The Game of Life escrita por anabfernandes8


Capítulo 20
Capítulo 19 - Segredos e uma inusitada aliada


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi! Menos de um mês, que orgulho! Gente, este é o meu último capítulo pronto, T.T, mas o próximo eu já comecei a escrever e sai sim, na mesma data viu, não vai ter atrasos não, é porque eu tô numa parte complicada da história, complicada não, na verdade trabalhosa, em que eu vou começar a amarrar as pontas soltas.
É um capítulo curtinho, tem tempo que a história não tinha um assim kkk (acho que desde o prólogo), mas tem muitas coisas importantes e fundamentais nele. Então, espero que dê tudo certo, vai sair! Bem, vamos ao capítulo? Boa leitura a todos!



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Sou uma das primeiras a chegar ao café da manhã, porque acordei muito cedo. Na verdade, não havia conseguido dormir muito bem, um monte de coisas na cabeça. O The Game estava começando a pesar sob nossas costas e eu não tinha nenhuma dúvida de que isso acabaria aos poucos com nossa amizade. É claro, todos aqui eram extremamente profissionais. Por mais amável que uma pessoa podia ser, a Arena era outra coisa. Eu já adorava meus amigos com todas as minha forças, mas todos sabíamos porque estávamos ali. Apenas um sai vivo.

— No que essa cabeça louca já está pensando essa hora da manhã? - É inevitável não sorrir perante a voz que reconheço. Levanto meus olhos, vendo-o sentado, sozinho. Somos os únicos aqui, sem sinal de que os outros aparecerão tão cedo. Sigo direto para a mesa para me sentar, nenhum alimento comigo.

Não consigo me controlar em relação à ele. Parece errado de tantas formas, mas toda vez que ele fala comigo, me vejo agindo sempre dessa forma, como uma mosca perante à luz. Abro ainda mais meu sorriso, como a estúpida que sou e ele levanta uma das mãos, balançando a cabeça em seguida.

— Você vai sorrir desse jeito antes de dizer que eu sou um idiota todas as vezes? Vamos concordar que eu sou sim isso que você acha que sou, então podemos pular para a próxima fase. Você vai começar, em seguida, a me chamar de “o maravilhoso”?

— Você pode sonhar mais baixo, senhor idiota. - Fico envergonhada porque ele sabe exatamente o que vou dizer, e usou isso para tirar uma com a minha cara. Tenho que parar de ser tão óbvia ou ele irá se afastar de mim. Mas é inevitável… - Por que está acordado tão cedo?

— Eu sou acostumado, apenas isso. Costumo ser o primeiro a chegar aqui, não sou o tipo de pessoa que consegue dormir muito. - Ele lança a mim um sorriso melancólico e com toda a certeza há um motivo pelo qual ele não dorme tanto. Não pergunto, porque não quero ser invasiva, mas que estou curiosa, isso não posso nem ao menos negar. - Mas e você? Sempre é uma das últimas a aparecer.

— Muita coisa na cabeça. - Dou de ombros, enquanto me levanto para finalmente alimentar meu estômago, que escolhe essa hora para chiar como um louco. Tenho um timing perfeito, de forma que não passe mais vergonha em frente à essa pessoa.

— Ino, você já pensou como seria sair daqui? - Viro-me bruscamente, pega de surpresa perante sua fala. Olho em seus olhos e vejo que ele não está brincando, sua expressão é determinada como se ele quisesse realmente saber a resposta. Olho ao nosso redor, porque preciso ter certeza de que não há ninguém ouvindo além de mim.

Não há outra interpretação para suas palavras, mas ele não pode estar dizendo sobre… olho novamente ao redor, para me certificar, porque ele com toda a certeza seria perseguido se o ouvissem falando sobre isso aqui.

— E então, Ino...

A primeira coisa que sinto depois de sair da lembrança é uma respiração pesada sob meu rosto. Ainda não estou totalmente consciente, por isso só me dou conta de que há alguém gritando um minuto depois. É uma voz masculina e abro meus olhos lentamente para o mundo, tentando entender o que está acontecendo.

— Qual é o seu maldito problema? Por que estava deixando ela se afogar? - Meus olhos finalmente estão funcionando bem e percebo que a pessoa que estava me ajudando a pouco era o Sabaku, seus cabelos ruivos brilhando sob a luz do sol. Ele está todo molhado, suas roupas pingando, uma expressão feroz em seu rosto.

Me levanto devagar e assim que percebe o que estou fazendo, ele vem imediatamente para bem perto de mim. Dou um passo atrás, mas ele me segura onde estou. Olho para o lado para ver com quem ele está gritando e avisto Shizune, com um semblante neutro, nenhum pouco abalada com o tom de voz elevado.

— O que está acontecendo? - Sussurro, porque estou realmente confusa. Minha mente está uma bagunça por causa da última lembrança, principalmente pelo fato de que ela foi cortada. Lembro-me de estar aqui, lado a lado com minha médica, enquanto ambas encarávamos o horizonte, presas em nossas próprias recordações. Em algum momento devo ter caído na água e pelo estado que o homem ao meu lado se encontra, tenho certeza que ele é o responsável tanto por me tirar de lá quanto por eu não ter conseguido ter a lembrança completa.

— Você estava se afogando e ela estava apenas olhando. Eu é que tenho que perguntar o que está acontecendo! Você ia deixá-la morrer? - Ele se virou para a mulher de cabelos claros, que agora me encarava com os braços cruzados. Tudo estava muito confuso, mas de uma coisa eu tinha certeza. Ela não me deixaria morrer. Acredito que ela só estava com medo de atrapalhar. Ela não queria fazer a mesma coisa que o Sabaku havia feito ao me puxar para a terra.

— É claro que não. Eu sou a médica dela! - disse, com veemência, confirmando minhas certezas; não que eu precisasse. Havia aprendido a confiar nela de uma forma que não confiava em ninguém aqui. Eu gostava sim, de algumas pessoas, mas a verdadeira confiança? Shizune. Sem pensar duas vezes. Ela havia sido a única pessoa me ajudando a realmente resolver minhas coisas e lidar com meu passado. - Não vou me explicar a você, não lhe devo nenhuma satisfação. Ino, estou indo. Se cuide, qualquer coisa que precisar você sabe onde me encontrar.

Ficamos observando-a se virar e sair, os passos calmos ecoando um barulho suave. Passo as mãos pelos cabelos molhados e dou um suspiro, no exato momento em que os olhos verdes estão diretamente nos meus azuis.

— O que foi? - Questiono, começando a ficar irritada. Eu sei que não era culpa dele, não totalmente, de qualquer forma.

— Você vai me contar o que aconteceu? Eu não vou negar que não tenho nada a ver com isso, mas somos aliados. E eu achei que ela estava do seu lado. Mas daí eu chego e você está dentro da água, se afogando, enquanto ela está parada do lado de fora observando, a mesma coisa que Sakura fez com você quando caiu no genjutsu dela. E sim, Temari me contou. Quer se explicar?

— Eu não vou me explicar. - Não paro para pensar muito sobre como ele descobriu sobre Sakura e o suposto genjutsu, mas provavelmente a irmã comentou sobre, e apenas ignoro essa parte. Falo cada uma das minhas palavras com a maior paciência que posso. Vejo o momento que sua expressão se fecha, como se ele estivesse ficando chateado ou com raiva. Nunca o vi assim, mas não tenho medo. São os meus segredos e, no momento, não acho sensato envolvê-lo. Na verdade, me pego pensando em desde quando deixo as pessoas terem esse tipo de intimidade comigo a ponto de ter que fazer coisas assim. Desde quando comecei a ser tão mole com as pessoas. Não me reconheço mais.  - É complicado. Eu e S… Sayuri estamos tendo um momento em que estou descobrindo coisas sobre a minha vida. Eu sei que pode ser frustrante, mas isso é problema meu. Não quero que se meta.

Há mágoa em seus olhos brilhantes. Mas ele balança a cabeça, conformado. Não quero mais discutir sobre isso com ele, quero apenas ir para o meu quarto pensar em tudo que está acontecendo. As peças do quebra cabeça estão espalhadas pela minha mente e sei que conseguirei ligá-las se pensar por isso durante um minuto. Esse tem sido meu principal problema, não tenho tido tempo o suficiente para me concentrar nisso, já que sempre há algo maior acontecendo. Dou um suspiro e começo a sair, mas sua voz me impede.

— Não ainda, aliada. Minha irmã quer falar com você sobre uma coisa e não, eu não sei sobre o que é. Vamos, eu te levo até o quarto dela. - Ele marcha à minha frente e assim saímos juntos da área de lazer. Não estou com paciência para conversar, por isso respondo de forma monossilábica a todas as suas tentativas de iniciar um assunto. Em algum momento da nossa caminhada, ele percebe que não está tendo sucesso e então passamos a caminhar em silêncio.

Chegamos rapidamente à ala dos quartos. Ele não diz nada quando chegamos lá, só me deixa plantada em frente à porta da outra Sabaku, enquanto ele próprio entra em seu quarto. Bato na madeira, já que é minha única saída. Estou olhando para a porta do meu quarto, que não fica tão longe dali, pensando se seria imprudente andar apenas alguns passos e estar no conforto da minha cama, quando ouço o barulho da porta se abrindo. Volto meus olhos para frente e a mulher me dá espaço para entrar.

Ando, sem vontade, direto para dentro. Não sento na cama de imediato, porque tenho a noção de que estou completamente molhada. E ela também, porque me estende uma toalha e aponta uma pilha de roupas que descansa sobre uma prateleira do banheiro. São as suas roupas, mas no momento não tenho muita escolha. Sigo meu destino e tomo um banho quente e rápido, expulsando todos os vestígios de que estive na piscina. Lavo meus cabelos, retirando o excesso de cloro e visto rapidamente a roupa, a toalha sob a cabeça, não exatamente animada para uma conversa no momento.

Mas saio e sento-me na cama, de frente para a loira que já está acomodada ali. Ela me encara, os olhos comprimidos, como se estivesse me analisando.

— O que houve? Seu irmão disse que queria falar comigo. - Começo o diálogo, não tendo tempo para enrolações. Há coisas que preciso fazer, ou melhor, coisas em que preciso pensar e não tenho tempo a perder com conversinha desnecessária.

— Onde esteve hoje? - Ela questiona e arregalo meus olhos em surpresa. Era a última coisa que eu esperava saindo de sua boca. Gaguejo, sem saber muito bem o que responder.

— É, bem… eu…

— Tudo bem, não importa. Eu não me importo. - Paro de tentar me explicar, curiosa que ela sabia que eu não estava aqui. Como o Sabaku mais novo não havia tocado no assunto, tive a impressão de que ninguém havia notado a minha falta. Estava enganada. - Aconteceu uma coisa aqui dentro hoje, que achei que devia saber.

— O que aconteceu? - Me fiz de desentendida. Sabia que Itachi havia estado ali, mas talvez não era sobre isso que ela quisesse falar. Shizune havia dito que todos tinham sido proibidos de tocar no assunto, então não devia ser isso. No entanto, que outra coisa importante poderia ter acontecido para que ela tivesse vontade de falar comigo por conta própria?

— O irmão do garoto Uchiha esteve aqui atrás de você. - Minha boca se abre em choque. Ela, por outro lado, continuou com a expressão neutra, como se não tivesse dito nada demais. E não parou por ali. - Perguntei o que queria, mas ele disse que era apenas com você.

— Você… você falou com o Itachi?

— Você o conhece?

— Você está autorizada a falar sobre isso? Eu pensei que… - Falei, de forma embolada, da melhor forma que conseguia. Ainda não estava acreditando que alguém estava me contando aquilo. E principalmente ela, a mulher Sabaku. Por que? Com que intenção ela me contaria isso? Sendo que havia sido proibida? Nada fazia sentido.

— Não me importo. - Ela bufa, como se eu estivesse dizendo besteiras sem sentido. Cruza seus braços e apoia sua cabeça no encosto da cama. - Eu não ligo pra todas as regras idiotas que eles têm por aqui. Vou apenas fazer o que eu quiser.

Aqui, ao seu lado, nesta cama, ela não me parece a garota assustadora que tem amedrontado todos os outros participantes. Parece uma pessoa normal, em uma conversa normal, como qualquer outra. Não tenho mais a sensação de medo ao estar ao seu lado, também porque ela parece ter se acostumado à minha presença. Ambas estamos falando mais, nos abrindo mais. Já perdi a conta de quantas vezes ela me salvou em situações que eu precisava de ajuda. Ela era realmente…

— Qual é o seu nome? - Eu parecia patética todas as vezes em que eu pronunciava essa frase. Diferentemente de Tenten, no entanto, ela não parecia se importar que eu não soubesse seu nome. Deu de ombros, como se eu estivesse perguntando sobre outra coisa qualquer.

— Sabaku no Temari. O seu é Ino, certo? - Aceno, feliz porque ela ignora o sobrenome que me puseram. Não sei se ela sabe que o odeio, ou se apenas quer encurtar, mas de qualquer forma isso faz com que eu me sinta mais a vontade ainda com ela. Tão a vontade que tenho vontade de conversar sobre as coisas com ela. Como ela já sabe sobre o Itachi, talvez ela também possa me ajudar com o seu irmão. Os dois irmãos, na verdade, e então percebo, de repente, que acabo de ganhar uma aliada.

— O Itachi realmente não falou nada demais? Como vocês se encontraram?

— Eu o encontrei quando ele estava andando pelo The Game, à sua procura. Ele estava agindo como um louco e parecia desesperado. Seu irmão, o outro Uchiha que está aqui dentro, estava atrás dele, dizendo coisas que não faziam nenhum sentido para mim. Mas ele não estava nem aí; Itachi só queria saber de você. Eu disse que não sabia onde você estava, que não havia lhe visto, mas que talvez você pudesse estar em seu quarto. Apontei-lhe a direção e ele saiu. Foi o máximo de contato que tive com ele, mas ouvi de Gaara que ele teve o infortúnio de encontrar Hio-Sama no caminho.

— Itachi… - Sussurro, milhões de possibilidades passando pela minha mente. Eu não o conheço e não me lembro muito bem, mas, de qualquer forma, ele sabe sobre mim. Nós éramos próximos, até onde eu me lembro, mas se bem que isso não significa nada, já que o Hyuuga também alega ser próximo de mim e hoje estamos como estamos.

Dou um suspiro, porque totalmente não sei o que pensar de toda essa situação. Temari continua ao meu lado e ela não diz nada, não faz nenhuma pergunta intrusiva; ela nem ao menos parece estar com vontade de saber mais sobre o assunto. Mas, mesmo diante disso, resolvo que seria bom conversar sobre isso com alguém além de Shizune. Posso estar sendo precipitada em meu julgamento sobre quem confiar, mas, agora, só quero botar tudo para fora. Posso lidar com as consequências disso depois.

— Eu perdi a memória. Eu sei que todos vocês sabem que eu já estive aqui, mas eu não me lembro de nada da minha outra época. E eu me lembro de Itachi e de algumas outras pessoas. São lembranças vagas, incompletas… Eu saí com Gaara para fora do The Game à alguns dias atrás e então eu o encontrei nesse lugar, esse é provavelmente o motivo pelo qual ele está aqui.

— Você não precisa falar nada sobre isso se você não quiser. - Ela diz, em uma voz calma e agora que somos mais próximas percebo que essa coisa de ser assustadora é apenas uma máscara para afastar e assustar as pessoas. Normalmente, ela é tranquila e controlada, como está agora.

— Eu só queria colocar isso pra fora. Seria interessante se eu pudesse encontrá-lo, mas Hio-Sama parece estar fazendo questão de afastar todo mundo que sabe sobre o meu passado.

— Como eu disse, talvez eles saibam algo sobre você que você não saiba. As pessoas estão se esforçando demais por você, seja para se livrar de você, para protegê-la ou para mantê-la no escuro, esforço demais. Isso não é natural, você não é uma simples pessoa medíocre. Há algo sobre você, Ino.

“Precisamos descobrir o que é.” Ela não diz a frase, mas fica subentendido. Ela provavelmente não verbalizou as palavras porque talvez não queria se envolver, isso significava que eu deveria descobrir, mesmo que sozinha, porque as pessoas estavam se importando tanto comigo.

— Deve estar sendo difícil para você. Se quiser, pode dormir aqui esta noite. - Aceno, não é como se fosse a primeira vez de qualquer forma. Antes de entrar aqui, eu estava loucamente querendo ir para o meu quarto, mas agora que minha cabeça está a mil, não sei se é saudável ficar sozinha. Ainda mais com tudo o que já passei, como asfixiamento.

— Obrigada. - Agradeço, não só por este dia, mas por todos os outros. Pelas informações que ela me deu, apesar de ter sido proibida de falar sobre. Por respeitar o meu espaço e me oferecer conforto, ficando aqui com ela, provavelmente imaginando que eu ficaria mal sozinha. Temari é uma pessoa incrível, não só em suas habilidades.

— Amanhã é a sua primeira luta. Você precisa estar pronta e descansada. Deite e durma. Eu irei acordá-la quando for a hora. - Dou um sorriso gentil, contendo a vontade de agradecer várias vezes; eu não queria parecer desnecessária.

Ponho minha cabeça em seu travesseiro, sua cama que cabem tranquilamente duas pessoas. Fecho os olhos, enquanto ela ainda vai arrumar algumas outras coisas. Preciso dormir, não importa o quê. Mas há tantas coisas conflitantes na minha cabeça, que não sei quando isso será possível. Ou melhor, se será possível.


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Notas finais do capítulo

E então, meu povo, vocês já tem uma suposta hipótese de quem seria esse ser misterioso que ronda Ino? E sobre os outros mistérios envolvidos? No próximo capítulo tem, finalmente, a luta da Ino. Espero fazer bem e não decepcioná-los, de agora em diante os mistérios vão começar a se desvendar e as coisas vão começar a se apertar dentro do The Game. Agradeço de coração a todos aqueles que me acompanham ♥ Grande beijo a todos, e até o próximo capítulo.



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