott olhava. Tessa tentou não gritar, não espernear, não ligar para Derek e dizer que definitivamente estava com vontade de matá-lo. A única coisa que conseguiu fazer foi manter-se de boca aberta e olhos arregalados enquanto via Erica desfilar pelo refeitório com todos os olhares masculinos – e femininos fuzilantes – encontravam-se nela.

— Vem cá — Lydia falou, batendo as mãos na mesa — Que palhaçada é essa?

— É a Erica — respondeu, pasma.

Tessa levantou e, junto com Scott e Stiles, seguiram-na pelos corredores da escola o mais rápido possível. Scott e Stiles abriram a porta e Tessa saiu, parando no segundo degrau da escada, revirando os olhos perante o que acontecia.

Erica entrou no carro de Derek com um sorriso de orelha á orelha e, assim que ela entrou, Derek virou-se para os três, sorrindo e arrancando com o carro logo em seguida.

Tessa virou-se e pegou seu celular, ignorando Scott e Stiles que tentavam falar com ela. Discou o número de Derek que rapidamente caiu na caixa postal e sorriu ao ouvir o habitual “bip” que permitia que ela deixasse uma mensagem na caixa.

— Derek, amor — sorriu afetuosamente, mesmo sabendo que ele não estava vendo — Você não merece as calorias que eu perdi falando com você! Eu juro que eu vou te matar! Da próxima vez que eu te vir passando na minha frente, você já poderá se considerar um homem morto, está me ouvindo? Um homem morto.

Allison segurou seu braço e ela olhou nos olhos dela.

— O que foi, Allison?

— Seus olhos, Tessa — falou — Seus olhos estão roxos.

...

Tessa olhou seu celular mais uma vez, jogando-o na cama ao ver que não havia nenhuma ligação perdida. Pensou em ligar mais uma vez, mas sabia que ele provavelmente havia escutado todas as suas mensagens e havia avidamente ignorado todas elas.

E Tessa odiava ser ignorada.

— Seu namorado não te ligou?

Olhou para Lydia que mexia nos brincos de Allison. Revirou os olhos antes de responder, ajeitando-se na cama.

— Ele não é meu namorado — falou — Sabe, Lydia, eu desisto de você.

— Estão falando do Derek? — Allison perguntou ao que Tessa assentiu. Allison olhou para Lydia e chegou um pouco mais perto dela, analisando Tessa enquanto colocava as luvas — Tem razão, Lydia, eles combinam.

— Allison!

— Eu falei! — Lydia riu, jogando um urso em Tessa — Só ele sendo seu namorado para você ficar desesperada dessa forma!

— Eu vou matar vocês duas — Tessa riu, jogando o urso em Allison que pegou-o do chão, colocando de novo na cama.

Tessa caminhou até Lydia, sentando-se no chão e olhando novamente o celular. Nada. Olhou para a porta onde o pai de Allison batia.

— Vão sair?

— Estudar — Allison respondeu, dando de ombros.

Chris olhou para ela, fazendo sinal com a cabeça para que ela fosse até ele. Tessa olhou para Lydia e novamente para o celular.

— Tudo bem, isso está enchendo a minha paciência — Lydia falou, tirando o celular de Tessa — Seu celular tem uma câmera ótima, e se você não vai usá-la, esperando um idiota te ligar, eu vou — olhou para Tessa — Se ele não reconhece o quão maravilhosa você é, ele não te merece.

Tessa sorriu, sentando-se ao lado de Lydia. Pegou seu celular da mão dela e mandou uma mensagem para Derek antes de abrir a câmera do celular e olhar para Lydia.

— Tem razão, minha câmera é ótima — falou — Vamos aproveitá-la.

— Podem aproveitá-la, mas não agora — Allison falou, tirando o celular da mão de Tessa — Vamos logo — estendeu o celular para Tessa — Chegou uma mensagem.

“Vem pra cá, precisamos de você – Isaac.”

Tessa respirou fundo, olhando para Allison e Lydia que a olhavam inquiridoramente. Sorriu para as duas antes de falar.

— Não é ninguém — falou — Ninguém importante, pelo menos. Vamos logo.

Allison sorriu, passando o braço pelo pescoço de Tessa e empurrando-a para fora do quarto. A verdade é que Tessa havia cansado. Havia passado o dia inteiro esperando qualquer tipo de comunicação vinda da parte de Derek e em nenhum segundo ele havia sequer pensado na hipótese de lembrar que ela estava viva.

Ele podia ser o Alfa, podia ter sido ele a morder ela, mas ela não tinha que estar disponível para ele quando ele achasse que ela deveria. Ela tinha uma vida e, pela primeira vez nessa vida ela tinha amigos. E não pisaria na bola com eles.

Entrou no carro de Allison e pegou seu celular, digitando rapidamente a resposta, um pequeno sorriso em seu rosto.

“Não hoje – Tessa.”

...

— Como assim, ela não vem?

Derek estava nervoso. Ele havia recebido, pelo menos, umas trinta mensagens dela na caixa postal e, quando ele finalmente decidiu que iria chamá-la, ela simplesmente se recusou a ir.

— Foi o que ela disse — Isaac falou, mostrando a mensagem para Derek — Não hoje — bloqueou o celular — Ela deve estar com a Allison e todo mundo.

— Por que ela está saindo com a Allison? — Derek perguntou.

Isaac hesitou. Sabia que Derek era o Alfa, mas Tessa era sua amiga. Sua melhor amiga. E ela havia confiado aquele segredo á ele e, algumas horas depois, pedido para que ele não contasse á Derek. E ele não podia contar, não podia trair sua confiança.

Não iria trair sua confiança.

— Eu sei lá! — Isaac respondeu, irônico — Talvez porque elas são amigas?

— Eu não quero ser chata — Erica começou, fazendo Derek olhar para ela — Mas em defesa da Tessa, depois de todas as mensagens de voz que você ignorou, eu também não viria. É como uma mensagem, algo como... “Eu não sou cachorro não”.

— Ou “eu não sou tuas negas” — Isaac falou, rindo — Derek, sinto muito, não tem como te defender. Mas eu posso mandar outra mensagem, talvez ela responda antes de você trair a confiança dela mais uma vez.

— Não dá tempo — Derek falou — Já sei quem é o próximo. E, sinto muito pela Tessa, mas não vou esperá-la.

...

Tessa sentou-se um pouco afastada de todos, porém foi a primeira a entrar na pista. Lembrou-se de quando era criança e de quando patinar era sua única paixão. Não havia ninguém no mundo que poderia convencê-la de que existia algo melhor do que a patinação.

Havia parado de patinar após se mudar para Beacon Hills, mas não havia perdido a prática. Era a melhor nisso.

Acompanhou Stiles pela pista, mas parou ao ver Lydia ajoelhada no chão, o olhar um pouco perdido. Aproximou-se lentamente dela, pronta para lhe dar um susto após toda a provocação do dia todo. Já estava próxima o suficiente quando Lydia gritou.

Não era um grito de susto – até porque Tessa sequer havia tocado nela quando ela começou a gritar – era um grito de medo, um grito de pavor. Como se alguém estivesse a olhando do gelo, como se alguém estivesse pronto para atacá-la ali, agora.

Stiles segurou Lydia, os olhos encontrando-se com os de Allison e Scott que olhavam tudo de fora da pista. Tessa não fazia a menor ideia do que havia acontecido.

E, na verdade, não tinha certeza se queria saber.

...

Tessa sentou-se sozinha em uma das várias mesas do refeitório. Tentou ignorar todas as mensagens que continuava recebendo de Isaac, mas era praticamente impossível. A maioria delas falava algo como “preciso falar com você”, mas ela não se importava realmente.

Ouviu quando alguém sentou a sua frente, porém sequer se importou em levantar a cabeça para ver quem era a pessoa. Já tinha uma leve ideia de quem era. Bloqueou o celular e sorriu, encostando-se na cadeira.

— Vejo que conseguiu o que queria — falou — Derek foi te dar um “oi”.

Erica sorriu, debruçando-se sobre a mesa.

— E eu tenho que te agradecer por isso — Erica falou — Se não fosse por você, eu não estaria aqui — o sorriso de Erica sumiu — Por que você não está feliz? Pensei que fossemos amigas.

— Nós somos, Erica. E, acredite, estou transbordando de felicidade por você.

— Mas...?

— Mas eu quero muito, tipo, muito mesmo, matar o Derek — Tessa falou, por fim — Ele deveria ter me contado. Ou contado para o Isaac. Ou, sei lá, mandado sinal de fumaça. Eu super apoiava a decisão dele, principalmente se fosse você — Erica sorriu — Mas eu estou passando por um momento difícil, Erica, e ele não se importa. Ele é o Alfa da minha alcateia, jurou nos proteger, mas ele não se importa realmente comigo.

— Porque você não se transformou na lua cheia — Tessa levantou a cabeça — Isaac me contou. Ele escondeu algum detalhe, mas eu não o pressionei — Erica respirou fundo — Derek acha que você é imune ou algo assim, por isso não funcionou com você. Ele só não entendeu como a mordida curou.

Tessa respirou fundo, olhando ao redor do refeitório. Reparou em uma mesa vazia em um canto e desviou seu olhar novamente para Erica, que mordia uma maçã.

— Erica?

— Hum?

— Derek precisa de no mínimo três, certo? — Erica assentiu — E se eu tivesse dado certo, ele os teria. Mas eu não dei — olhou para Erica — Ele já tem uma próxima opção, não tem?

Erica arregalou os olhos, largando a maçã. Assentiu diversas vezes antes de falar.

— Foi por isso que ele mandou Isaac te chamar ontem! — Erica murmurou — Droga, eu esqueci — olhou para Tessa — Ele disse que vai transformá-lo essa noite, se ele quiser. Pediu para eu te avisar. Ou Isaac. Mas você está ignorando as mensagens de Isaac.

— Quem é, Erica? Quem é o terceiro?

Erica olhou para a mesa vazia e sorriu, voltando seu olhar novamente para Tessa.

— É o Boyd.

...

Tessa chegou à velha estação abandonada. Correu seus olhos pelo local em busca de qualquer sinal de Derek ou Isaac. Nada.

Virou-se, pronta para sair, quando sentiu uma mão agarrar seu braço. Trocou um rápido olhar com Isaac antes de sair ao seu lado.

Estava na hora de fazer parte da alcateia.

...

Tessa entrou na pista ao lado de Derek, Isaac e Erica. Sentia-se um pouco perdida ali, no meio dos três lobisomens, mas decidiu não se importar com isso. Ela podia não ser como eles, mas se era a única maneira concreta de se manter segura, ela faria isso.

E tentaria manter uma amizade sólida com Scott e todos os outros ao mesmo tempo, afinal, tentar não ia matar.

— Eu só não quero almoçar sozinho todos os dias — Boyd falou, os olhos fixos em Scott.

— Se você quer amigos pode com certeza se dar bem melhor que o Derek — Scott falou.

Tessa segurou a risada, virando o rosto um pouco, os lábios com um pequeno sorriso. Nisso Scott com certeza tinha razão.

— Isso doeu, Scott — Derek falou, fazendo com que os dois olhassem em nossa direção — Quer dizer, se você pretende me analisar que pelo menos seja um consenso — olhou para os três atrás dele — Erica, como está sua vida desde que nos conhecemos?

— Uma palavra? — Erica perguntou, fingindo pensar — Transformadora.

Erica rugiu, mostrando os caninos. Tessa sorriu para Erica, olhando para Scott e seu olhar nada feliz logo em seguida.

— Isaac? — Derek perguntou.

— Olha, é meio chato ser um fugitivo, mas... Fora isso eu estou ótimo — Isaac falou, com a mesma cara de descaso.

— Theresa?

— A sensação de ter força o suficiente para dar um soco na cara de alguém sempre que ela me irritar é incrível — falou — Isso sem contar àquela sensação que eu nunca havia sentido antes. Como se chama mesmo? Ah, sim, ter amigos.

Scott olhou para ela, parecia decepcionado, mas Tessa não tinha tempo para se importar com isso. Sim, ela estava com raiva de Derek. Não, ela não era um lobisomem. Mas ela ainda fazia parte daquela alcateia e tinha que concordar que Derek transformar adolescentes excluídos da sociedade era bem melhor do que transformar jovens adolescentes narcisistas como Jackson.

Esse ideal ela defendia com unhas e dentes.

— Espera aí — Scott falou — Não é uma luta muito justa.

— Então vai para casa, Scott — Derek falou, simplesmente.

Scott deu um passo para frente e Derek fez sinal para que os três avançassem. Tessa manteve-se parada atrás de Derek enquanto via Erica e Isaac caminharem em direção á ele, convictos de que seria uma luta fácil de ser ganha.

Scott se transformou, quebrando o gelo do chão e Tessa sorriu.

— Não é muito justo com eles!

E então Scott rugiu, fazendo com que Tessa desse um passo para trás. Permaneceu parada atrás de Derek, apenas observando a luta – que, se analisarmos bem não parecia muito justa mesmo não. Viu quando Isaac foi jogado para o outro lado da pista, pouco antes de Erica ser jogada contra o carrinho de gelo.

Isaac se aproximou de Scott novamente, tomando toda a sua atenção, enquanto Erica o atacou por trás. Não demorou muito para que os dois caíssem no chão.

Derek a olhou e Tessa respirou fundo, caminhando lentamente na direção de Scott. Não sabia o que iria fazer, mas esperava que Scott tivesse compaixão o suficiente para não quebrar nenhum de seus ossos, como possivelmente havia feito com Isaac e Erica.

— Não acredito que está do lado deles — Scott falou, parecendo realmente decepcionado.

— Você é meu amigo, Scott, mas Derek é meu Alfa — falou, parando alguns metros distantes dele — E eu espero que nossa amizade não acabe depois do que eu vou fazer.

Tessa sentiu o poder correndo por suas veias do mesmo modo que havia sentido enquanto estava na delegacia com Stiles, quando Derek rugiu. Scott olhou em seus olhos, o olhar antes decepcionado estava... Admirado.

Tessa percebeu que ele estava pronto para falar algo, mas sequer deixou ele proferir a primeira palavra. Simplesmente gritou. Um grito tão alto que seria capaz de estourar os tímpanos de uma pessoa normal. Sentiu o gelo rachar sobre os seus pés e apontou na direção de Scott, vendo-o desviar facilmente de todos os pequenos e mal feitos cubos de gelo.

Viu quando Scott chegou perto dela, mas não viu o que aconteceu ao seguir. Apenas sentiu seu corpo colidir contra o de alguém e essa pessoa colocá-la no chão. Pelo menos ela havia tentado.

— Vocês não entendem! Ele não faz isso por vocês! — Scott gritou — Ele fica mais forte e só pensa nele. Te faz pensar que está oferecendo um dom, mas tudo o que ele faz é usar vocês como cães de guarda!

Scott jogou Erica e Isaac aos pés de Derek e Tessa levantou-se, pronta para atacar novamente, mas Derek fez sinal para que ela ficasse parada.

— É verdade — Derek falou, olhando para Scott — É tudo pelo poder.

Derek caminhou até Scott, transformando-se lentamente. Tessa colocou-se ao lado de Isaac e Erica, tentando acordá-los e, ao mesmo tempo, observando a luta que acontecia entre Derek e Scott.

Sabia que ter usado seus poderes na frente de Derek faria com que ele a questionasse de todas as maneiras possíveis e também sabia que Scott com certeza contaria para Stiles que com certeza contaria para Allison que, possivelmente, desistiria de ajudá-la. Mas o pior, em sua humilde opinião, nem era o fato de não ter controle sob seus poderes.

O pior era perder tudo o que havia conquistado. Perder Allison, Lydia, Stiles, Scott. Perder um lugar no carro de Allison toda vez que eles fossem sair; perder as noites do pijama de Allison e Lydia; perder as provocações de Lydia sobre os garotos com quem ela troca mensagens. Tudo isso perdido devido á sua lealdade á Derek Hale.

Eu vou te treinar, nem que eu morra tentando.”

Pensou se, mesmo depois do que ela havia feito, Allison ainda olharia em sua cara. Se ainda seria a amiga super compreensiva que havia conhecido. Se ainda estaria disposta a ajudá-la, mesmo sabendo que nos momentos de confronto ela estaria do lado de Derek.

Pensou se Stiles ainda chamaria ela para seus “encontros duplos” que não davam certo e pensou se Scott ainda a incluiria em seus planos. Ele vivia dizendo que as pessoas que Derek mordia eram sua responsabilidade também.

Isso, de alguma maneira, continuaria a incluindo?

Levantou-se, convicta. Não sentia o poder correndo por suas veias, estava desarmada. Era apenas ela, indo em direção á dois lobisomens que brigavam sem nenhum motivo concreto e que possivelmente quebrariam o pescoço dela se ela se colocasse no meio, mas ela não queria saber.

Aproveitou o golpe de Scott, que havia afastado Derek e, quando o último ia voltar para atacar, colocou-se entre os dois.

— JÁ CHEGA! — gritou, separando-os com os braços — Os dois — olhou fundo nos olhos de Derek, fazendo o mesmo logo depois, com Scott — Nós vamos sair daqui, e você não vai tentar nos atacar. Foi escolha do Boyd — apontou para o garoto no carrinho — Ele escolheu. Assim como Isaac, Erica e eu. E você não tem o direito de dizer se estamos ou não errados. Nós vamos pagar por isso. Não você — virou-se para Derek, que já havia voltado á sua forma humana, e pegou seu braço — Vamos embora.

Derek virou-se juntamente á Tessa. Caminhou para perto de Isaac e Erica. Tessa pôde ouvir quando Boyd desceu do carrinho, parando na frente de Scott.

— Não. — Scott falou — Você não quer ser como eles.

— Tá certo — Boyd respondeu, fazendo com que Tessa se virasse pra ele — Quero ser como você.

Tessa sorriu ao vê-lo caminhando em direção á eles e, finalmente, soltou o braço de Derek. Entrelaçou seu braço com o de Isaac e saiu junto com eles da pista. Virou-se uma última vez e viu Scott olhando para eles. Abaixou a cabeça um pouco, mordendo o lábio, mas sorriu.

Pela primeira vez ela soube o que queria dizer ser poderosa. Poderosa de verdade. E, por mais que se sentisse mal por tudo o que havia feito, ela estava feliz.

Continuou caminhando, sem se importar com o que poderia acontecer no dia, minuto ou hora seguinte. Naquele momento, pela primeira vez em muito tempo, ela era apenas ela mesma.

E ela amava isso.

...

Anastácia olhou a cidade, um pequeno sorriso dançando em seus lábios. Olhou para o homem ao seu lado e sorriu, abraçando-o.

— Ela está aqui — falou — Depois de tantos anos, ela está aqui! Como não imaginamos isso?

— Não queríamos nem voltar para onde tudo isso começou, Ana — o homem falou, soltando-a — Estávamos seguros, e estamos arriscando tudo isso por uma garota que sequer conhecemos.

— Ela é como nós, Dean! — falou — Eu jurei proteger pessoas como nós. E eu vou protegê-la! Se não gosta disso, vá embora.

Dean olhou-a, incrédulo. Sabia da fidelidade de Anastácia para com pessoas como eles, mas não sabia que ela abandonaria um deles para poder resgatar outro. Revirou os olhos e viu-a sorrir.

— Tudo bem, ó líder suprema — Dean falou, irônico — Qual o plano?

Anastácia apenas sorriu.


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Notas finais do capítulo

Kisses Darling ♥